Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:10
Cinco novas seções sindicais foram homologadas durante a plenária, que aprovou por aclamação Cuiabá como a sede do 36º Congresso do ANDES-SN
 
Durante a tarde deste sábado (30), os delegados presentes no 35º Congresso do ANDES-SN aprovaram os textos de resolução referentes às questões organizativas e financeiras do Sindicato Nacional. Foram deliberadas alterações que atualizaram o estatuto do Sindicato Nacional. Entre as mudanças, está a que dá prerrogativa de seção sindical a todas as associações docentes filiadas até o 36º Congresso do ANDES-SN, ressalvados os diretos daquelas que, em assembleia geral, decidirem o contrário. Os delegados votaram ainda o regimento eleitoral para o processo de escolha da diretoria que estará à frente do Sindicato Nacional no biênio 2016/2018.

Após rica discussão sobre a utilização do Fundo Único – Fundo Nacional de Solidariedade, Mobilização e Greve do ANDES-SN, entre as deliberações referentes à temática, os docentes aprovaram por ampla maioria, a proposta consensuada de apresentar proposta no 61º Conad de utilização do fundo único considerando as especificidades das seções sindicais com dificuldades financeiras com as regras de utilização percentual a ser utilizado por seção sindical e o prazo máximo para atendimento.

Novas seções sindicais
Durante a plenária, a constituição de cinco novas seções sindicais foi homologada pelos delegados. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Adufob SSind.), a Seção Sindical dos Docentes em Educação à Distância do Rio de Janeiro (Adopead/RJ SSind.), a Seção Sindical dos Docentes do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (Sindisuldeminas SSind.), a Seção Sindical dos Docentes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Sindunilab SSind.) e a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Sesunila SSind.) agora integram o ANDES-SN. 

Segundo Claudia March, secretária geral do ANDES-SN, muitas das novas seções sindicais surgiram durante o processo de greve nas Federais em 2015, onde houve ao reconhecimento por parte dos docentes da necessidade de construir a greve e também constituir a seção sindical e se filiar ao ANDES-SN. De acordo com Claudia, tanto no caso das alterações regimentais como no caso de criação de novas seções sindicais, é muito importante ressaltar que esse processo traz o resultado de um conjunto de movimentos políticos que tivemos nesse último ano. 
 

“O elemento central é que 2015 foi um ano em que tivemos um movimento forte dos docentes e o reconhecimento do ANDES-SN como um lugar onde podemos fazer a luta classista e a defesa da educação pública. Acho que isso é muito importante porque ao mesmo tempo em que você tem um movimento de expansão precarizada da educação pública, você tem o reconhecimento por parte daqueles que estão chegando, ou que já estão na universidade em campi do interior, de se organizar para enfrentar esses processos de intensificação do ataque à educação pública e aos direitos dos trabalhadores, em particular dos docentes”, afirmou a secretária geral do Sindicato Nacional.

Cuiabá será a sede do próximo Congresso do ANDES-SN

A cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, foi aprovada, por aclamação como sede da 36º Congresso do ANDES-SN, que acontecerá em 2017. A capital mato-grossense foi proposta pela delegação da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (Adufmat Seção Sindical) para sediar o evento nacional, que é instância máxima de deliberação da categoria. Reginaldo Araújo, presidente da seção sindical, destacou o histórico de lutas da Adufmat SSind, criada em 1978, e a intensa participação nas lutas travadas pelos docentes desde então.

“Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que em todas as greves e demais movimentos de luta, nosso sindicato colocasse na dianteira. Outro dado que nos dá certeza que passamos por um momento de efervescência na região são as novas sindicalizações. Nos últimos doze meses, 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. É nesse contexto que apresentamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do ANDES em 2017”, afirmou, lembrando que a Adufmat SSind já acolheu dois congressos do Sindicato Nacional – o 10º, em 1992, e o 25º, em 2006.

Maelison Neves, da delegação da Adufmat SSind, completou dizendo que “o Mato Grosso é um estado conservador, um dos principais polos do agronegócio. Então, levar um congresso de um sindicato classista e combativo como o ANDES-SN para lá é muito importante para trazer essa tensão da luta de classes para dentro da universidade”.

Finanças

Os delegados aprovaram a prestação de contas 60º Conad, a manutenção das contribuições financeiras à Auditoria Cidadã da Dívida e à Escola Florestan Fernandes e o apoio financeiro ao Casarão da Luta e ao Sistema de Formação Política do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:09

Pela terceira vez, Cuiabá sediará o Congresso do ANDES – Sindicato Nacional. A disposição em trazer o evento para perto dos docentes mato-grossenses em 2017 partiu da delegação do estado, que apresentou a proposta durante a penúltima plenária do 35º Congresso do ANDES, realizado entre os dias 25 e 31/01, em Curitiba. 

O presidente da Associação dos Docentes de Mato Grosso – Seção Sindical (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo, leu o discurso que preparou momentos antes de falar à plenária, demonstrando que seria uma grande honra receber, novamente, o evento que reúne uma das categorias que (para além de suas demandas) mais se preocupa com as questões sociais do país. “Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única, dedicação exclusiva, reajustes lineares, titulação e tempo de serviço, entre tantas outras”, disse Araújo. 

Depois da leitura, o professor Maelison Neves, um dos delegados da Adufmat-Ssind, afirmou que o Congresso do ANDES é um excelente momento para levar a um dos estados mais conservadores do país, berço do agronegócio, um debate qualificado na perspectiva da luta de classe. “É muito importante levar o congresso de um sindicato nacional classista e combativo para o estado, para proporcionar essa tensão da luta de classes”, destacou. A plenária, animada, aprovou a proposta por unanimidade. 

Cuiabá sediou o 10º Congresso do ANDES-SN em 1992, durante a diretoria do professor Tomas Aquino. Na ocasião, os docentes iniciavam as discussões sobre a carreira docente no Brasil; 14 anos depois, na gestão do professor Carlos Eilert, a capital voltou a receber o evento, que teve como tema “Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”. 

Para o atual presidente da Adufmat-Ssind, um dos motivos pelos quais o Congresso deve ser realizado em Mato Grosso é a avaliação de que os docentes estão interessados no fortalecimento do sindicato. “[...] vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato”, ressaltou. 

A importante participação de Mato Grosso na greve docente de 2015 é um dos motivos de tal efervescência. Durante os quase cinco meses de paralisação, a Adufmat-Ssind realizou diversos debates sobre a dívida pública, as contrarreformas, a carreira docente, e distribuiu materiais informativos do ANDES-SN aos professores em estágio probatório. Além disso, manteve contato direto com o Sindicato Nacional, por meio de representantes no Comando Nacional de Greve e nas manifestações em Brasília. 

O diálogo com o movimento estudantil e com os técnicos da universidade também foi fundamental para fortalecer o movimento, que garantiu aos docentes a negociação efetiva da pauta interna com a Reitoria. As reuniões entre professores e a administração da universidade para debater as reivindicações da categoria começaram no final da greve, em outubro de 2015, e a agenda segue até o final do mês de março de 2016. 

Abaixo, a íntegra do discurso de candidatura para sediar o 36º Congresso Nacional do Andes em 2017: 

Boa noite a todos

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de MT (Adufmat - Seção Sindical do ANDES) foi criada em 1978, em uma conjuntura marcada pela repressão e perseguição por militares, tendo, após sua fundação, clara retaliação por parte dos dirigentes da UFMT,  ocorrendo, inclusive, exoneração de colegas docentes do quadro permanente da instituição. 

Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. 

Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única; dedicação exclusiva; reajustes lineares; titulação; e tempo de serviço, entre tantas outras. 

Nos orgulhamos, ainda, por contribuir com valorosos companheiros na direção do nosso Sindicato Nacional. Não citarei nomes para não ser injusto, com algum esquecimento. 

Outro grande orgulho é o fato de já termos acolhido dois Congressos do Andes:
o 10º, em 1992, quando fizemos a primeira abordagem sobre a carreira docente;
e o 25º, em 2006, quando realizamos importantes debates a partir do tema "Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”.
 

Avaliamos que, atualmente, vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. 

Outro dado que nos dá a certeza de que passamos por um momento de efervescência na região, são as novas sindicalizações. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. 

Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. Não temos nenhum novo plano de saúde, odontológico, e nenhuma chácara que atraia os colegas. Há, sim, lutas por direitos. 

É neste contexto que expressamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do Andes, em 2017, com muito calor. Ou melhor, com um grande calor humano. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:06

Pela terceira vez, Cuiabá sediará o Congresso do ANDES – Sindicato Nacional. A disposição em trazer o evento para perto dos docentes mato-grossenses em 2017 partiu da delegação do estado, que apresentou a proposta durante a penúltima plenária do 35º Congresso do ANDES, realizado entre os dias 25 e 31/01, em Curitiba. 

O presidente da Associação dos Docentes de Mato Grosso – Seção Sindical (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo, leu o discurso que preparou momentos antes de falar à plenária, demonstrando que seria uma grande honra receber, novamente, o evento que reúne uma das categorias que (para além de suas demandas) mais se preocupa com as questões sociais do país. “Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única, dedicação exclusiva, reajustes lineares, titulação e tempo de serviço, entre tantas outras”, disse Araújo. 

Depois da leitura, o professor Maelison Neves, um dos delegados da Adufmat-Ssind, afirmou que o Congresso do ANDES é um excelente momento para levar a um dos estados mais conservadores do país, berço do agronegócio, um debate qualificado na perspectiva da luta de classe. “É muito importante levar o congresso de um sindicato nacional classista e combativo para o estado, para proporcionar essa tensão da luta de classes”, destacou. A plenária, animada, aprovou a proposta por unanimidade. 

Cuiabá sediou o 10º Congresso do ANDES-SN em 1992, durante a diretoria do professor Tomas Aquino. Na ocasião, os docentes iniciavam as discussões sobre a carreira docente no Brasil; 14 anos depois, na gestão do professor Carlos Eilert, a capital voltou a receber o evento, que teve como tema “Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”. 

Para o atual presidente da Adufmat-Ssind, um dos motivos pelos quais o Congresso deve ser realizado em Mato Grosso é a avaliação de que os docentes estão interessados no fortalecimento do sindicato. “[...] vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato”, ressaltou. 

A importante participação de Mato Grosso na greve docente de 2015 é um dos motivos de tal efervescência. Durante os quase cinco meses de paralisação, a Adufmat-Ssind realizou diversos debates sobre a dívida pública, as contrarreformas, a carreira docente, e distribuiu materiais informativos do ANDES-SN aos professores em estágio probatório. Além disso, manteve contato direto com o Sindicato Nacional, por meio de representantes no Comando Nacional de Greve e nas manifestações em Brasília. 

O diálogo com o movimento estudantil e com os técnicos da universidade também foi fundamental para fortalecer o movimento, que garantiu aos docentes a negociação efetiva da pauta interna com a Reitoria. As reuniões entre professores e a administração da universidade para debater as reivindicações da categoria começaram no final da greve, em outubro de 2015, e a agenda segue até o final do mês de março de 2016. 

Abaixo, a íntegra do discurso de candidatura para sediar o 36º Congresso Nacional do Andes em 2017: 

Boa noite a todos

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de MT (Adufmat - Seção Sindical do ANDES) foi criada em 1978, em uma conjuntura marcada pela repressão e perseguição por militares, tendo, após sua fundação, clara retaliação por parte dos dirigentes da UFMT,  ocorrendo, inclusive, exoneração de colegas docentes do quadro permanente da instituição. 

Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. 

Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única; dedicação exclusiva; reajustes lineares; titulação; e tempo de serviço, entre tantas outras. 

Nos orgulhamos, ainda, por contribuir com valorosos companheiros na direção do nosso Sindicato Nacional. Não citarei nomes para não ser injusto, com algum esquecimento. 

Outro grande orgulho é o fato de já termos acolhido dois Congressos do Andes:
o 10º, em 1992, quando fizemos a primeira abordagem sobre a carreira docente;
e o 25º, em 2006, quando realizamos importantes debates a partir do tema "Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”.
 

Avaliamos que, atualmente, vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. 

Outro dado que nos dá a certeza de que passamos por um momento de efervescência na região, são as novas sindicalizações. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. 

Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. Não temos nenhum novo plano de saúde, odontológico, e nenhuma chácara que atraia os colegas. Há, sim, lutas por direitos. 

É neste contexto que expressamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do Andes, em 2017, com muito calor. Ou melhor, com um grande calor humano. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 01 Fevereiro 2016 12:07

Navegando dia desses pela Internet abri um site que relacionava várias frases de para-choque de caminhão.
A maioria delas é puro humor, mas têm também as religiosas, as reflexivas e as românticas. Dizem que elas representam a filosofia e maneira de ser do brasileiro – que leva na brincadeira todas as suas desventuras.
Três delas me chamaram a atenção: “Dinheiro não traz felicidade: manda buscar”, “A felicidade não é um destino aonde chegamos, mas sim, uma maneira de viajar.” “Alguns causam felicidade em todo lugar que vão, outros em toda hora que partem”.
A palavra felicidade está no topo da cabeça de todo nós. A filosofia, desde sempre, investiga e se propõe a achar uma fórmula para o alcance da felicidade.
Tales de Mileto - que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. - nos traz a mais antiga referência sobre a felicidade. Para este filósofo “ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada”.
No mundo contemporâneo a investigação sobre o que nos traz felicidade ainda permanece.
O filósofo paranaense Sérgio Cortella aborda em suas conferências, de forma simples e educativa, este tema.
Assisti a um curto vídeo do seu pensamento sobre felicidade partindo de conceitos antigos que demonstra que a felicidade não é uma simples fórmula onde a felicidade é igual realidade menos expectativa.
Há pessoas que acham que a felicidade é a posse contínua de bens materiais. A verdade é que ela vem do essencial, como a amizade, lealdade, amor, dedicação, carinho e tantos outros valores imateriais.
Procuramos, prossegue o mestre, achar a felicidade no secundário, quando precisamos de autenticidade. A posse de bens não é essencial para encontrá-la. Nunca confundir com dinheiro, que é fundamental, e não, essencial.
Precisamos de coisas simples para ser feliz, que é um ato transitório, momentâneo - não é um estado permanente.
Aquela felicidade artificial adquirida por meio de fármacos ou outras drogas é ilusória e só faz mal à saúde das pessoas.
Temos de ter esperanças e procurar a felicidade diariamente. Ela não cai em nosso colo.
Como é difícil explicar o que é a felicidade!
“Quem busca a felicidade fora de si é como um caracol que caminha em busca da sua casa”. Constâncio C. Vigil, escritor uruguaio.

Gabriel Novis Neves
04-01-2016

Quinta, 28 Janeiro 2016 11:10

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Na novela nacional de maior audiência dos últimos tempos, a “Corrupção Brasileira”, que parece não ter fim, “o ex-chefe da OAS (Leo Pinheiro) citou quinze investigados na Operação Lava Jato”, conforme noticiou a Folha de São Paulo (FSP), em 22/01/16.

O destaque da matéria expõe fragmentos de diálogos mantidos por Leo com quatro das quinze personagens da tragédia: Eduardo Cunha (presidente da Câmara Federal); Edinho Silva (ministro da Secretaria de Comunicação); Lindbergh Farias (Senador/PT) e Ciro Nogueira (Senador/PP).

Tais diálogos, expostos na modalidade de mensagens de texto, também conforme a FSP, giraram em torno de negociação para encontros, lobby sobre temas do Congresso e pedidos de doação para campanhas.

Dos quatro diálogos destacados na matéria jornalística, o último deles – não pela essência, mas pela referência utilizada – me inquietou mais do que os outros. A conversa ocorre entre Leo e Ciro Nogueira:

1) Leo: quarta vc vai estar em Brasília? Se estiver que horas podemos falar?

2) Nogueira: Estarei sim, vamos tomar café na minha casa?

3) Leo: Vamos. 8h ou 8h30?

4) Nogueira: O que for melhor para vc, pôs (sic.) sou do sertão e acordo cedo kkk

5) Leo: Como somos sertanejos as 8hs. Abs.”

Sertanejos? Como assim?

Até essa conversa – que de fiada pode não ter nada – entre os ilustres “sertanejos”, que serviu para esquentar ainda mais a trama de nossa novela, a minha visão do sertanejo não se diferenciava muito da que é posta em “Lamento Sertanejo”, uma delicada composição de Gilberto Gil e Dominguinhos.

Naquela cantiga, o sertanejo, muito mais próximo dos poetas árcades do século XVIII, se auto apresenta, dizendo:

Por ser de lá/ Do sertão, lá do cerrado/ Lá do interior do mato/ Da caatinga do roçado/ Eu quase não saio/ Eu quase não tenho amigos/ Eu quase que não consigo/ Ficar na cidade sem viver contrariado”.

Na segunda parte da canção, o mesmo sertanejo diz ainda:

Por ser de lá/ Na certa por isso mesmo/ Não gosto de cama mole/ Não sei comer sem torresmo/ Eu quase não falo/ Eu quase não sei de nada/ Sou como rês desgarrada/ Nessa multidão, boiada caminhando a esmo”.

Definitivamente, o sertanejo da canção não se parece com os dois “sertanejos” que trocaram mensagens de texto de celular. Aquele “kkk” retira a inocência, tão típica da maioria dos reais sertanejos.

Na verdade, os dois “sertanejos” do diálogo exposto estão mais próximos de outros “sertanejos” do cenário político brasileiro, muitos deles já estrelando capítulos importantíssimos de nossa novela sem-fim.

Mas, afinal, com quem os “sertanejos” tão desenvoltos nas mensagens de computadores se parecem?

Com os elencados por Ruy Castro em “Gente Fina” (FSP; 22/01/16): o ex-presidente da República, sua esposa e Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Rousseff no Senado, erigido das brenhas do pantanal mato-grossense.

Esses “sertanejos”, cada qual a seu jeito transformado em “gente fina”, deixaram de gostar de cama dura, de comer torresmo... Venceram a timidez e a mudez. Venceram a solidão das longínquas veredas. Ganharam o mundo. 

Aliás, um deles fala tanto, que já chegou a ser um dos mais bem pagos palestrantes do mundo capitalismo. E se o sertanejo – como aqueles de “Grande Sertão: veredas”, de Guimarães Rosa – bebia água dos riachos na palma das mãos, calejadas de tanto trabalhar honestamente com a enxada, os “sertanejos” transformados em finíssimas gentes gostam muito de holofotes e de coisas como um Romanée-Conti, o tinto francês de que só se produzem 6.000 garrafas por ano, consoante Ruy Castro.

Quarta, 27 Janeiro 2016 20:05

No terceiro dia de atividades do 35º Congresso Nacional do ANDES - Sindicato Nacional, 358 delegados (de 74 seções sindicais), nove deles representando a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind), participam do Grupo Misto III, com o tema “plano de lutas dos setores”, que tem o objetivo de destacar as prioridades e estratégias das reivindicações da categoria em 2016. 

Os grupos mistos funcionam com a seguinte dinâmica: analisar os temas em profundidade com número reduzido de pessoas, tendo como base o caderno de textos que reúne contribuições elaboradas pela diretoria, mas também pela base, e depois voltar a debatê-los com toda a categoria em plenária. 

Desde o início do Congresso, na segunda-feira (25/01), questões como “movimento docente, conjuntura e centralidade da luta” (tema I) e “políticas sociais e plano geral de luta” (tema II) vêm sendo debatidas, considerando as relações políticas nacionais e internacionais que atingem diretamente a vida dos trabalhadores brasileiros. 

Sobre o tema I, em plenária realizada ainda na segunda-feira, os docentes de todo o país decidiram, após análise de conjuntura aprofundada, que a luta em 2016 deve ser centralizada pela defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores, com a intensificação do trabalho de base e fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical, estudantil e popular, na construção do projeto da classe trabalhadora. 

O tema II, sobre políticas sociais e plano geral de luta, deve voltar a ser amplamente debatido na plenária prevista para a tarde dessa quinta-feira (28), assim como o tema III, acerca do plano de lutas dos setores, será apreciado em plenária na sexta-feira (29). Ainda na sexta-feira e também no sábado (30), os docentes debaterão as questões organizativas e financeiras do ANDES-SN (tema IV). 

A plenária de encerramento do evento será às 14h do sábado. 

Além dos 538 delegados, participam do 35º Congresso Nacional do ANDES-SN, que esse ano tem o tema “Em defesa da educação pública e gratuita, e dos direitos dos trabalhadores”,  74 observadores, 6 convidados e 33 diretores do Sindicato Nacional. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 27 Janeiro 2016 18:36

No terceiro dia de atividades do 35º Congresso Nacional do ANDES - Sindicato Nacional, 358 delegados (de 74 seções sindicais), nove deles representando a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind), participam do Grupo Misto III, com o tema “plano de lutas dos setores”, que tem o objetivo de destacar as prioridades e estratégias das reivindicações da categoria em 2016. 

Os grupos mistos funcionam com a seguinte dinâmica: analisar os temas em profundidade com número reduzido de pessoas, tendo como base o caderno de textos que reúne contribuições elaboradas pela diretoria, mas também pela base, e depois voltar a debatê-los com toda a categoria em plenária. 

Desde o início do Congresso, na segunda-feira (25/01), questões como “movimento docente, conjuntura e centralidade da luta” (tema I) e “políticas sociais e plano geral de luta” (tema II) vêm sendo debatidas, considerando as relações políticas nacionais e internacionais que atingem diretamente a vida dos trabalhadores brasileiros. 

Sobre o tema I, em plenária realizada ainda na segunda-feira, os docentes de todo o país decidiram, após análise de conjuntura aprofundada, que a luta em 2016 deve ser centralizada pela defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores, com a intensificação do trabalho de base e fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical, estudantil e popular, na construção do projeto da classe trabalhadora. 

O tema II, sobre políticas sociais e plano geral de luta, deve voltar a ser amplamente debatido na plenária prevista para a tarde dessa quinta-feira (28), assim como o tema III, acerca do plano de lutas dos setores, será apreciado em plenária na sexta-feira (29). Ainda na sexta-feira e também no sábado (30), os docentes debaterão as questões organizativas e financeiras do ANDES-SN (tema IV). 

A plenária de encerramento do evento será às 14h do sábado. 

Além dos 538 delegados, participam do 35º Congresso Nacional do ANDES-SN, que esse ano tem o tema “Em defesa da educação pública e gratuita, e dos direitos dos trabalhadores”,  74 observadores, 6 convidados e 33 diretores do Sindicato Nacional. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 27 Janeiro 2016 17:51
Luta dos docentes no Paraná contra os ataques do governo do estado foi ressaltada durante a plenária 

Com a presença de mais de 450 participantes até o momento, teve início na manhã desta segunda-feira (25), o 35º Congresso do ANDES-SN. Instância máxima de deliberação do Sindicato Nacional, o congresso ocorre na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba, até sábado (30). Durante o evento, docentes de todo o país definirão a centralidade da luta e os planos de lutas da entidade para 2016.

A apresentação de abertura ficou a cargo da Orquestra à Base de Cordas, que apresentou composições próprias, arranjos de músicas populares como “Carinhoso”, de Pixinguinha, e contou com a participação do professor Jazomar Vieira, interpretando uma canção de sua autoria.

A mesa de abertura foi composta por representantes do Sindicato dos Docentes da UTFPR (SindUTFPR - Seção Sindical do ANDES-SN), que recebe o congresso, da Fasubra, Mosap, Cfess, Anel, da UTFPR, Sinal e CSP-Conlutas, além de diretores do ANDES-SN. Em suas falas, os dirigentes ressaltaram a capacidade de organização do Sindicato Nacional, como um exemplo de luta em defesa da educação pública e também dos direitos da classe trabalhadora.

Jordan Pereira, do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), ressaltou a importância do ANDES-SN no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, espaço que o Sinal divide nas lutas dos SPF, e seu aprendizado com a mobilização dos docentes.  “A capacidade de organização dos professores em defender os trabalhadores e  a qualidade da educação, faz com que esse país não saia dos trilhos de vez. Continuem com a capacidade de organização e luta que vocês têm. O ANDES-SN é exemplo para todos nós”, saudou Pereira.

Representando a CSP-Conlutas, Paulo Barela, destacou que o 35º Congresso se realiza num momento bastante difícil para a classe trabalhadora, com o agravamento da crise econômica mundial. “O congresso, ao mesmo tempo em que é realizado numa cidade emblemática, em função da luta desenvolvida pelos servidores públicos, sobretudo pelos professores, e que se consagra numa campanha pelo fora Beto Richa, também se coloca num cenário de muitos ataques”, ressaltou.

Barela lembrou ainda que o governo anuncia uma nova reforma da previdência, que, combinada com a reforma de 1998 e de 2003, vai aprofundar o ataque à aposentadoria dos trabalhadores, principalmente das trabalhadoras, já que se pretende elevar a idade de aposentadoria para 65 anos e igualar homens e mulheres, como se, no sistema capitalista as mulheres não fossem muito mais exploradas que os homens. 
 

“Nós entendemos que as resoluções deste congresso certamente serão resoluções que vão responder a essa política do governo e vai armar a luta dos docentes no sentido de, em unidade com os demais servidores públicos e com os trabalhadores em geral, fortalecer a CSP-Conlutas, que é a alternativa independente dos trabalhadores hoje, e também fortalecer o terceiro campo, a partir do Espaço Unidade de Ação, que já tem elaborado algumas propostas, com a realização de uma grande marcha ainda nesse primeiro semestre, sem data definida”, concluiu. 

Edson Fagundes, presidente da SindUTFPR – Seção Sindical do ANDES-SN, afirmou que a realização do 35º Congresso na UTFPR é importante neste momento, pois a seção sindical completa 25 anos e enfrenta um processo de expansão da UTFPR, com a ampliação de 13 para 14 campi. “Então, o congresso é importante para organizar a própria seção sindical e motivar a militância, também pela própria história do ANDES-SN, que são 35 anos de lutas não só pelos professores, mas em prol da classe trabalhadora, mas especialmente pelo contexto do paraná e de tudo que aconteceu nesses últimos doze meses, envolvendo especialmente os professores da rede pública”, comentou.

 

Em sua fala, o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, também destacou os 35 anos do Sindicato Nacional, comemorados em fevereiro deste ano. A data está sendo marcada no Congresso com uma exposição de registros fotográficos da história da entidade. Rizzo ressaltou ainda a luta dos docentes do Paraná, como um dos exemplos de enfrentamento à retirada de direitos, assim como a mobilização dos estudantes de São Paulo e Goiás, com as ocupações das escolas, e recentemente as manifestações contra o aumento da tarifa de transporte público, que mostram que os movimentos estão nas ruas em defesa de seus direitos e respondendo aos ataques. 

Rizzo destacou também a grande participação dos docentes no 35º Congresso. “Estamos com a expectativa de boas discussões durante o congresso, pois ele ocorre num momento em que o ANDES-SN, a partir de sua base, discutirá e encaminhará orientações precisas para enfrentar a conjuntura difícil que se apresenta para 2016”, avaliou.

Lançamentos

Durante a plenária de abertura do 35º Congresso, foram lançadas a 57ª edição da revista Universidade e Sociedade, com a temática “As lutas sociais ante a agenda do capital”, e a publicação da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff SSind), Rebeldia e Resistência, que conta a história de resistência dos docentes da UFF durante a ditadura militar. 

Fonte: ANDES-SN

Quarta, 27 Janeiro 2016 17:48

 

1 - Abrimos 2016 com o pais em grave e insustentável crise politica, ligada umbilicalmente a crise econômica, com determinações internacionais e, expressivamente locais. Neste contexto, produzimos teses e propostas para debater a agenda política anual da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior, o ANDES-SN para enfrentamento especialmente da crise  sobre a educação e as Universidades do pais. Não há ensino qualificado sem a produção de conhecimentos voltados para as necessidades da população. Realça a PEC 10/2014, criando o Sistema Único  Educação Pública. Nada a ver com o que defendemos para o SUS e para a Cultura, Trata-se de romper com a autonomia outorgada pela Constituição  para este nível de ensino. Retomam o PL  518/2004, que propõem a mercantilização da educação, transformando o MEC em Ministério da Educação de Base, levando o ensino superior, a pesquisa, a extensão e avaliação para o Ministério da Ciência e Tecnologia, no caminho para demanda de mercado. Mais uma conexão, o PL 4648/2012 criando em seu artigo primeiro um  fundo patrimonial,  tirando de vez do Estado o dever do  financiamento público.  É o empresariamento do ensino superior público. Além do  corte de no mínimo 11 bilhões da educação, o Acordo Geral de Comércio e Serviços  (AGCS) da Organização Mundial do Comércio, no  Acordo Trade in Service Agreement (TISA), voltando a educação para o mercado, além de romper com a proteção para setores como  saúde, deixando de ter características de serviços públicos. Uma agenda importante, dentre outras, é o Encontro  Nacional da Educação, realizado de forma autônoma e independente para discutir, avaliar  e propor  novas intervenções em todos níveis no sistema de ensino  brasileiro. Na economia, a crise  internacional tem de fato efeitos sobre o Brasil e os condicionantes específicos aqui produzidos que  corroem os pilares desta nossa decadente  República, frente a uma maioria esmagadora de Congresso, partidos  e Governo manietados, servindo a interesses espúrios. A crise politica corre na promiscuidade entre níveis de poderes e agentes externos, instalando balcões de negócios distantes do interesse  público. A corrupção alastrada depende da  firme  e leal atuação do Ministério Público, Polícia Federal e de juízes comprometidos visceralmente  com  a  justiça. Uma vergonha aos que professam o direito como uma nobre profissão, a “ Carta da impunidade” assinada  por pouco mais de uma centena de advogados com inconsistentes acusações à Lava Jato, naturalmente defendendo seus clientes contraventores. Somente 4 por cento das decisões do juiz Sérgio Moro e sua  grande equipe não foram acatadas pelos tribunais superiores, tal a consistência da sua atuação. A Lava Jato não pode parar, custe o que custar, é preciso garantir que eles não passarão, enfim, ameaçando chegar até as mais altas autoridades da nação. Os reflexos da crise mundial na economia brasileira manifestam--se a partir das características de um país dependente e semicolonizado O marco mais recente vem da crise dos EUA em 2008, alastrada por toda Europa. Em países como o nosso, a crise aumenta a rapina, com  efeitos imediatos como  presenciamos agora  no desemprego  índices não vistos nesses últimos vinte anos, inflação, juros altos, supressão de direitos sociais, em uma economia subordinada drasticamente ás oscilações internacionais. Especialmente   flutuando nas causas e impactos  internos da péssima gestão pública e seus desvios, que sangram a economia nacional , com  um Congresso mais conservador e atrasado em todos os tempos. O declínio mais que trombeteado, ignorado por lideranças como Lula da Silva e sua (ex?) pupila, então Presidente. Lembram os quadrinhos do saudoso Henfil, em “Ubaldo, o Paranóico”. Mania persecutória até que ponto consciente, levando petistas fanáticos e neófitos oportunistas também ao delírio, na defesa dos desvios, trapalhadas e mania de grandeza. Ou  será uma performance e ensaio de esquizofrenia? Escárnio à mostra!

Waldir Bertúlio

Professor aposentado da UFMT

Sábado, 23 Janeiro 2016 08:43


Os docentes aposentados da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) iniciaram 2016 com pique total. Para marcar o Dia Nacional do Aposentado e da Previdência Social (comemorado em 24/01), o GT de Aposentados da Associação dos Docentes (Adufmat-Ssind) realizou, nessa quinta-feira, 21/01, um Colóquio sobre Previdência Social e Dívida Pública, encerrado com um sarau cultural animadíssimo, regado à música e poesia.     

O debate, obviamente, interessa a todos. Afinal, o governo federal anunciou, desde os primeiros dias do ano, que seu foco, em meio a “crise econômica”, será a Previdência Social, que está completando 93 anos (24/01/1923 – Lei Elói Chaves). Depois dos últimos ataques ao setor, os trabalhadores permanecem alerta. Além disso, a presidente Dilma Rousseff acaba de vetar a realização da auditoria da Dívida Pública, protelando mais uma vez uma importante determinação da Constituição Federal de 1988. 

Parte da pauta de discussão da categoria docente em âmbito nacional, os dois temas, além de muito importantes, são praticamente inseparáveis. “Os recursos destinados à dívida pública são recursos que deixam de ser investidos em políticas sociais, ameaçando a educação pública, a saúde pública, a segurança pública, a previdência social”, explicou o professor convidado para o Colóquio, Dr. José Menezes Gomes, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). 

Antes dele, José Airton de Paula, membro do GT Aposentados da Adufmat-Ssind, já havia falado das perdas que os trabalhadores têm quando se aposentam: adicional de insalubridade, e auxílios alimentação, creche, saúde, entre outros. Na mesa de abertura, junto ao presidente da Adufmat-Ssind, Reginaldo Araújo, e a professora Maria Clara Weiss (também membro do GT Aposentados), de Paula lembrou, ainda, que a própria Constituição não permite que os recursos destinados ao pagamento da dívida (quase 50% do orçamento da União, atualmente) sejam revertidos para os serviços públicos.      

De acordo com a exposição do professor da UFAL, José Menezes Gomes, provavelmente a auditoria da dívida no Brasil apontaria justamente para essa necessidade, de reverter recursos da dívida para os setores públicos. “A auditoria da dívida pública no Equador, por exemplo, acabou redefinindo os investimentos nos gastos sociais”, disse Menezes, apontando para o gráfico crescente dos investimentos nas políticas sociais do país, que passou de menos de U$$ 1 milhão para mais de U$$ 6 milhões entre os anos 2000 (quando a auditoria foi realizada) e 2011. 

O docente destacou, ainda, que as dívidas públicas não foram feitas para beneficiar a população, mas sim setores produtivos, como os de usineiros, em Alagoas, e de latifundiários, em Mato Grosso. “A dívida é pública, mas os benefícios foram privados”, afirmou. E continuam sendo, já que o pagamento da dívida é feito a grandes grupos financeiros. Dívida, aliás, que se multiplica com o passar dos anos, devido aos contratos com taxas de juros flutuantes, e variações do dólar. “Tudo indica que isso tudo pode ser um tipo de corrupção institucionalizada. É dinheiro público utilizado para sanar dívidas privadas, para bancos [...] Quem se lembra que nos Estados Unidos, quando quebrou a Bolsa de NY, o governo liberou imediatamente U$$ 750 milhões para salvar os bancos? Depois, quando quiseram ampliar o acesso à saúde para a população, que custaria cerca de U$$ 40 milhões, acharam um absurdo!”, comentou Menezes.      

O docente fez questão de marcar, do início ao fim da sua fala, a sua relação e a importância de preservação e ampliação dos direitos sociais, com qualidade. “Se não existisse educação pública eu não estaria aqui, mas provavelmente ainda na difícil condição social em que nasci, em Poxoréu [257 Km de Cuiabá-MT]. Por isso, agradeço à professora que me alfabetizou e a todos os outros”, disse. 

Assalto! 

Foi um susto, mas em poucos minutos os participantes do Colóquio já riam, relaxados. Se bem que o texto divertido do ator Milton Petrella, do grupo Assalto, exigiu atenção pelo conteúdo crítico e pela rapidez com que foi dito. A apresentação foi rápida, mas muito divertida. Petrella explicou, ao fim, que o projeto surgiu há mais de 20 anos, quando ainda era estudante da Universidade de São Paulo (USP). Viajando por todo o Brasil, entrando nas salas de aula e eventos quando convidados, a intenção é, somente, assaltar o público com poesia e alegria. 

Homenagens 

Foi a professora Marília Beatriz, aposentada da UFMT e presidente da Academia Mato-grossense de Letras, que apresentou os livros lançados na noite. O primeiro, uma homenagem póstuma do professor Roberto Boaventura ao Pe. Pimentel ou Avoante do Cariri. “Você dialoga brilhantemente com o Avoante do Cariri, de maneira carinhosa, como se ele estivesse na sua frente”, comentou a presidente.    

O Avoante do Cariri foi, também, professor da UFMT, e morreu em 2007, dois dias depois de entregar o conjunto de sua obra ao professor Roberto Boaventura. “Eu estava prestes a agradecer o presente que o professor Pimentel deixou na minha mesa, mas eu demorei demais. Demorei dois dias”, lamentou Boaventura. 

De acordo com o professor, o Avoante ainda não tem o reconhecimento merecido no estado, diante da sua contribuição intelectual. “Ele precisa ser respeitado, não só como colega, ex padre, mas como poeta. Com dois mestrados na área de Linguagens na UFMT, não é possível que ele permaneça no esquecimento. Ele tinha um olhar social, crítico, enxergava os mais pobres, criticou a ditadura militar”, afirmou. 

Com essa expectativa, no dia 03/02, uma cerimônia no Foyer do Teatro da UFMT marcará nova homenagem ao poeta, quando Boaventura falará mais sobre os livros que resultaram dessa breve história: “Desovas em Trovas” (seleção de poemas de Avoante do Cariri) e “Abrangência dos voos poéticos de Avoante do Cariri” (de autoria do prof. Roberto Boaventura). 

Também foi especial a apresentação do livro “América e os Guardiões das Culturas Autóctones”, da professora Therezinha Arruda. “A Therezinha não é apenas uma historiadora. Ela é uma pessoa apaixonada pela América Latina”, afirmou Marília Beatriz. 

Emocionada, a autora do livro contou que obra surgiu de um projeto para o qual foi convidada, com o objetivo de contar histórias, mas também a partir do incentivo de seu companheiro cubano, já falecido. “Eu pensei, que histórias eu vou contar? Vou falar sobre as experiências na América Latina. Nunca quis viajar para outros países da Europa ou para os Estados Unidos”, afirmou. 

Em nome do Departamento de História da UFMT, a professora Maria Adenir Peraro agradeceu publicamente a professora Therezinha Arruda, pela importante contribuição como uma das precursoras nos estudos sobre a América Latina na universidade. 

O professor José Menezes Gomes também apresentou um livro, que reúne, dentre outros artigos, um de sua autoria. Com o título a “A crise do capital, lutas sociais e políticas públicas”, a obra reúne artigos que tratam do processo de estabelecimento da dívida pública, seu avanço e a maneira como interfere nas políticas sociais.

Sarau   

As atividades do dia foram encerradas ainda com muita energia. Ao som de Sônia Moraes e convidados como Beto Boaventura, os docentes cantaram, dançaram e declamaram poesias. O professor Zacarias também deu uma palhinha ao lado dos artistas Maurício Ricardo, Bia Corrêa e sua filha Maria Clara. Também contribuíram com o importante momento de troca cultural as professoras Maria Otília e Aurelina Carmo (UFMT), e Sueli (Unemat).  

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Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind