Quarta, 18 Novembro 2015 11:23

Professor Odorico Ferreira Cardoso Neto
UFMT/CUA/ICHS
 
Em Barra do Garças, desde 1999, por meio da Lei Complementar nº. 049/99, a carreira do magistério era organizada nos mesmos padrões da Lei Complementar nº050/98 do estado de Mato Grosso.
A Lei Complementar nº 162 de 03 julho de 2014 que alterou os dispositivos da Lei Complementar nº 049 de 17 de maio de 1999 e da Lei Complementar nº 151 de 05 de julho de 2013, historicamente, retirou a condição de vanguarda educacional do município, trazendo retrocesso, desrespeito e luto aos profissionais da educação municipal. A ação de tornar a educação municipal “anoréxica” foi do prefeito apoiada por nove (09) parlamentares. O que foi alterado?
Art.2º - Para efeitos desta Lei Complementar, entende-se por profissionais do magistério público da educação básica aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares da educação básica, em suas diversas etapas e modalidades.
Art. 44 – Fica implantado por esta Lei Complementar em consonância com a Lei Federal nº 11.738/2008, o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, na forma de subsídio, em parcela única, para jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais; referentes às demais jornadas de trabalho, serão proporcionais ao valor do piso salarial.
Parágrafo único – A implantação pela Lei do piso nacional da educação básica compreende somente aos profissionais mencionados no artigo 2º desta Lei Federal nº 11.738/2008, não alterando vencimento dos demais servidores, cujos reajustes obedecerão ao regime normal de recomposição salarial da Municipalidade.
O professor e vereador Kiko em manifesto dirigido ao prefeito Roberto Ângelo Farias, ao Presidente do PT e Vice – Prefeito Mauro Gomes Piauí, aos dirigentes e militantes da Educação e aos vereador@s assim se expressou em relação à derrubada da Lei Complementar 049/99:
[...] Quando Vossa Excelência mandou o projeto de lei, dispondo sobre a alteração da Lei Complementar 049/99 sem discutir com os educadores, com a Secretária de Educação, com o líder do prefeito na Câmara, que é professor, mudando coeficientes, achatando a carreira do magistério, excluindo em torno de 400 profissionais da educação da carreira, não visualizo alternativa que não seja sair da liderança do governo. [...] Mexer na carreira dos profissionais da educação para assegurar o pagamento do piso nacional, retirando dela os técnicos administrativos e o apoio administrativo representa retrocesso nas lutas históricas, havendo quebra no pacto pela educação de qualidade. A carreira está consolidada e o piso é uma conquista a partir de 2009 não implementada em nosso município.
O que estava escrito na Lei Complementar nº. 049/99?
TÍTULO II
DA ESTRUTURA DA CARREIRA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CAPÍTULO I
DA CONSTITUIÇÃO DA CARREIRA
Art. 3° A carreira dos Profissionais da Educação Básica é constituída de três cargos:
I - Professor - composto das atribuições inerentes às atividades de docência, de coordenação e assessoramento pedagógico, e de direção de unidade escolar;
II - Técnico Administrativo Educacional - composto de atribuições inerentes às atividades de administração escolar de multimeios didáticos e outras que exijam formações específicas; e
III - Apoio Administrativo Educacional - composto de atribuições inerentes às atividades de nutrição escolar, de manutenção de infraestrutura e de transporte, ou outras que requeiram formação em nível de ensino fundamental.
A Lei Complementar 049/99 foi desestruturada, tendo em vista que houve quebra na composição da carreira, permeado de um retrocesso de praticamente de quinze (15) anos de história. A lei aprovada vem sendo contestada judicialmente, o prefeito chegou a ser afastado do cargo por não cumprimento de decisão judicial, contudo retomou ao cargo. Perdeu mais dois recursos, mas ações protelatórias continuam respaldando a decisão de não fazer pela valorização do magistério. 
Os últimos acontecimentos em relação à epopéia do piso apontam que no dia 12/11/2015 o Supremo Tribunal Federal suspendeu a liminar que mandava pagar o piso. A suspensão teve apoio do Procurador Geral do Ministério Público Federal Rodrigo Janot. 
A LIMINAR suspensa ordenava que o réu (Prefeitura de Barra do Garças) cumpra a Lei do piso nacional de forma determinada pela “lei 11.738/2008, observando os coeficientes fixados na Lei Complementar nº 133/2010, para os profissionais do Magistério público da educação básica, classes “B, C, D e E”, neste município, sob pena de multa diária, no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em face da flagrante inconstitucionalidade do art. 49, relativo aos coeficientes fixados tanto na Lei Complementar n° 151 de 05 de Julho de 2013 quanto no projeto de Lei Complementar 007/2014, transformado na Lei Complementar nº162/2014.”
Um “desinformativo” local se apressou em dizer que a prefeitura de Barra do Garças está pagando o piso nacional dos professores desde 2013. A decisão de novembro não é de mérito. O “juridiquês” ensina que “LIMINAR significa início, começo. No linguajar jurídico, medida liminar é a decisão que analisa um pedido urgente. É uma decisão precária, uma vez que a medida pode ser revogada e o direito sob análise pode ou não ser reconhecido no julgamento de mérito da causa”.
O que o prefeito alega para continuar sem pagar o piso? Alega que se pagar estará sob grave ameaça de lesão à ordem e à economia públicas, circunstância que justificaria a sua motivação para continuar penalizando os profissionais da educação. 
Aos desavisados que acham que cobrar “plano de governo seja coisa de canalha”, que “quem se junta a pau de galinheiro, pau de galinheiro é”, para quem acha que continuar lutando por educação de qualidade é coisa de “hipócrita”, continuo no firme propósito de não se curvar aos que lesam os educadores e cometem estelionato eleitoral. 
Continuamos na luta, pois acreditamos: “nenhum direito a menos, nenhum passo atrás”

Terça, 17 Novembro 2015 11:21

 

Nasci em casa, na “Rua de Baixo” (Galdino Pimentel, há oitenta anos, onde morei até aos onze anos de idade. 
Depois, vivi na “Rua do Campo” (Barão de Melgaço) até aos dezessete anos, quando fui concluir o ensino médio (Colégio Anglo Americano) e Medicina na Praia Vermelha (hoje UFRJ), no Rio de Janeiro. 
Sou produto do hoje Centro Histórico de Cuiabá, totalmente abandonado pelas nossas autoridades. 
Permaneci cerca de doze anos na “Cidade Maravilhosa”. Durante este período residi em treze endereços diferentes em seis bairros, todos na zona sul pelas proximidades com minha escola. 
Comecei alugando vaga em quarto e terminei em uma quitinete. 
Esse período de “pula-pula” foi enriquecedor! Absorvi muita coisa útil para a minha vida. 
Tempo de enriquecimento humanístico, para consolidar a minha educação caseira de menino do interior, com aquisição de novos valores que só me trouxeram benefícios. 
Tive muita sorte em frequentar uma excelente Escola de Medicina, com professores que disputaram o Nobel de Fisiologia (Thales Martins), que perdeu para o argentino Houssay, em cujo livro eu estudei. 
O nosso professor de Biofísica (Carlos Chagas Filho) era um dos consultores científicos do Vaticano. O corpo docente da Praia Vermelha era composto pelos melhores mestres do Brasil. 
Tinha colegas estrangeiros e de praticamente todos os Estados brasileiros, pois na ocasião possuíamos apenas vinte e três escolas para o ensino médico. 
O Rio ainda era a capital do Brasil e vivia um momento mágico de efervescência cultural com o surgimento da “bossa nova”. Elenco de jovens músicos e compositores universitários, tendo como líder o poeta Vinícius de Morais, diplomata de carreira do Itamaraty. 
O Rio era uma cidade alegre, onde não temíamos assaltos ou arrastões. 
Namorava-se nos bancos das praias com a maior tranquilidade, e nosso transporte predileto (por ser barato), eram os bondes da Light.  
Cinemas, teatros, dancings, bares, boates e restaurantes eram a cara do Rio. 
Copacabana, com sua famosa praia, era chamada de “princesinha do mar”, mas, o Arpoador no Posto 9, era o que havia de mais sofisticado em termos de praias, com as suas lindas mulheres. 
Na época, o Leblon era o fim do mundo e Ipanema a capital do Rio de Janeiro, por mérito. 
Terminei o meu curso de medicina e fiquei mais cinco anos me preparando para ser médico do interior. 
Retornei à Cuiabá e encontrei o Centro de Cuiabá bastante transformado, para pior. 
As residências desapareceram e deram lugar ao comércio. 
Depois de tudo deturpado, como é hábito acontecer, a região foi tombada, e hoje pertence ao Patrimônio Histórico Nacional. 
Seus casarões terminaram em ruínas, outros foram demolidos para dar lugar a lojas comerciais, como a casa onde nasci. 
As calçadas, com suas cadeiras de balanço, eram verdadeiras salas de visitas, e foram substituídas por moradias de dependentes químicos e mendigos. 
Sem recursos e sem políticas sociais, acabamos por nos acostumar com o abandono a que foi submetida a nossa manjedoura. Consequentemente, o aumento insuportável do índice de violência, incompatíveis com a outrora “Cidade agarrativa e linda” dos nossos poetas. 
Hoje, moro em uma torre de concreto na antiga “Rua do Caixão” (Estevão de Mendonça), de onde observo uma cidade que não é a que nasci. 
O progresso chegou! E o desenvolvimento foi esquecido.

Gabriel Novis Neves
25/10/2015

Segunda, 16 Novembro 2015 11:14

 

JUACY DA SILVA*
 
“A verdadeira amizade, que também  é uma forma de  amor, duplica as alegrias e divide as tristezas, as angústias e as incertezas da vida” Francis Bacon.

Muitas pessoas vivem  em  uma correria sem  parar. Falta-lhes  tempo para  refletir  sobre o sentido da vida, sobre os valores mais duradouros e não percebem a beleza de cada momento, o canto de um pássaro, a alegria de uma criança que corre solta, o desabrochar de uma flor, uma brisa que entra pela janela, não conseguem sonhar, não tem  esperanças e, de uma hora para outra percebem que o presente  já é quase passado e o futuro, o amanhã, pode não chegar, para si ou para quem está  tão perto, sua família, seus amig@s, vizinhos, colegas de trabalho, de escola  ou de igreja

A vida é  uma caminhada, para  alguns pode ser longa, às vezes chega aos cem anos ou até mais, para outros pode ser breve, poucos anos, poucos meses, não importa. Nesta caminhada vamos acumulando coisas, objetos, entulhando nossas casas, muitas   talvez  desnecessárias, isto é muito próprio  para quem se apega `as  coisas materiais  e não percebem  que ao fim da jornada neste planeta nada vão levar, nem riqueza, bens materiais, prestígio, fama, poder, opulência, riqueza, prepotência, luxúria, futilidades e coisas do gênero.

Enquanto caminhamos pela vida vamos  encontrando pessoas  com as quais compartilhamos  ideias, ideais, sonhos,  desilusões, certezas, angústias, esperanças  e  realizações. De repente  chegamos a uma encruzilhada, onde os caminhos se bifurcam, tomando rumos e destinos diferentes, as vezes opostos ou as vezes  apenas atalhos que acabam se encontrando novamente.

Da mesma forma que os encontros, nas encruzilhadas da vida  o importante é que a escolha do caminho seja feita sem mágoas, sem conflitos, sem destruição, para que  novas pontes possam ser construídas devemos  cultivar a amizade verdadeira, fundada na  compreensão, no amor, na solidariedade,  na fé e também no diálogo. Somos apenas viajantes  planetários nesta caminhada rumo `a uma nova realidade desconhecida.

William Shakespeare fala um pouco sobre a caminhada de cada pessoa quando diz  que “A alegria e a paz interior evitam os males que destroem as  nossas vidas, prolonga a própria vida e indica o caminho do amor  eterno e da felicidade duradoura”.

Mahatma Gandhi, o artífice da libertação da Índia do jugo colonial inglês e o profeta da não violência nos deixa  uma  reflexão muito inspiradora quando afirma“ Não  existe um  caminho para a felicidade pois a felicidade é o caminho que devemos trilhar ao longo de nossas vidas”

Vivamos  o hoje, o aqui e agora com alegria e esperanças renovadas,  como se o amanhã possa não chegar para nós  ou para aqueles a quem tanto amamos! Perder coisas materiais é ruim, mas muito pior é perder as pessoas, parentes ou amig@s verdadeir@s, principalmente aquelas que são importantes para cada um de nós, com  as quais  compartilhamos tantas coisas boas, momentos felizes ou até mesmo angústias  e desafios.

Que nesse dia 02 de novembro,, dia de finados, dedicado aos entes queridos e amig@s  que nos deixaram possamos ter o conforto de  suas lembranças e dos momentos felizes junto aos quais passamos! No silêncio de seu coração e no âmago de sua alma faça uma prece de agradecimento à vida e esteja feliz sempre!

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Segunda, 16 Novembro 2015 11:10
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Sexta, 13 Novembro 2015 14:51

 

Nos bancos escolares do ensino básico somos obrigados a escrever as tarefas de casa. Na Faculdade de Medicina aprendemos a escrever anamneses, que são a história dos pacientes.  
A queixa principal sempre é o título do artigo. A investigação científica dos sinais e sintomas compõe o conteúdo da matéria, no caso, as informações para o diagnóstico da doença, causa da vinda dos pacientes ao consultório. 
Sempre desconfiei que todo médico, por ofício, é um escritor em potencial. 
Pelos anos de exercício de profissão, esses textos vão sendo aprimorados e cada um desenvolve a sua técnica de passar suas perguntas técnicas ao papel. 
Esses escritos são confidenciais e só por ordem judicial podem ser revelados. 
Publicar anamneses em revistas e jornais, nem pensar! 
Pois bem, alguns psiquiatras especialistas em análise recomendam, para auxiliar na cura da autoestima perdida, a publicação de textos livres escritos pelos seus clientes, uma espécie de catarse dos seus sofrimentos. 
É um remédio amargo expor seus conceitos e opiniões ao domínio público para quem não é profissional em comunicação. 
Como é para recuperar a saúde perdida, com muito esforço alguns “heróis” aceitam essa terapêutica. 
Os primeiros artigos publicados causam um constrangimento pior que a autoestima perdida. 
Adquirido o hábito de escrever e publicar os textos e metabolizar o julgamento dos leitores, o “paciente” torna-se outra pessoa. 
Sente-se útil servindo de ponte entre semelhantes, e o ato de escrever passa a ser uma necessidade. 
Quem escreve modifica a sua própria vida e, às vezes, a de outros. 
Aprendi com a jornalista Valéria del Cueto a colocar no papel, sem nenhuma lógica, tudo que vem à cabeça. 
Nessa fase quanto menos se pensar melhor - diz a minha professora da “Ponta do Leme”. 
A fase seguinte é tentar ordenar aquele lixo em texto final. 
Sempre foi assim, sendo que a única coisa no mundo moderno que mudou foi a velocidade da informação. 
O ato de escrever, porém, produz uma coisa maior na nossa alma, que é a paz.

Gabriel Novis Neves
24-10-2015

Quinta, 12 Novembro 2015 13:42

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT 

Como sou um peixe que pouco se seduz pelos meandros sem-fim das redes sociais, tem sido comum me sentir um vertebrado aquático fora d’água em diversos momentos em que pessoas próximas comentam sobre “a última” que viram na internet. Claro que isso não me causa a sensação de “(des)pertencimento” deste mundo. Uso as redes só o necessário; e o necessário para mim é bem pouco, é quase nada.

Lógico que essa condição me impede de saber de tudo em tempo real. Dias atrás, p. ex., vi rapidamente alguns jornalistas explicando em um telejornal o significado de “jihadista”. A explicação era dada por conta de um “erro crasso” ocorrido no Facebook do Ministério da Justiça (MJ). 

Aí, reconheço, o peixe caiu na rede. Entrei no site do telejornal para me inteirar da situação. Tratava-se de um “diálogo” de um internauta com o referido ministério.

Explico: o MJ lançara a campanha “#EuTambémSouImigrante”, visando combater a xenofobia. Na busca da interação pelas redes, afirmava-se ali que “Imigrantes de todas as partes do mundo ajudam a construir nosso país”. Depois, o MJ convidava o internauta a participar da campanha e fazer o seu post.

O “facebookiano” Heder Duarte aceitou o diálogo, dizendo: “Imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil”.

A isso, responde o MJ: “Temos que (sic.) desconstruir alguns conceitos, Heder. Os jihadistas, assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem, vêm ao Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merece (sic.) respeito”.

Penso que nem nas respostas do ENEM, já subtraindo os probleminhas com a língua materna, sairia uma pérola como essa. O termo “Jihad”, em árabe, significa “luta ou empenho em disseminar a fé”, e não a designação de um povo.

Recentemente, “Jihad” passou a ser usado por radicais islâmicos como convocação para a “guerra santa”. Logo, “jihadista” é o indivíduo que atente a esse chamado.

O MJ reconheceu o “erro crasso”, dizendo que a empresa contratada para responder aos internautas já havia sido afastada.

Como?!?

Empresa responde os diálogos propostos pelos ministérios?

Até isso foi privatizado pelo governo?

Por mais absurdo que seja, sim.

Por coincidência, logo depois, vi uma propaganda do governo federal sobre o “Dialoga Brasil: o país fica melhor quando você participa”. Isso foi lançado pela presidente da República em ato público no último dia 28 de julho; ou seja, no meio da mais extensa greve das universidades federais. Greve na qual o MEC em nenhum momento recebeu o Sindicato dos Professores para qualquer tipo de diálogo. E olhem que até a sala do ex-ministro Janine foi ocupada!

Diante dessas informações, novas e estarrecedoras, pelo menos para mim, fiquei pensando: será que o Sindicato Nacional dos Docentes teria de entrar no Facebook e “dialogar” com o MEC? Ou melhor, dialogar com algum funcionário de alguma empresa privada, contratada para bater papo com internautas? É esse o tipo de diálogo que o governo estabelece com a sociedade civil organizada?

Mas voltando ao “Dialoga Brasil”. Aquele programa abrange os seguintes temas: saúde; segurança pública, educação; redução da pobreza; cultura.

Concretamente, é dito naquela página oficial que “o governo federal analisará as três propostas mais apoiadas em cada programa e dará um retorno à sociedade”.

Bem, a essa altura, só sendo mesmo um abestado das redes para perder tempo com um governo tão inconfiável.

Encerro com uma lembrança: assim como os imigrantes, os brasileiros também merecem respeito.

Quarta, 11 Novembro 2015 16:09

 

JUACY DA SILVA*

Dando continuidade à reflexão contida no artigo anterior sob o mesmo título, quando, além de apresentar uma classificação  geral das formas de violências e as pessoas ou grupos sociais mais susceptíveis de serem vítimas das mesmas, fiz um destaque bem rápido para a violência contra a mulher, um tema bem atual nas discussões em todas as esferas de poder, organizações públicas e privadas e pela população em geral.

Neste segundo artigo, gostaria de mencionar um outro tipo de violência contra as  mulheres  e que seus autores não  são alcançados pela Lei Maria da Penha. As consequências  deste  tipo de violência é bem maior e mais cruel do que todos os crimes incluídos pela violência  doméstica, no trabalho ou em locais públicos. Pouca gente percebe a gravidade desta violência que é muito sentida pelas mulheres e familiares, mas que fica quase oculta aos olhos da sociedade, dos poderes públicos e, principalmente, pelas nossas autoridades, que, na verdade são os perpetradores desta crueldade contra as mulheres.

Estamos findando o mês dedicado ao alerta sobre o Câncer de Mama, o OUTUBRO ROSA. À parte  da campanha publicitária, as discussões não  chegam ao âmago da questão, ou seja, o direito que todas as mulheres, a partir de 30 anos tem de fazerem diagnósticos precoces, principalmente aquelas que tem familiares que foram  diagnosticadas com câncer  de mama ou outro tipo de câncer  ou que vieram a morrer  decorrente  desta doença.

Enquanto mulheres  das classes alta e média possuem  recursos financeiros ou planos de saúde para buscarem atendimento médico, hospitalar ou ambulatorial, as mulheres pobres,  integrantes de grupos excluídos social e economicamente em nosso país, dependem única e exclusivamente do Sistema único de saúde, o SUS, que é bonito, lindo em sua concepção, mas  um verdadeiro caos e vergonha nacional. Alguém  deveria sugerir que nossas autoridades  fossem  obrigadas a serem atendidas pelo SUS  e ficarem em filas por meses, em corredores fétidos de unidades de saúde e hospitais públicos  como os que os meios de comunicação de massa  mostram diariamente. Só assim, iriam prceber o nível de violência e humilhação que os usuários do SUS  sofrem,  principalmente  as mulheres.

Pouco se diz de que em torno de 85% dos municípios brasileiros não tem um mamógrafo sequer, ou laboratórios para que seja possível a realização de outros exames como papa nicolau  ou outros que possam contribuir  para diagnósticos precoces da doença.

Enquanto 4.500 mulheres são assassinadas no Brasil e  isto causa uma grande comoção, o que é justo e correto quando nos indignamos contra  esta barbárie,  em 2012 nada menos do que 103.606  mulheres  foram a óbito tendo como causa todos os tipos de câncer, com destaque  para o Câncer  de mama que ceifou 16.412 mil mulheres. Dados estatísticos da Globocan, instituição de pesquisa e alerta sobre o câncer, vinculada à  Organização Mundial da Saúde, demonstram que a  situação relacionada com o câncer é  extremamente grave e sua tendência é muito alarmante  no Brasil.

As projeções da Globocan  para o Brasil indicam que, `a  medida que a população envelhece e a saúde pública continua  vivendo um verdadeiro caos,  entre 2012  e 2025 as  mortes por câncer  deverão atingir 1.76.376 mil mulheres e 2.070.474 mil homens.  Isto representa  uma média  de mortalidade anual geral  de 274.12; a média anual para homens é de 147.891   e para as mulheres 126.241.

No caso das mulheres as mortes por câncer  representam 28 vezes mais do que a média dos feminicídios – assassinatos de mulheres. Enquanto os assassinos de mulheres podem ser alcançados pela justiça e levados `as  barras dos tribunais e condenados, tendo como instrumentos  de defesa a Lei Maria da Penha, e os códigos penal   e de processo penal, as mortes de centenas  de milhares  de mulheres  por câncer, seus autores  jamais serão pegos, pois  estão  a salvo nas entranhas burocráticas e na corrupção  que rouba o dinheiro público necessário para construir e equipar hospitais, laboratórios, contratar e pagar profissionais capacitados para atendimento nesta área, prover tratamento, medicamentos para as pacientes.

Em 2015 o câncer  de mama deverá  ceifar a vida de 17..872  mil mulheres, o de útero mais 9.100; de ovário 4.211; de pulmão 12.233; de coloretal mais 9..974 e de estômago 6.072. Apenas  esses seis  tipos de câncer  serão  responsáveis por quase 60 mil mortes de mulheres, principalmente a partir da faixa  etária dos 30 anos, agravando-se mais a partir da faixa  de 49 anos.

Somente durante esses cinco anos de mandato da Presidente  Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil e que só neste ano cortou mais de 11 bilhões de reais do Ministério da Saúde, o câncer e o caos na saúde pública  deverão matar mais  de 265 mil mulheres. Com  certeza  esta é a maior violência  que  está sendo cometida contra as mulheres brasileiras. Enquanto isso os Governos Lula/Dilma/PT seus aliados vem cortando sistematicamente bilhões  de reais da saúde pública, com  a justificativa de um equilíbrio  fiscal que, na verdade, é um  engodo para não dizer   que  a grande prioridade do Governo Federal é o pagamento  de juros, encargos e a rolagem da dívida pública que  em setembro ultimo atingiu mais de 2,7  trilhões de reais.  Só de juros sobre  esta dívida impagável  o Governo Dilma tem gasto  mais de  300  bilhões por ano, enquanto para o combate ao câncer e a saúde pública sobram praticamente  migalhas  depois da parte que vai para alimentar os lucros e acumulação de capital dos grandes bancos e instituições financeiras nacionais e internacionais.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs de MT e de alguns outros estados. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Terça, 10 Novembro 2015 16:01

 

Hoje vivemos uma incerteza angustiante. Saber quem vai perder o cargo primeiro - se a Presidente da República, se o Presidente da Câmara dos Deputados ou se o Ministro da Fazenda. 
Esta dúvida acarreta um desânimo muito grande em todos aqueles que trabalham e pagam impostos exorbitantes. 
Políticos profissionais palpiteiros, mas com um bom cacife, só pensam em tirar do governo o ministro de uma pasta iminentemente técnica, que é a Fazenda, e colocar em seu lugar um irresponsável comprometido com políticas públicas, que visam, unicamente, o poder, e não, a solução da grave crise financeira que nos atinge. 
O grandalhão do Bradesco vive na corda bamba assistindo seus planos de reajuste fiscal e contenção de despesas inúteis irem por água abaixo. 
A palavra da presidente, garantindo a permanência do seu ministro da Fazenda, não vale nada, pois, de há muito terceirizou o poder para não ser cassada, e a política está comandando a economia, e não, o contrário. 
Com isso, o país vive um desânimo que, segundo estudiosos no assunto, se deve mais à ausência de perspectiva política que econômica. 
Como consequência, os hotéis estão com leitos ociosos, os restaurantes vazios, sendo que muitos estão pedindo concordata ou fechando mais cedo por falta de frequentadores. 
Parece que ninguém mais está saindo à noite para se encontrar ou comemorar. 
A falta de dinheiro é um fator importante, mas o desânimo da população é maior.
Só os ricos e milionários ainda não foram acometidos desse mal, não tendo sido necessário mudar os seus hábitos – por enquanto. 
É indiscutível a crise da falta de ânimo que tomou conta deste país da corrupção, do desemprego e da violência. 
Não é mais possível viver nessa gangorra!   
Enquanto isso, a nação está arrecadando menos impostos devido a recessão, produzindo menos riquezas, seu povo sofrendo e perdendo sua autoestima. 
Vamos reagir minha gente! 
Não deixe para amanhã, o que você pode fazer hoje - diz o sábio e antigo ditado popular. 
Tem de ser encontrada uma solução para ressuscitar este gigante adormecido! 
Continuar assim? Não é possível! 

Gabriel Novis Neves
23/10/2015

Segunda, 09 Novembro 2015 17:52

 

JUACY DA SILVA*
 
A questão da violência é um tema recorrente nas discussões  acadêmicas e também entre autoridades, gestores públicos, entidades da sociedade civil organizada e de representações profissionais,  o Sistema judiciário e os operadores do direito. Enfim, é  uma  realidade que ronda e amedronta milhões de famílias pelo mundo afora e também está muito presente em nosso Brasil, país que ostenta um dos maiores índices de violência do planeta, contrapondo-se aos discursos da cordialidade do brasileiro.

A violência se manifesta das mais variadas formas, incluindo contra o patrimônio, com roubos, furtos, invasões de propriedade e domicílios ou contra a pessoa com ameaças de mortes, estupros, assassinatos, sequestros, latrocínio, espancamentos, lesões  corporais, cárcere privado. Existe  também  a violência psicológica, a violência  econômica, como o trabalho escravo, a falta de comida, a pobreza, a miséria ou até mesmo a violência religiosa marcada por imposição de dogmas, lavagem cerebral e outras manipulações psicológicas.

Costuma-se dizer que a violência é democrática, ou seja, atinge todas as camadas socioeconômicas ou classes sociais, todos os estados e regiões, faixas  etárias, ambos os sexos e diferentes orientações ou opções sexuais  e cidades  de todos os tamanhos.

Todavia,  os números da violência apresentam  um quadro um pouco diferente, não  confirmando  que a mesma  seja  tão democrática. Dados do Mapa da Violência, em suas diversas apresentações e também de diversos estudos e fontes oficiais, dos Governos Federal e Estaduais  demonstram que alguns grupos são mais vulneráveis e susceptíveis à violência do que outros. Entre  esses grupos podemos destacar: crianças, adolescentes, mulheres, pessoas negras  e  pardas, afrodescendentes, idosos, integrantes da comunidade LGBT, pobres, moradores  de favelas e outros mais, incluindo minorias étnicas como indígenas  e  imigrantes.

Em  decorrência, existe uma  grande mobilização por parte  desses grupos que mais sofrem  com a violência para que suas demandas sejam incluídas nas pautas políticas ou agenda nacional, estadual e municipal dos poderes públicos, principalmente buscando a definição  de políticas públicas e ações  que reduzam  a violência, bem como outras ações que tenham alcance de longo prazo, no sentido de prevenir que a violência  venha a ocorrer.

Diversas propostas para  reduzir ou acabar com a violência  acabam gerando polêmicas, como, por  exemplo, a pena de  morte , prisão perpétua,  aumento do tempo de encarceramento ou para a progressão de regime prisional, redução  da maioridade penal e assim por diante.

Um dos debates mais presentes nos últimos dez anos tem sido a violência contra a mulher, principalmente após a promulgação da Lei 11.340, de 07/08/2006, popularmente  conhecida como Lei Maria da Penha. A importância  desta Lei, principalmente  em seu sentido simbólico é reconhecida por toda a sociedade, tanto é verdade que, prestes  a completar uma década de sua  promulgação, no próximo ano,  foi  o tema da redação do ENEM  realizado no último final de semana, quando mais de sete milhões  de estudante tiveram a oportunidade de refletir pelo menos por alguns minutos sobre esta questão.

Alguns números indicam a magnitude desta modalidade de violência. Só no primeiro semestre  deste ano o telefone 180, que  recebe nacionalmente denúncias e pedidos de Socorro de vítimas  da violência contra  a mulher registrou mais  de 32 mil chamadas.  Por ano  são assassinadas, em média, no Brasil 4.500 mulheres, com índices que  variam do Espírito Santo com  9,8  assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres  ao  menor índice  registrado no Piauí  com 2,5.  O Brasil apresenta um índice de 5,9 , ocupando a 7a. posição na incidência de violência contra a mulher, entre 84 países cujos dados são  monitorados pela ONU e outras organizações  internacionais.

Entre  1980 e 2011  foram  registrados 96.612 assassinatos de mulheres, representando  17,4% do  total de assassinatos que foram registrados no Brasil, algo quase inimaginável: 556 mil pessoas foram  assassinadas em nosso país nesse período, número muito maior do que em muitas guerras e conflitos sangrentos pelo mundo afora.

Oportunamente voltarei a este tema da violência contra a mulher, abordando outros aspectos que também  são  relevantes e às vezes acabam passando despercebidos.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia. Articulista de Jornais, Sites e Blogs. E-mail  O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@profjuacy

Sexta, 06 Novembro 2015 15:29

Darci Secchi

Conforme foi divulgado por esse Espaço Aberto e pela mídia local, o Grupo PET-Educação realizou, ao longo da última semana, mais uma etapa do Projeto Arte Pós-Descarte. Desta feita, foram expostas no saguão do Restaurante Universitário, quarenta peças artesanais produzidas com raízes, cepas e galhos desvitalizados recolhidos no entorno da UFMT.

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