Segunda, 23 Maio 2016 10:39

 

 

JUACY DA SILVA*

 

Quando milhões de pessoas saíram às ruas para protestarem contra o Governo Dilma e pedir sua saída, os slogans empunhados nas manifestações eram claros e indicavam o que o povo indignado desejava em termos de mudanças de rumo para o Brasil.


Essas  mensagens eram claras e diziam FORA DILMA, FORA LULA, FORA PT e FORA CORRUPTOS, IMPEACHMENT JÁ,  ou seja, não havia nenhuma faixa que demonstrasse que o lugar de Dilma deveria ser ocupado por Temer. Isto era demonstração de que a população não via a saída da crise pela mera substituição do Governo capitaneado pelo PT pelos partidos  que ao longo de 13  anos sempre apoiaram os governos Lula e Dilma, incluindo o PMDB, como núcleo central do “novo governo”, que de novo parece que só vai substituir as logomarcas do governo Dilma.


Mesmo que a chegada de Temer a Presidência seja calcada na legalidade, falta-lhe legitimidade para essa função, aos olhos do povo é o mesmo que trocar seis por meia dúzia, tendo em vista que o mesmo fazia parte do (des)governo Dilma, que só foi eleita graças ao apoio do PMDB e diversos partidos que abandonaram a presidente afastada.


Além dos gestores públicos, empresários, doleiros, dirigentes partidários e outros corruptos já conhecidos que estão sendo investigados e alguns até já condenados pelo Juiz Sérgio Moro, que comanda  a OPERAÇÃO LAVA JATO, muito  temido pelos corruptos de todos os naipes, existem ainda as LISTAS do JANOT e da ODEBRECHT  e algumas figuras bem conhecidas, cujos nomes surgiram nas diversas delações premiadas de investigados ou presos que acabaram citando tais pessoas, as quais passaram a ser objeto de investigações tanto da Polícia Federal quando da Procuradoria Geral da República.

Tais suspeitos  de corrupção, por gozarem de foro privilegiado, uma excrecência que só existe no Brasil para proteger gente importante, em tese, não deveriam ocupar cargos de relevo no cenário politico, para evitar que atrapalhem as investigações ou cometam obstrução da justiça usando seus  altos cargos nas  estruturas de poder.


Pois bem, da lista dos novos  ministros e até mesmo o novo líder do Governo Temer na Câmara Federal , mais de uma dezena deles estão sendo investigados por práticas de corrupção junto ao STF. Além desses, existem também alguns que receberam financiamento para  suas  campanhas das empresas envolvidas na operação lava jato, ou seja, está  mais do que claro que essas empresas, cujos dirigentes estão presos em Curitiba ou andando por ai com tornozeleiras eletrônicas que além de roubarem e destruírem a PETROBRÁS  e outras Estatais, financiavam políticos  e partidos que dividiam com o PT diretorias e outros setores dessas empresas, através de um aparelhamento partidário da administração pública.


Em boa  hora o Procurador Geral de Justiça requereu autorização do STF para investigar alguns cabeças coroados do PMDB e que estão muito próximos de Temer, como o Senador/Ministro Jucá, os senadores Lobão, Jáder Barbalho e Raup, sob suspeitas de receberem propinas quando ainda estavam na “base” de apoio do governo Dilma.


Além dos aspectos morais ou imorais ligados ao fato  desses políticos sob suspeitas de corrupção ocuparem  cargo no Governo interino de Temer, que pode acabar deixando de ser interino, com o afastamento  definitivo de Dilma, algumas propostas apresentadas pelos novos ministros  estão na contra mão das aspirações do povo brasileiro.


Algumas dessas medidas podem ser destacadas como o aumento de  impostos, inclusive a volta da famigerada CPMF, o aumento da idade mínima para aposentadoria, que penaliza as pessoas mais pobres, que começam  a trabalhar mais cedo; a ideia estapafúrdia do ministro da saúde, que teve suas campanhas e eleições financiadas por grupos da medicina privada, de que o SUS  tem que ser reduzido em tamanho, apesar de que o mesmo está completamente sucateado depois de cinco anos de Governo Dilma, incluindo a perda de mais de 23,5 mil leitos hospitalares. Outra proposta do mesmo é  acabar com as carreiras dos agentes comunitários de saúde e de endemias.


Finalmente, Temer para garantir maioria parlamentar no Congresso está usando as mesmas armas que Lula e Dilma e outros governantes usam, ou seja, o balcão de negócios no Palácio do Planalto, onde a moeda de troca são cargos e outros favores a parlamentares e partidos. Isto decorre do fato de que esses mesmos parlamentares e partidos ajudaram a afundar o Brasil durante os últimos cinco anos, inclusive o PMDB, PP, PR e outros grupos fisiológicos que nunca querem deixar o poder e suas benesses.


Temer pode até conseguir maioria parlamentar com esses expedientes nada republicanos e muito menos éticos e democráticos, mas dizer com isso que fará mudanças significativas que recoloquem o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, da ética, da transparência, da justiça social e da eficiência vai uma distância enorme. Vamos aguardar um pouco mais para conferir!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.

E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Sexta, 20 Maio 2016 11:50

 

 


JUACY DA SILVA*

 

Foram quase três anos de lutas populares, desde meados de 2013, quando e durante todos esses longos 22 meses, milhões de pessoas foram `as ruas, praças e avenidas deste país, bateram panelas, gritaram, exigindo a saída de Dilma, pelo fim de seu governo e do projeto de poder do PT e seus aliados mais diretos, PCdoB , PDT e alguns  outros setores, inclusive os movimentos sociais e sindical que pelegaram durante a permanência de Lula e Dilma no poder


Slogans  como FORA DILMA , FORA LULA, FORA PT, FORA CORRUPTOS  demonstravam  a indignação popular contra um governo e um partido que, principalmente  nos últimos três anos, afundaram o Brasil na maior crise moral, onde a corrupção passou a ser o símbolo das ações de governo; uma crise política que esfacelou uma ponderosa base política, parlamentar e partidária, onde a oposição mal chegava a 20% dos integrantes da chamada classe política;  uma crise econômica, financeira e orçamentária, com destaque para crescimento econômico pífio seguido de recessão por praticamente três anos; um descontrole total nas contas púbicas, aumento do endividamento público que já ultrapassa a quatro trilhões, exigindo gastos de quase um trilhão de reais por ano do  OGU com pagamento de juros, encargos, rolagem e administração desta divida enorme que já representa mais de 75% do PIB, desemprego que afeta mais de onze milhões de pessoas, inadimplência que sufoca mais de 58 milhões de brasileiros, fechamento de mais de 300 mil empresas, um déficit publico que em breve deverá ultrapassar a 100 bilhões de reais.


Além da crise econômica, o governo Dilma, foi um fracasso retumbante nas áreas sociais ,como destaque para o  caos na saúde pública, o sucateamento das universidades federais, a incompetência na área da segurança publica, empobrecimento da população e queda da  renda média da classe  trabalhadora.


As  denúncias constantes do processo de impeachment aceito, analisado e aprovado na Câmara Federal por maioria esmagadora de votos , mais de dois terços dos deputados e, posteriormente, aprovado pela Comissão Especial do Senado por 75% dos seus integrantes,  acabou chegando a  sua etapa decisiva para afastar “temporariamente”, por até seis meses a Presidente Dilma.


Em longa e histórica sessão iniciada na manhã da última quarta feira e concluída apenas na manhã  desta quinta feira, dia 12 de maio de 2016, culminou com uma votação mais do que convincente de que o Senado chancelou a derrota de Dilma de forma acachapante, foram 55 votos pela aceitação da admissibilidade do Impeachment conta apenas 22 votos em defesa de um governo moribundo e paralisado quando bastavam 39 votos para a sua aprovação.


Esta votação também demonstra que já existem votos suficientes para o afastamento definitivo de Dilma, ponde fim ao seu segundo mandato, conquistado através da reeleição, onde o marketing, a propaganda e a mentira induziram milhões de brasileiros a dar a Dilma um  segundo mandato, quando todos os demais candidatos alertavam a nação e os eleitores de que o Brasil, sob o comando de Dilma, do PT  e de seus aliados mais se parecia a um navio sem rumo,  navegando em um mar tenebroso, com ondas imensas, mas que a comandante do navio se recusava a enxergar a realidade, estava se enganando e engando o povo brasileiro e chegamos ao ponto, situação em que nos encontramos.


Os alertas vinham diariamente de todos os lados, da mídia, dos partidos  e políticos de oposição, de instituições de pesquisas nacionais e internacionais, do Mercado e das agências internacionais de classificação de risco, que rebaixaram a nota do Brasil para grau especulativo.  Mas  mesmo assim, à semelhança de um doente mental que está alienado da realidade e cria um mundo e fantasias, fictício, nossa Presidente continuava  com seus equívocos, sua  falta de senso crítico e sua incompetência técnica e política, praticamente tutelada pelo seu criador, o ex-presidente Lula, a quem Dilma num ato de desespero para salvar seu   governo e a pele de Lula chegou até  a nomeá-lo  ministro chefe da  casa  civil, espécie de primeiro ministro, dando-lhe foro privilegiado para escapar das garras do Juiz Sérgio Moro e da força tarefa da LAVA JATO. Nada disso foi suficiente para evitar o naufrágio de um governo medíocre, sem rumo, sem ética e sem competência técnica.


A partir de agora o Senado, sob o comando do Presidente do STF tem a missão de acelerar a análise final e votar o processo de impeachment para cassar Dilma de forma definitiva  por crimes de responsabilidade e pelo conjunto de suas obras/desgoverno e por todos os males que este  governo fez ao  Brasil e ao povo brasileiro.


Lula, Dilma, o PT, PCdoB e  o PDT  devem retornar `a oposição, lugar de onde jamais deveriam ter ido. Costuma-se dizer que esta turma é ótima na oposição mas péssima como governo.


Tchau Querida, fora Dilma e toda a sua turma, o jogo acabou, vocês  dançaram! Agora começa  um novo tempo, muito difícil, com certeza, onde o grande desafio  será recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento, do crescimento econômico,  da ética na política, da eficiência e da esperança! Resumindo, este desafio significa superar a herança maldita de Dilma e sua turma!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quinta, 19 Maio 2016 14:09

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Muitas coisas me inquietam neste momento político. Falarei de algumas. Antes, externo a felicidade de não mais ter de ouvir – pelo menos com frequência – a ditadura linguística do termo “presidenta”. Aliás, todos poderiam evitar essa bizarrice. Isso não contribui para a necessária luta da inserção da mulher em canto algum.

Agora, às inquietações; todas estão circunscritas ao inconformismo dos que viram a presidente ter de deixar, por ora, a cadeira presidencial. De antemão, registro que identifico, no cenário, dois tipos de inconformados: 1º) os governistas assumidos, que defendem o “Fica Dilma”; 2º) os que – mesmo se opondo ao fracassado governo Dilma, estão verdadeiramente preocupados com os destinos de nossa democracia.   

Dos dois grupos, com exceções, a maioria pertence ao primeiro agrupamento. São governistas orgânicos. Por isso, via de regra estão todos sob o manto de algum tipo de movimento social: MST, CUT, UNE... E cooptados como estão, é natural que façam de alguns enunciados verdadeiros mantras, como o tão famoso quanto vazio “não vai ter golpe”.

E não mesmo. Jogatinas, sim. Essas, abundam. O PT que o diga. Esse partido, mesmo vindo das classes populares, com o apoio de parte da “intelligentsia” brasileira e de artistas da mais qualificada cepa, foi capaz de deixar até os mais podres velhacos da política, que não são poucos, sentindo-se pueris. Alguns desse partido já estão encarcerados. Outros, como seu líder mor, estão literalmente com as barbas de molho.

Aproveitando raro momento, integrantes de ‘Aquarius’ (longa brasileiro que está se apresentando no Festival de Cinema/Cannes), pisando no tapete vermelho do referido festival, protestou, no dia 17, contra o processo de impeachment de Dilma. No ato, que teve apoio de Sônia Braga, os artistas afirmaram ao mundo que o Brasil vive um “golpe de Estado”. Detalhe: o grupo desconsiderou que o processo do impeachment teve instrução e anuência do STF.

E é sobre isso que reside outra preocupação minha: os ataques ao judiciário, com destaque à figura do juiz Moro. Descontando seus erros pontuais, com ênfase ao vazamento daquela conversa antológica entre Lula e Dilma, do qual o “tchau, querida” tornou-se enunciado emblemático, esse juiz, que tem a cara do vigor da juventude na justiça brasileira, assim como toda a Operação Lava-Jato, tem recebido ataques que vão além de considerações críticas, que são sempre necessárias.

Na mesma linha, outra preocupação que tenho são os ataques à mídia, em geral, tomada metonimicamente pela Rede Globo. Assim, tem sido comum vermos agressões – físicas, inclusive – a uma tal “mídia/Globo golpista”.

De minha parte, não consigo mudar o foco do problema. Longe de ver santidade no inferno, o fato é que a mídia não criou o Mensalão e nem o Petrolão. No uso da liberdade de expressão, cada veículo comercial tem o direito de fazer a edição que bem entender, assim como fazem, na cara dura, os veículos governistas, como a NBR, a TV Brasil e outros. No mais, foi o JN/Globo que entrevistou com exclusividade Lula e Dilma, cada qual deles, no dia posterior de suas vitórias eleitorais.

Assim, ao defender a liberdade de imprensa, imputo a cada cidadão a difícil tarefa de perceber eventuais manipulações editoriais elaboradas por veículos da mídia nacional.

Em tempo: a Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) também denunciou um tal “golpe” político no Brasil. Pergunto: e agora José? Ou melhor, e agora Maria?

 

Quarta, 18 Maio 2016 10:10

 

 

                                                                            Benedito Pedro Dorileo

 

 

É princípio ínsito da Literatura não existir pensamento puro; será este sempre servo da emoção. Na comédia ou na sátira em que constantemente a interposição do pensamento é manifesta, a emoção é o impulso condutor; ainda que nestes gêneros a emoção seja restrita, nem por isso é menos real. O labor intelectual básico de aplaudida peça ou apreciável romance não flue da razão pura.

 

No espaço reduzido deste texto, podemos observar que a Estilística trabalha com a metáfora a fim de intensificar o gesto emotivo. Busquemos em Shakespeare, neste 2016 celebrativo dos 400 anos da sua partida, em o surpreendente Tempestade III:

 

               “ Não temas, a ilha está cheia de rumores,

    Sons e árias suaves que deleitam e não magoam:

    Às vezes, milhares de instrumentos estridentes

    Zumbem-me aos ouvidos; em outros momentos, vozes

    Que, se desperto de um longo sono,

     Fazem-me adormecer novamente, e, então, no sonho,

     Parece-me que as nuvens se abrem e mostram tantos tesouros

     Prestes a jorrar sobre mim, que ao despertar

     Choro para sonhar outra vez”.

  – Pode-se perceber o magistral sucesso dos esplêndidos recursos emotivos do dramaturgo e poeta de todos os tempos.

 

Não primariamente no som, mas na sugestão emocional da palavra reside as imagens associativas que evoca. O som pode sensibilizar pela musicalidade, ainda que dependente da construção do estilo para comunicar o pensamento. Se nos emocionamos com uma notícia de morte – a professora Janete Jacob, estuante de alegria de viver em sala de aula como educadora exemplar, faleceu no dia 1º de maio – o impacto é avassalador pela perda. Avança e agride o senso comum, dada a finitude dos seres humanos – o valor absoluto.

 

Importante é que o criador literário tenha vasto depósito de percepções de qualidade. Ou necessário que a sua capacidade de experiência sensorial tenha alto estoque, aqui residindo a capacidade de discernir o universal no particular e tornar o ato um símbolo definidor da sua marca distintiva.

 

Os críticos maiores acentuam o esquecimento de Shakespeare, agora redescoberto. É grande e inesgotável sua idiossincrasia. Estudá-lo sugere não a impossível imitação, todavia aumentar a capacidade de discriminar o mundo sensorial – consciente do seu elevado gênio literário. Sentir a sua peculiaridade estilística – a estrutura de nervos e tecidos vivos a fortalecer a nossa capacidade sensorial. O caminho é sentir a naturalidade do calor do sol. O consolo é que haja em nós fragmento embrionário de alguma capacidade – e, se a possuímos, ela pode expandir em limites diversificados, impregnando prazer sensitivo ou estético.

 

 

                                                                     Benedito Pedro Dorileo é advogado

                                                                     e foi reitor da UFMT

 

Quinta, 12 Maio 2016 11:22

 

O 12 de Maio é assinalado em memória do nascimento de Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna. Mulher guerreira, que quebrou paradigmas e tabus para organizar uma categoria profissional da área da saúde – a Enfermagem, cuja importância só é percebida por aqueles que compreendem a saúde como um bem que transcende a cultura medicalocêntrica ou como algo que apenas biologicista. 

 

       A palavra «enfermo» liga-se a in-firmus, aquele que está enfraquecido, que perdeu a sua força; daí haver quem use enfermeiro como aquele que ajuda a recuperar a força, a firmeza. Na língua inglesa, nurse também serve para referir o que nutre, promove e sustenta desenvolvimento do outro em suas dimensões biopsicossociais.

 

         Entre as lembranças e esquecimentos, num tempo conturbado por contra valores que permeiam as relações sociais, onde a competitividade desleal e o egoísmo, que se tornaram objeto de valor existencial para muitos, legitimando um milênio de “crise” de valores e de referências, ainda existem e persistem esses resilientes profissionais, que cuidam do outro, mesmo enfrentando péssimas condições e trabalho e salários que não correspondem ao seu verdadeiro valor e importância social.

 

       Invisíveis aos olhos de gestores que não os valorizam e não compreendem a importância do saber e fazer destes na construção social da saúde e para o bem da população mundial, os Enfermeiros continuam cuidando, ensinando, pesquisando, educando.

 

        O Cuidar/Cuidado do Enfermeiro não está centrado e nem circunscrito à situação de doença ou à satisfação de uma necessidade humana específica, mas, está sobretudo na construção social da saúde, presente do nascimento a morte, cuja maior força do seu saber/fazer legitima-se na promoção da saúde, na arte de saber educar em saúde, contribuir para o autocuidado. Estamos sempre em presença do outro, com o outro em suas situações mais delicadas e frágeis, mesmo que também em nosso silêncio estejamos passando por situações semelhantes.  Cuidar é uma situação sempre única, que diz respeito a uma pessoa na singularidade da sua trajetória de vida.

 

      Ser Enfermeiro e fazer Enfermagem não se trata apenas de uma construção científica e técnica do cuidar humano, mas uma atitude ética, estética e política frente as adversidades do existir humano,  é sobretudo uma da expressões do mais sublime ato humano –  o de materializar o amor ao próximo, que se corporifica no ato de CUIDAR, colocar o indivíduo nas melhores condições para que a natureza possa agir sobre ele, pois a saúde quem nos dar é a natureza, somos apenas um instrumento mediador da mesma.

 

        PARABÉNS A TODOS OS ENFERMEIROS DO ESTADO DE MATO GROSSO, DO BRASIL E DO MUNDO PELO O SEU DIA!!!

 

 

Prof. Neudson Johnson Martinho

Mestre em Enfermagem em Saúde Comunitária

Doutor em Educação / Educação em Saúde

Diretor Secretário da ADUFMAT

 

Quarta, 11 Maio 2016 15:55

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Mesmo diante do turbilhão de fatos que o degenerado mundo de nossa política tem nos oferecido, nada disso trato hoje. Ao invés de lamentar ou de comemorar a decisão do Senado sobre o impeachment da Sra. Rousseff, neste artigo, presto uma homenagem ao colega e amigo professor Gerson Rodrigues da Silva, que acaba de se aposentar da vida acadêmica.

 

Começo dizendo que Gerson não se aposentou silenciosamente, como faz a maioria. Ele fez algo inédito para coroar esse momento único. Ele promoveu sua “Aula da Saudade”. E para isso, convidou amigos da infância, da vizinhança, professoras suas das primeiras letras, antigos e novos colegas do Departamento de Economia/UFMT, onde lecionou por tanto tempo, representantes da Administração Superior, do Sindicato dos Professores (ADUFMAT), de onde foi presidente nos idos dos anos 90, e seus queridos familiares.

 

Gerson, numa sexta-feira (06/05), até quase meia-noite, lotou um amplo auditório de pessoas que admiram seu trabalho e seu estilo ímpar de ser (humano). E como não poderia ser diferente, ele escolheu a “Ética na Universidade” para servir de tema desse raro encontro, que ficará na memória dos que puderam comparecer. Para mim, coube a honra e o desafio de falar sobre a “Função social da Universidade: formação ética para o futuro”.

 

Antes de falar sobre isso, registrei algumas das características do homenageado. Ao contrário de todos, Gerson caminha no sentido anti-horário. Ele nunca tem pressa. Quando encontra alguém pela frente, ele vive intensamente aquele momento; ele está sempre repleto de alguma história, de algum caso, de algum exemplo a ser compartilhado. Como poucos, Gerson sabe apreciar cada segundo da vida que tem, seja quem for seu interlocutor.

 

Sobre o tema que a mim coube tratar, pontuei algumas questões que julgo importantes. A primeira de todas é a importância da Dedicação Exclusiva de nosso trabalho nas universidades federais.

 

Por meio desse regime de trabalho, que Gerson soube respeitar, potencialmente podemos ter mais tempo para ler, pesquisar, escrever, preparar bem as aulas, atender os acadêmicos; enfim, viver a vida da universidade.

 

Disse que para pensarmos sobre o futuro é preciso que compreendamos a complexidade do momento presente. Para compreendê-lo é mister não nos esquecermos do passado. E lembrar que no passado a vida da Universidade brasileira caminhava mais lentamente, quiçá, com mais qualidade do que temos hoje.

 

E a qualidade que nos falta é fruto de um agudo individualismo, de um vil produtivismo e de uma mesquinha competitividade fraticida. Nesse quadro que degenera o saber, as relações humanas se esgarçam no meio acadêmico. A essência do humano fica diminuída.

 

Tratei ainda da perda da autonomia das Universidades, que sofreram forte ingerência dos últimos governos, impondo-nos programas absurdos, quase todos movidos pela lógica do politicamente correto, via de regra, equivocados.

 

Tais programas, que estão a minar o rigor acadêmico, nos fragmenta. Essas fragmentações redundam em disputas internas de grupos que buscam moldar, para interesses próprios e nada enobrecedores, os currículos, as metodologias e as abordagens teóricas.

 

Depois de dizer isso tudo, fiquei pensando na possível angústia do homenageado, que, assim como eu, nunca deixou de sonhar com um futuro melhor para as novas gerações. Com esse cuidado, apontei que, diante desse quadro real, só nos restava manter a constante disposição para a luta, algo de que o homenageado também nunca fugiu.        

Terça, 10 Maio 2016 11:01

 

 

JUACY DA SILVA*

 

Esta primeira semana de maio de 2016 vai ficar marcada na história política brasileira como o início do fim do projeto politico de poder construído por Lula há mais de trinta anos quando fundou o PT e através deste projeto chegou `a Presidência da República ali permanecendo por oito anos e conseguindo colocar Dilma como sua sucessora e teleguiada.


Conforme a Lava Jato tem demonstrado sobejamente, este projeto de poder foi idealizado não com o objetivo de conduzir o país a um novo  e mais elevado plano de desenvolvimento nacional, mas sim para articular verdadeiras quadrilhas que aos poucos foram destruindo a administração pública, tendo a Petrobrás ,conforme revelado pela Operação Lava Jato tem demonstrado, como um “estudo de caso”.


O esquema do Mensalão foi um  arremedo do aparelhamento realizado pelo PT e  por Lula  e os correios como sua fonte de desvio de recursos públicos   através de uma quadrilha comandada pelo então chefe da casa civil, cuja sede era o próprio Palácio do Planalto.

Apesar de envolver toda a cúpula do partido e diversos parlamentares do PT, Lula não apenas sempre negava que o mensalão tivesse existido, mas acabou se safando, enquanto diversos de seus “companheiros” e operadores deste esquema criminoso acabaram sendo presos e indo parar na Papuda, por pouco tempo, diga-se de passagem.


Somente com o estouro da Operação Lava Jato, principalmente, a parte que é “comandada” pelo Juiz  Federal Sérgio Moro e integrantes da Força-tarefa integrada por procuradores do Ministério Público Federal e Polícia Federal foi possível desvendar mais um e até agora o maior escândalo criminoso que destruiu a Petrobrás e estava prestes a destruir o Brasil. Tudo isto, conforme a última denúncia do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, quando diz que este esquema criminoso só poderia ter existido e agido com tanta desenvoltura e voracidade se tivesse a cobertura de alguém muito importante. E este alguém é Lula, que acaba de ser incluído pelo referido Procurador em seu pedido para que Lula seja investigado e  passe a fazer parte do inquérito principal da operação lava Jato a cargo do STF.


Além de Lula também Dilma  está sob a mira de Janot  por obstrução da Justiça, pois ambos constam de denúncias tanto do Senador Delcídio Amaral quando de diversos empreiteiros e outros políticos corruptos que estão sendo investigados pela operação Lava Jato. Esta denúncia do Procurador da República também  recai sobre outros políticos do PT, do PSDB e PMDB. Incluindo os Presidentes da Câmara Federal, do Senado e o próprio Presidente do PSDB, elevando para quase 70 o número de gente importante com foro privilegiado.


Nesta semana também será definida a sorte de Dilma na Comissão Especial instalada no Senado há poucos dias com a finalidade de analisar o processo aprovado na Câmara Federal em que esta, por maioria esmagadora de seus membros,  367 deputados aceitaram a denúncia contra a Presidente por crimes de responsabilidade e aprovaram a admissibilidade de seu impeachment.


Na última quarta feira, há dois dias,  esta Comissão Especial , através do parecer de seu relator, senador Anastasia, concluiu pela recomendação do impedimento temporário da Presidente, sendo que este relatório deverá ser votado hoje, cabendo ao plenário do Senado na próxima semana aprovar o afastamento de Dilma por seis meses. Esta votação deve ocorrer possivelmente na  quarta feira dia 11 de maio e no dia 13 de maio, uma sexta feira, o Vice Presidente deve tomar posse e formar um novo ministério, possibilitando uma verdadeira faxina na corrupção no Governo Federal.


Em seis meses, no máximo, talvez até em menos tempo, Dilma deverá ser afastada definitivamente da Presidência, colocando o PT  e seus principais aliados PCdoB e PDT  na oposição, lugar de onde Lula e seus asseclas jamais deveriam ter saído.


Pelo  andamento da Operação Lava Jato, tanto a parte sob o comando de Sérgio Moro quando a outra que está sob a responsabilidade do  STF/Ministro Teori Zavaski, poderão desvendar todos os meandros das ações criminosos de  uma grande quadrilha instalada nos altos escalões  da política nacional , em associação com as maiores empreiteiras do país que ao longo desses treze últimos anos representou um verdadeiro governo paralelo, com o beneplácito de Lula, Dilma e outras figuras importantes do Poder.


Muita gente graúda que atualmente goza de foro privilegiado em breve estará frente `a Justiça, prestando contas de suas ações criminosas, suas mentiras e um marketing que tanto manipulou a opinião pública e as camadas mais pobres da população brasileira. Triste fim para um projeto de poder escorado na demagogia, na mentira, corrupção,  na criminalidade de colarinho branco e na incompetência técnica.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Segunda, 09 Maio 2016 10:42

 

 

JUACY DA SILVA*

 
Dentro de poucos dias, entre 11 e 13 de MAIO, o Senado Federal deverá, com certeza, aprovar o afastamento temporário da Presidente Dilma por seis meses, abrindo caminho para o seu afastamento definitivo e com isto pondo um fim, ao que como alguns analistas denominam de um projeto criminoso de poder, engendrado pelo PT e outros partidos aliados, que facilitou o surgimento de verdadeiras quadrilhas na gestão pública nacional, praticamente  um governo paralelo, que tantos males tem feito ao Brasil, `as suas instituições, ao seu povo e a imagem de nosso país internamente e no exterior.


Confesso que não me entusiasmo muito com um possível GOVERNO TEMER, pois diversos partidos e políticos corruptos que ajudaram a eleger e reeleger Lula e Dilma e  ao longo dos últimos 13  anos e alguns meses  estiveram mancomunados e mamando nas tetas do governo , simplesmente, iguais a ratos que pulam do navio quando o mesmo está prestes a naufragar,  abandonaram DILMA  e estão agora abraçados com TEMER, incluindo  diversos deputados federais, senadores e outros que fazem parte da LISTA DO JANOT ou da lista da Odebrecht, que recentemente o STF autorizou o Procurador Geral da República a iniciar investigações por corrupção dentro da operação lava  jato.


Quem ajudou a destruir o país e levou o Brasil à situação em que se encontra não tem condições e nem merece confiança do povo para reconstruí-lo, isto seria como imaginarmos que o vampiro pudesse devolver o sangue que sugou de suas vítimas ou a raposa pudesse dar vida às galinhas que matou quando estava cuidando dos galinheiros.


Imagino que o povo brasileiro não saiu às ruas para que apenas Dilma, Lula e seus  aliados deixem o poder, mas sim, para que todos os corruptos sejam banidos da vida política e  administrativa de nosso pais. Se os corruptos permanecerem impunes e passarem a fazer parte de um novo governo, mesmo que chamem a isto governo de transição ou de salvação nacional, estaremos apenas TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA. Inúmeras pesquisas de opinião públicas tem indicado que o maior problema que afeta o Brasil é a corrupção, mãe de todos os males que estão destruindo o país e infelicitando a população.


A limpeza ética da política brasileira vai muito além do mero impeachment de Dilma, por isso a luta contra a corrupção, a incompetência, o descaso, a mentira, a demagogia e o aparelhamento do Estado brasileiro deve continuar com o mesmo afinco de antes. O impeachment/afastamento de Dilma é apenas o primeiro passo nesta luta por ética, eficiência e decência na politica e não um fim em si mesmo. Por isso, devemos continuar vigilantes para que o Brasil reencontre seu verdadeiro destino e o povo possa ser tratado com  mais respeito e dignidade pelos governantes.


*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais,  sites, blogs e outros veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blogwww.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
 
 

Terça, 03 Maio 2016 09:31

 

Benedito Pedro Dorileo

 

 

Observando a etimologia da palavra sinestesia procedente do grego, temos a informação de ato de perceber uma coisa ao mesmo tempo que outra, a percepção simultânea para combinar sensações diferentes numa só expressão.

 

Afirmam os estudiosos que a sinestesia desempenha fino papel na literatura, como se tem notícia no século XVIII com Filinto Elísio estudando a cor dos vocábulos, chegando a suscitar a loura alegria e a pálida morte. Da palavra para a arte plástica, o poder da imaginação pode colocar no cinzel o valor sinestésico. Auguste Rodin, o escultor, afirma estar a beleza em toda parte, salientando que não é ela que falta aos nossos olhos, mas os nossos olhos que deixam de percebê-la. E proclama o corpo humano como a força máxima do caráter na natureza a retratar o belo: “em um momento assemelha-se a uma flor, a flexão do torso imita a haste, o sorriso dos seios, a cabeça e o brilho da cabeleira respondem pelo desenvolvimento da corola”. Ainda possível a silhueta do dorso que se afina na cintura e alarga-se nas ancas figura um vaso, a ânfora que repousa em seus flancos a vida do futuro. Victor Hugo arrebenta a onda da sensualidade assim concebendo: “o que adoramos no corpo humano é, ainda mais do que a sua forma tão bela, a chama interior que parece iluminá-lo por transparência”.

 

Imagine tudo isto no prodígio da sala de aula, a pequena e grande assembleia do conhecimento, banca de troca de ideias em que professor e aluno se realizam em plenitude. Certo dia abordando a Estilística, uma aluna surpreendera com o grito de aleluia, fazendo-me colocar no bolso o plano de aula – a ideia superou. Foi o bastante para o formidável interesse de todos: da ressurreição ao arrebatamento, do ascendimento do espírito a uma braçada de flores sensoriais do encanto. E choveram ofertas sinestésicas de conquista, ventura, céu aberto, mística, beatitude, deleite, êxtase, luz, animação, paraíso, glória. Quantos verbos: alegrar-se, usufruir, regalar-se, banhar-se em água lustral. Um sonho pode encerrar fato sinestésico: viver em uma nação encantada, onde as pessoas se irmanam indistintamente sem divisão de classe social, jamais dividindo nós e eles, com troca do alimento sem nenhum fruto proibido.

 

Revejo um plano de aula em ficha amarelada e encontro outra graça de confronto do prazer com a dor. Dos prazeres sensuais, materiais e dos sentidos: da sensualidade à luxúria, da voluptuosidade aos acúleos da carne, do ardor fogoso ao leito de rosas, do estalar os lábios ardentes ao beijo do amor seráfico. E a dor nas aflições que nos mordem, como a amargura e a tortura, a miséria e a agonia. O traspasso do padecimento das vítimas dos enlouquecidos do poder: do holocausto hitleriano à morte soviética massificada nas geleiras siberianas. Execrável tudo por completo em campos opostos – incompatível de imitação. A volta à calma em minhas aulas de Educação Física transportada para a sala, respirando fundo lentamente, findamos não com o dilacerar, todavia com a dor sublime dos mártires que nos legaram liberdade; e então, relaxamo-nos entre o tórrido e o gélido, conquistando o lugar comum. Era a mística em festa sinestésica da sala de aula que jamais a máquina consumirá.

 

                                                               Benedito Pedro Dorileo é advogado e foi

                                                               Reitor da UFMT

 

Segunda, 02 Maio 2016 12:22

 

JUACY DA SILVA*
 

Desde que teve início a tramitação do processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, com a instalação da Comissão especial  que deveria examinar a denúncia e elaborar o relatório que deveria ser apreciado pelo plenário daquela Casa de Leis, Dilma, Lula, o PT, PCdoB, PDT  vem insistindo na tese do Golpe.


Após  ter transformado o Palácio do Planalto em um palanque permanente para seus discursos  inflamados, pelos aplausos da militância, dos bajuladores e pelegos dos movimentos sociais e sindical, Dilma parece um tanto fora de órbita e quase alucinada porque em seu círculo íntimo deve saber que sua sorte já está lançada e dificilmente escapará  do afastamento temporário  por seis meses e, posteriormente, do  afastamento definitivo do cargo de Presidente da República.


Mesmo que os fatos  e denúncias apresentados como justificativas para o seu afastamento estejam calcados na pedaladas fiscais e os famosos decretos, na verdade, Dilma cometeu não apenas aqueles crimes de responsabilidade, mas seu governo, marcado pela corrupção, pela  incompetência, pela mentira e pelo descaso com a sorte e situação do povo brasileiro, a presidente  e todo o seu séquito que ao longo de anos, desde o início do Governo Lula, aparelhou a administração federal, transformando o governo em mero apêndice do PT e em parceria com empresários corruptos e outros setores e partidos, transformaram o país em uma figura caricata do que um dia imaginou-se poderia ser um projeto de governo , substituído  por o que alguns analistas denominam de “projeto criminoso de poder”. Faltou a Lula e ao PT a competência para criar um projeto nacional ao redor do qual o país pudesse realmente ser mobilizado.


Como soe acontecer, todo governo autoritário, opaco, corrupto, sem princípios éticos, sem planejamento e incompetente tende a levar o país e sua população para a bancarrota, o fundo do poço, o desastre econômico, fiscal, financeiro, gerando o caos social e alimentando as crises institucionais.

Antes Dilma e seus apoiadores tinham um discurso agressivo, prepotente, manipulador, alimentado por um marketing de fachada e escudado na mentira que em meio ao aprofundamento da crise, principalmente depois que a Câmara  Federal aprovou por maioria esmagadora a admissibilidade do impeachment e que o processo deveria ser realmente julgado no Senado Federal, Dilma aos poucos baixou  o tom de seus discursos e fala em conciliação, em diálogo, em entendimento como forma de  salvar os dedos quando os anéis já se foram.  Mas agora  é tarde, “agora Inês é morta”.

A instalação da comissão especial no senado demonstrou que aos poucos o apoio a Dilma vem minguando e dentro de poucos dias ela deverá ser julgada e afastada por seis meses, tempo suficiente para desmontar todo o aparelhamento que o PT e seus aliados fizeram com a administração  federal, incluindo dezenas de milhares de cargos comissionados, esquemas de financiamento de movimentos sociais, esquemas de corrupção em todos os ministérios e estatais e diversas outras manipulações.


Mesmo que a crise continue, pelo menos muita  coisa ilegal, mal feitos e mais corrupção e  crimes contra a administração  deverão  ser descobertos , determinando o fim de um ciclo na política nacional. Tanto a operação lava jato em Curitiba quanto a outra lava jato que está  a cargo do STF  deverão continuar, pois este é o desejo do povo,  deverão ajudar o Brasil ser passado a limpo, mesmo que outras cabeças coroadas possam rolar neste processo, este é o momento de ir mais a fundo neste processo de limpeza ética. 


O Governo Temer  que também  carrega  este pecado original de ter estado , juntamente com seu PMDB e outros partidos que pularam do barco ante o naufrágio do projeto de poder, de ter  estado associado a LULA/DILMA/PT  por longos 14 anos, corre o risco de sucumbir neste processo, seja pela tramitação do pedido de cassação da chapa Dilma/Temer, bem como da situação periclitante de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, próximos na linha sucessória, acusados de corrupção. Ou  seja, os quatro na linha de sucessão: Dilma, Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros não tem  respaldo popular e nem legitimidade  para apontarem o rumo para um projeto de salvação nacional, sua biografias continuam manchadas também.


Em torno dessas figuras muitas  outras  estão afundadas na lama da corrupção ou sendo investigados por tais práticas, como consta os que fazem parte da LISTA  DO   JANOT. Com uma elite política como esta o Brasil não vai sair da crise tão cedo e o povo vai continuar ocupando as ruas,  protestando contra esta situação vergonhosa em que estamos vivendo.


Na  verdade o povo deseja mesmo é que todos os envolvidos em acusação de corrupção sejam afastados de seus cargos públicos, que a impunidade e os privilégios sejam combatidos e banidos  de fato e as gavetas dos palácios e do Congresso sejam esvaziadas e limpas, para que  um recomeço seja possível antes que seja  tarde demais!


*JUACY DA SILVA, professor  universitário,  titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy