Terça, 05 Abril 2016 16:21

 

 

JUACY DA SILVA*

 

Há  quase 150 anos Rui Barbosa, em célebre discurso no Senado, deplorava o estado do país, durante os últimos anos do Império,  que estava sendo destruído pela corrupção, dizendo que tamanha era a corrupção nos altos escalões governamentais, no meio empresarial e na sociedade em geral, que as pessoas de bem estavam ficando envergonhadas de serem honestas e a rirem da honra, valores considerados então e ainda hoje como princípios fundamentais para a  gestão da coisa pública e da vida empresarial.


De lá pra cá, caiu o império, foi abolida, apenas formalmente, a escravidão, foi proclamada a República, que por muitas décadas foi alimentada pelo voto de cabresto e a corrupção nos sistemas politico, partidário e eleitoral; o Brasil experimentou uma grande recessão e quebradeira no início dos anos trinta do século passado , revoluções foram feitas, a ditadura do estado novo deixou suas marcas tanto no Sistema politico quando no desrespeito aos direitos humanos, tortura era uma prática para silenciar opositores, apesar de que ainda hoje muita gente, inclusive Lula e dois partidos PTB e PDT cultuam a memória de Vargas, o ditador da época.


Com o fim da segunda Guerra, também a ditadura de Vargas foi por água abaixo e um novo regozijo tomou conta da sociedade com a redemocratização, que acabou possibilitando a volta do ex-ditador nos braços do povo com votação popular.  Mas as práticas de corrupção herdadas do estado novo marcariam novamente o período “democrático” da era Vargas e o mesmo, em meio a muitos escândalos,  muito menores do que na  atual fase dos Governos Lula/Dilma/PT e seus aliados, acabou não aguentando e imaginou que seu suicídio poderia devolver a paz e a ética a um governo de transição.


Após  esta transição  veio o governo JK, que construiu Brasília e mudou a capital, mas tudo a um custo muito elevado, super faturado, tanto econômico, financeiro quanto de muita corrupção. Ou seja, Brasília nasceu sob o signo da bonança e da corrupção de empreiteiras, dos políticos  e dos grileiros de terras públicas. Talvez  seja esta maldição que ainda hoje esteja presente na vida política, partidária, eleitoral e empresarial brasileira. Brasília sem dúvida é a capital da corrupção e das bandalheiras que denigrem a imagem do Brasil.


A corrupção no governo JK era tanta que possibilitou a Jânio Quadros, mato-grossense de Campo Grande, que fez carreira como o “homem da vassoura” no governo de SP assumisse o poder nacional e sua eleição foi a esperança   do povo em imaginar que o maior mal daquela época e ainda de hoje, a corrupção , viesse a ser banida e os corruptos iriam para a cadeia.


Ledo engano, pressionado por um Congresso que lhe era desfavorável, repleto de antigos e novos corruptos, o Parlamento bloqueava todas as  medidas que Jânio tentava impor para sanear o país econômica, financeira, política e moralmente. Com apenas  sete meses, não   aguentando as pressões de grupos de interesses aliados com os corruptos da época, Jânio acabou renunciando, levando o país a beira da Guerra civil.


Naquela época  Presidente e Vice eram eleito separadamente, ou seja, o povo  votava para presidente e também votava para vice presidente e, por obra do destino, o povo acabou fazendo uma escolha esdrúxula, elegeu Jânio Quadros, da UDN, com toda a sua retórica e ênfase no combate `a corrupção e João Goulart, o vice da chapa  do PTB/PSD, que representava a herança getulista e de JK. Desnecessário dizer que era um governo que dificilmente teria unidade e rumo. O vice tinha um discurso e uma prática populista, demagógica enquanto o presidente tinha um passado de austeridade e de limpeza ética na política.


Diversos setores, inclusive militares, tentaram impedir a posse do vice, gerando um clima de muita tensão e mobilização popular e militar, com, inclusive a presença de tropas nas ruas e tudo o que a história registra.


João Goulart, com a ajuda de seu cunhado, Leonel Brizola, então Governador do Rio Grande do sul e miliares a eles aliados,  acabou tomando posse mediante  uma solução de compromisso que era a imposição de  um parlamentarismo fajuto e de emergência, como alguns políticos oportunistas ainda hoje imaginam como solução para a atual crise, que acabou não dando certo, pois o Presidente  simplesmente nomeava alguns  primeiro ministros e ao mesmo tempo os boicotava, os desmoralizava e na surdina planejava  um plebiscito, que acabou com o parlamentarismo e devolveu  todos os poderes ao presidente, através da volta do presidencialismo.


João Goulart continuou sofrendo pressões dentro e fora do governo , ficou muito acuado  e aos poucos se tornou um fantoche nas mãos de  um movimento sindical marcado pelo aparelhamento público e pelo peleguismo e organizações populares financiadas com dinheiro público, quadro muito semelhante ao que ocorre atualmente com a Presidente Dilma.

Este artigo continua proximamente.


JUACY DA SILVA, professor  universitário,  titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de Jornais, Sites, Blogs e outros veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Sexta, 01 Abril 2016 08:21

 

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Estamos envoltos às más lembranças que todo 31 de março e 1º de abril nos trazem desde 1964; e por incrível que pareça a ideia de um novo golpe vem sendo denunciada em prosa e verso pela presidente da República e seus incansáveis seguidores. Nesse sentido, verdadeiros comícios têm ocorrido fora e até dentro do próprio Palácio da Alvorada.

 

É claro que golpe no sentido stricto do termo (golpe de Estado) não passa de assombração; ou seja, não existe, mas há quem o veja. Excetuando estupidezes localizadas aqui e acolá, ninguém mais no país pensa em golpe. Portanto, não muito mais do que a militância de governistas é capaz de enxergar isso como fato concreto e de alto risco; pior, alguns disseminam isso até em universidades.

 

E nesse cenário em que alguns confundem avião com urubu, houve um mais alucinado do que todos os alucinados de plantão que teve o desplante de passar um e-mail às embaixadas brasileiras, avisando do tal golpe. Um vexame internacional que teve de ser desmentido pelo Itamaraty.

 

Todavia, em sentido mais extenso, podemos, sim, ver vários tipos de golpes em curso, ou melhor, vários tipos de jogatinas políticas que fizeram e fazem parte da atual conjuntura: 2014 inteiro até este momento.

 

A principal das jogatinas, e quiçá a que possibilitou a exposição de um caos, refere-se exatamente ao estelionato eleitoral praticado nas últimas eleições. O partido da ordem (ou desordem), economicamente, pedalou tanto que feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Suas pedaladas eram para iludir a massa no sentido de garantir a reeleição da senhora Rousseff. Até o bonito slogan “Pátria Educadora”, numa mera jogada de marketing político, foi criado para sustentar sucessivas ilusões. 

 

Uma vez eleita, novas jogatinas foram surgindo. De todas, destaco os cortes orçamentários para diversas políticas públicas. Por incrível que pareça, a saúde e a educação foram duas áreas duramente atingidas. As universidades federais, expandidas nos últimos anos da forma mais irresponsável e irracional que pudesse existir, estão na UTI. O contingenciamento é histórico! Seus professores não veem aumento salarial há mais de um ano.

 

Em meio a uma crise econômica já sem precedentes, na qual o desemprego escancara-se como algo mais do que real, a sociedade vai assistindo, perplexa, ao envolvimento de políticos de diferentes partidos, junto com megaempresários, atolados em esquemas de corrupção orgânica e sistêmica: um monstro de não-sei quantas cabeças. Aliás, ninguém sabe, mas não são poucas.

 

Desse monstro parecem também fazer parte o ex-presidente da República e membros de sua família. Ao que tudo indica, o constante estado de nada saber das coisas do grande chefe, embora as coisas acontecessem sempre embaixo de suas barbas, estão com dias contados.

 

Parece que não será fácil a tarefa de o grande chefe explicar tantas acusações que já lhe pesam sobre as costas. Se não conseguir, de ex-presidente a presidiário será um pulo. Sob risco iminente disso ocorrer, novas jogatinas se nos apresentaram num cenário político já bem sujo. Uma delas foi a tentativa de transformar o ex-presidente em ministro. A intenção óbvia dessa jogatina todos sabemos: dar foro privilegiado ao personagem em questão.

 

Em meio a essas jogatinas, talvez a mais fabulosa de todas, acaba de ser consolidada: o PMDB abandonou o barco furado; ou seja, o aliado mais próximo da presidente, que é o seu vice, de camarote, produz e assiste ao derretimento de um governo com muitos votos, mas agora já sem lastro político algum.

   

Segunda, 28 Março 2016 09:56

 

Por JUACY DA SILVA*

 

Há poucos dias Lula fez um longo pronunciamento em um encontro com líderes sindicais, de várias categorias, capitaneados pela CUT e com a participação de vários próceres petistas, na  tentativa de efetuar  uma análise da conjuntura atual, das origens e desdobramentos desta crise que a cada dia mais se agrava e está destruindo o país  e as esperanças do povo brasileiro.


Na verdade o pronunciamento é  uma forma de agitar  os ânimos da militância petista e de movimentos aparelhados pelo lulo-petismo e seus aliados como a CUT, MST, UNE e outros movimentos sociais, transformando essas entidades e seus militantes em massa de manobra, estimulando o ódio e a violência, direcionando essas energias negativas contra nada menos do que o Juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da OPERAÇÃO LAVA JATO  e que conta com a dedicação, eficiência e denodo da  força tarefa constituída por um grupo destemido de procuradores da República, Delegados e agentes da Polícia Federal e o apoio da imensa maioria do povo brasileiro.


Como, só Deus sabe até quando, o sonho de Lula virar ministro e ter foro privilegiado e a partir desta função poder ser de fato o presidente da República e iniciar sua campanha para concorrer `as eleições de 2018, Lula e Dilma tiveram suas tramas destruídas, pelo menos temporariamente, até que o STF julgue em definitivo as ações impetradas que impediram sua posse.


Como estratégia e táticas, os dois, Lula e Dilma, e todas as entidades que lhe dão sustentação resolveram  escolher a Justiça, a Polícia Federal, o Ministério Público e a chamada “grande imprensa”,  como inimigos a serem destruídos. A tática inclui a tentativa de desmoralizar e desacreditar o trabalho sério do Juiz Sérgio Moro e da Força Tarefa da Operação Lava Jato, no que ele chama, como visto  e ouvido em gravações/vídeos divulgados, de “República de Curitiba”,  quando ele afirma estar preocupado e, com certeza, com  medo, a partir de sua condução coercitiva para  depor   na Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas em São Paulo.


Pois bem, em seu discurso aos sindicalistas, Lula tenta incendiar o país, como afirmou em outra gravação divulgada pela Operação Lava Jato, em que diz “Eu sou o único que pode incendiar este país, mas não vou fazer isso”. Mas como um futuro ministro todo poderoso que não consegue ser empossado, a frustração de Lula por não ter foro privilegiado e poder escapar das garras de Sérgio Moro está  gerando muito medo e  sua forma de reagir é igual a de um animal encurralado e acuado, um gato ou uma onça, por exemplo, que se não pode fugir de seus perseguidores parte para o ataque, como em uma luta de vida ou morte.


Mas em seu pronunciamento Lula  está totalmente equivocado ou maluco em sua análise da conjuntura brasileira. Falta-lhe embasamento econômico, institucional e politico, induzindo a criar factoides ou bodes expiatórios, suas explicações são frágeis e não guardam correspondência com os fatos e com  as manifestações da população, em pesquisas de opinião pública e analises de instituições sérias, com corpos técnicos altamente qualificados, nacionais e internacionais. 


Esses estudos tem demonstrado com dados algo que saltam aos olhos da população. O que  está acabando com a economia, a sociedade brasileira e destruindo as instituições nacionais, não é o Juiz  Sérgio Moro, mas sim a  INCOMPETÊNCIA do Governo Dilma , A CORRUPÇÃO e O APARELHAMENTO DO ESTADO que tem ocorrido nesses  13  anos e três meses de governo petista. Os esquemas e quadrilhas instalados/as na administração publica durante esses anos, principalmente o MENSALÃO e PETROLÃO, durante os seus dois mandatos, são a demonstração de que são essas as causas para a destruição da PETROBRÁS, muito pior do que se tivesse sido privatizada; as obras super faturadas, muitas paralisadas e majoradas em mais de 200% ou 300%, os esquemas de extorsões instalados em todos os setores da administração em conluio com empresários mafiosos, a gestão temerária, enfim, os Governos Lula/Dilma, são diretamente responsáveis pelo CAOS NA ECONOMIA, a recessão, o rebaixamento da nota do Brasil,  a  volta da inflação, o total desequilíbrio  das contas públicas, apesar do aumento exorbitante dos impostos, o desemprego, os juros altos, a desvalorização cambial , o aumento da divida pública, que só com juros gasta quase metade (48%) do orçamento da União, a falta de recursos para as politicas públicas, a inadimplência que atinge mais de 58 milhões de pessoas.


Enfim, falta rumo e competência ao Governo Dilma, que ultimamente está sendo tutelada  pelo PT e por Lula, os quais estão tentando impor  políticas diferentes das anunciadas pela Presidente. Gerando mais conflitos e instabilidade dentro do próprio governo. Desde o início de seu segundo mandato Dilma não faz  outra coisa a não ser usar seu tempo, suas energias e seu governo para se defender dos processos de impeachment no Congresso e de cassação da Chapa Dilma/Temer no TSE e a barganhar cargos e funções públicas com os partidos que dizem lhe apoiar, mas que a cada dia estão pulando fora do barco.


Sem maioria no Congresso, tendo que administrar o caos em seu governo, acuada pela população insatisfeita com os rumos da crise e com as quedas constantes na avaliação da opinião pública, muita gente tem sugerido, inclusive a famosa revista de economia The Economist de que Dilma deve renunciar. A capa da revista desta semana traz  a foto de Dilma com a legenda “Time to Go”, ou seja, é hora de sair/renunciar.

 

Todos esses problemas que estão na origem e no  agravamento da crise brasileira neste momento tem como únicos  responsáveis os Governo LULA, Dilma, o PT e seus aliados e jamais o Juiz  Sérgio Moro, que  teve e está tendo a coragem de desvendar essas teias criminosas de poder, das quadrilhas de colarinho branco que se apossaram da gestão publica brasileira, principalmente nos poderes Executivo e Legislativo nacionais e que acabam se ramificando pelos Estados e municípios. 


O Brasil está sendo destruindo por um câncer, uma gangrena  representado pelo cinismo politico, pela incompetência e pela corrupção. Esse é um vírus mortal, muito pior do que o ZIKA e deve ser combatido e destruído antes que destrua nosso país.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ;Twitter@profjuacy; Blog: http://www.professorjuacy.blogspot.com/
 

 

 

Segunda, 28 Março 2016 08:15

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Desde que escrevo meus artigos, esta anômala conjuntura tem me desafiado como nunca. Quase tudo é inédito.

 

Pois bem. Se no começo dos anos 90 tivemos um presidente impedido de continuar seu mandato, porque estava envolvido em corrupção (e isso não nos é novo), em contrapartida, “nunca antes na história desde país” vimos um ex-presidente tentando refugiar-se em um ministério para obter “foro privilegiado” na Justiça. O motivo de seu refúgio é o mesmo que condenava em seus adversários: corrupção; quiçá, a mais tentacular das que já soubemos.

 

Mas não me embrenharei por essas veredas. Meu recorte circunscreve-se a dois enunciados que vi (pela TV e redes sociais) em faixas e cartazes nos dois recentes movimentos de rua: o do dia 13 (dos amarelinhos) e o do 18 de março (dos vermelhinhos). Ao recorte, acrescento um e-mail que recebi.

 

O primeiro dos enunciados refere-se ao velho “Fora comunistas”. O segundo, ao antigo “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. Já o e-mail era um convite para eu aderir a um abaixo-assinado contra a “Rede Globo golpista”. Tudo anacrônico.

 

Por esses tópicos transcritos, e por outros tantos que circulam tingidos de amarelo ou de vermelho, não me sintonizo nem com o “Nós” e nem com o “Eles”. Sou um Sem-Pronome. Se ao menos houvesse um “Vós”...

 

Mas por que vejo tais enunciados e propostas como anacrônicos?

 

Porque nada disso corresponde mais a este momento vivido. Em idas décadas (do golpe militar ao impeachment de Collor, em 1992, aproximadamente), aqueles enunciados até podiam ter alguma lógica; depois, não mais.  

 

A turba que hoje grita “Fora comunistas” se dirige à turma que (des)governa o Brasil, de onde os últimos comunistas pularam do barco assim que Lula assinou a “Carta aos brasileiros” em 2002; era o acordo que os neoliberais impunham ao PT.

 

Logo, com a participação da Globo (que detonara com Lula nas eleições de 89), os empresários passaram a financiar o PT para fazer um ex-operário sustentar e expandir pilares do capital no Brasil. Para isso, com valores estratosféricos, até pagaram campanhas petistas país afora.

 

De lá até aqui, o petismo fez o que pode para contemplar os interesses das velhas elites. Na base do populismo, chegou a ludibriar a plebe com políticas compensatórias. Hoje, o PT só está negativamente exposto na mídia porque a Lava-Jato veio à tona.

 

Portanto, não há mais comunista para sair de lugar algum; e não há porque os princípios norteadores do Partido foram pisoteados por sua própria cúpula. O PT pulou o riacho. Agarrou-se às elites. Tornou-se elite, inclusive nas práticas delituosas.

 

Por sua vez, a Globo também mudou, mas sua mudança foi de maquilagem, não de essência, como ocorreu com o PT. Aquela empresa, como as demais, continua a defender o que sempre defendeu: o capital.

 

E porque faz essa defesa, a Globo percebeu que não era mais possível atenuar nada referente ao PT, e nem mesmo poupar aliados de categoria, como empresários da OAS, Odebrecht etc. No episódio de Collor, foi obrigada a fazer o mesmo, ainda que só para contemplar códigos da ética burguesa. Agora, de fato, o PT tem levado uma surra midiática; e vai levar mais.

 

Por tudo isso, paradoxalmente, a Globo e outras empresas, principalmente da mídia – exceto as dominadas pelo governo federal, como a EBC e a TV Brasil, p. ex. – escancaram a tragédia nossa de cada dia. Porém, essa exposição, por mais dolorida que seja, não deve sofrer nenhuma censura de nossa parte. No limite, o que nos cabe é entender e denunciar exageros que se nos apresentam.

Terça, 22 Março 2016 10:06

 

Por Waldir Bertúlio*

 

O Governo Federal, dos tempos de Getúlio Vargas, decidiu extinguir o Território do Iguaçu (entre Paraná e Santa Catarina).  Havia também o Território de Ponta Porã, que ocupava áreas desde a hoje grande Dourados até as fronteiras com o Paraguai. O então parlamentar João Ponce de Arruda, sub-repticiamente insere na lei a ser votada, também o território de Ponta Porã. Extinguiram os dois territórios em uma só canetada e votação. Equipe do Governo do Estado foi receber o acervo dos territórios, chefiada por Arquimedes Pereira Lima. Dourados e mais sete municípios pertenciam ao território de Ponta Porã.

 

João Augusto Capilé Junior era Prefeito de Dourados, assumindo a gestão no lugar de Carvalinho, a quem apoiou na eleição a prefeito. Para assumir a prefeitura, renuncia ao mandato de Vereador, ao qual foi eleito com o maior sufrágio de votos, tendo comandado a prefeitura de Dourados por duas gestões. Mais conhecido como Sinjão Capilé, defendia princípios de austeridade, inovação e progresso para o município. Aqueles tempos eram de enfrentamento pesado na política, onde a violência e a briga entre clãs e grupos políticos eram duras e sangrentas. Uma das inovações era o planejamento, a transparência no uso dos recursos públicos. Os oponentes políticos lutavam permanentemente para encontrar algo que desgastasse ou maculasse seu nome na gestão do município de Dourados.

 

Nada encontrando, denunciaram como desvio, o desaparecimento de uma simples “bigorna” de ferreiro que existia na Usina a óleo diesel que fornecia luz para a cidade. Denúncia: roubaram a bigorna, outra, que o gestor da Usina era compadre do então prefeito, por isso, “mancomunados”. A equipe do Governo deu oficialmente como extraviada a bigorna, que tentavam como a única prova frágil de possível desvio. Sua gestão foi ilibada. Ele tinha concretizado através da proposta encaminhada pelo parlamentar Dr. Camilo a criação do município de Itaporã. Ativista de um projeto de colonização pública, foi fundador da Colônia de Dourados. Veio de vez para Cuiabá em 1961, ocupando vários cargos públicos. Pensou e implementou projetos de colonização para pequenos e médios agricultores. Um sonhador com pés no chão, sabendo sobretudo, que a política é jogo duro e pesado. Exímio articulador político, conduziu uma proposta de modernização e rigor na gestão pública.  

 

Mas, o que é encantador na história de vida de Sinjão Capilé? A compreensão essencial de que na política, no jogo político, é que se expressam as decisões que podem melhorar a vida da população com a boa gestão pública. Caminhou com sua experiência, conhecimento e persistência, em uma pedagogia política do convencimento sobre o caráter público das representações políticas. Culto, literato, sóbrio e crítico nos embates e conflitos políticos. Como pensador, manteve crítica radical aos valores da sociedade e seu confronto com uma filosofia de vida que veio reduzindo implacavelmente os valores humanos e éticos. Dizia, temos que procurar em nossas condições, buscar os espaços socialmente disponíveis. Temos que desafiar a realidade, na audácia suficiente para que não fiquemos fingindo de acreditar ingenuamente que as realizações podem estar ali, prontas e completas. É preciso construí-las, e sem esperança e crença, isto não seria possível. Nos últimos tempos aguçou sua preocupação com os destinos do Brasil, especialmente dos dois Mato Grosso com a necessidade do progresso e o empobrecimento profundo da representação política.

 

Dizia, tenho saudade sim do passado, mas é o futuro que nos espera. Sua inquietude: como parar e reabilitar a feroz máquina de moer governamental que coloca a política em descrédito e no fundo do poço? Sinjão Capilé completaria hoje 100 anos de idade, deixou este plano há nove meses atrás. Seguiu acreditando no caminho da redenção política, do crescimento e do progresso sócio econômico. Sem dúvida, um homem à frente dos seus tempos vividos. Com a certeza da mudança no tempo presente!

 
 
*Waldir Bertulio é professor da UFMT. 

Sexta, 18 Março 2016 11:15

 

 

JUACY DA SILVA

 
Durante o MENSALÃO, todo mundo sabia que a “compra’ de parlamentares por parte de  um grande esquema visava ajudar o então governo Lula, apesar de que a chefia do esquema acabou sendo colocada no colo do então chefe da casa civil e todo poderoso ministro José Dirceu, o presidente acabou ficando de fora das investigações. Ele não sabia de nada!


Com o estouro do PETROLÃO, o maior esquema  de roubalheira de que se tem notícia no Brasil até  esta data, com suas ramificações para o meio empresarial e politico, muitos dos presos  acabaram aceitando fazer  delação  premiada, para livrar a pele e pegar uma pena mais branda, volta  meia esses delatores  confessaram que repassavam dinheiro desviado da Petrobras, na forma de propina ou caixa dois para vários partidos e políticos do PT, PMDB, PP, PTB e outros mais que sempre fizeram parte da “base” de sustentação política e parlamentar do Governo Dilma.


Desde  então as investigações dessas denúncias feitas por delações premiadas tem chegado cada vez mais perto do Palácio do Planalto, de Dilma e de Lula. Vários dos empresários e políticos que  estão presos acusados e sendo investigados por corrupção estão dizendo de forma clara que Lula não apenas sabia como teria se  beneficiado desses esquemas.


Essas  acusações  rondam  em torno do Triplex  do Guarujá, do Sítio de Atibaia e também de outros favores e regalias que empresários teriam obsequiado o ex-Presidente   e seus familiares. Coube ao Ministério Público de SP  iniciar as investigações sobre a corrupção que levou o Bancoop  a liquidação e se o tal triplex  que uma das empreiteiras reformou  e, por coincidência Lula e seus familiares estiveram dando algum pitaco na  reforma luxuosa.


De forma semelhante também a reforma do sítio que custou uma boa  grana, mesmo não sendo de propriedade de Lula como ele sempre faz  questão de dizer,  foi o  local escolhido para que o mesmo enviasse  vários de seus pertences quando deixou a Presidência, a outra parte foi armazenado em um galpão pago pelo sindicato dos bancários. Foi também no sítio de Atibaia que um barco adquirido pela ex-primeira dama foi entregue, além dos famosos pedalinhos.


Coube ao Senador Delcídio Amaral, do PT de MS, que   até sua prisão era nada menos do que o LIDER DO GOVERNO DILMA NO SENADO, preso durante 85  dias, acusado de tentativa  de obstrução da operação lava jato, abrir o bico e também  em uma delação  premiada, cujo teor acabou vazando e publicado pela Revista Isto É.  Em  sua delação premiada, aceita pelo Ministro do STF, Teori Zavaski, na última terça feira, Delcídio acusa Lula, Dilma, o Ministro da Educação Aloizio Mercadante, a ex-ministra chefe da casa civil e  outros senadores, inclusive Aécio Neves, de terem conhecimento do esquema de dilapidação da Petrobrás  e de forma direta ou indireta terem se beneficiado do referido  esquema.


Através de uma ação junto ao Conselho Nacional do Ministério Lula conseguiu uma liminar, depois derrubada pelo pleno do referido  Conselho, no sentido de trancar as investigações  do MP  de São Paulo.


De forma semelhante Lula tentou e continua tentando de forma desesperada desqualificar tanto a Polícia Federal, o Ministério  Público, a  Força Terefa da Operação Lava Jato e o próprio Juiz Sérgio Moro, tanto em seus pronunciamentos quanto através de questionamento sobre a referida operação junto ao STF, tudo isto demonstrando que não  está disposto a colaborar com a Justiça e com as investigações para que a verdade possa vir a tona.


O desespero de Lula, do PT, do Governo Dilma e dela própria com os rumos da operação lava jato chegou ao seu ápice com a condução  coercitiva pela Policia Federal na semana passada para prestar um longo depoimento policial, além de ter tido sua residência, o triplex, o sítio em Atibaia, os Galpões  onde guarda parte de seus pertences, inclusive um apartamento que ha 13 anos está sendo ocupado pelo mesmo, sendo que durante alguns anos quem pagou o aluguel  foi o PT,  depois a presidência da República e ultimamente o próprio Lula.  O mandato de busca e apreensão e as investigações, inclusive as  da operação zelotes envolvem alguns  de seus familiares.


Com o  fim  do mandato Lula deixou  de ter foro privilegiado, ou seja, até então só  o STF poderia receber denuncias e autorizar investigações sobre Lula e qualquer pessoa  que tenha este privilégio. Diante disso, Lula voltou a ser um cidadão como outro qualquer  e deverá ser investigado por essas acusações pela Justiça Federal, vale dizer, OPERAÇÃO LAVA JATO.


Para tentar burlar essa possibilidade o PT e o Governo Dilma resolveram nomear Lula como ministro Chefe da Casa Civil, mesmo cargo que foi ocupado por José Dirceu até que estourou o MENSALÃO  e também  Ereni Guerra e a Senadora Gleici Hofman, do PT/PR, cujas  estórias de envolvimento com corrupção são bem conhecidas, para que assim possa escapar das investigações da  LAVA JATO conduzida pelo Juiz Sérgio Moro. Concretizada tal manobra no tapetão a mesma  é mais uma vergonha para Lula, para o PT e para  o Governo Dilma.  Além disso seria a demonstração de que Lula é realmente quem manda no Governo Dilma, um superministro e nesta condição, além de escapar  das  garras da justiça poderia iniciar sua campanha para retornar a Presidência da República, usando os mesmos esquemas corruptos que tanto proliferaram em seu Governo.


Dilma, a partir de agora  passa  a ser figura meramente decorativa, pois quem vai mandar e desmandar no governo, no PT e demais partidos aliados será  o mesmo. O Brasil não merece ser governado por políticos deste quilate!


Em tempo, a posse de Lula que, inicialmente estava prevista para a próxima  terça feira, foi, por quais razões não se sabe, antecipada para esta quinta feira, dia 17 março. Entre o anúncio de que Lula seria ministro chefe da casa civil e a posse do mesmo, ocorreram manifestações e protestos em todas as capitais e inúmeras cidades do pais.


Após  a posse de Lula, o Juiz Federal de Brasília, Catta Preta, concedeu liminar suspendendo tanto a posse e caso a mesma já tivesse ocorrido, como de fato ocorreu, seus efeitos deveriam ser suspensos e nulos, ou seja, mesmo empossado Lula não é ministro até que as  demais instâncias  da justiça possam se manifestar.


Outro fato para agravar mais ainda a crise, em  um dos áudios divulgados após  o sigilo das investigações da 24a. fase da Lava Jata, com o fim do sigilo das investigações determinado pelo Juiz Sérgio Moro,  pode-se constatar ofensas e formas desrespeitosas do ex-presidente em relação a várias autoridades do Ministério Público e também do poder judiciário e diálogos que indicam tentativa de tráfico de influência junto a ministros do STF, utilizando-se da figura da presidente Dilma para tentar  influenciar ou mudar decisões de ministros da Suprema Corte, no caso específico da ministra Rosa Weber.


Tudo isso, contribui para que Lula se acabar sendo ministro  vai causar mais problemas para si mesmo e para o Governo Dilma, do que ajudar a debelar uma crise que a  cada dia se torna mais grave e complexa.


JUACY  DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.

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Sexta, 18 Março 2016 11:05

 

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Hoje, falarei de protesto. Todavia, não do ocorrido no final de semana, quando uma multidão “nunca antes vista na história deste país” foi às ruas para apoiar a operação Lava-Jato, pedir oimpeachment de Dilma, gritar “Fora Lula/PT” etc. Falarei do protesto adulto de Taylan Maia, um menino de apenas nove anos, nascido em Peritoró/MA.

 

O protesto do garoto veio a público inicialmente por imagens de celular. Depois, foi parar nas telas do “Bom dia Brasil” da Rede Globo, de 11/03/16.

 

No vídeo original, Taylan – de marcante personalidade, e com a devida consciência da miserável condição de sua escola – faz um desabafo, apontando para duas questões: uma objetiva e outra subjetiva.

 

Do viés concreto, diz que em sua escola falta tudo: “filtro para água potável, banheiro, lugar para guardar os livros”, mas, antes de tudo, “falta uma boa escola”; ou seja, a seu modo, ele ainda está falando das condições materiais da escola. Ele está se referindo às condições do casebre onde estuda.

 

O casebre é de “pau a pique”, tipo de construção antiga e rudimentar muito presente em áreas rurais. A matéria prima desse tipo de construção é o barro, que preenche os vãos dispostos em bambus, amarrados com cipós, que se entrelaçam a madeiras verticais fixadas no chão, com vigas horizontais. Os vãos preenchidos com barro transformam-se em paredes.

 

Quando tais construções são malfeitas, abrem-se fendas no barro. Essas fendas podem servir de habitat para vários tipos de insetos, com destaque ao barbeiro (Triatoma infestans), transmissor da doença de chagas.

 

Não bastasse esse tipo de precariedade, há outra mais chocante: por falta de banheiros, as crianças improvisam-nos em um matagal, atrás da “escola”. Degradante.

 

Outra degradação fica por conta da merenda, que, aliás, este ano ainda não chegou. Pior: conforme depoimentos das crianças e de seus pais, é até melhor que a merenda nem chegue, pois mais parece um “mingau véio doce”, que provoca dores estomacais.

 

Além dessas precariedades materiais, o estudante aponta, em tom de indignação e denúncia, o mais importante: a disposição da “escola” em classes multisseriadas; ou seja, alunos de séries diferentes em uma mesma sala de aula: “É o primeiro ano junto com o segundo, o terceiro junto com o quarto... É tudo a maior bagunça”, sentencia Taylan.

 

Agora, o que estudante não disse – e talvez nem tivesse condições de observar – é que, em cartazes de cartolina produzidos por algum adulto (provavelmente, professor ou professora), detalhes básicos da norma padrão da língua portuguesa – a que é exigida em concursos públicos, inclusive no ENEM – deixaram de ser observados. Em um dos cartazes, lê-se: “Os encontros vocalicos menusculos”.

 

Assim, tal inobservância está fazendo aquelas crianças que aparecem na reportagem aprenderem a escrever as palavras proparoxítonas sem o acento marcador da antepenúltima sílaba. O antônimo de “maiúsculo” está sendo ensinado como “menusculo", e não como “minúsculo”.

 

Pois bem. Se itens elementares de nossa língua estão sendo assim “ensinados”, fico pensando como outros tópicos linguísticos que demandam mais complexidades, como as regências e as concordâncias, estão sendo expostas, se é que estão. 

 

Ao pensar nisso, fico imaginando se há muita diferença entre quem ensina e quem aprende em contextos semelhantes. Talvez não haja. E isso é desumano, pois é o extremo da subtração da cidadania a um contingente imenso de nossas crianças que vão tendo um futuro cada vez mais comprometido, cada vez mais excludente. 

 

Quarta, 16 Março 2016 11:53

 

 

JUACY DA SILVA

 

Ao aceitar os termos da delação premiada ou a chamada “colaboração com a justiça”,  em troca de redução das penas a que estaria sujeito, o Senador petista de MS Delcídio Amaral, em processo de cassação no Conselho de Ética e ex-líder do Governo Dilma no Senado, jogou M…no ventilador da cúpula petista e de outros partidos que apoiam o governo,  tendo como figuras maiores Lula e Dilma, e também  o Ministro da Educação Aloízio Mercadante e a ex-chefe da Casa  Civil Erenice Guerra, os quais passam a ser envolvidos em denúncias graves, inclusive corrupção, desvio de $$$ público e outros mais.


Como Lula já  está sendo investigado pela Operação Lava Jato, tendo sido obrigado a prestar depoimento ao ser conduzido COERCITIVAMENTE  pela Polícia Federal, tendo seus endereços vasculhados e  poucos dias depois ter sido denunciado junto a Vara Criminal da Justiça Estadual de SP, denunciado que foi por outros crimes, tendo sido, inclusive pedida a sua prisão preventiva e a quebra de seu sigilo fiscal pelo  Ministério Público de SP.
A  juíza criminal, a quem foi distribuído o processo na última sexta feira, já na segunda  feira decidiu encaminhar o mesmo para o Juiz Sérgio , o mais novo herói do povo brasileiro, a quem cabe agora juntar mais essas denúncias e determinar que a força tarefa  de Curitiba, composta de procuradores do Ministério Público Federal , delegados e agentes da polícia federal aprofundem as investigações, para que o referido juiz  federal possa decidir se condena ou absolve Lula. Se for condenado, Lula e seus familiares poderão  fazer  companhia para alguns  de seus amigos políticos e empresários, como José Dirceu, Bumlai, Marcelo Odebrecht, Leo Pinheiro , doleiros e ex-dirigentes da Petrobrás, todos já condenados a penas razoáveis, menores do que merecem todos os corruptos,  segundo a ótica da população.


As delações  premiadas, mesmo sendo um instituto jurídico,  em termos práticos  mais se  parecem  briga interna de quadrilhas, semelhante ao crime organizado, quando um/uma  integrante e apanhad@ pela policia acaba entregando os comparsas para livrar a própria pele.


Tanto na época do  MENSALÃO  quanto agora no PETROLÃO/LAVA  JATO, vários dos denunciados foram acusados de praticarem diversos crimes, inclusive FORMAÇÃO DE QUADRILHA,  lavagem de dinheiro,  formação de ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, tráfico de influência  e falsidade ideológica.


A População brasileira que saiu `as ruas/avenidas/praças  deste pais, aos  milhões, para protestar contra a corrupção, pelo IMPEACHMENT de Dilma, gritando FORA DILMA, FORA LULA, FORA PT, ou seja, o  povo  espera que o procurador Geral da República, da mesma forma que tem sido tão caustico e  eficiente em relação `as  investigações envolvendo os presidentes da Câmara Federal e Senado, respectivamente, Dep Fed Eduardo Cunha e Sen Renan Calheiros, também  vá  fundo e com bastante rapidez  nas investigações envolvendo o senador Delcídio Amaral e demais  mencionados em sua Delação premiada.


De forma semelhante, a população  também  reclama urgência nas demais investigações por parte do Ministério Público Federal, capitaneadas pelo Procurador Geral, dos demais políticos, com ou sem mandato, que fazem parte  da LISTA DO JANOT, onde estão incluídos vários senadores e deputados federais do PT , PMDB, PP  e outros partidos da base do Governo Dilma  e também  alguns integrantes de partidos de oposição.


Creio que não seria muito também  pedir que o TSE acelere as investigações e o julgamento de ações que tramitam naquela Corte Superior  eleitoral quando `a cassação  do registro da Chapa Dilma/Temer, por uso de caixa  dois, incluindo dinheiro surrupiado da corrupção na Petrobrás e agora mais 45  milhões desviados da construção de obras bilionárias “tocadas” pelas mesmas empreiteiras , cujos executivos estão presos, constantes  da delação premiada do Senador Delcídio, que incrimina não apenas a ex-ministra chefe da Casa Civil Erenice Guerra, como outros ex-ministros.


O Brasil espera e aguarda que as instituições como Ministério Público Federal, Polícia Federal e Justiça Federal, incluindo STF, TSJ  e TSE  cumpram um papel decisivo na limpeza  desta mácula  que é a corrupção, nunca  vista em tamanha proporção em nosso país e que a todos envergonha.


Se tudo isso virar pizza  ou se apenas uns poucos, boa parte bagrinhos, forem condenados ou se os condenados, como aconteceu com os do MENSALÃO,  receberem indulto e suas penas forem extintas, na verdade, a mensagem que  estará sendo transmitida ao povo é que a impunidade continua e o crime compensa. Assim, tanto o MENSALÃO quanto o PETROLÃO/LAVA JATO serão apenas mais um  sonho de verão do sofrido povo brasileiro!


Em tempo, as últimas notícias dão quase como  certa a nomeação de Lula para algum ministério, como forma de o mesmo escapar de ser investigado pela LAVA JATO de Curitiba, sob a batuta do Juiz Sérgio Moro, que recentemente autorizou a Polícia Federal a conduzi-lo coercitivamente para depor em SP.


A mensagem é que gozando de foro privilegiado as investigações seriam conduzidas pelo Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o relator seria o Ministro DO STF Teori Zavaski,  será que ambos vão ser menos rigorosos do que a força tarefa de Curitiba e do Juiz Sérgio Moro? Eu não creio que Lula vá ter tratamento especial nessas instâncias superiores, do MPF e da Justiça, afinal, ninguém está acima das Leis e da Constituição. Basta a gente aguardar para conferir!


JUACY DA SILVA,  professor  universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia,  articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação.

E-mailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Segunda, 14 Março 2016 08:43

 

 

JUACY DA SILVA*

 
Diversos movimentos sociais, ONGs, entidades sindicais de trabalhadores e também de representação do empresariado como a ponderosa FIESP, a OAB  e outros mais, incluindo os partidos de oposição ao governo Dilma/Lula/PT/PMDB, há meses  estão preparando  grandes manifestações populares contra a corrupção, pelo IMPEACHMENT de Dilma, pelo fim da impunidade, contra o caos na saúde, o  desemprego, a violência , a recessão, em defesa da operação lava jato e do Juiz Sérgio Moro, das  operações da polícia federal   e do Ministério Público, enfim, contra as  crises econômica, financeira, política e moral que estão afundando o Brasil a cada dia mais.


Esses  protestos devem ocorrer neste DOMINGO, 13 de março e, dependendo da participação massiva da  população possibilitará  tanto ao governo quanto aos partidos de oposição e também  a todas as instituições avaliarem como o povo está se sentindo diante de um país sem rumo, desgovernado, em conflito, em crise institucional e `a beira de uma  catástrofe.


Deverão ocorrer grandes manifestações em todas as capitais e na grande maioria das cidades com mais de cem mil habitantes, enfim, a voz  das ruas, da mesma  forma que se manifestação pelas DIRETAS JÁ  e pelo FOR A COLLOR, volta novamente para dizer de forma bem clara: FORA DILMA, FORAPT, FOR A CORRUPÇÃO e contra  este estado  de coisas  que ninguém aguenta mais. Oxalá os atuais donos do poder, incluindo o Palácio do Planalto e também nossos Congressistas, tanto na Câmara Federal quanto no Senado possam ouvir e entender o recado do povo e tomarem as medidas para que este sofrimento nacional possa ser abreviado.


Diante  de algumas crises  bem menores do que a atual o Presidente Vargas cometeu suicídio como forma de desatar o nó em que seu governo estava envolvido; de forma semelhante Jânio Quadros renunciou; o Presidente João Goulart  abandonou a presidência e fugiu para o Uruguai, dando lugar aos militares que ocuparam o poder, e, Collor foi afastado por pressão dos “caras pintadas” e o seu impeachment pelo Congresso.


O momento atual é extremamente grave, talvez  o mais grave em toda a história da República.  Com cerco da operação lava jato e do Ministério Público de São Paulo se fechando  em torno de Lula e seus familiares, como a tramitação dos processos de cassação das  candidaturas Dilma/Temer em tramitação no TSE, com as delações do Senador Delcídio Amaral e o início do processo de cassação do mesmo na Comissão da Ética no Senado; com a tramitação dos vários processos contra o Presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, segundo na linha sucessória, caso Dilma e Temer sejam cassados ou Dilma renuncie ou sofra “impeachment”,  com as investigações sobre denúncias de corrupção contra o Senador Renan Calheiros, Presidente do Senado, terceiro na linha sucessória; com as investigações sobre dezenas de senadores e deputados federais que fazem parte da famosa Lista DO JANOT, com   certeza  Brasília vive em um clima de medo e incerteza, entre  os donos do poder.


O racha no PMDB, manifesto na  escolha do líder do partido na Câmara Federal  e  a  possibilidade de praticamente metade do partido abandonar  a base do governo, incluindo a permanência de Temer  no comando do partido, com  certeza  vai deixar o governo Dilma muito mais enfraquecido e desnorteado como acaba de acontecer com o “imbróglio” da nomeação do ministro da Justiça, quando o  Governo Dilma, representado pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, atual advogado Geral da União e também o Procurador Geral de Justiça, foram fragorosamente derrotados pelo STF, por dez  votos  a um, são ingredientes  que farão  a  temperatura da crise aumentar nos círculos palacianos.


A pressão popular, nas ruas, praças e avenidas do país prenunciam, cada vez  mais, tanto o agravamento da crise quanto a necessidade de que a mesma  tenha uma resolução breve e isto só será possível com a mudança de governo.


Se as hipóteses de impedimento de Dilma/Temer  e a impossibilidade  de que tanto Eduardo Cunha quanto Renan Calheiros assumam, pelas razões de estarem sendo investigados por acusações de prática  de corrupção, o quarto na linha sucessória é o Presidente do STF, que em poucos meses deverá convocar novas eleições para Presidente da República e vice.


A possibilidade de que esse desenlace aconteça ainda em 2016 pode se  dar em dois cenários: o primeiro de uma  escalada dos conflitos  como aconteceu na Venezuela e só Deus sabe onde isto vai acabar, neste caso a tão propalada normalidade democrática e institucional podem ser afetadas;  o segundo, é que os partidos que apoiam o atual governo e as oposições  estabeleçam  um pacto para que novas eleições sejam realizadas dentro de um clima de entendimento nacional, sem revanchismo, mas como um caminho para que a corrupção seja banida da vida pública brasileira, possibilitando governabilidade e o retorno do país a normalidade institucional, únicas bases para a superação da atual crise econômica, política e institucional.


Somente um governo que goze  da credibilidade e confiança do povo, dos vários setores econômicos, sociais e políticos tem energia suficiente para superar essas crises dentro dos princípios democráticos, sem quebra da ordem constitucional. Parece que isto não acontece com o atual governo e sua base de sustentação política e parlamentar que não inspiram nem confiança e nem esperança no povo brasileiro.


*JUACY DA SILVA, professor  universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador e articulista de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. E-mail  O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blogwww.professorjuacy.blogspot.com

 

 

Quarta, 09 Março 2016 19:05

 

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

No campo político, se uma palavra pode valer ouro, imaginem o valor de um enunciado completo. Digo isso para, outra vez, parodiar a mais famosa das jararacas brasileiras, a nossa “Jararaca-mor”: “nunca antes na história deste país” vivemos uma semana tão anômala como a semana passada. E para ilustrar o ineditismo histórico, a protagonista dos acontecimentos era exatamente a Jararaca-mor.

Mal raiava o sol de uma sexta-feira profana (04/03), e um ex-presidente da República – que se fez elevar à potência máxima de mito político deste país – era levado de seu apartamento (o de São Bernardo) para coercitivamente depor em uma das sedes da Política Federal (PF).

Enquanto depunha, buscas em um famoso apartamento tríplex no Guarujá, em um sítio (de muito bom gosto) em Atibaia, bem como em um Instituto, que “humildemente” leva o nome da Jararaca-mor, eram vasculhados por agentes da PF. Claro que tais agentes podem ter encontrado preciosidades nesses espaços, embora, por conta de um vazamento de informações, uma “limpeza documental” provavelmente já houvesse ocorrido, afinal, a base política da Jararaca-mor tratou de infiltrar seus filhotes em todos os espaços possíveis do estado brasileiro. Nada escapou dessa invasão; as universidades federais, os bancos, as empresas estatais etc. que o digam!

Simultaneamente ao depoimento e às buscas alhures, dois grupos de manifestantes antagônicos aglomeravam-se em frente à sede da PF no Aeroporto de Congonhas. Aquelas cenas eram as primeiras de outras que se seguiram durante o dia todo país afora. O enfrentamento físico entre patrícios foi inevitável em alguns lugares. E era só o começo, pois um cenário de violência “nunca antes visto” – sequer imaginável – pode estar bem próximo de todos nós.

E por que a violência – agora motivada também por paixões políticas – pode estar se aproximando?

Porque enquanto o clima começava a esquentar, o sangue da Jararaca-mor já fervia. À frente das câmeras da TV dos Trabalhadores, depois de desqualificar a operação Lava-jato e o Ministério Público, de se fazer de vítima das elites, colocando-se como político de esquerda perseguido pela direita e pela mídia, sempre ancorada no velho discurso da divisão do “nós” e “eles”, a Jararaca-mor – esmurrando uma mesa – bradou jurando não estar morta, pois, conforme afirmou, não lhe acertaram a cabeça, mas sim o seu rabo.

Dessa forma, a Jararaca-mor, mesmo com o rabo machucado, para se apresentar como um ente político vivo, depois de cenas que podem leva-lo à morte na política nacional, perdeu a chance de um ato altruísta; perdeu a chance de se mostrar como um grande estadista que fato respeita o povo de seu país. E a chance foi perdida na medida em que incitou sua militância a ir para as ruas; aliás, fez mais: disse que ele próprio – lembrando sua peregrinação das antigas caravanas da cidadania – para as ruas iria, se preciso fosse.

Sua fala soou como um canto de guerra, e bem em exata hora em que a maioria do povo brasileiro já trava uma verdadeira guerra cotidiana para não ser devorada por uma crise alarmante do sistema, sustentado por séquitos fiéis, que tudo fazem para se manter nos espaços de poder.

Agora, resta-nos ver até onde vai e a quantos atingirá o eco do canto de guerra de uma jararaca em desespero.

Em tempo: acaba de ser noticiado que a Jararaca-mor não quer ser investigada. Por isso, seu advogado (um dos mais caros do país) quer a suspensão das investigações contra seu cliente, que tem história, embora algumas sejam mal contadas.