Quarta, 11 Junho 2025 13:57

 

A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Extraordinária PRESENCIAL a se realizar:

Data: 16 de junho de 2025 (segunda-feira)

Horário: 13h30 (Cuiabá) com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes.

Pauta:

1. Ataque à permanência das entidades representativas na UFMT;
2. Insalubridade;
3. Demandas do GTSSA da Adufmat-Ssind. 

 

A Assembleia será presencial e ocorrerá simultaneamente no auditório da sede de Cuiabá e nos campi do Araguaia e SINOP.

 



Cuiabá, 11 de junho de 2025
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais

Quarta, 11 Junho 2025 11:07

 

Conforme divulgado a partir da aprovação do Edital Eleitoral em assembleia geral realizada no dia 30/05 (leia aqui), as inscrições de chapas interessadas em disputar a Diretoria da Adufmat-Ssind, biênio 2025-2027, seguem abertas até as 23h59 do domingo, 15/06.

 

De acordo com o Regimento da Adufmat-Ssind, as inscrições devem ser acompanhadas de plataforma eleitoral que explicite as diretrizes da futura atuação dos candidatos.

 

O calendário elaborado pela comissão estabelece que a votação ocorrerá no dia 04/07 e a lista de sindicalizados aptos a votar na sede e subsedes do sindicato já foi disponibilizada (confira aqui). Eventuais debates e a disposição das urnas serão definidos nos próximos dias pela comissão.  

 

A cerimônia de posse deve ocorrer no dia 09/07, em assembleia geral convocada para este fim.

 

Confira essas e outras datas no calendário abaixo e todas as notícias e documentos sobre o pleito na aba “Eleição Diretoria Adufmat 2025”, fixada no menu do site da Adufmat-Ssind.

 

A íntegra do Edital de Eleição para a Diretoria da Adufmat-Ssind está disponível aqui.

Outras informações ou verificações sobre o processo eleitoral devem ser enviadas à Comissão Eleitoral por meio do endereço de e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 11 Junho 2025 09:37

 

Universidade estadual de Mato Grosso (UNEMAT) está há mais de 13 anos sem concurso para professores e tem cerca de 50% do corpo docente contratado

 

Em um cenário de crescente precarização do ensino superior público em Mato Grosso, a Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (ADUNEMAT) realiza nesta quarta-feira, 11 de junho, uma Mobilização para cobrar diretamente do governador, Mauro Mendes, a imediata autorização de concurso público para docentes da UNEMAT. Há mais de 13 anos, a única universidade estadual de Mato Grosso não realiza concursos para professores efetivos, uma década sem renovação estrutural que compromete diretamente a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão oferecidos à população.

A mobilização, aprovada em Assembleia Geral da categoria, terá concentração às 9h em frente à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em Cuiabá, e seguirá até o Palácio Paiaguás, sede do governo estadual, em busca de respostas concretas e urgentes.

A situação é considerada insustentável pela ADUNEMAT. Atualmente, cerca de 50% dos professores da UNEMAT são contratados temporariamente, vivendo sob vínculos frágeis, sem estabilidade e sem os direitos básicos garantidos aos servidores públicos concursados. "Essa prática institucionaliza a precarização do trabalho docente e compromete seriamente a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão", afirma a entidade.

A gravidade do problema já é sentida diretamente nas salas de aula e nos campi. Em Diamantino, por exemplo, a coordenadora do curso de Educação Física, Bruna Freitas, relatou que "a situação chegou ao limite: o fluxo de trabalho está comprometido, faltam professores efetivos em sala de aula, e os poucos que ainda resistem estão afastados para qualificação ou sobrecarregados com funções administrativas”. Segundo a ADUNEMAT, assim como em Diamantino, há falta de professores em outros Campi da UNEMAT.

A ADUNEMAT destaca que os recursos necessários para a realização do concurso já estão previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. Isso, segundo a associação, "elimina entraves orçamentários e coloca a decisão no campo da gestão governamental", evidenciando que a vontade política é o único entrave para a regularização do quadro docente da universidade.

Para a presidenta da ADUNEMAT, professora Luciene Neves, a mobilização é um passo fundamental: “A campanha em defesa do concurso é uma das principais pautas da nossa categoria hoje. A mobilização do dia 11 é fundamental para que consigamos garantir o concurso ainda em 2025. Não podemos mais esperar”, afirma Luciene.

A UNEMAT, com seus 13 campi e cerca de 22 mil estudantes em mais de 60 cursos presenciais, é um patrimônio estratégico para o desenvolvimento regional de Mato Grosso. "Não pode continuar sendo tratada com negligência", reforça a entidade, que já vem pressionando o Executivo estadual desde 2018, participando de audiências públicas, dialogando com deputados e protocolando pedidos oficiais.

O ato desta quarta-feira, que já conta com o apoio da comunidade acadêmica, busca ser mais um momento pressão pública e política pelo concurso público para docentes da UNEMAT, uma vez que o governo já realizou concurso para técnicos-administrativos recentemente na universidade, não havendo qualquer impeditivo para sua execução.

 

Fonte: Adunemat-Ssind

Quarta, 11 Junho 2025 07:39

 

JUACY DA SILVA*

 

O “episódio” da agressão verbal, verdadeiro machismo e misoginia contra a ministra Marina Silva, há poucos dias, quando de seu comparecimento à Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, transmitido ao vivo por diversas emissoras de TV e outros meios de comunicação de massa, foi uma demonstração de que a direita e extrema direita estão mais unidas do que nunca, com um propósito claro e transparente: emparedar o governo Lula e enfraquecer o PT e demais partidos de esquerda, visando às eleições gerais de 2026.

De pouco ou quase nada tem surtido efeito o fato da engenharia política de Lula, oferecendo ministérios e inúmeros cargos e favores para partidos de centro, centro-direita, direita e também parte da extrema direita, como é o caso do Republicanos.

Em diversas votações importantes, tanto na Câmara Federal quanto no Senado, como no caso do Marco Temporal, do teto de gastos, do Orçamento Anual do Governo Federal, nas propostas ainda em tramitação no Congresso, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), o caso do PIX e agora o decreto do IOF, além da pressão por uma CPI na Câmara ou uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso Nacional sobre a roubalheira dos consignados do INSS, inúmeros parlamentares de partidos que têm ministros e supostamente fazem parte da base do governo Lula, como integrantes do MDB, PSD, PP, Republicanos, União Brasil, votaram e votam contra os interesses do governo, numa clara demonstração de que estão jogando pesado, como se diz, “jogo bruto” contra o governo.

No momento, este emparedamento, capitaneado pelo presidente da Câmara e, em menor grau, pelo presidente do Senado, ambos de partidos que integram o governo Lula, respectivamente, Republicanos e União Brasil, faz um verdadeiro cabo de guerra sobre a questão do aumento do IOF, forçando o governo Lula a voltar atrás e encontrar novas alternativas, provocando mais um desgaste do mesmo perante a opinião pública.

De forma explícita, diversos líderes do União Brasil já afirmaram claramente que não estarão com Lula em 2026, e o mesmo é de se esperar em relação ao PP, ao PSD e a boa parte do MDB.
As estratégias tanto da extrema direita quanto da direita (eufemisticamente denominada de centro-direita, que de centro tem pouco), na hora “h”, acabam pendendo para a direita e extrema direita, são claras.

Existe uma tentativa, principalmente da extrema direita nacional, de promover um descrédito de algumas instituições nacionais, principalmente o Poder Judiciário, mais especificamente o STF, e o sistema eleitoral — no caso, as urnas eletrônicas — tanto dentro do país quanto no contexto internacional. Isso pode afetar o país como um todo, desacreditando, inclusive, diversas autoridades em suas atribuições constitucionais e legais.

A estratégia política, partidária e eleitoral também está a cada dia mais clara, aparentando um certo “racha” onde os incautos imaginam que seria uma “briga” entre a extrema direita, capitaneada por Bolsonaro e seus seguidores, independentemente de o mesmo ser julgado, condenado e preso, colocando “uma pá de cal” em sua pretensão de retornar aos Palácios da Alvorada (e seu cercadinho) e ao Planalto, facilitando o surgimento de alguém que represente seus seguidores, que poderá ser o governador de SP ou até mesmo um de seus filhos ou, talvez, sua esposa.

Para iludir os eleitores, alguns outros governadores, como o de Goiás, ou o do Rio Grande do Sul, do Paraná, Minas Gerais ou outro estado qualquer, deverão se fantasiar de “direita”, mas sem cutucar muito o bolsonarismo, e juntas, essas duas forças — extrema direita e “centro-direita” ou direita propriamente dita — vão abiscoitar boa parte dos votos, talvez uns 35% ou pouco mais.

Aí vem a esquerda, com os partidos tradicionais e alguns “centristas” e “direitistas” fiéis a Lula, por terem sido contemplados com cargos ministeriais ou de segundo escalão, e ainda o risco de o PDT embarcar no “canto da sereia” de Ciro Gomes, que há tempos tem se bandeado para o lado bolsonarista, podendo retirar um “naco” do eleitorado da esquerda que anda meio triste com Lula.
Mesmo assim, Lula continua com seus “encantos” e pode também abocanhar entre 40% a 45% do eleitorado, e seguir para a disputa no segundo turno. Aí é que a coisa se complica, como dizem, “a porca torce o rabo”.

Dependendo de quem possa chegar ao segundo turno, vindo da direita ou da extrema direita, pode facilitar ou dificultar a vida da esquerda. Mesmo assim, há quem aposte que, novamente, Lula sairia vencedor com uma pequena margem, como aconteceu na última eleição.

A outra linha da estratégia da direita e da extrema direita é ampliar sua representatividade tanto na Câmara Federal, onde já domina amplamente, mas, fundamentalmente, no Senado da República, e aí, dominar totalmente o Congresso.

Se isso acontecer e Lula for reeleito, pior do que na atual gestão, estará “enleado” de forma complicadíssima junto ao Congresso Nacional e enfrentará uma oposição mais aguerrida e virulenta do que nesta legislatura, podendo correr o mesmo risco que abateu Dilma, de um “impeachment” por qualquer motivo que possa se imaginar. Portanto, a escolha do vice na chapa de Lula será importante para evitar o que aconteceu com Dilma.

Outra estratégia também bem clara da direita e extrema direita, aliadas ou “adversárias” na quase totalidade dos estados, mas tendo entre ambas um denominador comum, ou seja, terão sempre como adversário ou quase inimigo o PT e as esquerdas, serão as eleições majoritárias (duas vagas de senador, uma vaga de governador) e centenas de vagas nas Assembleias Legislativas.

Da mesma forma que nas eleições municipais, em que o avanço da direita e da extrema direita quase “varreu” o PT e demais partidos de esquerda em milhares de municípios e estados, como no Rio Grande do Sul, SP, MT etc., também este é o grande objetivo das forças conservadoras.

Assim, a direita e extrema direita poderão “rasgar” a Constituição Federal e as Constituições Estaduais e promover um verdadeiro retrocesso constitucional e legal, tanto em nível nacional quanto em nível estadual, impondo suas pautas conservadoras e que irão desmontar as estruturas e as diversas instituições públicas e alterar profundamente as políticas públicas, principalmente as que “favorecem” os pobres, excluídos, as diversas minorias, as leis ambientais, as leis trabalhistas, a previdência social, os organismos de controle, a militarização da política, das escolas — enfim, algo como já está acontecendo em vários países em que a direita e extrema direita, isoladas ou em alianças políticas e estratégicas, têm apontado nesta direção.

A grande meta das forças conservadoras é o “Estado mínimo” para os pobres e classe média baixa, que se tornaram mais pobres e miseráveis, e o “Estado máximo” para os ricos e os privilegiados.

Março do ano que vem será o momento de conferirmos este cenário e podermos novamente avaliar, com dados da realidade, qual o futuro que nos espera nas urnas em outubro e novembro de 2026. Quem viver, verá!

Aí surge a grande indagação: diante de um quadro/cenário como este, bem claro, qual ou quais as estratégias do PT e das esquerdas? Só existem dois caminhos que se entrelaçam: voltar às bases, voltar a conquistar a confiança dos movimentos populares, ganhar as ruas e avenidas neste país, mobilizar-se nas redes sociais; fortalecer tanto a frente de esquerda quanto uma frente mais ampla que a “esquerda tradicional”, ampliando o chamado “arco de alianças”; tentar “segurar alguns pedaços dos partidos de centro e de direita” contemplados com cargos e outros favores do atual governo (Lula) e, aí sim, o mais importante: construir um Projeto Nacional de Desenvolvimento que fortaleça a soberania nacional, o desenvolvimento científico e tecnológico, sustentável, solidário, justo, que empolgue tanto empresários, a classe média, as grandes massas, os pobres, oprimidos e injustiçados que ainda existem neste país e têm sido “encantados” pelas propostas da direita e extrema direita, como bem tem enfatizado Jessé de Souza quando fala dos “pobres de direita”, principalmente evangélicos e boa parte dos católicos.

Hoje, as igrejas e religiões são mais fortes, política e eleitoralmente, do que as mais de duas ou três dezenas de partidos — e é aí que mora o perigo para qualquer democracia!

Enquanto isso, no STF, tem início mais uma etapa que poderá condenar definitivamente e conduzir à prisão tanto Bolsonaro quanto vários outros réus, como aconteceu com a deputada Carla Zambelli, bolsonarista raiz e agora fugitiva e procurada pela Interpol.

Muita coisa ainda vai acontecer até outubro de 2026, ante as quais precisamos estar alertas!

 

*Juacy da Silva, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ; Instagram @profjuacy

Terça, 10 Junho 2025 13:37

 

Vagas serão reservadas para pessoas negras, indígenas e quilombolas; a lei já está em vigor, mas valerá apenas para futuros concursos

 

Foi publicada, nessa quarta-feira (4), a Lei 15.142/25, que amplia e atualiza a política de cotas no serviço público federal. Com a nova legislação, 30% das vagas em concursos públicos e seleções temporárias serão reservadas para pessoas negras, indígenas e quilombolas. A lei recebeu três vetos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Foto: Banco de imagens do Envato. Uso exclusivo do ANDES-SN. Proibida reprodução.

 

A medida abrange concursos para cargos efetivos e empregos públicos na administração pública federal direta, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. Também vale para processos seletivos simplificados e para contratações temporárias.

A norma substitui a Lei de Cotas, de 2014, que previa a reserva de 20% das vagas para pessoas negras (pretas ou pardas). A nova lei, além de ampliar o percentual para 30%, inclui, pela primeira vez, povos indígenas e a comunidade quilombola. A lei define os critérios de autodeclaração para esses grupos.

No Brasil, mais de 55% da população é composta por pessoas pretas ou pardas, segundo dados do governo federal.

Vetos

Os vetos presidenciais à Lei 15.142/25 incidiram sobre regras para os editais de abertura de concursos e de processos seletivos simplificados. Um dos dispositivos retirados previa que a negativa à autodeclaração de candidato como negro ou pardo deveria ser decidida por unanimidade em colegiado.

O governo argumenta que a regra “poderia comprometer a política pública ao ensejar elevado risco de judicialização da matéria”. Os vetos serão agora analisados pelo Congresso Nacional, em sessão a ser marcada.

Reparação histórica

O ANDES-SN classifica a ampliação das cotas como um avanço na luta por uma sociedade mais justa e equitativa. Para o Sindicato Nacional, a nova lei representa uma conquista dos movimentos negros, visando reparar as desigualdades raciais que marcam profundamente a sociedade brasileira.

“Nosso sindicato defende de forma intransigente essa conquista, pois compreende não ser possível construir uma educação pública, gratuita e socialmente referenciada sem políticas de enfrentamento ao racismo em todas as suas formas de manifestação”, afirmou a entidade, em carta entregue a parlamentares no final do ano passado, durante a tramitação da proposta na Câmara de Deputados.

O Sindicato Nacional também destacou que a nova Lei de Cotas é mais um passo significativo na construção de uma educação antirracista, que é um compromisso essencial para o fortalecimento da democracia e da inclusão social no Brasil.

Fonte: Câmara de Deputados (com edição e inclusão de informações do ANDES-SN)

Terça, 10 Junho 2025 13:31

 

O ANDES-SN realiza no próximo fim de semana (14 e 15) dois importantes seminários voltados para a categoria docente: o IX Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Docente e o Seminário sobre a Funpresp e os Fundos de Pensão nos Estados, Municípios e Distrito Federal. As atividades ocorrerão na sede do Sindicato Nacional, em Brasília (DF).

Os eventos têm como objetivo aprofundar o debate sobre temas centrais à categoria, como as condições de trabalho e saúde docente, a previdência complementar, e as lutas em defesa da aposentadoria pública integral e com paridade.

Cada seção sindical pôde indicar até duas pessoas como representantes para os seminários. 

Programação

A programação tem início no sábado (14), às 9h, com a abertura oficial do IX Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Docente. Na sequência, ocorrerá uma palestra seguida de debate sobre saúde da categoria. À tarde, será apresentada e debatida a segunda etapa da enquete nacional sobre condições de trabalho e saúde docente, que já contou com a participação de mais de 5.900 docentes em todo o país.

No domingo (15), a partir das 9h, será realizado o Seminário sobre a Funpresp e os Fundos de Pensão nos Estados, Municípios e Distrito Federal. Pela manhã, haverá um balanço das campanhas do ANDES-SN relacionadas ao tema. À tarde, será discutida a construção de estratégias contra a privatização da previdência e os riscos representados pelos fundos de pensão.

Deliberações do ANDES-SN

A realização dos seminários é resultado das deliberações recentes do Sindicato Nacional. O 65º Conad, em 2022, propôs um seminário sobre os dez anos da Funpresp e a necessidade de atualização das campanhas sobre previdência complementar nos estados e municípios. Já o 67º Conad, em 2023, reforçou a campanha contra a adesão ao Funpresp e a defesa da aposentadoria pública com salário integral.

No início de 2025, o 43º Congresso do ANDES-SN, em Vitória (ES), deliberou pela realização do IX Seminário de Saúde, bem como pela conclusão da segunda etapa da enquete nacional sobre condições de trabalho e saúde da categoria docente.

Confira a programação dos eventos:

IX Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Docente
14 de junho (sábado)
9h: Abertura;
10h às 12h:  Palestra e debate sobre saúde do(a) trabalhador(a) docente;
12h às 14h: Almoço;
14h às 18h: Apresentação e debate sobre os resultados preliminares da 2º etapa da enquete sobre condições de trabalho e saúde docente.

Seminário sobre a Funpresp e os Fundos de Pensão nos Estados, Municípios e Distrito Federal
15 de junho (domingo)
9h às 12h:  Funpresp: balanço e atualização das campanhas do ANDES-SN sobre a temática e sobre os fundos de pensão dos estados, municípios e Distrito Federal;
12h às 14h: Almoço;
14h às 18h: Debate sobre as lutas e novas estratégias em defesa da aposentadoria pública integral, com paridade, em desfavor dos fundos de pensão.
 
Confira aqui a Circular 201/2025 para mais informações. 

 

Fonte: Andes-SN

Terça, 10 Junho 2025 13:27

 

Como parte da Jornada de Mobilização Contra os Cortes Orçamentários e pelo Cumprimento Integral do Acordo de Greve, o ANDES-SN realiza, na quarta-feira (11) às 18h, a Plenária da Educação Federal. 

 

 

A atividade acontecerá em formato híbrido, com participação presencial em Brasília (DF) e transmissão online. O encontro será um espaço de articulação e fortalecimento da luta em defesa da educação pública. 

Entre os principais pontos de pauta estão: o enfrentamento à reforma Administrativa, que precariza os serviços públicos e os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores; a exigência pelo cumprimento dos acordos de greve firmados com a categoria pelo governo federal; e a defesa da recomposição do orçamento das universidades, institutos federais e cefets.

As e os docentes que estiverem na capital federal poderão participar presencialmente da Plenária no auditório da Fenajufe, localizado no SCS, Quadra 2, Bloco C, Edifício Serra Dourada, 3º andar, Sala 312. 

Já aquelas e aqueles que forem acompanhar a plenária de forma remota devem realizar a inscrição prévia, por meio do link.

Jornada de Mobilização 

A Plenária da Educação Federal integra o calendário unificado de mobilizações das e dos docentes das Instituições Federais de Ensino, construído pelo ANDES-SN em conjunto com o Sinasefe. A agenda, que iniciou na semana passada, prevê uma série de atividades em defesa do orçamento da rede federal e pelo cumprimento integral do acordo de greve firmado em 2024. 

Esta semana, além da Plenária da Educação, será realizado na quinta-feira (12) pela manhã, um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC), na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. No período da tarde, a manifestação será em frente ao Ministério de Gestão e Invocação em Serviços Públicos (MGI), para acompanhar a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP).

Na sexta-feira (13), representantes das seções sindicais do ANDES-SN participarão da reunião do Setor das Ifes do Sindicato Nacional, na sede da entidade, a partir das 9 horas.

Saiba mais sobre o calendário de mobilizações aqui.

 

Fonte: Andes-SN

Terça, 10 Junho 2025 09:52

 

Honrando a tradição de luta da Adufmat-Ssind contra toda forma de autoritarismo, vimos, por meio desta moção, repudiar veementemente o sequestro do barco da Coalizão Flotilha da Liberdade e a prisão política de Greta Thunberg, Thiago Ávila e demais militantes que estavam em missão humanitária enviando alimentos e água aos refugiados de Gaza.

 

Nos somamos às vozes que denunciam o genocídio da população palestina e os sucessivos crimes de guerra praticados pelo Estado de Israel.

 

Nos somamos às vozes que exigem do Governo Lula mais do que retórica: exigimos a imediata suspensão de relações comerciais, militares e diplomáticas com Israel e a imediata libertação dos prisioneiros políticos.

 

Nos somamos ao clamor por ações de solidariedade internacional pela paz em Gaza, o reconhecimento do Estado Palestino e os direitos de cidadania de seu povo.

 

Palestina Livre do rio ao mar!

Min al-nahr ila al-bahr / Filastin satatharrar

 

 

Cuiabá, 10 de junho de 2025

Diretoria da Adufmat-Ssind
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais

Segunda, 09 Junho 2025 12:59

A Adufmat-Ssind alerta, mais uma vez, a todos os sindicalizados, que criminosos estão enviando novas mensagens relacionadas aos processos de interesse da categoria. Eles utilizam os nomes da Adufmat-Ssind e dos advogados que prestam assessoria jurídica para tentar pressionar os docentes a pagarem pseudo taxas de cartório e outros custas. Parece real, mas se trata de mais um GOLPE.

O sindicato volta a ressaltar que NUNCA faz este tipo de abordagem. Qualquer informação jurídica é transmitida durante as assembleias e reuniões presenciais com os advogados ou site da entidade.

Alertamos: não entrem em contato, não respondam, não enviem dados pessoais e reportem imediatamente a mensagem ao sindicato, que está protocolando Boletim de Ocorrência e tomando todas as providências necessárias. A orientação da assessoria jurídica é que as vítimas (docentes) registrem Boletins de Ocorrência também, individualmente. 

Para mais informações, os meios de comunicação oficiais da Adufmat-Ssind são: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou os telefones (65) 99686-8732, (65) 3615-8293 e (65) 99696-9293.



Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 06 Junho 2025 16:33

 Campus da UFMT Várzea Grande é apenas um sonho há 11 anos

 

O campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Várzea Grande existe há 11 anos, utilizando a estrutura do campus de Cuiabá. Suas salas, laboratórios e espaços de convivência nunca foram mais do que ideias. Em abril deste ano, após um dia de chuva, a Reitoria da instituição lançou o programa “amigos da UFMT”, como uma forma de pedir ajuda à comunidade acadêmica e à população em geral para que, com as próprias mãos, salvem a universidade - literalmente - da ruína. Os campi de Sinop e Araguaia também precisam de ajuda com o básico: estrutura. Assim como outras instituições, a UFMT tem sofrido com os cortes de orçamento dos últimos 10 anos, que reduziram pela metade o que as instituições de ensino superior recebiam em 2013 e, muito embora o atual governo se diga “amigo da educação”, a recomposição do orçamento está longe de ser uma realidade; até a semana passada, havia, inclusive, previsão de contingenciamento do recurso já insuficiente.  

 

Essa é a estrada por onde percorrem a criação do novo campus da UFMT em Lucas do Rio Verde (com início das aulas previsto para março de 2026), a proposta do campus em Primavera do Leste, cujo Projeto de Lei (de número 5968) tramita desde 2005, além das iniciativas para emancipação dos campi do Araguaia e Sinop. Acrescentado o percentual elevado de evasão escolar, causado pela redução das condições oferecidas para manter os estudantes em sala a partir dos cortes de recursos, e agravado pelas políticas de precarização da vida (como reformas Trabalhista e da Previdência), o cenário não é bonito. O horizonte não convida para um belo passeio.  

 

Por isso, as movimentações externas para criação e emancipação de campi na UFMT, tem assustado a comunidade. A pergunta que ronda a comunidade acadêmica, muitas vezes surpreendida pelas notícias nesse sentido, tem sido “por quê?”, muito embora haja, mesmo que informalmente, ciência - e medo - de parte da resposta: os interesses econômicos do estado chamado celeiro do Brasil, e alguns outros nichos empresariais. As últimas pesquisas voltadas à educação superior demonstram que, embora a UFMT, assim como as outras universidades públicas do país, venham perdendo recursos – o que pode comprometer a qualidade do ensino -, os cursos voltados para o Agronegócio têm melhorado o desempenho. De acordo com o Ranking Universitário da Folha (RUF), o curso de Agronomia da UFMT ganhou cinco posições de 2023 para 2024, passando de 17º para 12º mais bem avaliado entre universidades públicas e particulares. Isso pode ter relação com a captação de recursos próprios em cada área, porque, sim, o Agronegócio tem muito interesse em investir numa ciência que proporcione retorno econômico. Mas e os outros cursos?

 

 

Daí surgem as propostas privatistas de cobranças de mensalidade, ou as brigas por recursos de emendas parlamentares e Programas - como o de Aceleração de Crescimento que tem gerado muito desgaste, especialmente com a comunidade acadêmica de Sinop, devido a confusão com as licitações necessárias para receber o investimento. Todas essas questões afastam a atenção para o fato de que é dever do Governo Federal destinar recursos suficientes para as universidades públicas. É evidente que a questão orçamentária não é a única, mas é central neste debate, já que ela pesa, inclusive, sobre o caráter do ensino. 

Em 2024, docentes, técnicos e estudantes da UFMT se depararam com uma dessas surpresas. O PL 2.223, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL), autoriza o Poder Executivo a criar a Universidade Federal do Araguaia. A proposta é de 2021, no entanto, só foi conhecida pela comunidade acadêmica em 2024 quando, no Senado, a Comissão emitiu parecer favorável ao PL, no dia 21/05. Apenas duas semanas depois, no dia 04/06, o texto foi aprovado pelo pleno e no dia 10/06, enviado à Câmara Federal, onde ainda não teve movimentação. Mas o trânsito acelerado do projeto trouxe tensão aos docentes, discentes e técnicos da UFMT e motivou a criação do Grupo de Trabalho Multicampia e Fronteiras (GT Multicampia e Fronteiras). Diante do susto, o grupo chegou a entregar um documento a parlamentares e autoridades locais, além da própria Reitoria, solicitando mais tempo para pensar sobre a proposta (leia a íntegra). 

 

Além da emancipação do campus do Araguaia, o senador Wellington Fagundes é também o autor das proposições legislativas que autorizam a criação dos campi da UFMT em Primavera do Leste (protocolada em 2005), Lucas do Rio Verde (protocolada em 2011), e foi o parlamentar que ficou responsável pelo desmembramento do campus de Rondonópolis, efetivado há sete anos. Existem projetos de outros parlamentares, que ainda não tiveram tramitação, como o do deputado federal Juarez Costa (MDB), que autoriza a criação da Universidade Federal do Nortão de Mato Grosso (UFNMT) por meio do desmembramento do campus de Sinop (PL 1.699/21). 

 

 

Vale destacar, no entanto, que o desmembramento do campus de Rondonópolis da UFMT, que se transformou na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) em 2018, foi um processo bem diferente do que está ocorrendo com os demais, porque foi iniciado pela própria comunidade acadêmica e finalizado mais de dez anos depois das primeiras iniciativas. É o que explica a professora Ivanete Rodrigues dos Santos, que acompanhou o processo de transformação da instituição a qual se dedica há 25 anos. Lotada no Instituto de Ciências Humanas e Sociais e atuando em alguns dos cursos mais antigos das duas fases - Pedagogia, Psicologia e, já para o desmembramento, a Pós-graduação em Educação -, além da atuação no sindicato, ela participou diretamente de todos os estágios. “O processo de emancipação da UFR, quem desencadeou foi a Seção Sindical dos Docentes de Rondonópolis. O professor Tati - Antônio Gonçalves Vicente -, então presidente da Seção Sindical daqui,  junto com a diretoria do sindicato, iniciou o movimento para emancipação do campus, no começo dos anos 2000. Por que desse movimento? O campus de Rondonópolis, por muitos e muitos anos, ficou sem nenhum avanço, tanto em termos de infraestrutura quanto em relação a criação de novos cursos, e também em relação à questão administrativa e financeira. Tudo aqui era feito, sempre, por Cuiabá. Se precisasse comprar uma lâmpada tinha que ser, tudo, via Cuiabá” relata a docente. 

 

Foi essa, também, a situação do campus Catalão, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que se transformou em universidade federal no mesmo ano que a UFR. “Embora a emancipação tenha ocorrido em 2018, o desejo de autonomia de nossa comunidade é antigo. O campus Catalão foi criado em 1986, portanto, a UFCAT ‘nasceu’ com 32 anos de experiência. A relação com a sede, em Goiânia, sempre foi conflituosa, e quando o Governo Federal iniciou o programa de expansão das Universidades Federais, em 2006, e os primeiros concursos específicos para professores dos cursos oferecidos em Catalão começaram a ser realizados, o desejo de conduzir os rumos da instituição ficaram mais fortes. Em 2010 foi constituída uma comissão que elaborou um projeto de desmembramento do Campus Catalão da UFG para criação da Universidade Federal do Cerrado (UFCerr), aproveitando da política de expansão praticada pelo Ministério da Educação na época, que criava instituições ‘temáticas’. A proposta foi apresentada ao MEC em 2011, mas não prosperou, pois o Ministério alegou que o momento era de consolidação das instituições criadas até aquele momento e fortalecimento do sistema multicampi, o que levou a UFG a modificar seu Estatuto e mudar a nomenclatura do Campus Catalão para Regional Catalão, ampliando o quadro de servidores administrativos. Em 2013, no Governo Dilma, a proposta foi reapresentada, mas novamente não foi contemplada e o foco da comunidade acadêmica passou para a ampliação da autonomia das decisões administrativas e o projeto da UFCerr foi abandonado, a comunidade acadêmica se conformou e o desejo de uma universidade autônoma foi arrefecendo, até que em 2015, no auge das discussões do impeachment da presidente Dilma, surgiu, a partir do governador de Goiás, a proposta de criação de duas universidades federais no estado: a Universidade Federal do Sudeste Goiano e a Universidade Federal do Sudoeste Goiano, a partir do desmembramento das Regionais da UFG de Catalão e Jataí, respectivamente. A partir desse momento, o ímpeto de autonomia da comunidade acadêmica voltou e a proposta passou a ser debatida internamente, culminando com a decisão de mudar o nome da Universidade a ser criada de ‘do Sudeste Goiano’ para ‘de Catalão’, reforçando a identidade da instituição com a cidade e região em que está inserida”, conta o servidor Roberto Tavares, que atua desde 2006 na, atualmente, Universidade Federal de Catalão e atualmente chefe de Gabinete da Reitoria da UFCAT.  

 

 

As dificuldades da administração multicampi, relatadas pelos representantes da UFR e UFCAT são, atualmente, as mesmas apresentadas dos campi do interior da UFMT. Nas palavras do professor Jorge Arlan de Oliveira Pereira, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da UFMT campus Araguaia, a questão orçamentária é central. “A principal questão que nós vemos é não ter orçamento próprio, em que a universidade possa organizar seus cursos, fazer o planejamento e prever sua expansão, uma vez que a UFMT campus Araguaia atinge uma ampla região, se tomar os níveis do Araguaia, que são três, é muito amplo. E ainda temos as cidades do estado de Goiás, que até vem diretamente, com ônibus, têm cidades que fazem isso, e ainda muitos estudantes que são matriculados na UFMT campus Araguaia através do Sisu, que chegam de outras regiões do Brasil, principalmente São Paulo. Então, nós não temos um orçamento que corresponda a essa necessidade, para dar conta disso”, afirma.   

 

O docente, que também é membro do GT Multicampia e Fronteiras e coordenador do  projeto de pesquisa CNPQ “Jornalismo, Comunicação e Democracia: o espaço público no tempo de convergência democrática e na perspectiva do estado de direito”, elenca ainda outras questões que dificultam o trabalho no local, como o número reduzido de estudantes - que está ainda menor depois da pandemia de Covid-19, e o número também pequeno de cursos de pós-graduação e servidores técnicos e docentes. “Nós temos muitas dificuldades, no curso de Jornalismo, ao qual sou vinculado, em desenvolvermos atividades nos laboratórios de rádio, televisão, redação. Nós temos apenas dois técnicos, isso é totalmente insuficiente para as necessidades, considerando que o curso de Jornalismo teria um espaço de expansão muito grande na produção laboratorial, que é uma das principais características previstas nas diretrizes curriculares dos nossos cursos. É fundamental. É uma reivindicação nossa, de muito tempo, que tenhamos mais técnicos e mais produção laboratorial. Além de um número baixo de técnicos, nós temos poucos professores. Como tem que ter carga horária correspondente às disciplinas, nós estaríamos, teoricamente, adequados, mas se considerarmos a necessidade de produção laboratorial, nós estamos muito abaixo. Nós reivindicamos incessantemente que possamos ter professores cujas horas laboratoriais sejam válidas como horas de ensino, aí nós teríamos, na verdade, falta de servidores, uma vez que produção laboratorial não é algo acessório, meramente complementar, ela é fundamental na formação do jornalista. Isso falando da minha área, mas o problema é amplo nos laboratórios, de falta de técnicos por todos os cursos e todos os institutos aqui do campus do Araguaia, assim como o número de professores. Isso provoca um acúmulo de atividades aos professores, principalmente em espaços administrativos, o que nos tira das atividades fins da universidade”, acrescenta.

 

A grande preocupação dos professores da UFMT, entretanto, é a forma como essas movimentações estão ocorrendo, tendo a comunidade acadêmica completamente alheia ao processo. “A gente espera que esse processo seja mais democrático. Não houve, de fato, um processo democrático até aqui, porque foram iniciativas de parlamentares, o projeto que andou foi do senador Wellington Fagundes, que de modo muito estranho teve uma tramitação super rápida ultimamente. Ele está tramitando desde 2021, mas de repente, o ano passado começou a andar rapidamente e foi aprovado de forma terminativa no Senado, mas ainda não foi examinado na Câmara dos Deputados. Então é essa a preocupação, o que a gente espera do processo, que seja mais democrático, que se dê mais tempo para se fazer estudos e se pensar, e com ampla participação de todos os segmentos, seja interno, através dos professores, técnicos e estudantes, seja das autoridades regionais, e também das comunidades, da sociedade regional. Me parece que a comunidade interna tem muito a dizer por não ler de maneira otimista demais, inocente demais. Por não conhecer essa realidade, por dentro das estruturas, as pessoas sonham com a nova universidade, com outro nome, que seria mais interessante, no entanto isso pode ser uma ilusão. Na verdade, a UFMT, com a sua tradição, seria mais interessante para nós, com uma multicampia mais verdadeira, mais bem estruturada, corresponderia mais com as nossas necessidades. Isso só se dá diante de estudos, de um processo de conhecimento, o que nós queremos ter tempo para fazer”, destaca Pereira.     

 

Sete anos após a emancipação construída pela comunidade acadêmica de Rondonópolis, algumas questões caminharam, mas ainda não estão resolvidas. De acordo com a professora da UFR, a luta ainda é diária e a tentativa de instrumentalização da universidade por aqueles que se dispõem a ajudar com recursos também é uma realidade. “A primeira grande vantagem foi que a gente começou a ter autonomia financeira e administrativa. Isso foi fundamental. Depois disso a gente começou a avançar em termos de infraestrutura, com a construção de novos prédios, laboratórios, salas de aula, ampliação de biblioteca, do restaurante universitário, coisas que a gente, há muito, não tinha. Outro ponto foi a criação de novos cursos. Dentro do projeto de criação da UFR tinha a oferta de mais de 20 novos cursos, a gente já conseguiu avançar nesse sentido, foram criados quatro novos cursos e a tendência é que aumente. Com isso a gente conseguiu aumentar o número de estudantes, pensar em novas formas de acesso à universidade além do que já existe, então vieram novos alunos, mais professores, agora tivemos concurso para técnicos-administrativos. Essas foram grandes conquistas. E estamos, ainda, na luta pela consolidação dessa universidade, porque ela é muito nova, a gente ainda teve que elaborar toda a documentação, toda a legislação, todas as normativas que uma universidade requer. Agora, nós temos enfrentado constantemente vários desafios, inclusive o de instrumentalização da universidade por parte de certos políticos da região. Alguns ajudam, sim, a universidade com apoio a partir de emendas parlamentares, mas ao mesmo tempo eles querem algo em troca que é dizer o que a universidade tem que fazer. Esse é um grande desafio que a gente enfrenta aqui, porque a universidade tem que ter autonomia para tomar suas decisões. É uma universidade pública, que tem uma função social a cumprir, e ela não pode deixar que grupos políticos venham dizer o que ela tem que fazer ou não. Esse é um grande problema”, pontua o professor. 

 

 

A autonomia universitária é questão central e defesa histórica da categoria docente, que entende como as relações que envolvem a universidade estão marcadas por disputas econômicas e políticas (leia aqui o Caderno 2 do Andes-Sindicato Nacional, que trata do projeto de universidade defendido pela categoria). “É preciso um projeto de universidade que seja bastante diverso, bastante plural, e não sob influência de algum modelo de desenvolvimento, particularmente o Agronegócio, quando há outras características que precisam ser respeitadas. São debates que nós temos desenvolvido aqui, uma grande preocupação da nossa parte. Nós verificamos uma completa ausência de projeto de universidade, o que nos preocupa muito, de modo geral, na UFMT. Por isso não se sabe direito que rumos dar aos campi. Vai ser uma expansão, um investimento dentro dos próprios campi existentes na estrutura atual ou vamos nos lançar a organizar novas estruturas, com independência, uma nova universidade?”, questiona, ainda, Pereira. 

 

As dúvidas e os anseios demonstram a grande diferença entre os campi que desejaram e organizaram a própria emancipação. Ainda há desafios, problemas estruturais, falta de recursos e evasão dos estudantes. No entanto, a certeza de que a universidade cumpre sua função social está clara nos depoimentos dos trabalhadores da UFR e UFCAT, porque eles construíram seus projetos. “Mesmo criada em um contexto político altamente desfavorável, fora de um programa específico como outras instituições criadas anteriormente, a UFCAT contribui para a democratização do acesso ao ensino superior público e para o desenvolvimento regional em diversos sentidos, pois atende as demandas e se prova importante agente de desenvolvimento econômico e redução das desigualdades sociais. O processo é trabalhoso, mas vale a pena, pois é gratificante construir uma instituição voltada para as necessidades específicas de nosso povo, ter autonomia de fato para a tomada de decisões e fazer a diferença na vida das pessoas e da comunidade em que estamos inseridos”, comenta o servidor da UFCAT. Para a mesma pergunta, a docente da UFR acrescenta: “A luta pela construção de uma universidade pública é muito árdua. A gente não se arrepende de ter lutado para criar a UFR. Nós avançamos muito. Esperamos avançar ainda mais no atendimento aos estudantes e a toda população aqui da região e do estado de Mato Grosso com uma educação de qualidade, com uma universidade que cumpra com a sua função social, de formar pessoas que tenham uma leitura crítica do mundo, profissionais que sejam competentes e possam contribuir para o desenvolvimento do nosso estado, da nossa região sudeste do estado e também do país. É isso que a gente espera”. 



Para o professor do curso de Engenharia Florestal do campus da UFMT Sinop, também membro do GT Multicampia e Fronteiras, Juliano Santos, é isso que falta: a universidade precisa tomar posição e não se deixar levar pelas forças externas. “O GT Multicampia e Fronteiras espera da gestão da UFMT uma discussão de um projeto de universidade no qual a multicampia não seja apenas uma palavra, mas um exercício prático, diário. No qual as múltiplas realidades que compõem a UFMT, nos seus diversos campi, sejam pensadas. Os campi do interior se sentem alheios, à parte, na maioria dos processos de gestão. Eles se sentem desamparados, inclusive com relação à existência e prestação de diversos serviços que a UFMT realiza, mas que não chegam nos campi. Aí essas questões de emancipação acabam aparecendo num diálogo conduzido pela comunidade parlamentar, a classe econômica, os poderes relacionados ao capital nos municípios. É o que acontece aqui em Sinop, realidade que eu conheço um pouco melhor. Mas essa ideia não está sendo discutida com a universidade. Em determinado momento as gestões, tanto as passadas quanto a atual, justamente pela falta de um posicionamento, passam uma ideia de que não têm opinião em relação à emancipação, e reafirmam um discurso de multicampia, mas essa universidade multicampi não é discutida e praticada no dia-a-dia da UFMT. Esse GT espera a efetivação da multicampia. Que a ausência da UFMT na gestão dos campi não seja uma desculpa para essa emancipação. Hoje, esse é um argumento muito utilizado, de que a ausência da UFMT, das políticas que não chegam nos campi, seriam resolvidos com a emancipação, como se isso fosse resolver os problemas. Mas a universidade precisa, antes, efetivar a multicampia”, aponta o docente.  



Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Aufmat-Ssind