O 4º da CSP-Conlutas acontece a partir desta quinta-feira (3) até domingo (6) e terá transmissão ao vivo de odos os debates que ocorrerão no plenário.
Trabalhadores da cidade e do campo vindos de norte a sul do país, ativistas dos movimentos popular e de luta contra as opressões, como mulheres, negros, LGBTs, sem teto, sem terra, quilombolas, indígenas, estudantes, entre outros, vão debater a situação política do país, a luta contra os ataques do governo de ultradireita de Jair Bolsonaro, o balanço político da Central , os rumos e o plano de ação para o próximo período.
Acompanhe no link a seguir ou diretamente na página do Facebook da CSP-Conlutas: https://www.facebook.com/CSPConlutas/videos/704180089993247/
Fonte: CSP-Conlutas
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*
Costuma-se dizer que é próprio da juventude o inconformismo, a contestação, o espirito revolucionário, a inquietude. Só assim as mudanças tem acontecido e a humanidade tem conseguido avançar para novos patamares em todos os setores. Isto é o que é denominado de capacidade de produzirmos rupturas na ordem social, econômica, politica, social, cultural ou religiosa.
A alienação e o conformismo são as formas ideais para que a realidade seja mantida em proveito do status quo e de quem se beneficia com o mesmo, tal como se apresenta em cada momento e em cada local e permaneça sempre do mesmo jeito, como se tudo estivesse parado no tempo.
Sem luta, sem protestos e sem o despertar do inconformismo o sistema escravocrata, o racismo e outras formas discriminatórias jamais teriam sido abolidos, o sistema colonialista ainda estaria vigente, as injustiças seriam perpetuadas para sempre. Sem inconformismo e luta os trabalhadores serão sempre escravos ou semiescravos, as mulheres jamais teriam conquistado seus direitos e por que não dizer, sem inconformismo, representado pelo ATIVISMO AMBIENTAL, a sustentabilidade jamais será alcançada, garantida e as mudanças climáticas aumentarão sua velocidade destruidora.
É por isso que surgem figuras, personagens que encarnam este espírito de luta, de inconformismo, de uma consciência ambiental ou social aguçada que não se calam. Daí o surgimento de figuras como MALALA, GRETA THUNBERG e agora um “Grupo que vai velejar da Holanda até a América do Sul para acompanhar a Conferência do Clima da ONU. Veleiro com 36 ativistas de 13 países diferentes sai da cidade de Amsterdã, na Holanda, nesta quarta-feira (2). Expectativa é chegar ao Rio no meio de novembro e seguir de ônibus até Santiago do Chile, onde acontece a COP25”. Além de acompanhar a COP25, em Santiago, o grupo também vai participar da Conferência da Juventude (COY15), que acontece em Valparaíso poucos dias antes da COP e deve reunir jovens de todo o mundo interessados no ativismo ambiental, conforme noticiam os veículos de comunicação.
Esta é uma matéria interessante que demonstra a importância do ativismo ambiental por jovens conscientes quanto aos danos ambientais que estão causando o aquecimento global e as mudanças climáticas e todas as consequências que atualmente estamos sofrendo, mas que serão muito piores dentro de algumas décadas, tornando a vida das futuras gerações um verdadeiro inferno no planeta terra.
Oxalá, a juventude do Brasil também possa despertar para as consequências da degradação ambiental e como os sistemas, os modelos e as práticas econômicas, que para produzirem bens e serviços e buscarem apenas o lucro estão de fato negligenciando os aspectos ambientais e da sustentabilidade, pouco se importando com o passivo ambiental que recairá sobre os ombros das futuras gerações, principalmente das camadas mais pobres dos países, como atualmente acontece.
Não podemos continuar com práticas que acarretem mais destruição, mais poluição, mais desperdício, mais ineficiência e mais aquecimento global, mais mudanças climáticas e todas as consequências que daí advém.
Não adianta a gente ficar reclamando das ondas de calor ou de frio, termos conhecimento de que grandes icebergs estão surgindo na Antártida, que as geleiras e as calotas polares estão derretendo e que isto elevará do nível dos oceanos como os cientistas tem alertado e afirmado o tempo todo, que isto irá destruir milhares de cidades costeiras e desalojar dezenas ou centenas de milhões de pessoas, que as secas se tornarão mais frequentes e muito piores, que as represas para abastecimento das cidades e das usinas hidrelétricas irão secar como já esta acontecendo no Brasil e vários outros países, que os furacões, os maremotos, as tempestades estarão mais presentes e que também irão destruir não apenas a natureza mas também irão causar muito mais danos materiais e humanos como todos os anos assistimos pelos veículos de comunicação.
Devemos refletir sobre as fontes de energia que estamos usando, onde os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) deixam também um rastro de destruição; sobre os nossos sistemas de transportes pouco eficientes e altamente poluidores, precisamos refletir e discutir como estão as práticas industriais com suas chaminés lançando bilhões de toneladas de gases tóxicos na atmosfera todos os dias, e como podemos reduzir a produção de lixo, reduzir o consumo e o desperdício?
Por que ao invés de desmatamento e queimadas irracionais e que tantos danos causam ao planeta e `a população nossos empresários, principalmente do agronegócio não param com tais práticas e procurem aumentar a produtividade de suas atividades, adotar novos modelos de produção; por exemplo, plantando florestas, praticando a agroecologia?
Porque não mudarmos radicalmente a nossa matriz energética, utilizando mais as fontes alternativas como biogás, energia solar e eólica? Porque não investirmos mais em eficiência energética e maior racionalidade nas atividades produtivas? Porque ao invés de imaginarmos que o pré-sal é a “salvação” do Brasil, mesmo sendo uma fonte de energia suja, o Governo, a Petrobrás, os empresários, o BNDES e demais bancos não investem mais em energias alternativas e limpas?
Por que nossos prefeitos e governantes não participam de um grande projeto nacional para arborizar as cidades, criando verdadeiros filtros que ajudam a sugar os gases tóxicos que são lançados e se acumulam na atmosfera ao invés de ficarem plantando umas poucas mudinhas só para fotos no dia da árvore? por que milhões de moradores das cidades, as construtoras e imobiliárias não plantam árvores ao invés corta-las impiedosamente?
Por que nossos governantes, engenheiros, arquitetos, planejadores urbanos não ajudam a planejar e construir casas, prédios comerciais e cidades que atendam, de fato, aos princípios da sustentabilidade ambiental?
Enfim, não podemos esperar de braços cruzados que governantes, que sempre tem se mostrado insensíveis quanto ao meio ambiente, de uma hora para outra se convertam em ambientalistas conscientes. Precisamos agir o quanto antes, principalmente a juventude, afinal os jovens, as crianças e adolescentes de hoje é que estarão sofrendo, dentro de uma, duas, três ou mais décadas as terríveis consequências desta destruição que estamos assistindo passivamente. Não basta reclamar, chiar, gritar, espernear; precisamos agir social, econômica e politicamente.
Baladas, shows musicais, malhação, academias, grandes eventos esportivos são maravilhosos, mas porque nossa juventude não desperta também a consciência para questões importantes como a proteção da biodiversidade, o combate às práticas criminosas ambientais, a defesa dos direitos das camadas populacionais que estão vivendo na pobreza, excluídas social, politica e economicamente?
Não podemos apenas nos comovermos e sermos solidários quando os crimes ambientais ceifam centenas de vidas, como em Mariana, Brumadinho e tantas outras catástrofes como nos morros do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e tantas outras cidades. Precisamos agir antes que essas tragédias aconteçam. Isto também é ativismo ambiental. Nossos governantes e os organismos de controle e fiscalização ambiental não podem continuar omissos como tem acontecido, só agindo depois do prejuízo.
A alienação é uma forma de compactuar com toda esta degradação ambiental e exploração humana que presenciamos diariamente. A alienação politica, ambiental e social, representam uma omissão indefensável em relação ao nosso “futuro comum”, ao futuro do planeta, como tem dito com frequência o Papa Francisco, que dentro de poucos dias, no próximo domingo, 06 de novembro de 2019, estará abrindo o SINODO DA AMAZÔNIA, em Roma, discutindo com Bispos de todos os países, cujos territórios integram a PAN AMAZONIA essas e tantas outras questões de interesse público e não apenas da Igreja Católica.
Com certeza, se a Encíclica Verde (Laudato Si) iniciou um novo despertar da consciência ecológica no seio da Igreja Católica, mas cujo engajamento a nível de Arquidioceses, Dioceses e Paróquias ainda está muito longe do que pensa, expressa e deseja o Sumo Pontífice.
Uma das formas concretas deste engajamento e ativismo ambiental é, com certeza, a organização das pastorais ecológicas e do meio ambiente, para que, a partir de cada Paroquia, de cada comunidade passamos discutir e agir na defesa do meio ambiente.
Enfim, além de ler matérias, sobre questões ambientais cada pessoa precisa refletir sobre a realidade ambiental do mundo, mas também como está a realidade ambiental de sua cidade, de sua comunidade, de seu bairro, de sua rua; usando aquela máxima "pensar globalmente e agir localmente", atuar no "aqui e agora". A igreja disponibiliza um excelente método para tanto, o “VER, JULGAR E AGIR”.
Além dessas pastorais da Igreja Católica, espera-se que as demais igrejas, sindicatos, movimento comunitário, ONGs e outras organizações da sociedade possam participar desta cruzada em prol do ativismo ambiental, estimulando a juventude a participar mais das discussões e formas de atuação, diante da gravidade do que está acontecendo em relação ao meio ambiente.
Este é o significado do ATIVISMO AMBIENTAL que está aumentando e que ganha mais força a cada dia, em que milhões de jovens mundo afora estão praticando e que tanto tem incomodado governantes, empresários que teimam em degradar o meio ambiente e pessoas que fingem não verem o desenrolar desta catástrofe. Talvez isto possa contagiar a juventude do Brasil para um novo despertar ecológico planetário!
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado Universidade Federal de Mato Grosso/Cuiabá, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Twitter@profjuacy Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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JUACY DA SILVA*
Estamos iniciando mais um OUTUBRO ROSA, mês dedicado ao despertar quanto à importência dos cuidados, da prevenção , de alerta e de combate ao CÂNCER DE MAMA, doença insidiosa que a cada ano assusta, apavora e também leva ao sofrimento milhões de mulheres ao redor do mundo.
De acordo com o último relatório da Globocan de 2018, Agência Internacional de Pesquisas em Câncer (IARC, sigla em inglês) no mundo no último ano foram registrados 18,1 milhões de novos casos de câncer, sendo que o câncer de mama representa 15% deste total, ou seja, 2,715 milhões de mulheres foram diagnosticadas com novos casos de câncer de mama.
Os vários tipos de câncer também, em 2018, levaram `a morte nada menos do que 9,6 milhões de pessoas e o câncer de mama foi responsável por 2,1 milhões de mortes de mulheres ao redor do mundo, milhares aqui no Brasil.
Isto demonstra que estamos diante de uma verdadeira tragédia humana. O jargão utilizado para suavizar esta tragédia tem sido o seguinte “câncer de mama, se diagnosticado precocemente, tem cura”. Todavia, o sucateamento dos serviços públicos de saúde, ante o descaso de governantes insensíveis aos dramas humanos, aliados aos altos índices de pobreza, falta de recursos financeiros para mais de dois terços da população brasileira e a desinformação tem impedido que milhões de mulheres consigam fazer regularmente seus exames preventivos. Ou então, muitas vezes, a demora entre o diagnóstico e o inicio do tratamento tem provocado a morte para dezenas de milhares de mulheres que continuam sendo discriminadas e excluídas em seus direitos fundamentais que são a saúde e a vida.
Se não diagnosticado a tempo, seja por dificuldades financeiras ou pelo sucateamento do Sistema de saúde pública, pela falta de equipamentos, de medicamentos ou de vagas em hospitais, com certeza muitas vidas serão ceifadas, transformando-se em meras estatísticas oficias, ante a insensibilidade de governantes para quem a saúde pública é apenas gasto desnecessário ou invés de investimento em qualidade de vida, inclusive para a população pobre e excluída.
A Constituição Federal tem um artigo, o 196, que afirma textualmente que “saúde é um direito todos e dever do Estado (ou seja, de todas as pessoas, independente da faixa etária, do sexo/gênero, status social, nível econômico, local de moradia, religião etc.), mas que no Brasil é algo que consta apenas no papel, como se diz, “para inglês ver”, essas mulheres vão fazer parte das estatísticas de “mortes por câncer de mama”
Apesar de que a prevenção é muito mais barata, menos onerosa, o descaso dos nossos governantes e o sucateamento do SUS continuam impossibilitando que dezenas de milhares de mulheres , todos os anos, não tenham acesso a tais serviços de prevenção e tratamento, quanto se trata de câncer de mama ou outros tipos de câncer, incluindo também os que afetam os homens, crianças, jovens, adultos ou idosos.
Prevenção não se faz apenas com belos discursos e falsas promessas, mas sim com ações concretas e recursos humanos, materiais, orçamentários e financeiros.
Apesar disto, um grande progresso tem sido feito em termos de avanços tecnológicos e da medicina tanto em termos de possibilitar que o diagnóstico da doença seja feito precocemente quanto com o surgimento de novos medicamentos e outros insumos capazes de tratar, prolongar a vida e até curar o câncer de mama.
Dia 19 deste mês é dedicada ao que, há décadas, passou a ser considerado o DIA MUNDIAL DO COMBATE AO CÂNCER DE MAMA e no Brasil, também foi criado o DIA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCEER DE MAMA a ser observado no dia 27 de Outubro.
Todavia, além de ser o OUTUBRO ROSA, este mês tem datas importantes que devemos lembrar e procurar entender a realidade de cada dia de forma especial. Gostaria de destacar que hoje, 01 de Outubro, é comemorando o DIA DO IDOSO, parcela da população que no mundo todo e em especial no Brasil tem crescido muito acima da média da população em geral.
Para, de fato, “comemorarmos” condignamente o DIA DO IDOSO precisamos ir mais a fundo na compreensão do processo de envelhecimento da população, com aspectos como violência contra o idoso, negligência, maus tratos, abandono, pobreza, isolamento, a precariedade da saúde física, mental e emocional desta parcela da população, enfim, qual a realidade em que vivem os idosos no Brasil de hoje e qual a perspectiva para o futuro, principalmente de milhões de idosos/idosas que vivem ou sobrevivem em meio `a pobreza, as vezes pobreza absoluta, miséria e esquecimento e todas as formas de preconceito.
A seguir relacionarei outras datas que devem ser observadas, oportunidade para refletirmos mais profundamente sobre cada uma delas e o significado das mesmas na nossa dinâmica social, politica, econômica ou cultural.
Além do DIA DO IDOSO, o 01 de Outubro também é considerado o DIA DA MÚSICA; 03 Dia do Dentista.
O quatro de Outubro é dedicado como o Dia da Natureza, muito importante quando, por exemplo, no Brasil o desmatamento, as queimadas, os esgotos correndo a céu aberto, as habitações sem as mínimas condições como nas favelas, palafitas, alagados, encostas de morros, a poluição, o acúmulo de lixo, a falta de esgotamento sanitário, tudo isso leva à destruição da natureza e da biodiversidade, ameaçando a própria vida no planeta. milhões de pessoas vivem nessas condições e localidades, em total desrespeito aos princípios da dignidade humana e dos direitos humanos.
Está mais do que comprovado que a maior parte do desmatamento e das queimadas, por exemplo, acabam em áreas subutilizadas, com baixa produtividade. Se forem adotas práticas mais modernas, com uso de tecnologias tanto na agricultura quanto na pecuária os danos à natureza serão bem menores e pode-se, inclusive, aumentar o volume da produção através do aumento da produtividade.
Para tanto, são necessários maior apoio dos serviços de extensão rural, fomento e maiores investimentos em ciência e tecnologia voltadas a este setor, possibilitando tanto a redução da expansão das fronteiras agrícolas, quando a conservação da biodiversidade, sem perda da dinâmica econômica desta área.
Todos os anos no Brasil e em vários outros países, milhões de hectares de florestas, cerrado e outras áreas são destruídos pelo desmatamento, legal ou ilegal, e pelas queimadas, gerando não apenas a destruição dos ecossistemas e mais poluição, mas também elevados custos econômicos e financeiros, públicos e privados, com enormes prejuízos para a economia e a sociedade.
O dia 05 de Outubro é a data em que, no Brasil, foi promulgada a Constituição Federal de 1988, considerado por Ulisses Guimarães como a Constituição Cidadã, que, nesses 31 anos foi tremendamente emendada, remendada e desfigurada em diversos aspectos, principalmente no que tange aos direitos fundamentais dos trabalhadores e grupos minoritários e excluídos da sociedade.
Os grupos dominantes, os marajás da República e os donos do poder sempre que podem emendam ou remendam a Carta Magna com o intuito de rasgar o pacto social que foi conseguido na fase da transição entre os governos militares ou ditadura e o que passou a ser considerado como Estado democrático de direito, ainda muito longe de ser concretizado, apesar de sempre ser enaltecido pelos donos do poder e demais mistificadores da realidade.
Dia 11 de Outubro marca a divisão do antigo estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato Grosso do Sul; véspera do dia 12 de Outubro, dedicado às crianças e à Nossa Senhora de Aparecida, a padroeira do Brasil.
Dia 13 de Outubro é dedicado `as celebrações em homenagem aos profissionais da fisioterapia, profissão que a cada dia ganha mais importância na promoção da saúde das pessoas, ainda pouco representativa no sistema público de saúde.
Dia 15 de Outubro é devotado a homenagear uma categoria que, ao longo dos tempos tem sido vilipendiada, maltratada, incompreendida, violentada em todos os sentidos, desvalorizada por governantes insensíveis quanto à importância da educação que só pode ser feita com profissionais capacitados, bem preparados, bem remunerados e em condições ambientais propícias, com métodos e técnicas pedagógicas atualizadas que consigam despertar nos alunos o senso crítico e estimular a criatividade. Dia 15 de Outubro é o DIA DO PROFESSOR E DA PROFESSORA, que a cada ano tem menos a ser comemorado e muito mais a ser lamentado.
Quando a ONU estabeleceu como um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, um ou mais desses objetivos estão voltados diretamente para o resgate de mais de um bilhão de pessoas que ao redor do mundo passam fome ou são subalimentadas ou desnutridas, além de milhões que padecem com uma doença insidiosa que é a obesidade. Por isso, o 16 de Outubro é dedicado como o DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO, em meio ao desperdício de pouco mais de um terço de todo o alimento que é produzido no mundo, inclusive no Brasil, constiuindo-se em um grande paradoxo, destrói-se a natureza, desmata, queima para possibilitar o avanço das fronteiras agrícolas e ao final, tanta comida, que para ser produzida precisou de solo, água, insumos, tecnologia acaba sendo desperdiçada, aumentando a produção de lixo e mais poluição. Precisamos refletir mais profundamente sobre este desafio.
Neste mesmo dia também o mundo estimula que todos passamos realizar uma reflexão sobre o desenvolvimento do conhecimento, as novas descobertas, as invenções, a revolução que tem sido feita em todas as áreas das atividades humanas. Por isso, dia 16 de Outubro também é voltado para comemorarmos o DIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Que tal refletirmos sobre este binômio: Alimentação, ciência e tecnologia x agroecologia e o meio ambiente?
Uma reflexão simples que vem à nossa mente é que um país que não investe com seriedade, como é o caso do Brasil ao longo de sucessivos governos, inclusive na atualidade, em educação, ciência e tecnologia está fadado a “perder o bonde da história’ e na divisão internacional do trabalho estará sempre na condição de colônia, ou seja, não terá a devida independência e será um eterno fornecedor de matérias primas naturais, minério, madeira ou animais (“commodities”), com baixo valor agregado e a continuar sendo mero usuário de tecnologias modernas importadas de outros países, em todas as áreas.
Resumindo, independência e soberania nacional não se faz com grandes desfiles civis e militares, tropas perfiladas, discursos inflamados, furiosos contra inimigos externos, no mais das vezes figuras imaginárias como os moinhos de vento Don Quixote, de Sancho Pança; mas sim com os investimentos necessários para que o Brasil possa dar um salto qualitativo como todos os demais países fizeram ao longo de sua história como, por exemplo, a Alemanha, o Japão, a Coréia do Sul, Taiwan; China e tantos outros que estabeleceram como prioridade de verdade a educação , a ciência e tecnologia, por varias décadas e hoje colhem os resultados.
Dia 17 de Outubro é considerado o DIA NACIONAL DA VACINA, aspecto super importante em meio ao sucateamento do SUS como um Sistema de saúde que deveria ser considerado modelo de fato, mas que está sendo cada dia mais sucateado, além de boatos/”fake news” tentando desacreditar as vacinas como fundamentais para a prevenção de inúmeras doenças que, se não vacinadas, podem acarretar morte, paralisia ou deficiências para o resto da vida.
O DIA DO MÉDICO é comemorando em 18 de Outubro, considerada a data do Nascimento de São Lucas, um dos discípulos de Cristo e que escreveu um dos evangelhos, segundo a tradição cristã. Esta também é uma data significativa, mas relembrar o papel deste professional da saúde é ao mesmo tempo refletirmos sobre o juramento do médico, cuja missão principal é salvar vidas e não transformar esta profissão em caminho para a apenas a acumulação de capital e riquezas.
Dia 26 de Outubro é comemorada a criação da CRUZ VERMELHA, instituição centenária, integrada por pessoas voluntárias com o objetivo nobre de atuar em áreas de conflitos, em meio a morte e destruição, em momentos e ambientes de catástrofes naturais, profissionais que trabalham sob pressão e risco da própria vida.
DIA 28 DE OUTUBRO, é dedicada ao resgate de um grupo de pessoas, de trabalhadores, que ultimamente também tem sido desrespeitados, desvalorizados, penalizados, vilipendiados, incompreendidos. Este dia é dedicado ao SERVIDOR PÚBLICO, em todos os âmbitos Federal, Estadual e Municipal.
Com o Congelamento dos gastos públicos até 2030, com a Reforma da Previdência e com a insensibilidade de nossos governantes, que tem como objetivo denegrir a imagem de milhões de pessoas que com denodo, dedicação, com baixos salários, sempre corroídos pela inflação, cujos reajustes sempre tem sido abaixo dos índices anuais do aumento dos preços de bens e serviços, ano após ano, o poder real de compra do salário dos servidores públicos tem sido menor, empobrecendo a grande maioria dos mesmos, além dos atrasos e parcelamento da remuneração, levando `a angústia e sofrimento de quem tem contas a pagar e antes do final do mês percebe que a grana acabou e não tem dinheiro sequer para as necessidades básicas como alimentação, aluguel e medicamentos, por exemplo, tudo isto levando ao endividamento dessas pessoas.
E assim, vai passando o Mês de Outubro até chegar o dia 31 dedicado às bruxas e também à poesia.
Oxalá passamos refletir de forma mais profunda sobre tantos aspectos importantes e significativos durante este mês de Outubro, buscarmos novos caminhos que libertem as pessoas e o país de tantos males, tantas tragédias e tanto sofrimento, enfim, de uma crise que a cada dia se aprofunda, com poucas esperanças de resgatarmos a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana, centro e fundamento do que podemos considerar como desenvolvimento, equidade, solidariedade, sustentabilidade e justiça social.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT; sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de alguns veículos de comunicação. Twittere@profjuacy Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com
O governo federal quer reduzir em R$ 393,7 milhões os gastos com compra e distribuição de vacinas em 2020. Desde o ano passado, casos de sarampo e febre amarela não param de crescer no país. Segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, no dia 4 deste mês, o Brasil registrou, em 90 dias, 2.753 casos confirmados de sarampo em 13 estados brasileiros. Um aumento de 18% em relação ao último informativo.
A proposta de corte está no projeto de lei orçamentária (PLOA) enviado pelo governo ao Congresso Nacional no dia 30 de agosto. De acordo com o PLOA, o governo pretende gastar cerca de R$ 4,9 bilhões no próximo ano com "aquisição e distribuição de imunobiológicos para prevenção e insumos para prevenção e controle de doenças, incluindo vacinas para a população contra variadas endemias”. O valor previsto para o Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 2019, foi de R$ 5,3 bilhões.
Segundo Jacqueline Lima, da coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) do ANDES-SN, o corte trará uma situação de calamidade pública na saúde, com a volta de doenças que estavam sob controle no país, como acontece, atualmente, com o sarampo.
“O corte na área de imunização é um problema gravíssimo. Um crime, pois temos um dos melhores programas de imunização do mundo, mas que, infelizmente, já apresenta problema. Se hoje temos um surto de sarampo é porque houve uma redução de cobertura de vacinas ou falta de investimento em acompanhamento. E o surto de sarampo já mostra uma queda da qualidade do serviço”, explica.
Questionado pelo jornal Estadão sobre a proposta de redução no valor destinado à compra de imunizantes, o Ministério da Saúde assegurou "que não faltarão recursos para a aquisição de vacinas" e destacou que o orçamento total da pasta será de R$ 134,8 bilhões. Esse montante é R$ 5,2 bilhões superior à proposta de 2019, o que, segundo o ministério, "demonstra, dentro de um projeto de austeridade fiscal, a prioridade para a área da saúde".
Para a diretora do Sindicato Nacional, além de lutar pela reversão do corte no programa de imunização, é fundamental ampliar o orçamento para garantir que a população tenha acesso à prevenção de doenças. Para isso, é necessária a revogação imediata da Emenda Constitucional 95/16, do Teto dos Gastos públicos.
“A situação é bem grave. As crianças continuam nascendo, que é o grupo que mais necessita de prevenção, e o governo está reduzindo as vacinas. Isso é muito sério. Para além do Executivo, é necessária uma intervenção mais séria do Judiciário e, também, uma grande mobilização dos espaços de controle social e movimentos populares em defesa da saúde pública. A única forma de mudar esse cenário é com a revogação da EC 95, que é uma grande ameaça à vida no país, pois além de significar um corte de milhões para o programa de imunização, tem também afetado vários outros programas piorando de forma significativa a saúde pública no país”, disse.
Jacqueline apontou, ainda, o aumento de casos de doenças não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, em decorrência da redução da cobertura na atenção primária. Também destacou que as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) cresceram nos últimos anos em decorrência da falta de antibióticos e da menor oferta de preservativos e kits de teste para a verificação da doença.
Sarampo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 2016 que o sarampo havia sido eliminado das Américas. Em 2018, entretanto, a doença voltou a ser uma preocupação brasileira. Como a única forma de prevenção é a vacina, a baixa cobertura vacinal é apontada como principal causa para o sarampo - uma doença infecciosa aguda, transmissível e extremamente contagiosa - ter retornado ao país.
Fonte: ANDES-SN
Circular nº 391/19
Brasília (DF), 27 de setembro de 2019
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretora(e)s do ANDES-SN
Companheiro(a)s,
Convocamos Reunião do Setor das IFES, a ser realizada no dia 20 de outubro de 2019, conforme o que segue:
Data: 20/10/19
Horário: 09h às 13h
Local: Sede do ANDES-SN (Setor Comercial Sul, Quadra 2, Edifício Cedro II, 5 º andar, Bloco "C")
Pauta:
1. Conjuntura;
2. Pauta para o Caderno de Texto para o 39º Congresso do ANDES;
3. Encaminhamentos.
Pedimos que as Seções Sindicais informem presença à Secretaria Nacional, por meio do correio eletrônico: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. até o dia 14/09, às 17h. Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Prof.ª Jacqueline Rodrigues de Lima
2ª Secretária
Conforme decisão da assembleia geral da categoria nessa segunda-feira, 30/01, que votou pela adesão à Greve Nacional da Educação, com paralisação e mobilização por 48h, nos 2 e 3/10, segue abaixo a programação que será realizada em Cuiabá, dentro e fora do campus.
Lembramos que a participação de todas e todos é imprescindível!
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JUACY DA SILVA*
A degradação ambiental está se acelerando a olhos vistos no Brasil. Esta realidade é alimentada pelo sucateamento dos organismos e serviços de fiscalização, incluindo a redução dos recursos humanos, técnicos, orçamentários e financeiros dos mesmos e, ao mesmo tempo uma visão ideológica distorcida que ao invés de investir na fiscalização e ações preventivas, estimula, direta e indiretamente tais práticas criminosas.
Isto é uma forma de estimular práticas ambientais criminosas e passar a mensagem a tais criminosos que podem destruir, podem desmatar legal ou ilegalmente, podem queimar as florestas na Amazônia, no Cerrado, na Caatinga, nos Pampas, na Mata Atlântica e no Pantanal, podem invadir terras indígenas e reservas ambientais, podem matar ambientalistas e defensores dos trabalhadores rurais e dos direitos humanos, que nada vai acontecer, que a impunidade é um prêmio a quem destrói o meio ambiente e assassina seus defensores.
Ao longo dos últimos anos, com maior intensidade no atual governo , mesmo ante a precariedade em que sempre se encontrou o IBAMA, centenas ou talvez milhares de multas foram aplicadas, como, por exemplo, nos casos dos crimes ambientais cometidos pela mineradora Vale, em Mariana e Brumadinho, que até agora não pagou nenhuma multa e tantos outros crimes ambientais que ficam totalmente impunes na totalidade dos estados e municípios brasileiros, mesmo tendo sido autuados e multados pelo IBAMA ou órgãos estaduais e municipais.
Agora surge mais uma denúncia, oriunda do próprio IBAMA, de que as ações de fiscalização na Amazônia não tem condições de serem feitas, mesmo em meio a tamanha crise, devido `a falta de apoio para tais ações, como noticiado pelos meios de comunicação.
Só falta esta agora, os órgãos públicos que tem o poder de policia afrouxarem a ação e seguirem a politica do Governo Bolsonaro, que pretende a qualquer custo sucatear os órgãos ambientais. O sucateamento da fiscalização ambiental é um incentivo por parte do Governo Bolsonaro e de governos estaduais que defendem, na verdade, não o meio ambiente, mas pela omissão e certa conivência, favorecem as ações de grileiros, garimpeiros, mineradoras, madeireiros e invasores de terras indígenas, quilombolas e reservas florestais/ambientais.
Existe um grande abismo entre os discursos dos políticos, governantes e empresários em defesa da Amazônia, do meio ambiente, da sustentabilidade, da justiça ambiental, dos direitos humanos e o que realmente está acontecendo no Brasil, que é a omissão, a conivência e indiretamente estimula a degradação ambiental, destruição dos ecossistemas e da biodiversidade e também a violência relacionada a esses aspectos.
Quem está dizendo ultimamente sobre esta realidade são os próprios organismos públicos e não apenas ONGs ambientalistas e ativistas que sempre estiveram na luta por um meio ambiente que possa ser sustentável, permitindo que as futuras gerações não tenham que pagar um pesado ônus pelo descaso dos governantes e práticas predatórias de falsos empresários, que não se importam de, em nome do desenvolvimento e do "progresso", deixarem uma herança maldita de terra arrasada como tem feito as mineradoras, madeireiros, grileiros e latifundiários no Brasil e ao redor do mundo.
Tudo isso tem consequências, tem um preço para as atuais e futuras gerações, a começar pelo impacto direto nas mudanças climáticas, no processo de desertificação, na poluição do ar e dos cursos d'agua e no aumento dos desastres naturais, que a cada ano estão se tornando mais frequentes e mais destruidores!
É contra este estado de letargia e de alienação de boa parte da população, da falta de ação efetiva por parte dos governantes, tanto no Brasil quanto em outros países que a ativista ambiental, a adolescente GRETA THUNBERG e de outras vozes como do próprio Secretário Geral da ONU, que precisamos estar mais alertas, mais conscientes e também somarmos nossas vozes, nossas ações e indignação, enfim, colocar a questão ambiental em geral e a das mudanças climáticas em particular na ordem do dia, na agenda das discussões nacionais, estaduais e municipais.
Dentro de um ano estarão sendo realizadas eleições municipais, precisamos cobrar, acompanhar e exigir que a questão ambiental esteja no cerne, não apenas dos discursos mas também nos planos de desenvolvimento estratégico de cada município brasileiro. Só assim, teremos a certeza de que os eleitos vão agir tendo em vista a sustentabilidade, a justiça social e o desenvolvimento local integrado e participativo.
Precisamos pressionar para que os governos locais, municipais, estaduais e também o Governo Federal encarem a questão ambiental em geral e não apenas o desmatamento e queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste, e que o meio ambiente seja uma das prioridades na definição de politicas públicas em nosso país.
Precisamos voltar nossa atenção de forma mais aprofundada e mais critica para a Agenda 2030, em que todos os países se comprometeram a cumpri-la em 2015 e, para tanto, a realizarem ações para atingirem as 167 metas que fazem parte dos OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENÁVEL.
O Brasil não pode seguir sem uma politica ambiental clara, objetiva, coerente, com alcance de longo prazo, como parte de um projeto nacional de desenvolvimento. Não podemos continuar com ações imediatistas, orgasmicas, sempre “correndo atrás do prejuízo”, de forma improvisada, paliativa e descontinuada.
Isto demonstra que nossos governantes não tem capacidade para definir e implementar um planejamento estratégico e nem compromisso de longo prazo, pois, ao invés de pensarem nas próximas gerações, só conseguem pensar nas próximas eleições e em seus esquemas de perpetuação no poder, onde o caixa dois, a corrupção, as mutretas, as manobras para continuarem com seus privilégios, a partir de onde continuarão legislando em causa própria e facilitando a vida de grandes grupos econômicos que garantem suas eleições, os favores e benesses que o poder oferece a tais grupos econômicos em detrimento da imensa maioria do povo brasileiro que continua sendo excluído tanto das decisões governamentais quanto da distribuição dos frutos do desenvolvimento, razões maiores para a perpetuação da miséria, da fome, da injustiça e da violência em nossa sociedade.
Com o discurso de que o Estado brasileiro é muito grande, muito pesado, acabam justificando a inércia, a incúria e a falta de fiscalização em todas as áreas, inclusive ou principalmente em relação ao meio ambiente. Esta é a lógica que embasa a politica brasileira na atualidade. Estado mínimo e o máximo de exploração de quem fica à margem da sociedade.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Na quarta e quinta-feira, dias 02 e 03/10, as aulas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) serão novamente nas ruas. Atendendo à convocação do ANDES - Sindicato Nacional, os docentes decidiram, em assembleia geral realizada nessa segunda-feira, 30/09, paralisar as atividades acadêmicas por 48h e dialogar com a população sobre o que o governo neoliberal de Bolsonaro está fazendo com a educação pública.
A mobilização segue a lógica de outras centenas realizadas anteriormente para denunciar o desmonte, conforme avaliaram os presentes durante a análise de conjuntura. Depois de tantos cortes e ataques políticos às universidades públicas e servidores com base, inclusive, em informações falsas, Bolsonaro e sua equipe pretendem enfiar goela abaixo um pseudo projeto para isentar o Estado de sua obrigação de garantir à população um dos seus direitos fundamentais: educação. O Future-se significa o aprofundamento da lógica de mercado nas universidades públicas de tal forma que sua função social seja totalmente esfacelada. Por esse motivo, já foi oficialmente rejeitado por quase metade das instituições federais de ensino superior do país. Até o momento, nenhuma das 63 universidades se declarou favorável à proposta.
“O ministro da Educação esteve recentemente num encontro nacional promovido pela educação privada e iniciou seu discurso dizendo que só o fato dele estar ali já significava muito. Pela primeira vez um ministro da educação se reuniu com gestores do ensino superior privado num evento como aquele. Está claro que ele quer economizar dinheiro com a educação superior pública, utilizando o Future-se, para investir recursos públicos no setor privado”, avaliou o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza.
A professora Lélica Lacerda defendeu que a categoria se mantenha organizada e articulada com outros movimentos sindicais e sociais para fortalecer a luta, pois a situação deve se agravar ainda mais. “Não há margem para conciliação de classe. Ou os trabalhadores se impõem, ou a burguesia vai se impor”, afirmou, destacando que a paralisação nacional de 48h também está sendo construída pelos trabalhadores da educação básica e fundamental de todo o país, numa Greve Nacional da Educação.
Ao final dos debates, os docentes tiraram uma comissão para organizar as atividades que serão realizadas nos dois dias. Elas deverão ser acordadas também com os técnicos administrativos e estudantes, que também já decidiram aderir à mobilização nacional. As 48h de mobilização devem ser repletas de panfletagens, intervenções, aulas públicas e, no dia 03, as categorias vão realizar mais um grande ato unificado.
Os docentes também decidiram, nessa segunda-feira, sugerir o dia 15/10 às entidades envolvidas na construção da assembleia universitária da UFMT como uma possível data para a realização da plenária. A ideia é marcar o Dia dos Professores justamente com a discussão sobre os ataques à universidade e o repúdio ao Future-se. Além disso, conforme encaminhamento, a Adufmat-Ssind deverá encaminhar aos conselhos universitários a data da assembleia, fazendo um apelo para que os conselhos ratifiquem o espaço, instância máxima de deliberação da instituição.
O ponto de pauta "Fora Bolsonaro! Fora Bolsonaro?" foi suspenso devido ao horário e será debatido na próxima assembleia geral da categoria.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na 74ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (EUA), na manhã do dia 24/09, reafirma sua política de ultradireita, autoritária e conservadora.
Em 32 minutos, Bolsonaro esbravejou mentiras, manteve ataques à Amazônia e ao meio ambiente, assim como reafirmou a exploração de terras indígenas. “Quero deixar claro: o Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estados gostariam que acontecesse”, disse.
O presidente defendeu o que acredita ser a “soberania brasileira sobre a Amazônia”: mentiu, minimizou as recentes queimadas na Amazônia e seguiu com a política de defesa de ruralistas, do agronegócio, da mineração e de madeireiros ilegais.
Esbravejou sobre o que seriam falácias do presidente Emmanuel Macron, mesmo sem citá-lo diretamente, pelas críticas do francês no ápice dos incêndios da Amazônia: “Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”.
Após criticar o presidente da França de maneira velada, Bolsonaro, ao contrário, foi todo elogios ao presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que o norte-americano “sintetizou o espírito que deve reinar entre os países da ONU: respeito à liberdade e à soberania de cada um”. Mais uma vez, se prestou ao papel de capacho do imperialismo estadunidense.
Elogiou ainda o Estado assassino de Israel, com o qual faz parcerias na área de tecnologia e segurança, ou seja, para a política de armamento contra morros e favelas brasileiras, além da busca pelo fortalecimento de um estado armado.
Bolsonaro mentiu ainda descaradamente ao defender “seu compromisso intransigente com os mais altos padrões de direitos humanos”. Esqueceu, no entanto, de seus discursos anteriores, as omissões nos crimes contra os direitos humanos e da foto postada por seu filho em novembro 2017 na qual aparece com uma camiseta escrita “direitos humanos, esterco da vagabundagem”.
Voltou a apoiar a ditadura militar, saudou a Polícia Militar, sem discorrer uma única palavra sobre as mortes causadas por policiais, em que são alvejadas crianças e o povo pobre nas periferias, principalmente nas favelas cariocas.
As mais de 434 mortes no Rio de Janeiro de inocentes no primeiro trimestre deste ano pelas mãos da polícia foram ignoradas. Genocídio feito em nome de uma “política de segurança” do governo de Wilson Witzel, com permissão do governo Bolsonaro/Mourão, que destrói famílias nas favelas, mata crianças e mata trabalhadores indiscriminadamente.
Condenou o que em sua avaliação seria “socialismo”, repetindo as fake news do “fantasma do comunismo”, acusando ditaduras, quando ele mesmo é um defensor declarado de regimes ditatoriais. Seguiu seu discurso colocando suas crenças religiosas à frente. “Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições”.
Refutou ainda o que de acordo com sua avaliação são ideologias que ignoram a biologia, em uma explícita defesa de sua intolerância com a diversidade. “A ideologia invadiu nossos lares para investir contra a célula manter de qualquer sociedade saudável, a família. Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua identidade mais básica e elementar, a biológica”. Continuou com a defesa de que essa “ideologia se instalou no terreno da cultura, da educação e da mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas”.
Defendeu ainda uma política de estado mínimo, de aumento da privatização e da flexibilização de direitos trabalhistas no que chamou de “desburocratização, da desregulamentação” no mundo do trabalho.
“Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil”, reafirmou o tom ultraliberal do governo.
Segundo a CSP-Conlutas, Bolsonaro reafirma seu caráter de inimigo das causas sociais e dos povos originários, assim como o de liberal-conservador e defensor da ditadura. “Um assecla do capitalismo”, resumiu o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da Central Atnágoras Lopes.
De acordo com Atnágoras, o discurso de Bolsonaro deve ser respondido com a defesa explícita do verdadeiro socialismo, o que muitas vezes foi traído pelas direções burocráticas.
A CSP-Conlutas ante a política reacionária e ideológica de ultradireita do governo Bolsonaro/Mourão seguirá insistindo em unir a classe trabalhadora e o povo pobre em geral contra os capachos do imperialismo norte-americano e defendendo um programa alternativo:
- Basta desse governo inimigo dos trabalhadores e do povo pobre!
- Em defesa da Previdência pública!
- Contra as privatizações da Petrobrás, Correios, Eletrobrás, bancos públicos e outras estatais!
- Em defesa do emprego, salários e direitos!
- Contra o genocídio do povo negro e das periferias!
- Terra e moradia aos que vivem do trabalho!
- Defesa dos serviços e servidores públicos1
- Em defesa das liberdades democráticas e do direito de manifestação, organização e greve!
“O Brasil precisa de um governo dos trabalhadores. Por tudo isso, é preciso uma nova greve geral que barre estes ataques e derrote esse governo de ultradireita. Nossa luta é pelo socialismo, mas isso não se confunde com a defesa da volta do PT ou qualquer projeto de conciliação de classes”, resumiu Atnágoras.
Fonte: CSP-Conlutas