Sexta, 06 Junho 2025 16:33

 Campus da UFMT Várzea Grande é apenas um sonho há 11 anos

 

O campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Várzea Grande existe há 11 anos, utilizando a estrutura do campus de Cuiabá. Suas salas, laboratórios e espaços de convivência nunca foram mais do que ideias. Em abril deste ano, após um dia de chuva, a Reitoria da instituição lançou o programa “amigos da UFMT”, como uma forma de pedir ajuda à comunidade acadêmica e à população em geral para que, com as próprias mãos, salvem a universidade - literalmente - da ruína. Os campi de Sinop e Araguaia também precisam de ajuda com o básico: estrutura. Assim como outras instituições, a UFMT tem sofrido com os cortes de orçamento dos últimos 10 anos, que reduziram pela metade o que as instituições de ensino superior recebiam em 2013 e, muito embora o atual governo se diga “amigo da educação”, a recomposição do orçamento está longe de ser uma realidade; até a semana passada, havia, inclusive, previsão de contingenciamento do recurso já insuficiente.  

 

Essa é a estrada por onde percorrem a criação do novo campus da UFMT em Lucas do Rio Verde (com início das aulas previsto para março de 2026), a proposta do campus em Primavera do Leste, cujo Projeto de Lei (de número 5968) tramita desde 2005, além das iniciativas para emancipação dos campi do Araguaia e Sinop. Acrescentado o percentual elevado de evasão escolar, causado pela redução das condições oferecidas para manter os estudantes em sala a partir dos cortes de recursos, e agravado pelas políticas de precarização da vida (como reformas Trabalhista e da Previdência), o cenário não é bonito. O horizonte não convida para um belo passeio.  

 

Por isso, as movimentações externas para criação e emancipação de campi na UFMT, tem assustado a comunidade. A pergunta que ronda a comunidade acadêmica, muitas vezes surpreendida pelas notícias nesse sentido, tem sido “por quê?”, muito embora haja, mesmo que informalmente, ciência - e medo - de parte da resposta: os interesses econômicos do estado chamado celeiro do Brasil, e alguns outros nichos empresariais. As últimas pesquisas voltadas à educação superior demonstram que, embora a UFMT, assim como as outras universidades públicas do país, venham perdendo recursos – o que pode comprometer a qualidade do ensino -, os cursos voltados para o Agronegócio têm melhorado o desempenho. De acordo com o Ranking Universitário da Folha (RUF), o curso de Agronomia da UFMT ganhou cinco posições de 2023 para 2024, passando de 17º para 12º mais bem avaliado entre universidades públicas e particulares. Isso pode ter relação com a captação de recursos próprios em cada área, porque, sim, o Agronegócio tem muito interesse em investir numa ciência que proporcione retorno econômico. Mas e os outros cursos?

 

 

Daí surgem as propostas privatistas de cobranças de mensalidade, ou as brigas por recursos de emendas parlamentares e Programas - como o de Aceleração de Crescimento que tem gerado muito desgaste, especialmente com a comunidade acadêmica de Sinop, devido a confusão com as licitações necessárias para receber o investimento. Todas essas questões afastam a atenção para o fato de que é dever do Governo Federal destinar recursos suficientes para as universidades públicas. É evidente que a questão orçamentária não é a única, mas é central neste debate, já que ela pesa, inclusive, sobre o caráter do ensino. 

Em 2024, docentes, técnicos e estudantes da UFMT se depararam com uma dessas surpresas. O PL 2.223, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL), autoriza o Poder Executivo a criar a Universidade Federal do Araguaia. A proposta é de 2021, no entanto, só foi conhecida pela comunidade acadêmica em 2024 quando, no Senado, a Comissão emitiu parecer favorável ao PL, no dia 21/05. Apenas duas semanas depois, no dia 04/06, o texto foi aprovado pelo pleno e no dia 10/06, enviado à Câmara Federal, onde ainda não teve movimentação. Mas o trânsito acelerado do projeto trouxe tensão aos docentes, discentes e técnicos da UFMT e motivou a criação do Grupo de Trabalho Multicampia e Fronteiras (GT Multicampia e Fronteiras). Diante do susto, o grupo chegou a entregar um documento a parlamentares e autoridades locais, além da própria Reitoria, solicitando mais tempo para pensar sobre a proposta (leia a íntegra). 

 

Além da emancipação do campus do Araguaia, o senador Wellington Fagundes é também o autor das proposições legislativas que autorizam a criação dos campi da UFMT em Primavera do Leste (protocolada em 2005), Lucas do Rio Verde (protocolada em 2011), e foi o parlamentar que ficou responsável pelo desmembramento do campus de Rondonópolis, efetivado há sete anos. Existem projetos de outros parlamentares, que ainda não tiveram tramitação, como o do deputado federal Juarez Costa (MDB), que autoriza a criação da Universidade Federal do Nortão de Mato Grosso (UFNMT) por meio do desmembramento do campus de Sinop (PL 1.699/21). 

 

 

Vale destacar, no entanto, que o desmembramento do campus de Rondonópolis da UFMT, que se transformou na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) em 2018, foi um processo bem diferente do que está ocorrendo com os demais, porque foi iniciado pela própria comunidade acadêmica e finalizado mais de dez anos depois das primeiras iniciativas. É o que explica a professora Ivanete Rodrigues dos Santos, que acompanhou o processo de transformação da instituição a qual se dedica há 25 anos. Lotada no Instituto de Ciências Humanas e Sociais e atuando em alguns dos cursos mais antigos das duas fases - Pedagogia, Psicologia e, já para o desmembramento, a Pós-graduação em Educação -, além da atuação no sindicato, ela participou diretamente de todos os estágios. “O processo de emancipação da UFR, quem desencadeou foi a Seção Sindical dos Docentes de Rondonópolis. O professor Tati - Antônio Gonçalves Vicente -, então presidente da Seção Sindical daqui,  junto com a diretoria do sindicato, iniciou o movimento para emancipação do campus, no começo dos anos 2000. Por que desse movimento? O campus de Rondonópolis, por muitos e muitos anos, ficou sem nenhum avanço, tanto em termos de infraestrutura quanto em relação a criação de novos cursos, e também em relação à questão administrativa e financeira. Tudo aqui era feito, sempre, por Cuiabá. Se precisasse comprar uma lâmpada tinha que ser, tudo, via Cuiabá” relata a docente. 

 

Foi essa, também, a situação do campus Catalão, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que se transformou em universidade federal no mesmo ano que a UFR. “Embora a emancipação tenha ocorrido em 2018, o desejo de autonomia de nossa comunidade é antigo. O campus Catalão foi criado em 1986, portanto, a UFCAT ‘nasceu’ com 32 anos de experiência. A relação com a sede, em Goiânia, sempre foi conflituosa, e quando o Governo Federal iniciou o programa de expansão das Universidades Federais, em 2006, e os primeiros concursos específicos para professores dos cursos oferecidos em Catalão começaram a ser realizados, o desejo de conduzir os rumos da instituição ficaram mais fortes. Em 2010 foi constituída uma comissão que elaborou um projeto de desmembramento do Campus Catalão da UFG para criação da Universidade Federal do Cerrado (UFCerr), aproveitando da política de expansão praticada pelo Ministério da Educação na época, que criava instituições ‘temáticas’. A proposta foi apresentada ao MEC em 2011, mas não prosperou, pois o Ministério alegou que o momento era de consolidação das instituições criadas até aquele momento e fortalecimento do sistema multicampi, o que levou a UFG a modificar seu Estatuto e mudar a nomenclatura do Campus Catalão para Regional Catalão, ampliando o quadro de servidores administrativos. Em 2013, no Governo Dilma, a proposta foi reapresentada, mas novamente não foi contemplada e o foco da comunidade acadêmica passou para a ampliação da autonomia das decisões administrativas e o projeto da UFCerr foi abandonado, a comunidade acadêmica se conformou e o desejo de uma universidade autônoma foi arrefecendo, até que em 2015, no auge das discussões do impeachment da presidente Dilma, surgiu, a partir do governador de Goiás, a proposta de criação de duas universidades federais no estado: a Universidade Federal do Sudeste Goiano e a Universidade Federal do Sudoeste Goiano, a partir do desmembramento das Regionais da UFG de Catalão e Jataí, respectivamente. A partir desse momento, o ímpeto de autonomia da comunidade acadêmica voltou e a proposta passou a ser debatida internamente, culminando com a decisão de mudar o nome da Universidade a ser criada de ‘do Sudeste Goiano’ para ‘de Catalão’, reforçando a identidade da instituição com a cidade e região em que está inserida”, conta o servidor Roberto Tavares, que atua desde 2006 na, atualmente, Universidade Federal de Catalão e atualmente chefe de Gabinete da Reitoria da UFCAT.  

 

 

As dificuldades da administração multicampi, relatadas pelos representantes da UFR e UFCAT são, atualmente, as mesmas apresentadas dos campi do interior da UFMT. Nas palavras do professor Jorge Arlan de Oliveira Pereira, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da UFMT campus Araguaia, a questão orçamentária é central. “A principal questão que nós vemos é não ter orçamento próprio, em que a universidade possa organizar seus cursos, fazer o planejamento e prever sua expansão, uma vez que a UFMT campus Araguaia atinge uma ampla região, se tomar os níveis do Araguaia, que são três, é muito amplo. E ainda temos as cidades do estado de Goiás, que até vem diretamente, com ônibus, têm cidades que fazem isso, e ainda muitos estudantes que são matriculados na UFMT campus Araguaia através do Sisu, que chegam de outras regiões do Brasil, principalmente São Paulo. Então, nós não temos um orçamento que corresponda a essa necessidade, para dar conta disso”, afirma.   

 

O docente, que também é membro do GT Multicampia e Fronteiras e coordenador do  projeto de pesquisa CNPQ “Jornalismo, Comunicação e Democracia: o espaço público no tempo de convergência democrática e na perspectiva do estado de direito”, elenca ainda outras questões que dificultam o trabalho no local, como o número reduzido de estudantes - que está ainda menor depois da pandemia de Covid-19, e o número também pequeno de cursos de pós-graduação e servidores técnicos e docentes. “Nós temos muitas dificuldades, no curso de Jornalismo, ao qual sou vinculado, em desenvolvermos atividades nos laboratórios de rádio, televisão, redação. Nós temos apenas dois técnicos, isso é totalmente insuficiente para as necessidades, considerando que o curso de Jornalismo teria um espaço de expansão muito grande na produção laboratorial, que é uma das principais características previstas nas diretrizes curriculares dos nossos cursos. É fundamental. É uma reivindicação nossa, de muito tempo, que tenhamos mais técnicos e mais produção laboratorial. Além de um número baixo de técnicos, nós temos poucos professores. Como tem que ter carga horária correspondente às disciplinas, nós estaríamos, teoricamente, adequados, mas se considerarmos a necessidade de produção laboratorial, nós estamos muito abaixo. Nós reivindicamos incessantemente que possamos ter professores cujas horas laboratoriais sejam válidas como horas de ensino, aí nós teríamos, na verdade, falta de servidores, uma vez que produção laboratorial não é algo acessório, meramente complementar, ela é fundamental na formação do jornalista. Isso falando da minha área, mas o problema é amplo nos laboratórios, de falta de técnicos por todos os cursos e todos os institutos aqui do campus do Araguaia, assim como o número de professores. Isso provoca um acúmulo de atividades aos professores, principalmente em espaços administrativos, o que nos tira das atividades fins da universidade”, acrescenta.

 

A grande preocupação dos professores da UFMT, entretanto, é a forma como essas movimentações estão ocorrendo, tendo a comunidade acadêmica completamente alheia ao processo. “A gente espera que esse processo seja mais democrático. Não houve, de fato, um processo democrático até aqui, porque foram iniciativas de parlamentares, o projeto que andou foi do senador Wellington Fagundes, que de modo muito estranho teve uma tramitação super rápida ultimamente. Ele está tramitando desde 2021, mas de repente, o ano passado começou a andar rapidamente e foi aprovado de forma terminativa no Senado, mas ainda não foi examinado na Câmara dos Deputados. Então é essa a preocupação, o que a gente espera do processo, que seja mais democrático, que se dê mais tempo para se fazer estudos e se pensar, e com ampla participação de todos os segmentos, seja interno, através dos professores, técnicos e estudantes, seja das autoridades regionais, e também das comunidades, da sociedade regional. Me parece que a comunidade interna tem muito a dizer por não ler de maneira otimista demais, inocente demais. Por não conhecer essa realidade, por dentro das estruturas, as pessoas sonham com a nova universidade, com outro nome, que seria mais interessante, no entanto isso pode ser uma ilusão. Na verdade, a UFMT, com a sua tradição, seria mais interessante para nós, com uma multicampia mais verdadeira, mais bem estruturada, corresponderia mais com as nossas necessidades. Isso só se dá diante de estudos, de um processo de conhecimento, o que nós queremos ter tempo para fazer”, destaca Pereira.     

 

Sete anos após a emancipação construída pela comunidade acadêmica de Rondonópolis, algumas questões caminharam, mas ainda não estão resolvidas. De acordo com a professora da UFR, a luta ainda é diária e a tentativa de instrumentalização da universidade por aqueles que se dispõem a ajudar com recursos também é uma realidade. “A primeira grande vantagem foi que a gente começou a ter autonomia financeira e administrativa. Isso foi fundamental. Depois disso a gente começou a avançar em termos de infraestrutura, com a construção de novos prédios, laboratórios, salas de aula, ampliação de biblioteca, do restaurante universitário, coisas que a gente, há muito, não tinha. Outro ponto foi a criação de novos cursos. Dentro do projeto de criação da UFR tinha a oferta de mais de 20 novos cursos, a gente já conseguiu avançar nesse sentido, foram criados quatro novos cursos e a tendência é que aumente. Com isso a gente conseguiu aumentar o número de estudantes, pensar em novas formas de acesso à universidade além do que já existe, então vieram novos alunos, mais professores, agora tivemos concurso para técnicos-administrativos. Essas foram grandes conquistas. E estamos, ainda, na luta pela consolidação dessa universidade, porque ela é muito nova, a gente ainda teve que elaborar toda a documentação, toda a legislação, todas as normativas que uma universidade requer. Agora, nós temos enfrentado constantemente vários desafios, inclusive o de instrumentalização da universidade por parte de certos políticos da região. Alguns ajudam, sim, a universidade com apoio a partir de emendas parlamentares, mas ao mesmo tempo eles querem algo em troca que é dizer o que a universidade tem que fazer. Esse é um grande desafio que a gente enfrenta aqui, porque a universidade tem que ter autonomia para tomar suas decisões. É uma universidade pública, que tem uma função social a cumprir, e ela não pode deixar que grupos políticos venham dizer o que ela tem que fazer ou não. Esse é um grande problema”, pontua o professor. 

 

 

A autonomia universitária é questão central e defesa histórica da categoria docente, que entende como as relações que envolvem a universidade estão marcadas por disputas econômicas e políticas (leia aqui o Caderno 2 do Andes-Sindicato Nacional, que trata do projeto de universidade defendido pela categoria). “É preciso um projeto de universidade que seja bastante diverso, bastante plural, e não sob influência de algum modelo de desenvolvimento, particularmente o Agronegócio, quando há outras características que precisam ser respeitadas. São debates que nós temos desenvolvido aqui, uma grande preocupação da nossa parte. Nós verificamos uma completa ausência de projeto de universidade, o que nos preocupa muito, de modo geral, na UFMT. Por isso não se sabe direito que rumos dar aos campi. Vai ser uma expansão, um investimento dentro dos próprios campi existentes na estrutura atual ou vamos nos lançar a organizar novas estruturas, com independência, uma nova universidade?”, questiona, ainda, Pereira. 

 

As dúvidas e os anseios demonstram a grande diferença entre os campi que desejaram e organizaram a própria emancipação. Ainda há desafios, problemas estruturais, falta de recursos e evasão dos estudantes. No entanto, a certeza de que a universidade cumpre sua função social está clara nos depoimentos dos trabalhadores da UFR e UFCAT, porque eles construíram seus projetos. “Mesmo criada em um contexto político altamente desfavorável, fora de um programa específico como outras instituições criadas anteriormente, a UFCAT contribui para a democratização do acesso ao ensino superior público e para o desenvolvimento regional em diversos sentidos, pois atende as demandas e se prova importante agente de desenvolvimento econômico e redução das desigualdades sociais. O processo é trabalhoso, mas vale a pena, pois é gratificante construir uma instituição voltada para as necessidades específicas de nosso povo, ter autonomia de fato para a tomada de decisões e fazer a diferença na vida das pessoas e da comunidade em que estamos inseridos”, comenta o servidor da UFCAT. Para a mesma pergunta, a docente da UFR acrescenta: “A luta pela construção de uma universidade pública é muito árdua. A gente não se arrepende de ter lutado para criar a UFR. Nós avançamos muito. Esperamos avançar ainda mais no atendimento aos estudantes e a toda população aqui da região e do estado de Mato Grosso com uma educação de qualidade, com uma universidade que cumpra com a sua função social, de formar pessoas que tenham uma leitura crítica do mundo, profissionais que sejam competentes e possam contribuir para o desenvolvimento do nosso estado, da nossa região sudeste do estado e também do país. É isso que a gente espera”. 



Para o professor do curso de Engenharia Florestal do campus da UFMT Sinop, também membro do GT Multicampia e Fronteiras, Juliano Santos, é isso que falta: a universidade precisa tomar posição e não se deixar levar pelas forças externas. “O GT Multicampia e Fronteiras espera da gestão da UFMT uma discussão de um projeto de universidade no qual a multicampia não seja apenas uma palavra, mas um exercício prático, diário. No qual as múltiplas realidades que compõem a UFMT, nos seus diversos campi, sejam pensadas. Os campi do interior se sentem alheios, à parte, na maioria dos processos de gestão. Eles se sentem desamparados, inclusive com relação à existência e prestação de diversos serviços que a UFMT realiza, mas que não chegam nos campi. Aí essas questões de emancipação acabam aparecendo num diálogo conduzido pela comunidade parlamentar, a classe econômica, os poderes relacionados ao capital nos municípios. É o que acontece aqui em Sinop, realidade que eu conheço um pouco melhor. Mas essa ideia não está sendo discutida com a universidade. Em determinado momento as gestões, tanto as passadas quanto a atual, justamente pela falta de um posicionamento, passam uma ideia de que não têm opinião em relação à emancipação, e reafirmam um discurso de multicampia, mas essa universidade multicampi não é discutida e praticada no dia-a-dia da UFMT. Esse GT espera a efetivação da multicampia. Que a ausência da UFMT na gestão dos campi não seja uma desculpa para essa emancipação. Hoje, esse é um argumento muito utilizado, de que a ausência da UFMT, das políticas que não chegam nos campi, seriam resolvidos com a emancipação, como se isso fosse resolver os problemas. Mas a universidade precisa, antes, efetivar a multicampia”, aponta o docente.  



Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Aufmat-Ssind    

 

Sexta, 06 Junho 2025 16:11

 

A Comissão Eleitoral responsável pela Eleição da Diretoria da Adufmat-Ssind biênio 2025-2027, publiciza a lista de docentes aptos a votar no pleito que ocorrerá no dia 04/07. Eventuais correções podem ser enviadas ao e-mail da comissão: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Clique aqui para ver o documento (também disponível para download no Arquivo Anexo abaixo)  

Sexta, 06 Junho 2025 10:49

 

Após pressão dos movimentos de docentes, estudantes, técnicos, técnicas, que denunciaram mais um contingenciamento no orçamento da Educação Federal e apontaram que a medida inviabilizaria o funcionamento das Instituições Federais de Ensino, o governo voltou atrás. Em 30 de maio, foi publicado o decreto 12.477/2025, que alterou o decreto nº 12.448/2025.

A medida anterior, divulgada pelo governo federal em 30 de abril, limitou drasticamente os recursos repassados às Instituições Federais de Ensino, estabelecendo o repasse de apenas 1/18 do orçamento por mês, impondo um contingenciamento de mais de 30% no orçamento previsto para as IFE em 2025.

Com a alteração publicada no final de maio, as IFE foram retiradas do limite orçamentário mensal de 1/18, que passou a ser de 1/12 e incluiu outros R$ 400 milhões, para compensar os cortes do Congresso Nacional na aprovação da Lei Orçamentária Anula (LOA), que segundo o MEC serão distribuídos entre universidades, institutos federais, cefets e Colégio Pedro II.

A alteração do decreto foi comunicada ao ANDES-SN em uma reunião bilateral com o MEC. Na ocasião, o representante do MEC apresentou a decisão do governo, anunciada em 27 de maio, para recomposição do orçamento e remanejamento de aproximadamente R$ 400 milhões. 

“Desse montante, grande parte é devolução do que foi retirado da proposta inicial de orçamento e o que foi aprovado pelo Congresso Nacional. Apenas aproximadamente R$ 55 milhões são, realmente, ampliação do orçamento. Considerando que temos 110 instituições federais, entre universidades, institutos federais, cefets e Colégio Pedro II, esse valor é insuficiente para atender as necessidades das instituições”, explicou Clarissa Rodrigues, coordenadora do Setor das Ifes e 2ª vice-presidenta da regional Leste do ANDES-SN.

Agenda de mobilização

O ANDES-SN divulgou uma agenda conjunta de mobilizações para as próximas semanas, que tem por objetivo avançar na luta em defesa do orçamento da educação federal e pelo cumprimento integral do acordo de greve, firmado em 2024.

De 2 a 10 de junho, está prevista uma Jornada de lutas nas seções sindicais com debates, rodas de conversa, mobilizações locais em defesa do orçamento da rede federal de ensino e pelo cumprimento integral do acordo da greve.

No dia 11 de junho, a partir das 16 horas, acontecerá uma plenária ampliada, com as entidades da educação. A atividade será presencial na sede do ANDES-SN, em Brasília (DF), e em modalidade híbrida.

Já em 12 de junho, pela manhã, será realizado um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC), na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. No período da tarde, a manifestação será em frente ao Ministério de Gestão e Invocação em Serviços Públicos (MGI), para acompanhar a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP). 

No dia 13 de junho, representantes das seções sindicais do ANDES-SN participarão da reunião do Setor das Ifes do Sindicato Nacional, na sede da entidade, a partir das 9 horas.

Na Circular 231/2025, que encaminhou a agenda, também foi enviado o quadro atualizado do cumprimento do acordo de greve firmado pelo ANDES-SN com o governo federal, em junho de 2024. Das nove cláusulas, apenas duas só foram cumpridas integralmente, ainda que com atrasos.

Confira aqui a Circular.

 

Fonte: Andes-SN

Quinta, 05 Junho 2025 11:32

 

Por Juacy da Silva

 

“Muitos daqueles que detêm mais recursos e poder econômico ou político parecem concentrar-se, sobretudo, em mascarar os problemas ou ocultar os seus sintomas, procurando apenas reduzir alguns impactos negativos das mudanças climáticas. Mas muitos sintomas indicam que tais efeitos poderão ser cada vez piores, se continuarmos com os modelos atuais de produção e consumo.”
— Papa Francisco, 2015, Laudato Si’, 26.

 

Hoje, 05 de junho de 2025, é mais um Dia Mundial do Meio Ambiente, momento em que precisamos parar e refletir, de forma objetiva e crítica, sobre a situação ecológica, ambiental ou socioambiental que nos cerca — pouco importa a denominação que damos a essa triste realidade, seja local, municipal, estadual, nacional ou mundial.

O importante é reconhecermos, como sempre nos exortou e convocou o Papa Francisco, que “tudo está interligado nesta Casa Comum”. Essa é uma das mensagens centrais de suas encíclicas Laudato Si’, Fratelli Tutti e das exortações Querida Amazônia e Laudate Deum. Há apenas um planeta Terra. Se destruirmos esta Casa Comum, estaremos destruindo todas as formas de vida — inclusive a vida humana.

Mais ainda, precisamos refletir profundamente sobre o significado de suas palavras ao afirmar que, na raiz de todas as mazelas e da degradação ambiental, estão as ações humanas: irracionais, egoístas e imediatistas, que não se preocupam com os males que estamos causando à ecologia integral — tanto para as gerações atuais quanto, principalmente, para as futuras.

O Papa Francisco também nos adverte que, sem uma mudança profunda em nossos hábitos e em nosso estilo de vida — marcado pelo consumismo, pelo desperdício, pelo descarte — e em nossos sistemas produtivos, que não respeitam os trabalhadores, nem os consumidores, tampouco os direitos e limites da natureza, estaremos diante de uma tragédia anunciada. Um cenário de crise climática com consequências catastróficas para todos. E, como sempre, os mais pobres e excluídos serão os que mais sofrerão com a degradação socioambiental — com mais dor, mais fome, mais miséria e mais morte.

Por isso, ele insiste em afirmar: “Os gritos da Terra são também os gemidos e sofrimentos dos pobres.” E que, para reencontrarmos o caminho de volta às belezas do “Jardim do Éden”, à “Terra sem males”, ao “Bem Viver”, é preciso passar por uma verdadeira conversão integral, uma CONVERSÃO ECOLÓGICA — não apenas individual, mas comunitária.

Essa conversão só acontece quando decidimos trilhar o caminho da transformação individual e coletiva. Defender o meio ambiente e a ecologia integral significa construirmos um novo pacto econômico, político, social, religioso e cultural, no qual todos percebam que fazemos parte de uma única raça: a raça humana. E que não faz sentido continuar cultivando os paradigmas de uma economia da morte. Precisamos, urgentemente, começar por nossas realidades locais, expandindo para nossas cidades, estados, países, continentes — até alcançar o mundo inteiro.

É necessário substituir os paradigmas da Economia da Morte por novos paradigmas da Economia da Vida — como a economia solidária, a agroecologia, a economia criativa e a economia circular.

Para isso, ainda segundo o Papa Francisco, precisamos de um grande e verdadeiro Pacto Global pela Educação — crítica e libertadora — que inclua a educação ambiental ou educação ecológica nessa mesma perspectiva crítica e transformadora. Somente assim estaremos mais próximos de uma autêntica Revolução Ecológica.

Só então poderemos vencer o negacionismo ecológico e reverter a trajetória sem retorno na qual o mundo inteiro — inclusive nós, aqui e agora — já embarcou e insiste em permanecer.

O bem comum, a solidariedade, a parcimônia, o cuidado com o outro e com o planeta, e a certeza de que nos aproximamos de um “ponto de não retorno” em relação aos desastres ecológicos e catástrofes “naturais” — essas devem ser as “réguas” com que devemos medir os danos causados à natureza, à humanidade e às obras da Criação.

Este é o verdadeiro sentido de “celebrarmos” todos os anos — e todos os dias — o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Abraços


Prof. Juacy da Silva
Cuiabá, 05 de junho de 2025

Quinta, 05 Junho 2025 10:10

 

Seções sindicais e docentes sindicalizadas e sindicalizados têm até o dia 10 de junho para encaminhar as contribuições ao Caderno de Textos do 68º Conad. Os materiais devem ser encaminhados para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

 

Os textos devem estar relacionados aos seguintes temas do 68º Conad: I – Atualização do Debate sobre Conjuntura e Movimento Docente; o II – Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas; e o III – Questões Organizativas e Financeiras. 

Encerrado o prazo previsto para a composição do Caderno de Textos, conforme deliberação do 42º Congresso do ANDES-SN, não serão aceitos anexos ao Caderno de Textos, e qualquer novo texto deverá ser submetido à discussão durante a plenária de Instalação.

O 68º Conad acontecerá de 11 a 13 de julho, em Manaus (AM), e terá como tema central: “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”. Instância de deliberação da categoria docente, o evento ocorrerá na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com organização da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-Seção Sindical do ANDES-SN).  

Credenciamento

O credenciamento para o 68º Conad será prévio e digital, e deve ser realizado até o dia 16 de junho. Os documentos necessários devem ser enviados exclusivamente por meio de formulário disponível AQUI

Mais informações sobre a formatação dos textos e as inscrições estão disponíveis na Circular 162/2025.

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 04 Junho 2025 15:51

 

A Adufmat-Ssind convida a categoria para reunião com o advogado responsável pelo processo dos 28,86% na próxima segunda-feira, 09/06, às 14h, no auditório do sindicato.
 
O encontro será apenas presencial na sede e subsedes da Adufmat-Ssind.
Quarta, 04 Junho 2025 10:58

 

Nesta sexta-feira, 06/06, o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) estará em Cuiabá junto a caravana que tem rodado o Brasil em busca de apoio contra a ameaça de cassação do seu mandato. Ele participa de evento público na sede da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) a partir das 18h.  

 

No início do ano passado, o parlamentar foi vítima da tática bolsonarista de irritar oponentes, e reagiu ao xingamento de um militante do MBL desferido contra sua mãe - que na época estava internada, mas acabou falecendo alguns dias depois.

 

A rede de apoio de Glauber Braga denuncia que a ameaça tem caráter tendencioso, já que outros parlamentares com acusações muito mais graves tiveram tratamento diferenciado. Chiquinho Brazão (ex União Brasil-RJ), por exemplo, um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), em 2018, foi cassado somente em 2025 pela Mesa Diretora da Câmara e não pelo Plenário - o que o livrou de ficar inelegível por oito anos. Em 2022, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) perseguiu pessoas na rua empunhando uma arma de fogo; três anos depois, a peelista ainda afirma ter confiança de que a Câmara não cassará seu mandato - apesar, inclusive, de ter sido condenada pelo Superior Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), praticada em janeiro de 2023.

 

Após uma greve de fome que durou nove dias, em abril deste ano, Glauber Braga conseguiu um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiando por mais 60 dias a apreciação do processo de cassação de seu mandato.  

 

A visita de Glauber Braga a Cuiabá é uma parceria entre Adufmat-Ssind, Andes-Sindicato Nacional, Psol-MT e outros movimentos sociais de trabalhadores organizados, que convidam partidos políticos, organizações e pessoas defensoras da democracia a se juntarem a este movimento em defesa do mandato de caráter popular de Glauber Braga. 



Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 03 Junho 2025 16:21

 

O ANDES-SN participou, na última quinta-feira (29), de reunião bilateral da Mesa Setorial Permanente de Negociação no âmbito do Ministério da Educação (MSNP/MEC). O encontro, convocado três dias antes, foi realizado de forma online e contou com a presença de representantes o MEC e de demais entidades do setor da Educação Federal. 

Conforme convocação encaminhada pelo ministério, a reunião foi chamada para organizar o debate em torno das pautas encaminhadas pelas entidades, com informes sobre o Financiamento das Instituições Federais de Ensino (Ifes) e a Democratização nas instituições – o fim da lista tríplice e a paridade.

“Enviamos a nossa pauta previamente, como solicitado, nela constavam, além dos itens do acordo de greve que ainda não foram cumpridos, questões como o fim da lista tríplice, a recomposição orçamentária das instituições, a nova normativa sobre auxílio transporte, dentre outros. Apesar de solicitar a pauta com antecedência, os representantes do governo escolheram um dos pontos, fazendo uma avaliação própria do que seria prioritário para as entidades. Assim, a reunião teve somente um ponto de pauta, democratização das instituições. A recomendação orçamentária entrou como informe do MEC”, explicou Clarissa Rodrigues, 2ª vice-presidenta da Regional Leste do ANDES-SN e da coordenação do Setor das Ifes do Sindicato Nacional.

De acordo com a docente, as entidades questionaram, dentre outras coisas, a falta de uma metodologia para que o espaço seja, de fato, uma mesa de negociação. Foi argumentado que a falta de definição do papel da MSNP/MEC e de mesas com as secretarias do ministério, sejam a do Ensino Superior ou a da Educação Técnica e Tecnológica, por parte do MEC, gera indefinição da função dessas mesas.

Uma das questões fundamentais na pauta das categorias, e que foi tema de manifestação no mesmo dia 29 de maio, a recomposição orçamentária, foi apresentada somente como informe. Segundo Clarissa, o representante do MEC apresentou a decisão do governo, anunciada em 27 de maio, para recomposição do orçamento e remanejamento de aproximadamente R$ 400 milhões. 

“Desse montante, grande parte é devolução do que foi retirado da proposta inicial de orçamento e o que foi aprovado pelo Congresso Nacional. Apenas aproximadamente R$ 55 milhões são, realmente, ampliação do orçamento. Considerando que temos 110 instituições federais, entre universidades, institutos federais e cefets, esse valor é insuficiente para atender as necessidades das instituições”, explicou a diretora do ANDES-SN. 

As representações do Sindicato Nacional, do Sinasefe e da Fasubra questionaram a insuficiência da medida, e apontaram a necessidade urgente de revogação do Arcabouço Fiscal, que tem estrangulado os serviços públicos essenciais para a população.

Conforme Clarissa, a discussão do único ponto da pauta não teve avanços. “A democratização das instituições federais de ensino vai muito além da lista tríplice, engloba a paridade, a representação nos conselhos, dentre outras questões. Tanto Sinasefe e quanto Fasubra colocaram a necessidade de avançar na discussão sobre a possibilidade de técnicos e técnicas, com curso superior, assumirem a direção das instituições. A única resposta do MEC foi que esse governo cumpre, e vai cumprir a legislação, indicando quem estiver na primeira colocação da lista tríplice”, detalhou.

ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe insistiram na necessidade de avançar na democratização das instituições e argumentaram que o MEC deveria ouvir as instituições e propor alterações na legislação vigente. “Infelizmente, não parece haver vontade política por parte do governo. É fundamental que continuemos mobilizados pelo cumprimento integral do acordo, pela recomposição de verdade do orçamento das Ifes e pelo atendimento da toda a nossa pauta”, afirmou a diretora do Sindicato Nacional.

Agenda de mobilização

O ANDES-SN divulgou uma agenda conjunta de mobilizações para as próximas semanas, que tem por objetivo avançar na luta em defesa do orçamento da educação federal e pelo cumprimento integral do acordo de greve, firmado em 2024.

De 2 a 10 de junho, está prevista uma Jornada de lutas nas seções sindicais com debates, rodas de conversa, mobilizações locais em defesa do orçamento da rede federal de ensino e pelo cumprimento integral do acordo da greve.

No dia 11 de junho, a partir das 16 horas, acontecerá uma plenária ampliada, com as entidades da educação. A atividade será presencial na sede do ANDES-SN, em Brasília (DF), e em modalidade híbrida.

Já em 12 de junho, pela manhã, será realizado um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC), na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. No período da tarde, a manifestação será em frente ao Ministério de Gestão e Invocação em Serviços Públicos (MGI), para acompanhar a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP). 

No dia 13 de junho, representantes das seções sindicais do ANDES-SN participarão da reunião do Setor das Ifes do Sindicato Nacional, na sede da entidade, a partir das 9 horas.

Na Circular 231/2025, que encaminhou a agenda, também foi enviado o quadro atualizado do cumprimento do acordo de greve firmado pelo ANDES-SN com o governo federal, em junho de 2024. Das nove cláusulas, apenas duas só foram cumpridas integralmente, ainda que com atrasos.

Confira aqui a Circular.

 

Fonte: Andes-SN

Sexta, 30 Maio 2025 16:06

 

 

Com a aprovação do Edital do Processo Eleitoral da Adufmat-Seção Sindical do Andes-SN, em assembleia geral realizada nesta sexta-feira, 30/05, tem início, oficialmente, o pleito que elegerá a próxima Diretoria da entidade, biênio 2025-2027. Conforme o edital de convocação, os presentes também aprovaram a candidatura para terceira suplência da Comissão Eleitoral que conduzirá o processo.

 

Durante o primeiro ponto de pauta, a professora Adriana Pinhorati informou, pela atual Diretoria, que esta semana foram realizadas reuniões sobre o funcionamento do sistema de solicitação de Progressão Funcional docente (leia aqui) e sobre o encaminhamento dos dados atualizados dos docentes sindicalizados para que o sindicato possa proceder os descontos de maneira correta; a UFMT parou de encaminhar a lista à Adufmat-Ssind em 2023, mas a Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) se comprometeu a voltar a fornecer as informações de direito do sindicato.

 

A professora Maria Adenir Peraro demonstrou interesse em solicitar inclusão de pauta para debater uma minuta circular referente ao Arquivo Central da Adufmat-Ssind., mas diante do quórum reduzido, solicitou que este ponto de pauta seja incluído na convocação da próxima assembleia.

 

Feitos os informes, a mesa, dirigida pelos membros da Comissão Eleitoral já indicados em assembleia anterior, iniciou o debate sobre o Regimento Eleitoral. O professor Versides Silva explicou que, após análise do documento, a comissão entendeu que, pelo seu caráter, seria melhor chamá-lo de “Edital” em vez de “Regimento”, já que um regimento tem a finalidade de regular o funcionamento de órgão ou instituição, e não de um processo.

 

Em seguida, a professora Clarianna Silva indicou que as principais alterações realizadas pela Comissão foram, primeiro, algumas nomenclaturas, para atender ao Regimento da Adufmat-Ssind. É o caso das chamadas “diretorias locais ou de subseções”, que no Regimento são denominadas “representações locais colegiadas”. Além disso, as datas também foram ajustadas seguindo os prazos previstos pelo documento que regula o funcionamento do sindicato (leia aqui o Regimento da Adufmat-Ssind). “Nós indicamos no preâmbulo, vocês verificam nos considerandos iniciais, que temos como princípios norteadores os regimentos da Adufmat-Ssind e do Andes-Sindicato Nacional”, afirmou a docente. 

 

Por fim, após seguir a metodologia de análise dos destaques indicados pelos presentes - que alteraram, basicamente, o próprio nome do Edital, incluíram a exigência de comprovante de residência atualizado no ato da inscrição, e reduziram de três para dois os representantes de chapa que terão deslocamento e hospedagem custeados pela Adufmat-Ssind nos debates das subsedes - a assembleia aprovou o documento que marca o início do processo.

 

As inscrições das chapas candidatas serão entre os dias 02 e 15/06, as eleições serão no dia 04/07 e a assembleia de posse no dia 09/07 (confira o calendário aprovado abaixo).  

 

CLIQUE AQUI PARA LER O EDITAL DO PROCESSO ELEITORAL DA ADUFMAT-SSIND APROVADO NA ASSEMBLEIA DESTA SEXTA-FEIRA, 30/05 (também disponível para donwload no Arquivo Anexo abaixo)

 

 

A Assembleia aprovou, ainda, o nome da professora Maria Adenir Peraro como terceira suplente da Comissão Eleitoral - o que não foi feito na assembleia que elegeu os primeiros membros, no dia 22/05 (relembre-aqui), mas é o que determina o Art. 47, § 3 do Regimento da Adufmat-Ssind: três titulares e igual número de suplentes. 



Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind 

 

Sexta, 30 Maio 2025 13:35

 

O Senado Federal aprovou, por 54 votos a 13, o Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA). Conhecido como o PL da Devastação, o projeto foi aprovado no dia 21 de maio e altera normas e diretrizes gerais para o licenciamento ambiental em todo o país. Como houve mudanças no texto, o PL foi enviado à Câmara dos Deputados para nova votação.

 

Foto: Banco de imagens do Envato. Uso exclusivo. Proibida reprodução.

 

A proposta é considerada um retrocesso por organizações ambientalistas, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e por outros órgãos públicos. Especialistas questionam a possibilidade de auto licenciamento por empresas para obras de pequeno e médio portes, além da isenção de licença para determinadas atividades agropecuárias. A matéria é apoiada pela bancada ruralista e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Uma das alterações aprovadas pelo Senado é a criação da Licença Especial (LAE), destinada a empreendimentos considerados “estratégicos” pelo Conselho de Governo. Essa licença permite uma aprovação simplificada, mesmo para projetos que causem impactos ambientais relevantes. A expectativa de algumas e alguns parlamentares é de que essa licença, com rito simplificado e dispensa de etapas, possibilite a exploração de petróleo na Amazônia.

O projeto também amplia a Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), ao permitir que empreendimentos – inclusive de médio porte e com potencial poluidor – obtenham a licença automaticamente, apenas ao preencher um formulário online, sem análise prévia dos órgãos ambientais.

De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), a aprovação do projeto coloca em risco mais de 3 mil áreas protegidas, incluindo Terras Indígenas e Territórios Quilombolas, e pode resultar no desmatamento de uma área equivalente ao tamanho do estado do Paraná. O PL ainda prevê a dispensa automática de licenciamento para 13 atividades e empreendimentos, como agricultura, pecuária, melhorias em instalações preexistentes e estações de tratamento de água e esgoto.

Outro ponto crítico apontado pelo ISA é a descentralização excessiva, que permite a estados e municípios criarem suas próprias listas de isenções. Isso pode gerar insegurança jurídica, conflitos de normas e uma competição predatória para atrair investimentos.

O PL também afeta áreas protegidas, ao excluir do licenciamento as Terras Indígenas e Quilombolas ainda não regularizadas e ao considerar Unidades de Conservação apenas em caso de impacto direto. Essa mudança pode deixar desprotegidos cerca de 40% dos territórios indígenas e mais de 96% das comunidades quilombolas sem titulação, informou a organização não governamental. O projeto ainda exclui os bancos de responsabilidade por crimes e danos ambientais cometidos por empreendimentos que financiam, colocando em risco regras atuais que proíbem o crédito a desmatadores, entre outros ataques.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) alertou que o PL representa um grave risco à segurança ambiental e social no país. Segundo o órgão, a proposta contraria decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que já reconheceram a inconstitucionalidade da Licença Ambiental por Adesão e Compromisso para atividades de médio impacto.

Ainda segundo o MMA, é alarmante a previsão do autolicenciamento para empreendimentos já em operação e sem qualquer licença ambiental. O órgão também destaca outros problemas do projeto, como o enfraquecimento de órgãos técnicos, a ameaça a territórios tradicionais, o desconsiderar de impactos cumulativos e climáticos, a dispensa de licenciamento para atividades agropecuárias e os riscos jurídicos e sociais.

Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas declarou que o projeto “representa graves retrocessos na proteção dos direitos indígenas e preservação ambiental, além de afrontar a Constituição Federal e Tratados Internacionais ratificados pelo Brasil, como a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à obrigação do Estado brasileiro de promover o desenvolvimento sustentável com justiça socioambiental”.

A Funai também destacou alguns pontos preocupantes no projeto como a retirada da atribuição dos conselhos de meio ambiente da definição dos parâmetros ambientais, a criação da LAC, a dispensa de licenciamento para obras emergenciais. A Fundação denunciou ainda a restrição da participação de órgãos envolvidos, incluindo a própria Funai, que somente será ouvida em casos de terras homologadas, o que representa um grande retrocesso às suas atribuições, além de outras medidas que ameaçam os direitos dos povos indígenas.

Licenciamento

As licenças ambientais são atos administrativos pelos quais o órgão ambiental estabelece as condições, restrições e medidas de controle e monitoramento ambientais que deverão ser cumpridas pelo empreendedor — o responsável pelo projeto, empreendimento, atividade e/ou obra licenciados.
 

Fonte: Andes-SN (com informações da Agência Senado e ISA)