Clique no arquivo anexo abaixo para fazer o download do documento.
Dirigentes das oito centrais sindicais brasileiras reuniram-se nessa terça-feira (2), em São Paulo, para discutir a ameaça do governo Temer de retomar a votação da Reforma da Previdência.
A posição unânime das centrais é de que qualquer tentativa nesse sentido terá reação imediata dos trabalhadores. Os representantes das centrais sinalizaram a possibilidade de uma greve geral ainda este ano, caso o tema volte à pauta do Congresso Nacional.
De acordo com as entidades, o ataque à aposentadoria dos trabalhadores segue como uma exigência dos banqueiros e grandes empresários. A avaliação é de que o governo pode tentar colocar a reforma em votação após o período eleitoral. Portanto, a decisão foi de preparar desde já os trabalhadores para a mobilização e a estratégia de luta.
“Foi na luta contra a Reforma da Previdência que realizamos a maior greve geral dos últimos trinta anos. Portanto, estamos mandando um novo recado ao governo Temer e a esse Congresso: se botar para votar, o Brasil vai parar de novo”, afirmou Atnágoras Lopes, dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, presente à reunião.
Confira a nota unitária elaborada pelas centrais sindicais:
EM DEFESA DA APOSENTADORIA PÚBLICA
Se botar pra votar, o Brasil vai parar!
Reunidas nesta terça-feira, 2 de outubro, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas e Intersindical reafirmaram sua posição contrária a qualquer proposta de reforma que fragilize, desmonte ou reduza o papel da Previdência Social Pública.
Em 2017, fizemos uma Greve Geral que mobilizou mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em defesa da aposentadoria. Se o governo insistir em atacar a Previdência Social Pública, o Brasil irá parar mais uma vez.
Não aceitaremos que a classe trabalhadora pague mais outra vez a conta. Não aceitaremos o desmonte e a entrega da Previdência Social para o sistema financeiro.
A sociedade deseja paz, liberdades democráticas, segurança e respeito aos seus direitos, que só virão com a garantia do emprego, salário digno e do acesso a direitos fundamentais, como saúde, educação e aposentadoria digna.
São Paulo, 2 de outubro de 2018.
Vagner Freitas, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Torres, Presidente Interino da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
José Avelino (Chinelo), Presidente Interino da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)
Edson Índio, Secretário Geral da Intersindical
Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Fonte: CSP-Conlutas (Com edição do ANDES-SN)
Circular nº 325/18
Brasília (DF), 3 de outubro de 2018
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s Diretore(a)s do ANDES-SN
Companheiro(a)s,
Diante dos atos realizados no último dia 29 de setembro e, também, das últimas pesquisas eleitorais para Presidente da República divulgadas nessa semana, parece-nos, apesar de ainda incerto, que o cenário que se desenha para o segundo turno em nenhuma possibilidade será interessante para a classe trabalhadora e nem para nossa categoria como parte do conjunto do(a)s trabalhadore(a)s.
Entendemos que o sindicato deve tomar posição, a partir das deliberações já existentes, preservando nossa posição de autonomia diante de governos, reitorias e partidos, porém em defesa das liberdades democráticas e contra o fascismo.
No esforço de tornar nossas decisões o mais democráticas possível, perante a exiguidade de tempo, estamos convocando uma reunião conjunta dos setores das IFES e IEES/IMES para o dia 9 de outubro de 2018 (terça-feira), conforme o que segue:
Horário: das 9h às 18h
Local: Sede do ANDES-SN (SCS Quadra 2, Bloco C, Edifício Cedro II, 3º andar
– Brasília/DF).
Pauta:
1. Informes;
2. Análise da conjuntura;
3. Encaminhamentos.
Pedimos desculpas pela brevidade do tempo de convocação, porém a conjuntura atual justifica tal ação.
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Prof. Antonio Gonçalves Filho
Presidente
*Atualizada às 15h12 do dia 05/10/18.
A diretoria da Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN, gestão Adufmat de Luta, Autônoma e Democrática, está organizando o Baile dos Professores 2018 para o dia 20/10, que cairá no sábado imediatamente após a data que homenageia a categoria (15 de outubro).
Esse ano, o baile também fará menção aos 40 anos de história e de luta da entidade.
A festa será no salão da AABB, a partir das 20h.
Outras informações sobre o evento serão divulgados nos próximos dias.
Aguardem!
Adufmat-Ssind
A diretoria do ANDES-SN publicou uma nota pública em repúdio a violência praticada contra a docente Gercina Santana Novaes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Gercina foi presa no dia 20 de setembro em uma operação que investiga denúncias de desvio de recursos públicos nos anos de 2014 e 2015. Na época, ela era secretária de educação do município de Uberlândia, no mandato do ex-prefeito Gilmar Machado, que também foi preso.
Um dia após o episódio, o Sindicato Nacional classificou a ação como arbitrária e reafirmou que “o ambiente policialesco instaurado na atual conjuntura não favorece a universidade e nem a sociedade”. O ANDES-SN se mostrou favorável à apuração de qualquer tipo de denúncia, desde que “tais apurações sejam realizadas conforme os trâmites previstos no ordenamento jurídico, respeitando as pessoas e sem uso da violência ou da exposição, que em muitos casos, tenciona à desmoralização, alimentando uma prática perigosa de linchamento virtual e real”.
A prisão também gerou uma profunda indignação por parte da comunidade acadêmica da UFU, que apontou a decisão judicial como desproporcional. Gercina foi solta na última sexta-feira (26), após habeas corpus .
Confira aqui a nota na íntegra.
Fonte: ANDES-SN
O DIAP, em cumprimento à sua missão institucional, apresenta contribuição para o processo eleitoral de 2018, oferecendo aos eleitores, em geral, e aos trabalhadores, em particular, 3 publicações que poderão ajudar na orientação do voto e na identificação do comportamento dos atuais parlamentares — deputados e senadores — em temas relevantes para a cidadania.
A 1ª publicação é 1 “Diagnóstico”, que:
1) mapeia os cargos em disputa;
2) apresenta informações quantitativas e qualitativas sobre os eleitores;
3) apresenta o número de partidos habilitados a participar do processo eleitoral;
4) divulga a distribuição das vagas no Congresso por estado;
5) faz breve histórico com as características das 7 últimas eleições presidenciais;
6) apresenta o nome dos candidatos à eleição presidencial e suas respectivas coligações;
7) divulga o tempo de rádio e TV;
8) traz informações sobre os recursos do fundo eleitoral;
9) trata dos principais indicadores políticos e eleitorais dos candidatos; e
10) trata de informações sobre os atuais deputados e senadores, com estatísticas e dados sobre os cargos que disputam, sobre suas bases eleitorais e principalmente como votaram em 3 temas de interesse direto dos trabalhadores: o congelamento do gasto público, a terceirização e a Reforma Trabalhista.
A 2ª, que também será divulgado antes das eleições, vai ser o “Prognóstico”, que antecipa as tendências da eleição, tanto para a Câmara dos Deputados quanto para o Senado. Foram considerados no “Prognóstico”, as pesquisas eleitorais, a estrutura de campanha dos candidatos, as coligações em cada estado e os demais recursos de campanha, que englobam tempo de rádio e TV, palanques, dobradinhas, cabos eleitorais, nomes conhecidos e serviços prestados, entre outros.
A 3ª, “Radiografia do Novo Congresso”, que será publicada após as eleições, trará avaliação global da eleição presidencial e estudo detalhado com o resultado do pleito para os governos estaduais, Câmara e Senado, com informações sobre índice de reeleição e novos, nomes e profissão e perfil político e ideológico do próximo Congresso.
O objetivo da divulgação do “Diagnóstico”, a 1ª das 3 publicações, é estimular o engajamento no processo eleitoral, seja em defesa da reeleição daqueles que honraram seus mandatos, seja na perspectiva de denunciar aqueles que votaram de modo diferente do que prometeram na campanha eleitoral.
O cidadão vai encontrar nesta publicação 3 informações fundamentais sobre os atuais parlamentares — deputados e senadores:
1) que cargo disputarão,
2) como votaram nas 3 matérias mais relevantes da legislatura, e
3) quais são os “redutos eleitorais”. Com isto, é possível divulgar o comportamento desses parlamentares para seus eleitores, diretamente nas bases eleitorais.
Fonte: DIAP
Na sexta-feira, 28 de setembro, foi celebrado o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto. Em Santa Maria (RS), a data foi marcada pelo painel de debate do ANDES-SN “Direitos sexuais e reprodutivos: legalização do aborto, defesa da vida das mulheres e a trabalhadora docente”. A atividade ocorreu na sede da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm – Seção Sindical do ANDES-SN) e trouxe a temática do aborto sob diversas perspectivas, entre elas a racial, a religiosa e a das pessoas com deficiência.
Representando a frente gaúcha pela legalização do aborto, ZadiZaro lembrou que o patriarcado, que concede privilégios ao gênero masculino, é milenar. Contudo, segundo disse, é no capitalismo que a opressão da mulher é intensificada. Ela reforçou que as desigualdades de gênero justificariam os menores salários e menos direitos para as mulheres.
Lembrando que o Brasil tem o Congresso mais masculino da América Latina, ZadiZaro disse que tramitam mais de 20 projetos de leis que visam aumentar a criminalização do aborto. “Alguns desses projetos poderiam criminalizar esta mesa de debate, pois seríamos considerados pessoas que fazem ‘apologia’ a um crime”, disse ZadiZaro.
Por que as mulheres negras abortam?
Ariane Moreira, militante do movimento de mulheres Olga Benário, em Porto Alegre, buscou responder ao questionamento: por que as mulheres negras abortam? Ela explicou que a maioria das mulheres negras que abortam tem até 25 anos, empregos informais, não têm condições de manter um filho, nem um companheiro com quem dividir as cargas emocional e econômica que acompanham a gravidez.
Para Ariane, o debate sobre descriminalização do aborto deve considerar questões de raça e de classe. A palestrante afirmou que a descriminalização do aborto é uma questão de saúde pública. “Não adianta apenas descriminalizar, é preciso que o SUS ofereça um serviço gratuito e seguro às mulheres”, ponderou.
Destacando que as mulheres não recorrem ao aborto como um método contraceptivo, Ariana lembrou que no Uruguai houve uma forte redução de casos, de 33 mil para 4 mil, em um ano. Segundo disse, a redução foi resultado da descriminalização e das campanhas sobre métodos contraceptivos e sobre saúde da mulher patrocinados pelo governo do país.
Disputa na igreja
Para Paula Grassi, do grupo ‘Católicas pelo direito de decidir’, o aborto não é frontalmente contrário ao campo religioso. Ela cresceu em meio a atividades da igreja católica e passou a integrar a Pastoral da Juventude na adolescência. Por participar da coordenação nacional da Pastoral, teve contato com cargos altos da instituição, em sua maioria ocupados por homens. “Como pode uma religião que tem tantas mulheres devotas não nos dar liberdade para falar sobre nossas vidas?”, questionou Paula, para quem a criminalização do aborto é sustentada pela moral cristã, que associa a mulher às ideias de culpa e sacrifício.
Mesmo o Papa Francisco, tido como progressista, situa o aborto no campo pecaminoso. “Antes mesmo das religiões existirem, as mulheres já abortavam. Penso que a questão não é ‘você é favorável ou não ao aborto’, a questão é ‘você é favorável ao aborto clandestino ou ao aborto legal e seguro?’”, concluiu Paula.
Mulheres com deficiência
As mulheres com deficiência são consideradas sujeitos assexuados. A constatação é de Anahi Guedes de Mello, militante e pesquisadora da UFSC. Para ela, é direito da mulher ter autonomia sobre seu próprio corpo. “O ônus fica sempre com a mulher, e o Estado não dá assistência pública. Descriminalizar o aborto é urgente por questões de saúde pública”.
Vigília constante
O capitalismo desenvolve-se entre a exploração escancarada e a alienação, diz Livia Barbosa, do Instituto Anis – O aborto no Brasil. “O capitalismo conta com a desigualdade de gênero para continuar existindo. As mulheres estão sob vigília constante do capital. Não encontramos nenhum correspondente jurídico para criminalizar os homens como existe com as mulheres”, disse, defendendo diálogo com a população sobre essas temáticas.
Avaliação
Caroline Lima, 1ª secretária do ANDES-SN e uma das coordenadoras do GTPCEGDS, diz que o debate foi fantástico por trazer uma mesa com cinco perspectivas diferentes sobre o aborto. “Falaram desde a Anis, que moveu a ADPF que busca descriminalizar o aborto no Supremo, até o movimento Católicas Pelo Direito de Decidir. Foi provocada a discussão deste tema nos sindicatos, porque o aborto é uma pauta das mulheres trabalhadoras. O aborto inseguro criminaliza, encarcera e mata as mulheres trabalhadoras”, diz.
Para ela, discutir direitos sexuais e reprodutivos é discutir direitos sociais. “Cumprimos a resolução congressual do ANDES-SN e conseguimos fomentar um bom debate que vai gerar outras discussões”, completou.
“O ANDES-SN marca seu lugar na história da combatividade e do enfrentamento de questões que dialogam com os movimentos sociais. Garantir uma mesa no dia 28 com debate sobre a legalização e descriminalização do aborto nessa conjuntura conservadora, de projeto fascista em curso no Brasil, mostra o lado em que o ANDES-SN está. Seguimos enfrentando esses debates”, concluiu Caroline Lima.
Fonte: Sedufsm-SSind (com edição de ANDES-SN).
****
O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
****
JUACY DA SILVA*
Vivemos tempos difíceis em que a incompreensão, a intolerância, o ódio, o preconceito, o racismo, a homofobia, a violência tomaram conta de nossas relações sociais, econômicas, politicas, culturais, religiosas e até mesmo familiares e estão nos dominando. Na vã ilusão de tentar disseminar “nossas verdades”, em lugar do dialogo, da verdade real, do entendimento, subsituímos a amizade, o amor e a compreensão pela imposição de nossas ideias, de nossas ideologias, de nossas crenças, como se donos ou donas da única verdade fossemos.
O resultado é aprofundamento dos conflitos, construção de muros, barreiras, fossos em lugar de pontes, viadutos ou caminhos. Muitas pessoas acabam antigas amizades por preconceitos, por ódio às diferenças, por desprezo, por egoísmo ao defenderem seus privilégios ao invés de lutarem para que todos tenham pão à mesa para saciar a fome de quem nada tem; por um par de sapatos quando mais de uma centena desses estão empoeirados em nossos guarda-roupas; por um cobertor que nem usamos quando tanta gente, milhões dormem ao relento; isolados em nossas residências, palácios ou mansões com guardas armados, altos muros eletrificados, quando milhões nem um teto tem para morar; esquecendo que um dia partiremos deste planeta azul, que está sendo destruído pela ganância econômica de uns poucos que só pensam em acumular renda, riqueza, propriedades e nada mais, esquecemos que quando de nossa partida nada levaremos, nem fama, nem dinheiro, nem propriedades, nem renda, nem cartões de crédito, nem pompa, nem privilégios; tempos depois nossos corpos físicos estarão apodrecidos e voltaremos ao pó e aos poucos seremos esquecidos ou relembrados apenas por alguns que conosco conviveram.
Na hora da partida, ricos e pobres, governantes e governados, famosos, famosas e pessoas comuns, milhões de anônimos, todos teremos um mesmo destino: o cemitério ou o forno crematório. Àqueles que ainda não partiram parecem que não se aperceberam que todos nós temos um dia, uma hora e um minuto para esta partida, não adianta fingir que não percebemos esta realidade inexorável, meu dia, seu dia, nosso dia chegará e aí será a nossa vez de nos despedirmos para sempre.
Muita gente se pergunta, do que vale tanta soberba? Tanto ódio? Tanto preconceito? Tanta violência? Tanto materialismo? Tanta ganância? Que tal substituirmos tudo isso por mais amor, mais solidariedade, mas fraternidade? Que tal abrirmos mão de tanta coisa que buscamos desesperadamente acumular?
Estamos em meio a uma grave crise em nosso país, estamos construindo um fosso, um abismo que separa ricos x pobres; partidários do candidato A x candidato B. Estamos construído um país dividido entre negros/pardos x brancos; entre privilegiados x miseráveis; entre uma elite que tudo tem, tudo pode x uma pobreza que nada ou pouco tem e nada pode.
Precisamos pensar qual o futuro que desejamos construir para nós, para nossos filhos e nossos netos. De uma coisa estou certo, com ódio, preconceito, racismo e xenofobismo e prepotência não construiremos uma nação livre, democrática, plural, pacífica , nem próspera e feliz.
Que ao votar, nas eleições deste domingo, 07 de outubro e novamente no segundo turno em 27 de outubro de 2018, possamos refletir profundamente sobre as nossas escolhas. Muitas vezes por mais que tenhamos “certeza” de que estamos escolhendo o menos pior, podemos estar empurrando nosso país e nosso futuro para um grande precipício, de onde será quase impossível recuperar de um desastre tão grande.
A história nos mostra inúmeros exemplos de tragédias que tiverem suas origens não apenas em atos de força, revoluções, golpes de estado, quarteladas; mas também, em eleições “livres” e “democráticas”, mas com escolhas equivocadas. Existe um provérbio bem interessante que nos leva `a uma reflexão sobre nossas escolhas, “de boas intenções até o inferno esta cheio”.
Pense nisso antes de jogar pedras em quem de você discorda ou tem escolhas diferentes. Será que você é o único dono da verdade?
*JUACY DA SILVA, professor universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
A luta das mulheres de Sinop pela implementação de uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) começa a se materializar. Na última semana, o município inaugurou o espaço e iniciou os atendimentos na tão sonhada DEAM, fruto de muito debate e mobilização do grupo organizado no Coletivo Sinop para Elas, com apoio de duas seções sindicais do ANDES – Sindicato Nacional em Mato Grosso: Adufmat-Ssind, por meio da Subseção em Sinop, e Adunemat-Ssind.
“Até então Sinop não tinha dados de violência contra a mulher. Elas estavam invisíveis, não existiam. Não havia um sistema específico para registrar esses casos. Com a Delegacia, todos os dados registrados geram estatísticas e, para a nossa surpresa - entre aspas -, descobrimos que há muitas mulheres que sofrem violência em Sinop. Várias reportagens já registraram a ausência desses dados. Agora, com um núcleo, essas denúncias aparecem. Fica evidente que não apareciam porque não havia atendimento especializado”, explicou a professora Clarianna Silva, membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind e uma das participantes do Coletivo.
A docente ressaltou, no entanto, que a DEAM está funcionando, mas o grupo tem consciência de que a luta ainda não acabou, pois as mulheres que sofrerem algum tipo de violência estão sendo atendidas pela escrivã e equipe da Polícia Civil, mas o mais adequado seria o atendimento multidisciplinar, com um grupo formado, no mínimo, por delegado especializado, psicólogo e assistente social.
“Por enquanto, o trabalho consiste basicamente em fazer o registro do Boletim de Ocorrência e encaminhar a vítima ao Instituto Médico Legal para exame. Mas o atendimento à mulher não tem como objetivo apenas prender. É preciso acolher e fazer encaminhamentos dos casos. Nesse sentido, a gente precisa dialogar com a Prefeitura, que até agora não apareceu. Precisamos saber como ela vai contribuir na formação dessa equipe para fazer o acompanhamento. E é importante que o Conselho da Mulher de Sinop se posicione conosco também na cobrança dessa equipe multidisciplinar”, disse Silva.
Para a professora da Unemat, Thiélide Pavanelli Troian, também membro do Coletivo, a equipe multidisciplinar é imprescindível no atendimento à mulher, pois os casos de agressão extrapolam a violência física. “A abertura da DEAM marcou um dia histórico em Sinop, resultado de uma luta constante do Coletivo Sinop para Elas, que agrega mulheres e homens de diversas classes sociais e intelectuais do nosso município. Agora nós precisamos que a delegacia tenha uma mulher delegada que esteja preparada para o acolhimento, além do restante da equipe multidisciplinar. Essa questão é bastante complexa e muitas vezes envolve toda a família, a vulnerabilidade com relação ao agressor, ou até dependência financeira”, afirmou.
Segundo a docente, o ideal é que a rede de apoio consiga dar suporte, inclusive, para além do momento da denúncia. “É preciso ter uma casa de apoio, um lugar para onde essa mulher possa ir com a sua família, as vezes crianças pequenas. É extremamente importante que essa rede funcione junto com a DEAM, e a nossa luta agora é nesse sentido. Não adianta um atendimento relacionado apenas aos tramites policiais. Claro que isso é importantíssimo, mas o que acontece depois que essa mulher volta para casa? Depois que ela fez a denúncia? Isso é tão importante quanto ter o local onde denunciar”, pontuou Troian.
“Essa conquista em Sinop é extremamente importante e significativa, porque nós conseguimos observar que, apesar do contexto de retrocessos, retirada de direitos, de conservadorismo - sobretudo com relação as populações ditas minorias: mulheres, LGBT’s, Negros, Indígenas e Quilombolas-, na realidade concreta, os trabalhadores e trabalhadoras de modo geral têm buscado estratégias de organização para o enfrentamento desse conservadorismo”, avaliou a primeira vice-presidente do ANDES Sindicato Nacional, Qelli Rocha.
Membro do GTPCEGDS da Adufmat-Ssind, Rocha destacou que o trabalho realizado no local é fruto da unidade construída entre os movimentos sociais e o sindicato. “A diretoria do ANDES-SN tem se esforçado justamente para compor com movimentos sociais na busca para o enfrentamento desse cenário tão devastador, que beira a catástrofe e o barbarismo”, afirmou.
A docente lembrou, ainda, que a DEAM é um instrumento de proteção e acolhimento reivindicado pelas mulheres brasileiras desde as décadas de 1970 e 1980, expressando a necessária intervenção do Estado nas demandas que atravessam o cotidiano da população em geral, ainda impregnada pela lógica patriarcal e machista.
A DEAM Sinop, que também atende ocorrências envolvendo crianças, adolescentes e idosos, está localizada no mesmo prédio da Delegacia Regional do município, na Avenida Caviúnas, 1.956, Setor Comercial, Centro.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Circular nº 321/18
Brasília(DF), 2 de outubro de 2018
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretora(e)s do ANDES-SN
Companheira(o)s,
Convocamos reunião do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria – GTSS/A do ANDES-SN, conforme o que segue:
Data: 20 de outubro de 2018 (sábado)
Horário: Das 9h às 18h
Local: Sede do ANDES-SN (SCS Quadra 2, Bloco C, Edifício Cedro
II, 3º andar – Brasília/DF).
Pauta:
- Informes;
- Construção da Oficina a ser realizada no Seminário da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde: EBSERH nos HU;
- Contribuições para o Caderno de Textos do 38º CONGRESSO do
ANDES-SN;
- Outros Assuntos.
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Profª Eblin Farage
Secretária-Geral