Depressão
É considerado o mal do século XXI. Será que os antigos eram imunes a esse terrível mal? Ou ele é produto não desejável da longevidade e da sociedade de consumo?
O estilo de vida altamente competitivo, os fatores genéticos, o espichamento da expectativa de vida, associado a uma educação reprimida e fortemente direcionada à produção de bens materiais, acredito serem os fatores principais dessa patologia.
Quando, no crepúsculo da existência, constatamos que os valores pelos quais tanto lutamos ao longo da vida foram substituídos por outros que não nos dizem respeito, o conflito fatalmente se instala, e vem a depressão.
A sensação de necessidade do trabalho braçal costuma permanecer nessa fase da vida, que deve ser encarada como um prêmio para aqueles cujo passado faz jus a uma nova etapa sem os deveres e obrigações do dia a dia.
Mas, isso é difícil para nós que fomos condicionados pelo sistema a produzir como máquinas, na ânsia cada vez maior de acúmulos de bens materiais.
As emoções que afloram abundantemente nesse período não encontram guarida nesse contexto de ganhos materiais.
O sofrimento é imediato, o fechamento com relação ao convívio social fica maior, às vezes por pura proteção das agressões do mundo moderno.
A depressão vai ocupando os espaços existenciais encontrados, encurtando a proximidade dos extremos da grande aventura que é a vida.
Sabemos o mecanismo do processo, mas, muitas vezes não suportamos a realidade.
Neste momento a importância de pessoas cúmplices é muito mais eficaz que fármacos de última geração, embora estes sejam mais fáceis de serem encontrados.
Thiago de Melo quando diz em seus versos que uma criança apenas confia em outra criança, sabia do que estava falando.
Infelizmente, o mesmo não acontece com os adultos que, com a idade, vão precisando cada vez mais e recebendo cada vez menos.
Talvez aí esteja a semente que costuma contribuir para o estado depressivo comum na velhice.
Gabriel Novis Neves
16-11-2015
O TEMPO PASSA MUITO RÁPIDO!
JUACY DA SILVA*
Hoje é o último domingo de novembro de 2015. De amanhã até dia 11 de Dezembro estará sendo realizada a COP 21 – Conferência do Clima em Paris, já estamos entrando no clima do Natal e da festividades de final de ano. Como o tempo está passando tão rápido.
No mundo inteiro e também no Brasil muitas coisas tem acontecido, a operação LAVA-JATO, a prisão de empresários importantes e de políticos poderosos marcaram o país, ao lado da corrupção, da crise econômica e financeira, do desemprego, da violência, do caos na saúde, da recessão e das crises setoriais.
Nos Estados também o combate à corrupção corre celeremente e tem muita gente importante com as “barbas” de molho, além de outr@s que estão pres@s. O Governo Dilma segue acuado e paralisado, nada funciona em Brasília, tudo gira em torno das operações policiais e do MP que vasculha gabinetes de parlamentares e de ministérios.
Os presidentes da Câmara Federal e do Senado, juntamente com vários deputados e senadores, estão na berlinda e na “Lista do Janot”, suspeitos e investigados por corrupção, alguns por suposto envolvimento na roubalheira da PETROBRÁS.
Os partidos estão em polvorosa, principalmente os três grandes que ao longo desses 26 anos estiveram no comando do país: PMDB, PSDB e PT. Parece que o fio que liga tudo isso é a corrupção, a demagogia, a mentira e a manipulação das massas pela propaganda e o “marketing” politico, custeado com o suado dinheiro do contribuinte.
O povo perplexo diante de tanta corrupção começa a se indagar, será que o Brasil merece esta democracia corrompida no lugar da tão odiada ditadura que levou milhões `as ruas? Esta sensação está refletida nas pesquisas de opinião quando as Forças Armadas e os militares no topo das avaliações e os partidos políticos, classe políticas e o Governo beirando a zero!
Oxalá, no NOVO ANO que se aproxima, Deus ouça as preces do povo brasileiro e se apiede do nosso sofrimento e que PAPAI NOEL nos traga de presente novos governantes que atuem com eficiência, eficácia, efetividade e,
acima de tudo, com honradez , lisura e ética no uso dos recursos públicos e que os corruptos sejam guardados na cadeia por vários anos.
O tempo passa rápido e o sofrimento do povo não pode esperar.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de Jornais, Sites e Blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Financiamento
A Presidente da República vetou o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e partidos políticos.
Essa decisão já tinha sido tomada pelo Senado Federal e Supremo Tribunal Federal (STF).
Pesquisas realizadas sobre o assunto revelam que três em quatro brasileiros são contra essas doações (?). A maioria quase absoluta dos entrevistados diz que elas estimulam a corrupção.
“Empresa não vota, investe”, diz o povo nas ruas.
Financiam certos candidatos de dois em dois anos e depois de eleitos recuperam o investimento feito em suas candidaturas, cobrando faturas com juros e correções monetárias.
Muitos acreditam que com o fim do financiamento empresarial fica extinta a corrupção neste país em liquidação.
Não acredito nessa mudança de conduta com apenas esse método.
Nosso sistema político está tão viciado e sofisticado tecnologicamente para roubar nosso dinheiro, via empresas e agentes públicos, que outros planos já foram testados e aprovados para manter o status quo do poder.
Sem dinheiro não há eleições livres neste país.
Sabemos que nas últimas eleições, para eleger um deputado federal, foram necessários pelo menos cinco milhões de reais, salvo raríssimas e honrosas exceções.
Infelizmente, sem “molhar a mão do eleitor”, será muito difícil conseguir o seu voto.
A imagem do político brasileiro é a pior possível em termos de ética com o nosso dinheiro.
Um Congresso que aprova a construção de um Shopping Câmara de quatrocentos milhões de reais, e ainda diz que o dinheiro é da Instituição de Leis, não possui credibilidade para propor o fim da imoralidade nas eleições.
No Brasil todo poder emana das empresas, e o poder exercido pelos privilegiados nesse sistema político não tem legitimidade.
Investir maciçamente na educação de qualidade para todos é a saída democrática em médio prazo para o combate à corrupção e às eleições livres, com o poder emanando do povo.
Mas isso é outra história.
Gabriel Novis Neves
05-11-2015
REVERÊNCIA A MILHÕES DE MORTOS
JUACY DA SILVA*
No ultimo dia 15 deste mês de novembro, no Brasil comemoramos a Proclamação da República, quando civis e militares positivistas colocaram fim ao Império, forma de governo já naquela época denunciada por muitos, inclusive por Rui Barbosa, como a quintessência da corrupção.
Passados exatamente 126 anos de vida republicana, a praga da corrupção parece estar muito maior do que quando do fim do Império. Mas esta é outra estória que pode estimular melhores reflexões de como a corrupção é o fio de Ariadne, tecendo o pano de fundo da vida nacional por vários séculos, desde o descobrimento até os escândalos do MENSALAO, DO PRETOLÃO/LAVA-JATO, e outros que ainda estão aguardando que sejam decifrados pelas investigações nos Estados e no país como um todo.
O dia 15 de novembro também é dedicado, pela ONU, através da Organização Mundial da Saúde, para reverenciar milhões de mortos cujas vidas preciosas são ceifadas todos os anos em acidentes de trânsito, nas estradas, rodovias, ruas e avenidas do mundo todo, inclusive em nosso pais, como bem atestam as estatísticas tanto de organismos internacionais quanto de entidades brasileiras.
De acordo com o relatório mais recente, de 2015, da OMS-Organização Mundial de Saúde, intitulado Rodovias seguras, os acidentes de trânsito foram responsáveis em 2014 por 1,25 milhões de mortes, ou seja, 3.425 pessoas perderam a vida nesses acidentes. Enquanto o mundo todo, principalmente a grande mídia ficaram consternados pelos atentados do último final de semana quando foram assassinados pelo terrorismo 129 pessoas, todos os dias, todos os anos, os acidentes de trânsito matam 26,6 vezes mais do que atentados terroristas. Isto é como se todos os dias, durante vários anos seguidos acontecessem 27 atentados como os últimos ocorridos em Paris, mas pouca ou praticamente nenhuma comoção é notada quando milhões de pessoas são mortas em acidentes de trânsito.
Só no Brasil, que está entre os cinco países com maiores taxas e número de mortes, verdadeiros assassinatos ao volante, em 2013 morreram 46.935 pessoas. Entre 1980 e 2013, o total de mortes no trânsito em nosso país chega a 1.070.773, uma verdadeira chacina que não comove nem nossas autoridades e nem a opinião pública, deixando apenas sofrimento e saudades para as famílias que tenham perdido seus entes queridos e a certeza de que a impunidade para este tipo de crime vai continuar seu caminho.
Cabe também destacar que as taxas de mortalidade em acidentes de trânsito são maiores nos países e nas regiões mais pobres e subdesenvolvidas do que em países e regiões do mundo mais rico e desenvolvidos, tomando-se como referências o PIB , população e número de veículos. A média mundial de mortes em acidentes de trânsito por 100 mil habitantes é de 17,4; sendo a maior na África com 26,6 e a menor na Europa com 9,3. Neste aspecto, o Brasil está muito mais próximo dos países africanos do que dos europeus, pois tem uma taxa de 23,4 para cada grupo de 100 mil habitantes.
Segundo o relatório da ONU/OMS as mortes por acidente em trânsito representam uma grande perda em termos de vidas humanas, principalmente se considerarmos que a maioria das vítimas estão em plena juventude ou idade produtiva, além de perdas econômicas, em torno de 3% do PIB mundial e , no caso do Brasil, essas perdas representam 5% do PIB.
Considerando o ano de 2015, quando o PIB mundial nominal deverá ser de US$78,28 trilhões de dólares as perdas ou custos por mortes em acidentes de trânsito deverão ser US$ 2,35trilhões de dólares. Tais custos para o Brasil neste ano (2015), tendo em vista a recessão nosso PIB, mesmo assim, será de US$1,8 trilhões de dólares, caindo para a nona posição no ranking mundial, os custos das mortes por acidente de trânsito serão de US$ 90 bilhões de dólares ou R$ 350 bilhões de reais, mais do que a soma dos orçamentos dos ministérios da saúde, da educação e do desenvolvimento social.
Uma última informação, os dados do relatório da OMS deste ano indicam que os acidentes de trânsito representam a principal causa de mortalidade para pessoas com idade entre 15 e 29 anos, seguindo-se pelos suicídios, a Terceira HIV/AIDS e a quarta assassinatos. Todas essas causas passíveis, principalmente de mortes no transito, de serem reduzidas e evitadas, desde que existam leis com penalidades mais pesadas, maior fiscalização, menos corrupção e maior responsabilidade, principalmente por parte de condutores, além, é claro de infra estrutura urbana e nas rodovias para garantirem um tráfego seguro.
Convenhamos. além de reverenciarmos mais de um milhão de pessoas que morreram em acidentes de trânsito no Brasil nas últimas três décadas, e mais de 12 milhões no mundo nos últimos dez anos, devemos fazer um grande esforço para que essas taxas absurdas de mortalidade em nosso país sejam reduzidas drasticamente como fizeram vários países como a China, os EUA, a Austrália, a Coréia do Sul, o Japão e praticamente todos os países europeus.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs.
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A VIRTUDE DA GRATIDÃO
JUACY DA SILVA*
Em um mundo marcado pelo egoísmo, pelo descaso em relação às outras pessoas, pela falsidade, pelo engodo, manipulação, pela mentira, pelas “amizades” superficiais e interesseiras, pela virtualidade enganosa, onde a “lei de Gerson” é a base de valores imediatistas, sempre é bom a gente refletir sobre o sentido e significado desta virtude, tão pouco praticada ou quase fora de moda, que é a gratidão.
Nesta reflexão me vem à mente uma passagem relatada na Bíblia Sagrada que registra uma estória/parábola interessante contada por Jesus sobre a questão da GRATIDÃO. É a estória dos dez leprosos.
Indo o Mestre de Samaria para a Galiléia, ao passar por uma aldeia dez leprosos, que era a pior doença física e social de todos os tempos, correram em sua direção mas não se aproximaram tanto devido os costumes e proibições em relação a quem sofria daquela doença, que deviam se manter longe das demais pessoas, e, aos gritos e lamentos, imploravam a Jesus que os curasse.
O Mestre compadecido e amoroso como eram duas de suas características, disse-lhes…”ide e apresentai-vos aos sacerdotes” e eles assim o fizeram. Ao caminharem perceberam que estavam curados. Um deles, então, decidiu retornar para agradecer a Jesus.
Ao ver este leproso que fora curado e vinha em sua direção, Jesus perguntou-lhe: “não eram dez? Onde estão os outros nove”. Isto demonstra que ainda hoje 90% das pessoas que recebem algum tipo de ajuda, de apoio, seja material, financeiro, moral ou até mesmo espiritual são tão egoístas que jamais tem sequer uma palavra de agradecimento. De seus dicionários não constam as expressões: MUITO OBRIGADO, valeu, você me tirou do sufoco quando eu mais precisava e por isso sou-lhe grato ou grata.
Por isso existe um provérbio que diz…”faça o bem e não olhe a quem”. Pessoas que cultivam virtudes como justiça, solidariedade, amor ao próximo, altruísmo, sinceridade, lealdade, jamais podem esquecer que existe também uma outra grande e importante virtude que é a GRATIDÃO.
Todavia, essa virtude precisa ser cultivada e cuidada como uma plantinha, desde nossa infância, para que quando chegamos a idade adulta possamos praticá-la como algo corriqueiro em nosso dia-a-dia. Gratidão ajuda a construir relações de amizade sincera e de amor verdadeiro, não meras palavras vazias para impressionarem com quem mantemos contato, virtual ou real.
Por ultimo, gostaria de fazer referência a uma outra estória que escutei de uma pessoa referindo-se como foi importante uma ajuda financeira que recebeu em meio a um problema difícil que estava passando de um amigo recente, quase desconhecido que veio em seu apoio, tirando-a do sufoco.
Essa pessoa disse a outra que havia lhe ajudado: “Eu não me canso e jamais deixarei de reconhecer e agradecer o que você fez por mim no momento em que eu mais precisava, quando eu estava no maior sufoco, quando eu desesperada pedia por socorro, e a maioria de meus amigos e amigas viraram as costas. Você me ajudou, por isso sou-lhe muito e eternamente grata”
Esta é uma atitude digna de registro, apesar de representar exatamente igual aquele único leprozo que voltou para agradecer a Jesus, enquanto os outros nove rapidamente esqueceram de agradecer. Existem muito mais casos de falta de Gratidão do que de pessoas que agradecem a quem lhes ajudam ou apoiam.
Talvez a vida, em novos momentos de dificuldades e sufoco, acabe sensibilizando essas pessoas que não costumam praticar ou cultivar a virtude da gratidão. E você, caro leitor ou leitora, como anda em termos da prática da gratidão? Faça um exame em sua consciência e responda a si próprio ou própria. Talvez você tenha recebido algo e tenha se esquecido ou esquecida de dizer muito obrigado, muito obrigada meu amigo, minha amiga.
Pense nisso. O mundo seria muito mais belo se todos nós praticássemos esta virtude que se chama Gratidão, vale a pena tentar, comece hoje mesmo. Se você recebeu apoio, compreensão, atenção, solidariedade e, por alguma razão, não tenha agradecido ou agradecida, ainda é tempo de corrigir esta falha e restabelecer pontes que possam ter sido danificadas. Gratidão está para uma amizade verdadeira como alimento está para uma pessoa faminta.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Mercado de trabalho
Vivemos em um período de muitas transformações e contradições, onde o certo e o errado se confundem no imaginário popular.
Com o sucesso do Plano Real na segunda metade da década de noventa, foram fincadas as bases da estabilidade econômica no nosso país.
Isso permitiu maior oferta de empregos, tanto nas atividades ditas tradicionais, quanto nas novas.
Entretanto, a qualidade da mão de obra, pela nossa deficiência educacional, dificultou o crescimento do emergente mercado de trabalho.
Ficamos com um problema de difícil solução, que era atender ao crescimento do Brasil.
Como resolver em brevíssimo espaço de tempo a qualificação dos trabalhadores com pouca escolaridade?
A missão é difícil, mas não impossível, desde que se torne um programa de prioridade nacional.
Com vontade política dos nossos governantes em realmente investir pesado e sem erros em educação básica e técnica, teremos a tão desejada mão de obra necessária ao nosso desenvolvimento.
O governo, contudo, está mais interessado no ensino superior que, quando de qualidade, dá maior visibilidade ao país pelas suas conquistas e inovações.
Atualmente, temos no país um ensino superior público caríssimo e que consome grande fatia do orçamento do Ministério da Educação, formando profissionais de qualidade duvidosa, quando não, maus profissionais.
Um bom ensino técnico é prioridade para esta nação. É bom lembrar que profissionais de ensino técnico conseguem, inclusive, salários melhores em relação aos de nível superior.
É triste verificar a quantidade de pessoas com nível de escolaridade superior sem emprego, com desvio ocupacional para baixo e com salários irrisórios.
O país investe maciçamente no ensino universitário, muitas vezes com cursos ornamentais e ociosos quando a nossa prioridade e o mercado estão a nos mostrar a necessidade premente de excelentes profissionais de nível técnico.
Temos de continuar a buscar novos conhecimentos científicos para conquistarmos nosso espaço entre os países desenvolvidos, porém, nunca esquecendo os bons técnicos para conquistar o seu espaço no mercado de trabalho.
Gabriel Novis Neves
02-11-2015
NOVEMBRO AZUL 2015
JUACY DA SILVA*
Há poucos dias foi encerrada a CAMPANHA OUTUBRO ROSA, que representa um alerta para as mulheres e seus familiares quanto aos riscos do CÂNCER DE MAMA e a importância dos exames preventivos para diagnosticar precocemente este tipo de doença, que a cada ano mata quase 20 mil mulheres em nosso país
Agora, com o estímulo da OMS - Organização Mundial da Saúde, estamos no início do NOVEMBRO AZUL, mês dedicado ao alerta mundial quanto aos perigos e riscos que o CÂNCER DE PRÓSTATA oferece aos homens que, principalmente por machismo ou ignorância, se recusam a realizar os exames preventivos, incluindo o famoso, detestável e temido TOQUE RETAL, fundamental, além do exame de sangue PSA, para detectar com muita precocidade a existência de câncer de próstata. Outro exame nesta bactéria de prevenção contra o câncer de próstata e outros mais é a ultrassonografia do abdome.
Em 2015 estão previstas 245.641 mortes por câncer no Brasil, incluindo todos os tipos da doença, ambos os sexos e todas as faixas etárias. Desse total pouco mais da metade , 132.126 das vítimas serão homens, mais do que o dobro de todos os assassinatos que tanta notícia e medo infunde na população brasileira que vive a mercê da bandidagem.
Isto demonstra que além da violência percebida e denunciada pelos diversos meios de comunicação, também existe uma enorme violência oculta que está vitimando centenas de milhares de pessoas todos os anos . Muitas, talvez a grande maioria, dessas mortes poderiam ser evitadas, se a saúde pública funcionasse a contento e não fosse o caos que atualmente a caracteriza, principalmente pela incompetência e incúria de nossas autoridades. Em dez anos o Ministério de saúde deixou de aplicar mais de R$185 bilhões , apesar de que o OGU – Orçamento Geral da União contemplasse recursos para vários programas que não funcionam a contento, isto é um crime contra a população perpetrado pelos nossos governantes.
Voltando ao NOVEMBRO AZUL, neste ano - 2015 – o câncer de próstata deve ser a causa de morte para 18.850 homens, um aumento de 9,5% na mortalidade por este tipo de câncer em 3 anos, pois em 2012 morreram 17.218 homens por esta causa. As previsões do Globocan – organismo de pesquisa e monitoramento de câncer , ligado a OMS, indica que entre 2015 e 2035, o número de mortes por câncer de próstata no Brasil deve aumentar em 105,1%, passando de 18.850 mortes neste ano para 41.469 óbitos dentro de 20 anos. O mais alarmante é que a cada ano, devido ao envelhecimento da população brasileira, o percentual de mortes por câncer de próstata vai atingir muito mais homens com mais de 65 anos de idade, passando de 89,4% em 2015 para 92,8% em 2035.
Segundo dados e estimativas do Globocan, entre 2012 e 2035 só de câncer de próstata deverão morrer nada menos do que 658.303 homens no Brasil, número igual a 3,5 vezes mais do que todas as pessoas mortas em Hiroshima e Nagasaki devido ao bombardeio atômico feito pelos EUA em 1945 e fato que ainda hoje causa tanta consternação no mundo todo.
Todavia, diante de tantas mortes por todos os tipos de câncer e principalmente de câncer de próstata em nosso país, este sofrimento de milhares de pessoas , seus familiares e amig@s, parece nada representar, principalmente para nossas autoridades públicas que relegam a um plano secundário as necessidades e o sofrimento do povo, principalmente as camadas mais pobres, mais humildes e excluídas da sociedade e que precisam aguardar meses ou anos nas filas dos serviços especializados do SUS, um Sistema falido pelo descaso de nossos governantes. Este descaso é um verdadeiro crime contra o povo e um desrespeito incabível contra os direitos dos pacientes, principalmente os portadores de câncer, que merecem não apenas nossa solidariedade, mas fundamentalmente, terem seus direitos reconhecidos.
Nossa Constituição, a chamada Constituição Cidadã e a Lei de criação do SUS estabelecem que “saúde é um direito de todos e dever do Estado”. Todavia, como tantos dispositivos legais em nosso país, para milhares de pessoas que sofrem, mesmo recorrendo à justiça para garantirem o direito a vida, acabam sucumbindo, tudo isto é letra morta ou apenas belas frases de efeito, longe da realidade de quem enfrenta esta vergonha que é a nossa saúde pública.
A burocracia, o descaso de nossas autoridades, a incompetência dos organismos públicos, principalmente de saúde e a corrupção estão matando, assassinando milhares de pessoas inocentes no Brasil, diversas vezes mais do que todos os assassinatos e mortes no trânsito que tanto aterrorizam a população.
Que este NOVEMBRO AZUL sirva para uma reflexão mais profunda sobre esta questão do câncer de próstata e a saúde pública em nosso pais e que, fruto dessas reflexões, possamos dar novos rumos `a política e programas de saúde pública antes que a mortalidade aumente ainda mais.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Medicina
Estatísticas recentes indicam que mais de cinquenta milhões de brasileiros, para não serem vítimas da omissão constitucional do Estado, utilizam algum plano ou seguro de saúde para sua manutenção pessoal.
Comercializada, a relação médico-paciente desaparece, surgindo um vínculo voltado ao lucro, inviabilizando o exercício da medicina hipocrática, pontuada muito bem pelo Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).
O médico passa a ser chamado de “prestador de serviço” e o cliente de “usuário”.
O antigo facultativo é remunerado pelas leis do mercado, e os contratos de serviços prestados receberam o apelido de “pacotes” e “pacotinhos”.
Os honorários profissionais desapareceram dos trabalhos médicos e o mercantilismo atingiu também o ensino da medicina, onde centenas de novas escolas foram autorizadas a funcionar a partir de 2003, sendo que 69% delas são privadas.
As mensalidades nessas escolas privadas chegam a atingir a incrível cifra de onze mil reais mensais, ficando na média de cinco mil e quatrocentos reais.
O Ministério da Educação, através de normas, define critérios para um município sediar uma escola médica, entretanto, os mesmos nem sempre são respeitados, segundo o Conselho Federal de Medicina.
Essas escolas, assim criadas e implantadas, confiam na cumplicidade ou incapacidade de fiscalização do MEC que, com deficiência de técnicos e recursos financeiros, acaba com os sonhos dos estudantes de frequentar uma qualificada casa de ensino.
Dessa forma, a segurança dos pacientes com bons médicos no sistema de saúde termina frequentemente em enorme frustração.
É oferecido à população um ensino-aprendizado de péssima qualidade, formando profissionais com insuficiência de conhecimentos científicos para o exercício da mais humana das profissões.
É intolerável esta realidade, que tem como sustentação, apenas, ganhos empresariais e ambições político-partidárias.
Temos de tratar de obter propostas de interesse público, e apagar esse vergonhoso quadro.
Gabriel Novis Neves
26/10/2015
G20 E O TERRORISMO
JUACY DA SILVA*
Líderes do G20, grupo formado pelos 20 países com as maiores economias do mundo estão reunidos em Antalya, na Turquia para discutir e analisar os principais desafios que afetam não apenas esses países, mas o mundo todo.
Diversos temas constam da pauta dessas reuniões do G20, incluindo a situação da economia mundial, com destaque para a recessão ainda presente em vários países, inclusive o Brasil; a inflação que começa a acelerar em vários países; o desemprego, os subsídios que ainda são oferecidos para as fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis e dificultam a viabilidade econômica das fontes limpas e alternativas, fundamentais para um desenvolvimento sustentável.
Na segunda feira, 16 de novembro, o Presidente OBAMA concedeu uma longa entrevista a mais de cem profissionais de imprensa de vários países quando destacou alguns aspectos, considerados por ele como importantes e que foram discutidos na reunião de cúpula do G20.
Além das questões econômicas já mencionadas Obama destacou três temas que mereceram uma discussão mais aprofundada: a) a questão do espaço cibernético, guerra e segurança cibernéticas; b) a questão das mudanças climáticas e a conferência do clima que deverá ser realizada em Paris dentro de duas semanas e a necessidade de um avanço para não apenas controlar as emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas para conseguir um acordo para a sua redução significativa, e, finalmente, c) o combate ao terrorismo, principalmente a partir dos atentados praticados pelo Estado Islâmico no último final de semana em Paris.
Praticamente todos os questionamentos dos profissionais de imprensa presentes na coletiva versavam sobre este ultimo tema. Os principais questionamentos apresentados ao presidente Americano estavam direcionados principalmente sobre a estratégia do governo Obama que se recusa a enviar tropas americanas para combates terrestres.
Além de caracterizar o Estado Islâmico como a face do demônio, Obama enfatizou alguns aspectos importantes nesta Guerra. Primeiro, a necessidade de uma maior cooperação entre os diversos países, principalmente os que integram o G20,tanto em relação aos meios militares, inteligência quanto no estrangulamento econômico e diplomático, bem como reduzir até extinguir o espaço do que pretende o ISIS que deseja transformar-se em um califado, com território definido e governo constituído.
Obama fez questão de defender também que o mundo ocidental seja solidário e apoie uma solução para mais de um milhão de imigrantes sírios que estão sendo perseguidos e mortos pelo ISIS, independente de que esses refugiados sejam mulçumanos, cristãos ou de outras religiões. Reafirmou também que o ISIS não representa o islamismo, mas apenas um grupo terrorista composto de fanáticos e assassinos.
Finalmente OBAMA disse que em face do terrorismo seu governo tem dois grandes objetivos estratégicos: primeiro, manter a segurança física do território Americano, incluindo a população e os interesses nacionais dos EUA ao redor do mundo e, segundo, negar espaço de ação para o ISIS tanto na Síria e Iraque, destruindo suas bases de treinamento, suprimentos de armas e sua base econômica e financeira, procurando também eliminar seus líderes como aconteceu com a Al Qaeda, principalmente após o assassinato de seu líder maior, Osama Bin Laden, praticamente o fim do referido grupo terrorista.
Como última mensagem Obama disse que com certeza à medida que tanto curdos, quanto outros grupos insurgentes que lutam contra o Governo sírio conseguirem reconquistar esses territórios, com certeza o ISIS irá se transformar em apenas um grupo terrorista sem território e com toda a certeza não terá espaço para planejar suas ações e treinar seus membros e que o governo Americano e outros países aliados irão combater o ISIS ao redor do mundo até que o mesmo seja totalmente derrotado e desapareça.
Neste sentido OBAMA afirmou que até o momento 65países já se comprometeram a juntarem-se aos esforços Americanos e europeus para que esta Guerra, que tem seus objetivos e estratégias diferentes de uma Guerra convencional, que será de longa duração, possa ter êxito e devolver a paz tanto ao Oriente médio, norte da África quanto na Europa e em outros países, enfim, levar este combate decisivo a todos os locais em que o terrorismo tente impor suas práticas e ações suicidas. A paz verdadeira e duradoura somente será possível com a eliminação do terrorismo que tanto medo e pavor acarreta às pessoas e à população em geral.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Centro de Cuiabá
Nasci em casa, na “Rua de Baixo” (Galdino Pimentel, há oitenta anos, onde morei até aos onze anos de idade.
Depois, vivi na “Rua do Campo” (Barão de Melgaço) até aos dezessete anos, quando fui concluir o ensino médio (Colégio Anglo Americano) e Medicina na Praia Vermelha (hoje UFRJ), no Rio de Janeiro.
Sou produto do hoje Centro Histórico de Cuiabá, totalmente abandonado pelas nossas autoridades.
Permaneci cerca de doze anos na “Cidade Maravilhosa”. Durante este período residi em treze endereços diferentes em seis bairros, todos na zona sul pelas proximidades com minha escola.
Comecei alugando vaga em quarto e terminei em uma quitinete.
Esse período de “pula-pula” foi enriquecedor! Absorvi muita coisa útil para a minha vida.
Tempo de enriquecimento humanístico, para consolidar a minha educação caseira de menino do interior, com aquisição de novos valores que só me trouxeram benefícios.
Tive muita sorte em frequentar uma excelente Escola de Medicina, com professores que disputaram o Nobel de Fisiologia (Thales Martins), que perdeu para o argentino Houssay, em cujo livro eu estudei.
O nosso professor de Biofísica (Carlos Chagas Filho) era um dos consultores científicos do Vaticano. O corpo docente da Praia Vermelha era composto pelos melhores mestres do Brasil.
Tinha colegas estrangeiros e de praticamente todos os Estados brasileiros, pois na ocasião possuíamos apenas vinte e três escolas para o ensino médico.
O Rio ainda era a capital do Brasil e vivia um momento mágico de efervescência cultural com o surgimento da “bossa nova”. Elenco de jovens músicos e compositores universitários, tendo como líder o poeta Vinícius de Morais, diplomata de carreira do Itamaraty.
O Rio era uma cidade alegre, onde não temíamos assaltos ou arrastões.
Namorava-se nos bancos das praias com a maior tranquilidade, e nosso transporte predileto (por ser barato), eram os bondes da Light.
Cinemas, teatros, dancings, bares, boates e restaurantes eram a cara do Rio.
Copacabana, com sua famosa praia, era chamada de “princesinha do mar”, mas, o Arpoador no Posto 9, era o que havia de mais sofisticado em termos de praias, com as suas lindas mulheres.
Na época, o Leblon era o fim do mundo e Ipanema a capital do Rio de Janeiro, por mérito.
Terminei o meu curso de medicina e fiquei mais cinco anos me preparando para ser médico do interior.
Retornei à Cuiabá e encontrei o Centro de Cuiabá bastante transformado, para pior.
As residências desapareceram e deram lugar ao comércio.
Depois de tudo deturpado, como é hábito acontecer, a região foi tombada, e hoje pertence ao Patrimônio Histórico Nacional.
Seus casarões terminaram em ruínas, outros foram demolidos para dar lugar a lojas comerciais, como a casa onde nasci.
As calçadas, com suas cadeiras de balanço, eram verdadeiras salas de visitas, e foram substituídas por moradias de dependentes químicos e mendigos.
Sem recursos e sem políticas sociais, acabamos por nos acostumar com o abandono a que foi submetida a nossa manjedoura. Consequentemente, o aumento insuportável do índice de violência, incompatíveis com a outrora “Cidade agarrativa e linda” dos nossos poetas.
Hoje, moro em uma torre de concreto na antiga “Rua do Caixão” (Estevão de Mendonça), de onde observo uma cidade que não é a que nasci.
O progresso chegou! E o desenvolvimento foi esquecido.
Gabriel Novis Neves
25/10/2015