JUACY DA SILVA*
Nunca as frases de Bezerra da Silva e de Rui Barbosa foram tão atuais. A corrupção está entranhada na vida e na história política, social, cultural e econômica de nosso país, vem desde o período colonial, passou pelos dois impérios, ou seja, antes e depois da proclamação de nossa independência e da proclamação da República, continuou na República Velha , esteve presente durante o Estado Novo da ditadura de Vargas, durante a redemocratização após a segunda Guerra mundial, fortaleceu-se no período populista antes do regime militar, esteve presente durante os governos dos generais, continuou a florescer sobre os governos civis , escancarou de vez durante a era do tucanato e praticamente institucionalizou-se na era petista e está mais viva do que nunca no governo Temer, do PMDB/PSDB/DEM e outros partidos que fazem parte da famosa “base”.
Enfim, o povo brasileiro assiste quase passivamente a uma deterioração institucional e moral do país , onde os privilégios dos governantes e os assaltos aos cofres públicos pelas quadrilhas instaladas no poder a serviço dos interesses dos grandes grupos econômicas praticamente estão destruindo não apenas a confiança e a esperança do povo, mas inviabilizando a dinâmica do Estado “democrático de direito”, praticamente falido pela rapinagem de bandidos de colarinho branco.
Bezerra da Silva, em sua música diz “ Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”, esta frase é extremamente verdadeira e atualíssima no momento em que mais de um terço dos senadores, Casa onde estão guardados discursos inflamados de Rui Barbosa, contra a corrupção, como a frase proferida durante um pronunciamento no dia 17 de dezembro de 1914, em que dizia “ De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Talvez esta frase devesse ser impressa em letras garrafais e colocada no lugar dos retratos de governantes e em todas as salas, escritórios, gabinetes públicos, nos palácios e nas salas de reuniões e sedes de grandes empresas, como as que participaram do mensalão, da lava jato e principalmente das que estão fazendo delações premiadas para livrarem empresários que corromperam servidores públicos, gestores públicos e, principalmente, políticos que roubaram e continuam roubando abertamente.
Os fatos acontecidos nos últimos dias que lançaram muita lama sobre políticos de envergadura nacional, incluindo o Presidente da República, lideranças até pouco tempo “acima de qualquer suspeita”, como do Senador Presidente do PSDB, a prisão de diversos ex-governados, que só não foram presos antes por gozarem do famigerado “foro privilegiado”, uma excrecência jurídica para proteger políticos e gestores corruptos, muito mais gente , incluindo empresários que enriqueceram as custas do BNDES e de outros favores do governo, deveriam estar presos e não serem perdoados após realizarem delação premiada e acordos de leniência.
Enquanto a operação lava jato sob a batuta do Juiz Sérgio Moro caminha a passos céleres, as investigações dos políticos suspeitos de corrupção, que gozam de foro privilegiado, incluindo senadores, deputados federais, ministros e agora o próprio presidente da República, caminham a passos de tartaruga.
O cidadão e contribuinte pode perguntar-se quantos dos suspeitos que constam da primeira Lista do Janot, que o STF autorizou que fossem investigados já foram denunciados pelo Ministério Público Federal? E os da segunda Lista do JANOT/Fachim, quantos foram denunciados? E os que constam das delações da Odebrecht que gozam de foro privilegiado quantos foram investigados e denunciados? E o que vai acontecer com os mais de 1800 políticos que receberam propina da JBS, incluindo os 166 deputados federais eleitos, 28 senadores e 16 governadores, que também receberam propina desses criminosos de colarinho branco travestidos de empresários serão investigados? O que vai acontecer com os donos da JBS que já estão fora do Brasil e que confessaram vários crimes, vão ser perdoados enquanto outros empresários, como o ex-presidente da Odebrecht já está preso e condenado?
O tempo dirá se estamos vivendo em um país sério ou em uma republiqueta de bananas, se tudo virar em pizza e apenas uns gatos pingados forem levados às barras dos tribunais e condenados, com certeza a frase de Rui Barbosa espelha como nunca o país em que vivemos!
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
No momento em que ocorria o lançamento do Caderno de Conflitos no Campo (2016), em Cuiabá, chegava a notícia de que dez pessoas haviam morrido durante um confronto entre supostos invasores de terra e policiais, na fazenda Santa Lúcia, próximo a cidade de Redenção, no Pará. A trágica coincidência é repetida um pouco mais de um mês depois de nove trabalhadores rurais serem torturados e mortos em Taquaruçu do Norte, distrito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá. Durante esse episódio, também ocorria o lançado do Caderno na cidade de Sinop. Mato Grosso está em primeiro lugar, no Centro-Oeste, quando o assunto é conflitos por terra e em segundo no ranking nacional. O evento na Capital ocorreu na tarde desta quarta-feira (24/05), durante um Seminário, no Auditório do Centro Cultural.
A leitura da trágica realidade dos camponeses de Mato Grosso foi feita pelos atores do Cena 11 e emocionou o público presentes. Os atores personificaram as nove pessoas brutalmente mortas em Colniza, no dia 19 de abril. Um relato que é repetido e denunciado desde 1985 quando a Comissão Pastoral da Terra (CTP) iniciou a organização do Caderno de Conflitos. Um instrumento que registra os conflitos por terra, água, direitos, ameaças, prisões, trabalho escravo e assassinatos. A intenção é dar publicidade aos dados dessas injustiças como material de denúncia e também de pesquisa.
“Cabe a nós da UFMT não apenas dar publicidade, mas fazer uma análise crítica e necessária para superação dessa condição de violência e conflito no campo”, ressalta a professora de Geologia da UFMT e membro do conselho Fiscal da Adufmat-SSind, Sinthia Batista. A docente é uma das defensoras da cartografia como um instrumento de luta política, além de realizar pesquisas agrária e assentamentos.
Conforme os dados do Caderno, a CPT registrou em Mato Grosso 61 assassinatos em conflitos no campo em 2016. Uma média de cinco mortes por mês. Dentro desse grupo 13 eram indígenas, 4 quilombolas, 6 mulheres e 16 eram pessoas jovens entre 19 e 29 anos, além de um adolescente.
“Não podemos naturalizar a violência e o conflito. São mais 50 mil famílias envolvidas nos conflitos pela terra em 2016, isso só em Mato Grosso. São cinquenta mil em um estado que tem pouco mais de 20 mil habitantes, é muita gente. Não se tem uma definição no processo de responsabilização dessas mortes apesar de sabermos porque elas acontecem e a origem dos conflitos. A violência é a perda total do controle do processo civilizatório, o último limite da destruição do outro. ”
Mato Grosso ocupa o primeiro lugar em famílias envolvidas em conflitos por terra em todo Centro-Oeste e o segundo no país, ficando atrás de Rondônia. Isso é atribuído a importância dada ao agronegócio e o desprezo ao trabalho dos camponeses.
“A desigualdade é aquilo que funda a nossa miséria. O campo é hoje, contraditoriamente, o lugar da riqueza e pobreza, do alimento e da fome. Temos hoje uma agricultura capitalista de produção de grande escala, que não é alimento. O alimento é da agricultura da pequena escala, que é a agricultura camponesa. ”
O caderno ainda chama a atenção para as consequências dessa contradição. Destaca que a soberania alimentar da população brasileira está comprometida devido a opção feita pelos governos que é satisfazer o mercado externo.
“Compreender a questão agrária no Brasil, um país que tem a história ligada ao processo de concentração fundiária, é compreender aquilo que funda nossa desigualdade. Todos os processos do aumento da miséria e da pobreza estão ligados ao não acesso à terra, seja ela de trabalho e vida ou só de trabalho. ”
Priscilla Silva
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
150 mil pessoas ocupam Brasília contra Temer e as Reformas
Um mar de gente ocupou as ruas de Brasília (DF) nessa quarta-feira (24) em manifestação contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, pela revogação da Lei das Terceirizações e pelo Fora Temer. As 150 mil pessoas presentes no ato fizeram do Ocupe Brasília a maior manifestação da capital federal na última década, superando largamente em quantidade de pessoas atos como os de Junho de 2013.
Participaram da manifestação trabalhadores, estudantes e militantes de movimentos sociais de todos os estados do Brasil. O ANDES-SN, com grande bancada presente em Brasília, organizou uma coluna junto à CSP-Conlutas e demais entidades da Educação, na qual defendeu também a construção de uma nova Greve Geral, dessa vez de 48h, como tática para barrar as contrarreformas e derrubar Michel Temer da presidência.
A concentração da manifestação começou nas primeiras horas da manhã, na medida em que os ônibus chegavam de norte a sul do país no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. De lá, já perto das 12h, começaram a sair os primeiros blocos de manifestantes rumo à Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, entretanto, realizou revistas nos manifestantes no percurso da Esplanada e impôs bloqueios à entrada de manifestantes na Praça dos Três Poderes, colocando barreiras antes do espelho d’água do Congresso Nacional.
Tão grande era o ato que os manifestantes que estavam na parte de trás demoraram quase duas horas para chegar ao final da Esplanada. Lá, a PM, comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), cumpriu seu papel de braço armado do Estado e, durante horas de repressão incessante, milhares de bombas foram lançadas contra os trabalhadores, assim como gás de pimenta e tiros de bala de borracha para impedir o direito à manifestação. Ironicamente, o governo do DF, que repete cotidianamente a necessidade de privatizar serviços como os de saúde por “falta de verba”, não se importou com os milhares de reais gastos em equipamentos de repressão policial.
Temer coloca Forças Armadas na rua
Em reação à brutal violência da polícia, manifestantes se defenderam queimando pneus e montando barricadas. O presidente Michel Temer, em um ato utilizado apenas por José Sarney em 1986 e por Dilma Rousseff no Leilão do Campo de Libra em 2013, decretou a “Garantia de Lei e de Ordem” em todo o Distrito Federal até o dia 31 de maio. Temer se valeu da Lei Complementar nº 97/1999 e do artigo 84 da Constituição Federal para colocar as Forças Armadas nas ruas. Segundo o Correio Braziliense, 1200 militares do Exército, Marinha e Aeronáutica rapidamente se apresentaram na Esplanada dos Ministérios para ajudar a polícia de Rollemberg a reprimir a manifestação. Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou a decisão de Temer em sessão na tarde desta quarta. Ele disse ter ficado preocupado com o decreto e acrescentou: “espero que a notícia não seja verdadeira”.
Policiais do DF também utilizaram, indiscriminadamente, armas de fogo letais contra os manifestantes. A Secretaria de Saúde do DF informou que há uma pessoa baleada internada no Hospital de Base. Até o momento, há notícias de mais 80 manifestantes feridos e de mais de sete detidos.
Avaliação
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, avaliou positivamente a manifestação, esperando que o Ocupe Brasília seja um estímulo para manter os trabalhadores brasileiros na rua até a derrota dos projetos de ajuste fiscal e a queda de Michel Temer do poder. “Foi uma manifestação muito positiva. Superou as nossas expectativas de quantitativo de trabalhadores presentes, que era de 100 mil. Colocamos 150 mil pessoas nas ruas, foi uma das maiores marchas da história de Brasília. Foi uma vitória a construção unitária entre as centrais sindicais, assim como a Greve Geral de 28 de abril. É mais uma prova de que quando queremos fazer coisas de forma unitária, temos ótimos resultados. Esse deve ser o caminho para derrubarmos o Temer, barrar as contrarreformas e reverter os projetos que já foram aprovados e retiraram direitos dos trabalhadores”, afirmou a docente.
A presidente do ANDES-SN ressaltou a necessidade de construção de uma nova Greve Geral, dessa vez de 48 horas. “É fundamental construir a Greve Geral de 48 de horas, para, acima de tudo, colocar fim às contrarreformas que, mesmo com o país nessa crise, não pararam de tramitar no Congresso. Ontem, os senadores deram como lido o parecer da Contrarreforma Trabalhista, que foi apenas apresentado na comissão no Senado. É impressionante como, mesmo em meio a uma convulsão social no país, o Congresso Nacional parece estar imune a tudo e continua apressando o processo de votação das contrarreformas. Mais do que nunca, temos que intensificar a construção de uma nova Greve Geral de 48h, e não sair das ruas até que o Temer caia e que as contrarreformas sejam barradas”, concluiu Eblin Farage.
FANÁTICOS POR QUADRILHAS
Roberto Boaventura da Silva Sá*
Sempre que posso, prefiro fugir de contendas a nelas mergulhar. Perder pessoas próximas é sempre ruim, ainda mais a quem nunca teve a pretensão de “...ter um milhão de amigos...”
Logo após Lula depor na Lava-Jato e discursar no 6º Congresso do PT paulista, escrevi o artigo “Os dias são assim aos fanáticos”. Mas não o publiquei. Agora, mudei de ideia.
Hoje, falarei de fanáticos; por isso, apenas tangenciarei o panorama político, mesmo sabendo de seu caráter estarrecedor. Mas e quando o fanático é colega de profissão? E quando o colega ostenta o título de doutor, que, em tese, far-lhe-ia um pensador?
Em meio ao caos deste momento, vi uma postagem de um fanático por corruptos, ou seja, pelo menos até onde sei, uma nova modalidade de fanatismo. Penso que pessoas assim assemelham-se aos fanáticos por futebol, religião, ou por outra coisa qualquer. Fanático é o tipo de quem não é preciso chegar bem perto para ver que não é normal. Desculpem-me lançar mão do complexo dicotômico “normal versus anormal”.
Para estudos da Psicologia, em geral, os fanáticos apresentam algumas características marcantes: demonstram preconceitos de tipos variados e, por isso, cultivam o ódio; apresentam estreiteza mental e, por isso, vivenciam demora excessiva em determinada situação e/ou circunstância; expõem credulidade em algum tipo de sistema ou de seres que representem tais sistemas e, por isso, os defendem cegamente; são individualistas.
Complemento meu: fanático é radical, mas no pior sentido do termo; logo, referenciando “Sampa” de Caetano, o fanático é intolerante ao que não lhe seja “de espelho”. O fanático tem visão de mundo maniqueísta. Um fanático pode adotar condutas tão irracionais quanto agressivas; pode ser violento para impor seu ponto de vista. A agressão pode ser tanto física quanto simbólica.
Pois bem. Na mensagem que recebi, em sua foto de perfil, há um meme. No plano da paródia, a foto daquele meme poderia lembrar a Monalisa (envelhecida, é claro) de Da Vinci, pois nela se encontra uma foto da senhora Dilma sorrindo com a boca fechada. Embaixo da foto, a pergunta infame que alguns fanáticos por corruptos estão a fazer neste momento em que tudo está ruindo no país: “Já posso rir”?
Não. Não pode. Engula o riso. Ele é desumano. Quem rir, comprova o grau de insanidade, da estupidez, da falta de memória, da falta de leitura política destes dias tão cruéis pelos quais estamos passando. Rir, hoje, da desgraça de Temer e/ou de agentes de outras quadrilhas políticas é, antes de tudo, esquecer dos agentes da quadrilha apeada há pouco do poder. Aliás, é difícil entender como alguém pode esquecer daquela.
Mas os fanáticos esquecem. Ao esquecer, são capazes de gritar – sem constrangimentos – que “Dirceu é guerreiro do povo brasileiro”. São capazes de acreditar que Vaccari – o onisciente, pois estava em diversas as falcatruas – é um “prisioneiro político”. São capazes de desejar o retorno de Lula, o ignorante, pois é aquele que nunca sabe de nada do que ocorre ao seu redor. Em contrapartida, os delatores, deles, não se esquecem. Eles ainda continuam a cada momento sendo lembrados em todas as delações; e por incontáveis milhões.
Diante desse quadro, perguntar se alguém pode rir é ignorar o sofrimento de um contingente de brasileiros desempregados ou subempregados: vítimas de uma sequência de velhos e velhacos criminosos no poder. Quase ninguém escapa. Por isso, não há espaço para riso. Na real: todos nós só temos motivos para chorar; e muito.
*Roberto Boaventura da Silva Sá é Professor de Literatura na UFMT e Doutor em Jornalismo pela USP.
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Adufmat solicita atualização cadastral dos filiados
A Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN realiza atualização do banco de dados de endereço dos docentes aposentados e ativos. Dessa forma, solicitamos que todos façam a atualização dos dados cadastrais para que possamos garantir o êxito do envio de correspondências. Os docentes podem enviar os dados através do e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou virem pessoalmente ao sindicato.
Devem ser atualizados as seguintes informações:
Nome completo:
Endereço:
CEP:
Telefone:
E-mail:
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA ADUFMAT- Ssind
A Diretoria no uso de suas atribuições regimentais convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária a se realizar:
Data: 26 maio de 2017 (sexta-feira)
Local: AUDITÓRIO DA ADUFMAT
Horário: às 14:00 horas com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14:30 horas, em segunda chamada, com os presentes.
PAUTA:
1) Informes;
2) Valor da Contribuição Sindical;
3) 28,86%, pagamentos para todos/as;
4) Reforma do Auditório da Adufmat;
5) Assédio moral sobre os servidores da Adufmat.
Cuiabá, 24 de maio de 2017.
Reginaldo Silva de Araujo
Presidente / ADUFMAT SSind
EDITAL DE CONVOCAÇÃO |
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A Diretoria no uso de suas atribuições regimentais convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária a se realizar: Cuiabá, 24 de maio de 2017. |
Pra não dizer que não falei das flores!
Qelli Rocha*
Aludindo à música de Geraldo Vandré, e com toda licença poética que nos é permitida, necessitamos falar um pouco sobre o processo em que nós mulheres temos passado ao nos inserirmos na luta sindical e na luta classista, objetivando a superação da sociabilidade patriarcal burguesa capitalista.
Mesmo antes do 36º congresso do Andes sediado pelo Adufmat, nós mulheres sindicalizadas, participantes dos movimentos sociais e estudantil de Cuiabá, já denunciávamos o quão agressivo, abusivo e muitas vezes violento é o processo de inserção na “Luta por dentro da Luta”.
A máxima da compreensão de que a categoria classe abarcaria como uma totalidade não contraditória e antagônica o combate às opressões, fez com que, por muito tempo, a inscrição das singularidades dos sujeitos constituintes de uma determinada classe social não tivessem suas identidades unitárias reconhecidas. Assim, mesmo sendo a classe uma totalidade parcial, ficamos (e de certa forma, ainda estamos) escamoteadas/os a uma ínfima parte no processo de construção de uma nova sociabilidade.
O agravamento da Questão Social, evidenciado pelo desenfreado crescimento do desemprego estrutural; os cortes salariais; a violação dos direitos outrora assegurados e conquistados pelos trabalhadores e o desmonte das políticas públicas de cunho universalista expressam esta conjuntura. Entretanto, nos espaços de luta há certo desdouro sobre a compreensão de que a classe trabalhadora tenha “dois sexos” e, neste sentido, é exigido do sexo feminino, denotadamente, sua nulidade.
Destarte, mesmo que no plano real as contrarreformas ora em curso se materializem demasiadamente sobre nós mulheres, gays e negros¹, uma vez que incidirá sobre as condições de precarização de postos de trabalho hoje por nós já ocupados hegemonicamente; em relação ao trabalho doméstico constituímos a categoria que executa contínua jornada de trabalho, posto o aumento da tendência de crescimento das famílias monoparentais, especialmente as formadas por mãe+filhos, que resulta no aumento de horas de trabalho doméstico.
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Elaboração: Dieese10
Economicamente somos a população com menores rendimentos médios; ocupando os postos rotativos, permanecemos por menor tempo cerca em média 37
meses no mesmo trabalho, período inferior ao dos homens, que é de 41,7 meses (RAIS 2014). Encontramos dificuldades quanto ao acesso a bens e serviços públicos relacionados, como creches e instituições para cuidados com idosos e enfermos.
Se alcançamos a idade de 82 anos em termos de expectativa de vida, não é graças às condições objetivas e materiais, pois a população masculina constitui cerca de 8% a mais da população abarcada e protegida pela aposentadoria. De acordo com Batista (2016), em 2014, dos 90 milhões de pessoas ocupadas no Brasil entre 16 e 59 anos, 65,3 milhões estavam protegidas socialmente. Para o total de idosos, enquanto a proteção dos homens atinge 86,1% (10 milhões), a das mulheres é estimada em 78,5%, (11,5 milhões). Desse total de idosas protegidas, 7 milhões (61%) são aposentadas, 2,3 milhões (20%) pensionistas e 1,7 milhão são aposentadas e pensionistas. Essa diferença de proteção reflete a forma de inserção das mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas, em condições mais precárias e sujeitas a maior grau de vulnerabilidade, evidenciando não só o crescimento da população idosa, como também
a “feminização” da velhice.
No plano de luta, nas organizações sindicais e classistas, nossa singularidade continua a ser diminuída. Em nome de certa ordenação e manutenção de uma classe homogênea, negam-se a compreender que o quadro apresentado é de uma heterogeneidade, fragmentação e complexificação dos trabalhadores (ANTUNES, 2007).
Entretanto, com a constituição do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual – GTPCEGDS da seção ADUFMAT- Andes, compreendendo que se torna imprescindível situar tais discussões no cenário regulado pelo capital, cujo sistema tem tido inúmeras ressonâncias e provocado diversos significados para a compreensão da realidade social; apontamos que, na atualidade, ao se abordar a categoria trabalho é necessário abordagem das relações sociais de gênero, sendo necessário compreendê-las e apreendê-las como manifestações da Questão Social.
Neste sentido, deste nossa implementação, logo após o 36º Congresso do Andes, constituindo politicamente o GT nacionalmente, temos atuado no planejamento estratégico: participamos em duas reuniões do GT em Brasília ( nos dias 18,19 e 20 de Março e agora entre os dias 19 e 21 de Maio), contribuindo com pautas políticas e estabelecendo interlocução com o movimento social de mulheres da UFMT e de Cuiabá, bem como com o movimento estudantil. Participamos da construção coletiva da greve internacional do 8º de Março por meio de nossa atuação na Frente Mulheres em Luta!. Estamos construindo o Seminário de Combate às Opressões, previsto para ocorrer em Agosto do ano corrente. Atuamos na revisão e ampliação da cartilha de combate as opressões que será reeditada e lançada no próximo CONAD. Contribuirmos com Curso nacional de formação política e Sindical Movimentos sociais, exploração, opressão e revolução _ Facilitando a discussão sobre: Mulheres, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária, realizado em Fortaleza-CE. Fomos para as ruas denunciar as violações aos nossos direitos dia 28 de Abril. Contribuiremos com a Marcha contra as opressões da UFMT que ocorrerá dia 06 de Junho. Sediaremos, em conjunto com o campus de Sinop, a apresentação da Cartilha de Combate às Opressões do Andes (entre os dias 05 e 06 de junho do ano corrente), momento em que também ocorrerá a mesa: “Lugar de Mulher é Onde ela quiser: A participação da Mulher no Espaço Sindical – Desafios e Possibilidades!”. Denunciamos as situações de assédio moral e sexual nos campis por meio do fortalecimento dos sujeitos sociais e coletivos inscritos na UFMT e fora dela.
Desta forma, enfrentando o machismo, homofobia, racismos e todas as formas de opressão avisamos: o GTPCEGDS veio pra ficar e convidamos todas(os) para dele participar! Para não dizer que não falamos em flores, advertimos que nossa construção identitária classista nega o binarismo dicotomizador que estabelece e ratifica o lugar de privilégio do macho usurpador!
¹O que chamarei aqui, de populações mais subalternizadas, pois é próprio e estratégico do patriarcado capitalista burguês tornar parte da classe da trabalhadora assim!
*Qelli Rocha é professora do Departamento de Serviço Social – ICHS Cuiabá. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a organização da mulher e relações de gênero (NUEPOM) Membro do GTPCEGDS .
Vitamina D grátis
Valfredo da Mota Menezes*
O Sol foi considerado e adorado como um Deus por muitos povos. Foi considerado e amado como um Rei, durantes séculos, por todos os povos. Nos primeiros anos do século passado descobriu-se que seus raios curavam algumas doenças de pele, reverteram quadros de raquitismo e o sol passou a ser considerado como opção de tratamento (helioterapia). Durante quase todo o século passado o “banho de sol” transformou-se numa atividade terapêutica e estética. Todas as moças queriam ter um “corpo dourado do sol de Ipanema....” ou de qualquer outro lugar. O Brasil era um país moreno.
Há muitos anos a ciência já havia mostrado que os raios ultravioletas (UV) do sol, principalmente UVB, quando penetra na pele transforma o precursor da vitamina D na forma ativa da vitamina D (D3); que a exposição da pele ao sol é a principal fonte de vitamina D. Há muitos anos já se conheciam os efeitos benéficos da Vitamina D sobre a estrutura óssea das pessoas. Ela ajuda na absorção, na deposição e mobilização do cálcio nos ossos. Crianças sem vitamina D serão crianças sem cálcio e, consequentemente, raquíticas. Adolescentes sem vitamina D serão adultos com osteoporose e consequentemente com fragilidade óssea e fraturas. A sua diminuição, ao alterar a absorção de cálcio, leva a fraqueza muscular e óssea, facilitando à queda e a osteoporose com consequente fratura de bacia e/ou vertebral, que em pessoas idosas pode, pela imobilização prolongada, levar a morte. Entretanto, desde o último quarto do século passado, depois de ter sido associado ao câncer de pele, o sol passou a se execrado, temido e evitado. As recomendações e alertas sobre seus “malefícios” passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas e foram endossadas por entidades acreditadas e respeitadas mundialmente, como a própria Organização Mundial de Saúde que, em 1992, concluiu que a radiação UV é fator de risco para o câncer de pele. “O sol dá câncer de pele”. Esta foi e tem sido a frase aterrorizadora que, mesmo sem a necessidade de algum complemento ou explicação, faz com que a maior parte das pessoas passe a usar proteção contra seus raios. Isto ficou ainda pior com as consequências que viriam do “buraco na camada de ozônio”. Todos nós íamos morrer de câncer e sapecados pelo sol. “Vamos salvar as nossas crianças!”. “Cubram as quadras esportivas”, “cubram as piscinas”; “não deixe ninguém sair de casa sem protetor solar”. As moças já não queriam o “corpo dourado”. Ficaram pálidas e passaram a pintar o cabelo. Viramos um país de “loiras”.
Porém, nada melhor “que um sol depois do outro”. O tempo passou e alguns estudos, já neste século, começaram a por em dúvida a afirmação categórica da culpa do sol em todas as situações e em todas as pessoas. Mostraram que, embora o sol seja um fator de risco para o aparecimento do câncer de pele, o melanoma (o câncer de pele que pode levar à morte) ocorre em pessoas com predisposição genética, principalmente em pessoas com pele muito clara, ruivas, ou com grande número de nevos (pintas) na pele e que já sofreram repetidas queimaduras solares1 . Mostraram, também, que “a incidência de melanoma está associada ao aumento do índice UV e baixa latitude e somente em brancos não-hispânicos” 2 . Mostraram, ainda, que os cânceres mais benignos (basocelular e de células escamosas) ocorrem com mais frequência em pessoas de pele muito clara e com exposição crônica e repetidas queimaduras solares3 . Também neste século estudos chamaram a atenção para a deficiência de vitamina D em diversos países. No Brasil, alguns estudos mostraram um alto grau de deficiência em várias cidades pesquisadas: São Paulo com taxas de até 96%; Curitiba com 90,6%; Rio de janeiro com 67%; Belo Horizonte com 42%; Recife com 66%; Vitória com 42%; João Pessoa com 33%.(Apud – Sergio S. Maeda et al.)4 . A descoberta recente de um receptor da vitamina D em diferentes células do organismo levantou a possibilidade de que ela pudesse também ter efeito protetor sobre essas células5 . Além disso, três recentes revisões sistemáticas mostraram benefícios da Vitamina D. Uma sugere que pessoas com deficiência de vitamina D têm maior índice de mortalidade6 , outra que a vitamina D diminui o índice de quedas em pessoas idosas7 e outra mostra o benefício da vitamina D na diminuição de resfriados8 . Esses fatos – déficits de vitamina D e benefícios da suplementação de vitamina D - talvez sejam os causadores do aumento exponencial da prescrição de vitamina D que vem ocorrendo nos últimos tempos. Grande parte da população (desde crianças a idosos) passou a tomar a vitamina D por via oral. Isto é, grande parte da população está comprando vitamina D. Se sabemos que a principal fonte de síntese da vitamina D é o sol, por que estão comprando quando basta sair ao sol??. A resposta está no excessivo medo que nos impuseram sobre a possiblidade de o sol provocar câncer. A Sociedade Brasileira de Dermatologia chega mesmo, como em seu último Consenso, a quase proibir qualquer exposição ao sol. A recomendação é tão radical e fundamentalista que, no mínimo, as mulheres deveriam usar burca e as crianças deveriam voltar para dentro do útero o só saírem depois de mais nove meses, e já lambuzadas de protetor solar e todas tomando vitamina oral9 . A Sociedade Brasileira de Endocrinologia, embora reconheça e enfatize a importância do sol, em seu Consenso, entretanto, só recomenda a reposição oral4 . Infelizmente, o fato de o Autor principal e de alguns coautores do Consenso serem palestrantes e receberem pagamento de duas indústrias que fabricam e comercializam a Vitamina D fragiliza muito essa recomendação.
Acredito que as Sociedades médicas e mesmo a OMS, diante das novas evidências, poderão, em pouco tempo, mudar a recomendação de que nenhum sol deve ser permitido para algum sol deve ser permitido.
É natural que, depois de tantas informações sobre os malefícios do sol, as pessoas continuem com medo. O sol realmente é um fator de risco (principalmente quando causa queimaduras), entretanto a falta dele é outro sério fator de risco especialmente para crianças e adolescentes. Então qual é a exposição segura? Qual deve ser a dose de radiação considerada segura para a síntese de vitamina D sem que provoque queimadura com consequente risco de câncer de pele? Já começaram a surgir alguns oportunistas que tentarão tirar seu dinheiro. Já tem gente vendendo “doses de sol”. Estão prescrevendo o uso do sol ou de radiação UVB sob supervisão. Oferecem segurança contra seus malefícios, síntese de vitamina D e você ainda “pega uma cor”. Ninguém precisa pagar para isso.
O que as pessoas precisam saber é que para diferentes tipos de pele serão necessários diferentes tempos de exposição e que qualquer coisa que influencie a penetração do raio UVB na pele pode alterar a produção de Vitamina D. Assim, quanto mais escura for a tonalidade (mais melanina) e mais protegida estiver a pele (protetor solar, roupa, nuvens etc.) menor será a penetração e menor a formação de vitamina D. Quanto mais clara, maior a penetração e menor deverá ser o tempo de exposição. Na dependência da sensibilidade à radiação solar, a Dermatologia classifica a pele em seis diferentes tipos que vai do Tipo I (pele muito clara, com pouca ou nenhuma melanina, que quando exposta ao sol por cerca de 40 - 60 minutos fica vermelha, irritada e não bronzeia) até pele do Tipo VI (pele escura e com muita melanina que nunca fica vermelha ou irritada e que aumenta a tonalidade com o sol). Uma pele muito clara que fica irritada, vermelha, mas que consegue ficar ligeiramente bronzeada é do Tipo II, a do Tipo III é semelhante ao I e II, porém consegue um bronzeamento mais intenso. As dos Tipos IV e V são semelhantes a VI, porém com menos melanina, não ficam irritadas ou vermelhas e aumentam facilmente o bronzeado10 . É importante que a população conheça esta classificação para fazer a sua própria dosagem segura de radiação.
Algumas pesquisas mostram que basta cerca de 10 a 20 minutos de exposição solar para se manter um nível adequado de vitamina D 11-13 . Pesquisadores da Noruega propõem o uso de uma calculadora que, embora não tenha ainda sido validada no Brasil, serve como um parâmetro mínimo para que cada pessoa possa fazer seu próprio calculo14 . https://fastrt.nilu.no/VitD_quartMED.html
Todo esse volume de novos estudos provocará novas discussões e novos direcionamentos em relação à exposição solar, vitamina D e câncer. Todavia, fica claro, que a reposição pela exposição solar é a mais fácil e a mais barata. A minha recomendação é: o Sol faz bem, porém use com moderação.
*Médico, Prof. Associado/Faculdade de Medicina/UFMT (aposentado) Doutor em Medicina Interna e Terapêutica
(1)Nielsen K, et al. A prospective, population-based study of 40,000 women regarding host factors, UV exposure and sunbed use in relation to risk and anatomic site of cutaneous melanoma. Int J Cancer. 2012;131(3):706-15. (2) Eide MJ et al. Association of UV index, latitude, and melanoma incidence in nonwhite populations--US Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER) Program, 1992 to 2001. Arch Dermatol. 2005;141(4):477-81. (3) Zanetti R et al. Comparison of risk patterns in carcinoma and melanoma of the skin in men: a multi-centre case-case-control study. Br J Cancer. 2006;94(5):743. (4) Sergio S.Maeda et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D Arq Bras Endocrinol Metab vol.58 no.5 São Paulo July 2014. (5) Holick MF. Biological Effects of Sunlight, Ultraviolet Radiation, Visible Light, Infrared Radiation and Vitamin D for Health. Anticancer Res. 2016;36(3):1345-56. (6) Bjelakovic G et al. Vitamin D supplementation for prevention of mortality in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Jan 10;(1):CD007470. (7) Kalyani RR, et al. Vitamin D treatment for the prevention of falls in older adults: systematic review and meta-analysis. J Am Geriatr Soc. 2010;58(7):1299-310. (8) Martineau AR, et al. Vitamin D supplementation to prevent acute respiratory tract infections: systematic review and metaanalysis of individual participant data. BMJ. 2017;356:i6583. (9) Schalka S et al. Brazilian Society of Dermatology Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89(6 Suppl 1):1-74. (10)Fitzpatrick TB The validity and practicality of sun-reactive skin types I through VI. Arch Dermatol. 1988;124(6):869-71. (11)Chuck A et al. Subliminal ultraviolet-B irradiation for the prevention of vitamin D deficiency in the elderly: a feasibility study.Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2001;17(4):168-71. (12)Reid IR et al. Prophylaxis against vitamin D deficiency in the elderly by regular sunlight exposure. Age Ageing. 1986;15(1):35- 40. (13)Holick MF. Sunlight and vitamin D for boné health and prevention of autoimmune diseases, cancer, and cardiovascular disease. Am J Clin Nutr. 2004;80(6Suppl):1678S-88S. (14)Webb, A.R. and O. Engelsen (2006) Calculated Ultraviolet Exposure Levels for a H ealthy Vitamin D Status. Photochemistry and Photobiology. 82(6), 1697-1703
Eu não vou renunciar; se quiserem, me derrubem’, afirmou o presidente Michel Temer ao Jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (22). Se ele não renuncia, o poder de tirá-lo está nas mãos da classe trabalhadora. Vamos ocupar Brasília nesta quarta-feira (24) e exigir o fora Temer e os corruptos e acabar de vez com as reformas trabalhista e previdenciária.
Não vamos dar sossego para essa corja de corruptos. A CSP-Conlutas está preparando caravanas em ao menos 16 estados do país. Um informe parcial sinaliza a presença de cerca de 7.500 pessoas só da base da Central.
Em São Paulo, estão previstos mais de 70 ônibus, no Rio de Janeiro a caravana será de 30 ônibus, Em Minas Gerais, cerca de 20 ônibus estão sendo organizados. Ao todo, são pelo menos 160 ônibus de 16 estados, segundo levantamento parcial. Para participar da caravana da Central é preciso entrar em contato com respectivas regionais e estaduais da CSP-Conlutas.
As demais centrais sindicais estão mobilizando suas bases também e ao todo são esperadas cem mil pessoas em Brasília.
Ontem (21), as Centrais Sindicais fizeram um esquenta para a marcha com atos em 17 estados. Este dia de mobilizações é parte da construção do #OcupeBrasília e só o começo de muita luta.
Lama de corrupção
O presidente está enrolado até o pescoço em delações dos empresários da JBS de envolvimento na Lava Jato e tem a coragem de se manter no cargo que usa para garantir seus privilégios e de seus amigos empresários e banqueiros.
A delação da JBS anunciada na noite da última quarta-feira (17), que comprova o envolvimento do presidente Michel Temer (PMDB) na compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso em outubro de 2016, derruba a cortina de fumaça que escondia o grau de envolvimento deste governo com a corrupção.
Essa delação comprova que as reformas e os projetos propostos pelo governo Temer estavam vinculados a um grande esquema que atendia somente a interesses próprios. E as reformas trabalhista e da Previdência são ferramentas para a permanência desse projeto em que os beneficiados são banqueiros, grandes empresas e o agronegócio, tudo à base da corrupção.
Diante dos fatos expostos, a CSP-Conlutas reafirma que nem Michel Temer nem os políticos do Congresso Nacional têm moral para aprovar ou mesmo pautar projetos que retirem direitos e rebaixem conquistas dos trabalhadores. Depois da ocupação de Brasília, o próximo passo é chamar a greve geral 48 horas e parar o Brasil.
Fonte: CSP Conlutas
Nenhum direito a menos! A Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN aprovou durante Assembleia Geral Extraordinária uma paralisação das atividades nesta quarta-feira (24/05). A deliberação ocorreu nesta segunda-feira (22/05), no auditório do sindicato, e reforça à bandeira da necessidade de que todos ocupem as ruas contra as reformas trabalhista, da previdência e terceirização.
Na pauta de discussões constavam a mobilização em Brasília, dia 24/05, e as atividades paralelas a serem realizadas dentro do campus da UFMT, em Cuiabá. Na data, os professores irão fazer panfletagem nas duas guaritas da universidade.
Já para o grande ato em Brasília, #OcupeBrasília, a Adufmat levará quatro ônibus, que sairão de Sinop (1), Barra do Garças (2) e Cuiabá (1). Quem ainda não confirmou participação deverá entrar em contato com um dos dirigentes da entidade. Em Cuiabá, a saída está marcada para as 14h de terça-feira (23/05).
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFMT (Sintuf), também disponibiliza ônibus para o evento com saída prevista às 10h.
Informes
Durante a assembleia geral, a professora Ciências Sociais da UFMT, Alair Silveira, também integrante do Grupo de Trabalho Política de Formação Sindical (GTPSF), aproveitou o espaço dos informes da assembleia para ler uma carta ‘Denúncia dos trabalhadores da Adufmat-Ssind’, na qual os trabalhadores da entidade relatam casos de assédio moral cometidos por professores da própria base.
Em um dos trechos do documento, os servidores relataram que um professor aposentado se excedeu nas investidas para conseguir um vídeo. Ele solicitou a um funcionário e, ao saber que deveria fazer a solicitação por escrito, disse que não o faria, e que era para deixar o material pronto que ele viria buscar, em tom de “me obedeça”.
“Em nome da diretoria, colocamos de maneira categoria que não vamos admitir esse tipo de desrespeito aos funcionários das entidades. Essa diretoria está comprometida em lutar contra qualquer tipo de assédio, moral ou sexual, seja ele entre os docentes ou docentes e servidores”, afirmou categoricamente a professora Alair Silveira.
O tema, polêmico, será retomado na próxima assembleia da Adufmat.