JUACY DA SILVA*
O Fórum Econômico Mundial, acaba de lançar a 13a. Edição de sua avaliação dos riscos globais que, segundo aquela entidade, devem fazer parte do cenário mundial neste ano de 2018, o chamado, em inglês, “The Global Risks Landscape 2018”, um relatório que merece ser lido por todos que se preocupam com os destinos da humanidade e de seus países.
Na elaboração desses relatórios anuais o Fórum Econômico Mundial leva em conta diversas fontes de dados oficiais e extra oficiais de todos os países e procura incluir também estudos de tendências que são feitos por outros organismos internacionais como a ONU e suas diversas agências; os Bancos Mundial (BIRD), Interamericano de Desenvolvimento (BID), o FMI e outros mais.
A base da metodologia é uma matriz de impactos cruzados e modelos matemáticos que possibilitam avaliar tanto a probabilidade de ocorrência quanto os impactos que esses riscos podem oferecer caso ocorram e o que isto significa em termos de sociedades locais, países, regiões, continentes , enfim, o mundo como um todo, tendo em vista as interrelações que existem na atualidade em mundo globalizado e ainda as velhas disputas por hegemonia politica, econômica, tecnológica e cultural.
Neste modelo de matriz de impactos cruzados, o que podemos imaginar como realidade global, tem quatro quadrantes e dois grandes eixos, um horizontal e outro vertical. Esses quatro quadrantes são os seguintes: A) riscos de alto impacto com alta probabilidade de vir a ocorrer neste ano de 2018; B) Riscos de alto impacto, mas com baixa probabilidade de ocorrer; C) Riscos com baixos impactos, mas com alta probabilidade de ocorrer; e, D) Riscos com baixos impactos e baixa probabilidade de ocorrer neste ano.
O segundo passo, é situar esses riscos e hierarquiza-los em uma escala, de um a dez, ou seja, são selecionados os dez riscos de maior impacto e os 10 riscos com as maiores probabilidades de ocorrer; é feito também outra seleção com apenas cinco riscos, tanto em termos de impactos quanto de probabilidade de ocorrer.
A finalidade dessa classificação é para contribuir no esforço global, mundial para enfrentar grandes desafios que afetam, direta ou indiretamente, diversos países, regiões e também orientar tanto as ações dos governos nacionais, estaduais, provinciais e locais, quanto dos diversas organismos internacionais, como os apontados inicialmente ou facilitar as negociações conduzidas no cenário internacional, como por exemplo, acordos comerciais globais; acordos do clima, discussões sobre a não proliferação de armas de destruição em massa, o que fazer diante de catástrofes naturais ou humanas e assim por diante.
Os riscos são classificados em cinco dimensões: econômicos; ambientais; geopolíticos; societários e tecnológicos e levam em conta 32 variáveis e suas diversas interconexões, consequências e a capacidade de gerar o agravamento de um cenário de profunda instabilidade social, econômica, politica ou geopolítica, regional ou mundial, incluindo a falência de estados nacionais ou regionais.
Os dez principais de riscos com probabilidade de ocorrerem em 2018, são: 1) Eventos climáticos extremos; 2) Desastres naturais de grandes impactos; 3) Ataques cibernéticos em larga escala/Guerra cibernética; 4) Fraudes e roubos virtuais de grandes massas de dados e informações; 5) Falência dos acordos do clima e que se referem às ações de mitigação, constantes do acordo de Paris, 2017; 6) Migrações nacionais e internacionais em larga escala, motivadas por conflitos étnicos, religiosos, políticos ou decorrentes de desastres naturais; 7) Desastres naturais provocados pelo homem/sociedade; 8) ataques terroristas; 9) Comércio ilegal, contrabando, pirataria e falsificação de produtos; 10) Bolhas econômicas e financeiras nas principais economias, como EUA, China, União Europeia; G7, BRICs e G20.
Já os riscos com maiores ou piores impactos são: 1) Uso de armas de destruição em massa; 2) Eventos climáticos extremos; 3) Grandes desastres naturais; 4) Falência dos acordos do clima; 5) Crise da água, uso doméstico, industrial, agrícola, geração de energia, redução dos índices de chuva e dos reservatórios, poluição, morte dos rios e dos mares; 6) Ataques cibernéticos/Guerra cibernética em larga escala afetando sistemas complexos e grandes redes como de energia, transportes e logística, telecomunicações, Sistema bancário, sistemas de segurança aérea e terrestre e de defesa nacional e outros mais; 7) Crise alimentar, afetando sistemas de produção, industrialização e distribuição e também escassez de alguns produtos vitais para o consumo; 8) Colapso de ecossistemas e grandes perdas de biodiversidade decorrente de grandes desmatamentos, grandes incêndios, desastres naturais ou provocados pela ação humana; 9) migrações nacionais ou internacionais em larga escala; 10) Surto de doenças infectocontagiosas ou de massa que possam causar pânico e acarretar mortalidade em larga escala.
Como estamos em ano eleitoral no Brasil, seria muito oportuno que os partidos e candidatos, tanto a nível nacional quanto estaduais refletissem um pouco mais sobre qual o cenário mundial para este ano e para os próximos cinco anos e como nossos estados e o Brasil estão ou estarão inseridos neste contexto de riscos e oportunidades.
Chega de improvisação e de promessas vazias ou inexequíveis, que servem apenas para enganar os eleitores e aprofundar o caos e a crise em que vivemos na atualidade no Brasil e em todos os Estados, fruto da demagogia, do fisiologismo, da corrupção e da incompetência que marcam a politica brasileira.
No Brasil talvez nosso maior risco em 2018 seja os eleitores continuarem votando em candidatos corruptos, ficha suja e incompetentes, o impacto deste tipo de escolha já é bem conhecido e as consequências altamente desastrosas. Só não vê quem não quer. A continuar assim caminhamos para o precipício!
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversas meios/veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com