Após gravarem um vídeo em apoio à luta dos trabalhadores rurais do município de Anapu, no sudoeste do Pará, o diretor-geral da ADUFPA, Gilberto Marques, e o professor do campus da UFPA em Altamira, Anderson Serra, passaram a ser intimidados e coagidos por ruralistas e fazendeiros da região da Transamazônica.
Em mensagens e áudios vazados por aplicativos de celular na última terça-feira, 10, os docentes são chamados de bandidos, vagabundos e acusados de promover a desordem e incitarem ocupações de terras. Os ruralistas chegam a citar, estranhamente, casos de lideranças que foram assassinadas mesmo tendo “costas quentes”, e defendem que Gilberto Marques e Anderson Serra sejam enquadrados na Lei de Segurança Nacional (LSN).
Na troca de mensagens vazadas, os ruralistas ainda afirmam que irão repassar o vídeo a uma pessoa chamada Xavier – provavelmente Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura do Pará (Faepa) –, para que ele dê entrada a uma representação judicial contra os docentes. Não é possível identificar os autores das mensagens e áudios.
As intimidações e coações aos docentes começaram após uma visita à comunidade Flamingo, em Anapu, quando Gilberto Marques e Anderson Serra gravaram um vídeo condenando a violência no campo e defendendo a vida dos agricultores e a Reforma Agrária, para que os trabalhadores rurais possam ter direito de plantar e colher em paz.
As mensagens e áudios já foram repassadas à Assessoria Jurídica da ADUFPA e à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para o devido acompanhamento. Uma reunião com o Ministério Público Federal (MPF) de Altamira também está agendada para esta sexta-feira, 13.
Segundo o professor Gilberto Marques, o clima no local é tenso. “Apesar da apreensão, há muita disposição para a luta. Movimentos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e de agricultores estão organizando lutas na Amazônia e seguiremos dando nosso apoio”, afirma Gilberto, que está na região ministrando disciplinas pela UFPA.
Uma nota de solidariedade aos docentes foi lançada por dezenas de entidades. No documento, as organizações cobram que os conflitos na comunidade Flamingo sejam solucionados, garantindo às famílias o direito à terra. “Essa situação de violência em Anapu e região Trans-Xingu faz-nos sentir coagidos, intimidados e com nossas vidas ameaçadas, cerceando o nosso direito de defesa daqueles que mais precisam. Não podemos ser vistos como criminosas e criminosos ou transgressores da lei só porque nos colocamos ao lado de trabalhadores e trabalhadoras da terra e por não concordarmos com o latifúndio, que por décadas vem fomentando a violência no campo e ceifando muitas vidas”, afirma a nota, que também é assinada pela ADUFPA.
Anapu acumula anos de conflitos agrários
O município de Anapu acumula conflitos pela terra e assassinatos no campo há décadas. Em 2005, a missionária norte-americana Dorothy Stang foi executada quando lutava pela constituição dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Em 2018, outra liderança religiosa, Padre Amaro, foi criminalizado e preso no Presídio de Altamira. E mais recentemente, neste mês de dezembro, o agricultor Márcio Reis e o conselheiro tutelar Paulo Anacleto foram assassinados. Ambos, tinham ligação com a luta pela terra na região.
Um dos pontos atuais de maior tensão fica no travessão da comunidade Flamingo, onde uma grande área de terra, originalmente pública, está sob o controle de um único fazendeiro. Os trabalhadores rurais se assentaram em uma pequena parte dessa área (lotes 96 e 97) e ganharam na Justiça o direito à posse da mesma, que ordenou que o fazendeiro se retirasse destes lotes.
O prazo inicial para isso foi de dois meses, mas o fazendeiro permanece na área. Ele conseguiu estender o prazo por mais dois meses e, no último dia 5 de dezembro, junto com a Polícia Civil, prendeu dois trabalhadores rurais sob a acusação de crime ambiental, quando eles faziam uma cerca para impedir que os gados do fazendeiro comessem a plantação das famílias.
Entre os novos ameaçados de morte na área está Erasmo Teófilo, uma jovem liderança da comunidade Flamingo, cadeirante, que no mês de outubro denunciou as ameaças que vem sofrendo durante o Seminário “Amazônia, entre saques e resistências”, promovido pela ADUFPA no campus da UFPA em Belém.
A falta de respostas do poder público diante das ameaças tem feito fazendeiros e grileiros avançarem em suas intimidações, não respeitando mais sequer atividades que ocorrem dentro dos espaços da UFPA. No último mês de novembro, eles invadiram o evento “Amazônia, centro do mundo”, no campus de Altamira, que reunia indígenas, ribeirinhos, agricultores e outros trabalhares rurais para discutir formas de preservar a floresta, os rios e a vida. “Se o governo de ultradireita e latifundiários é forte, mais forte seremos nós se conseguirmos a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil”, aponta Gilberto Marques, defendendo o fortalecimento das redes de solidariedade e afirmando que a ADUFPA permanece firme nas lutas em defesa dos direitos dos povos da Amazônia.
Fonte: Adufpa-Ssind
Fotos: Divulgação
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, adiou o julgamento da ação que questiona o índice de correção do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A sessão estava prevista para ocorrer nesta quinta-feira (12), mas Toffoli cancelou o julgamento e não marcou uma nova data, na prática, empurrando a discussão somente para 2020.
A ação questiona o uso da TR (Taxa Referencial) como fator de correção dos depósitos das contas vinculadas do FGTS. Hoje, o saldo do fundo é corrigido pela TR mais 3% ao ano. Esse cálculo sequer cobre as perdas geradas pela inflação. Estima-se que no período de 1999 a 2013 a diferença entre os rendimentos do FGTS e a inflação pelo INPC seja de 68%.
Segundo a ação, a correção pela TR viola o direito de propriedade, o direito dos trabalhadores ao fundo e o princípio da moralidade administrativa – todos previstos na Constituição Federal, ao não garantir sequer a reposição das perdas inflacionárias.
A ação a ser julgada pelo STF foi ajuizada pelo partido Solidariedade, mas são diversos processos ajuizados em todo o país, seja de forma coletiva ou individual, que esperam esse julgamento, que terá efeitos sobre todos. Há ações que pedem que o FGTS passe a ser corrigido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ou pelo IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Especial).
Pressão do governo Bolsonaro
A AGU (Advocacia Geral da União) já manifestou ser contra a possível mudança no indicador e fez ofensiva em gabinetes na tentativa de evitar o pagamento de, pelo menos, R$ 381 bilhões aos trabalhadores com a troca da TR por outro índice. A Procuradoria Geral da República também não quer a mudança.
“O governo Bolsonaro faz discurso em torno da liberação do saque de R$ 500 como se fosse a salvação para os trabalhadores, uma grande parte enforcada com dívidas ou inadimplentes. Mas o adiamento dessa ação biolionária sobre a correção do FGTS, que poderia beneficiar milhões de trabalhadores, tem o dedo do governo, que agiu para evitar o julgamento”, critica o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.
“O FGTS é um patrimônio dos trabalhadores, um direito, que vem sendo corroído pela inflação, sem contar estar no alvo do governo que já mostrou ser a favor do fim deste direito dos trabalhadores, ao propor, por exemplo, na MP 905 a redução drástica dos depósitos aos trabalhadores. Portanto, somente a luta e a pressão dos trabalhadores poderá garantir que o governo e até o Judiciário respeitem esses direitos”, concluiu Mancha.
Fonte: CSP-Conlutas
O Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas realiza nos dias 14 e 15 de dezembro o Seminário Nacional “Lutar unificados para avançar na reorganização e enfrentar o neoliberalismo”. O evento ocorre no Centro de Formação do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), na capital paulista.
A programação do Seminário Nacional contará com mesas que debaterão a conjuntura brasileira, os desafios para as entidades e organizações classistas, o mundo do trabalho e a organização da classe trabalhadora no Brasil e, também, sobre o Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (Enclat).
De acordo com a Circular nº 525/19, as seções sindicais do ANDES-SN que enviarem representação ao Seminário têm até quinta-feira (12) para preencher o formulário e enviar à Secretaria do ANDES-SN (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.). Acesse aqui o formulário.
Fórum
Em fevereiro deste ano, o ANDES-SN participou do lançamento do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas. A participação no Fórum foi uma deliberação do 38º Congresso ANDES-SN. Além do Sindicato Nacional, compõem o Fórum movimentos sociais, sindicais, estudantis e organizações políticas da cidade e do campo.
Serviço
Seminário Nacional “Lutar unificados para avançar na reorganização e enfrentar o neoliberalismo”
Data: 14 e 15 de dezembro (sábado e domingo)
Horário: 8h no sábado e 9h no domingo
Local: Centro de Formação do Sinpeem
Endereço: Rua Guaporé, 240 – Metrô Armênia, na cidade de São Paulo.
Em reunião conjunta entre os Setores das Instituições Federais de Ensino (Ifes) e Instituições Estaduais e Municipais de Ensino (Iees/Imes), na última semana (4), em Brasília, os docentes das seções sindicais do ANDES-SN se posicionaram favoráveis ao estado de greve a partir do início do primeiro semestre letivo de 2020. O objetivo é fortalecer uma unidade de ação no setor da educação nacional.
Na avaliação dos docentes é necessário ampliar a mobilização diante da conjuntura de fortes ataques dos governos federal, estaduais e municipais à educação pública, aos serviços e servidores públicos e à classe trabalhadora em geral. Uma rodada de assembleias foi realizada em novembro e início de dezembro para pautar o estado de greve.
“O estado de greve é uma sinalização da base do Sindicato Nacional de que tem disposição para construir um movimento paredista em 2020”, disse Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN.
Segundo Gonçalves, tanto no âmbito federal quanto estadual, os docentes vêm sendo ignorados pelos governos com relação à pauta de reivindicações. “Esse ano ocorreram três greves nas instituições estaduais em decorrência dos ataques aos direitos da categoria docente e da indisposição dos governos em negociar. No setor das Federais não foi diferente, pois enfrentamentos resistência do governo até em receber o Sindicato Nacional”, afirma.
Encaminhamentos
Entre os encaminhamentos da reunião conjunta estão que a diretoria nacional escreva uma nota e publique no site do ANDES-SN esclarecendo o que é estado de greve e qual a sua finalidade; que as seções sindicais construam a pauta para a Greve Geral da educação considerando a reposição das perdas salariais, a revogação da Emenda Constitucional 95/16, a recomposição do orçamento público para as IES, a rejeição as PEC 186, 187 e 188, ao Future-se; e, ainda, a luta em defesa da Autonomia Universitária e da Liberdade de Cátedra. A pauta deverá ser divulgada em atos públicos, mídias locais, redes sociais, assim como em semanas temáticas com palestras, faixas, panfletos, plenárias ampliadas. Além disso, que as seções organizem movimentos amplos em defesa da universidade pública com estudantes e técnico-administrativos para formação de comandos locais unificados de mobilização e também se reúnam em fóruns federais, estaduais e municipais de servidores públicos, entre outros encaminhamentos.
“É importante que as seções sindicais debatam o estado de greve como um instrumento de luta e resistência diante dos ataques aos nossos direitos”, finalizou o presidente do Sindicato Nacional.
O que é o estado de greve?
O estado de greve se diferencia do indicativo de greve e da deflagração da greve. É aprovado pelos trabalhadores para alertar os governantes sobre a possibilidade de deflagração de uma greve. Assim, o estado de greve figura como momento de reflexão, debate e mobilização em torno de um processo que pode vir ou não a culminar em uma greve, aqui compreendida como instrumento legal e legítimo diante de reivindicações.
Confira o relatório completo da reunião aqui
Fonte: ANDES-SN
A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária a se realizar:
Data: 13 de dezembro de 2019 (sexta-feira)
Local: AUDITÓRIO DA ADUFMAT
Horário: às 13h30 com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes.
Pontos de Pauta:
1 - Informes;
2 - Análise de Conjuntura;
3 - Análise da PEC Emergencial 186;
4 - Eleição pra reitor;
5 - Convênios com o comércio;
6- Ação civil pública sobre 20/40 horas.
Cuiabá, 10 de dezembro de 2019.
Aldi Nestor de Souza
Diretor Geral da ADUFMAT-Ssind
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Roberto Boaventura da Silva Sá
Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP
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Para os mato-grossenses, 2019 é daqueles anos marcantes: Cuiabá, sua capital, completa 300 anos; sua universidade federal (a UFMT), 49.
Dito assim, tudo poderia ficar apenas no calor dos aplausos. Todavia, a UFMT tem buscado marcar este momento com homenagens valorizadoras da identidade do “povo cuiabano”. Assim, destaco um título já concedido e uma demanda ainda em curso na Instituição.
Em meados de novembro, o Conselho Superior da UFMT outorgou o título de Dra. “Honoris Causa” a Domingas Leonor da Silva. Hoje, dia 10/12, no Teatro Universitário, ocorre a cerimônia pública da homenagem.
No início dos anos 90, recém-chegado em Cuiabá, durante viagens a diversas cidades de MT para o compartilhamento de saberes acadêmicos e populares com trabalhadores da educação, conheci a Domingas, que simplesmente me ensinou a amar esta terra, esse povo, essa cultura.
Mas quem é Domingas?
Uma cuiabana de descendência indígena que, provavelmente num dia de sol, nascera em 1954, na Comunidade de São Gonçalo Beira Rio. Desde cedo, absorvera os saberes herdados de seus pais e avós.
Nas palavras do prof. Fernando Tadeu, relator do processo de outorga, “os saberes da Sra. Domingas Leonor sobre o modo de viver do ribeirinho, os segredos da arte em cerâmica, da culinária regional e a manifestação disso tudo em poesia garantem a preservação, transformando em arquivo vivo uma fonte de oralidade das mais preciosas”.
Em 1993, Domingas fundou o “Flor Ribeirinha”, o grupo de dança que já fez franceses, alemães, belgas, chineses e turcos assistirem ao siriri e ao cururu, duas das maiores expressões culturais de MT. Na Turquia, o grupo foi campeão mundial do Festival Internacional de Arte e Cultura.
Que honra ter podido participar também desse momento! A Dra. Domingas Leonor, agora mais do que nunca ao nosso lado, só nos enriquece, nos enche de orgulho.
Por outra sorte, o primeiro título de “Notório Saber” que já poderia ter sido concedido na UFMT, ainda se arrasta nos meandros da burocracia, que, aliás, pode estar escondendo ações (ou omissões) indevidas.
Explico: desde 2016, o professor Abel Santos Anjos Filho vem pleiteando o título de Dr. Notório Saber. Infeliz e imprudentemente, há quem lhe indique o percurso convencional para a obtenção do título de doutor.
Aqui, advirto para a possibilidade de preconceitos diante da solicitação desse colega. O convencional é para os convencionais, que são muitos. A notoriedade é para os notórios, que são poucos. Simples assim. As produções acadêmicas e artísticas do professor Abel se encaixam na notoriedade. Ademais, seu pleito é legal.
Abel pertence ao grupo dos primeiros colegas que tive no Instituto de Linguagens. De cara, passei admirá-lo como artista buscando valorizar a arte e a cultura populares de MT. Logo depois, a respeitar também sua trajetória acadêmica, pois foi ele o primeiro a levar os signos mais representativos de nossa cultura regional ao exterior.
E seu percurso artístico/acadêmico tem sido profícuo. Até o momento, são quatro livros publicados, além de diversas composições de obras musicais eruditas, sacras e populares. Do conjunto, destaco a “Sinfonia Pantaneira”, primeira obra, no mundo, para viola de cocho e orquestra.
Em 1995, Abel foi escolhido como um dos personagens do Programa “Gente que faz”, da Rede Globo/Bamerindus. Assim, produziu e compôs arranjos musicais de 26 CD’s sobre a cultura regional, com destaque às manifestações do cururu e siriri.
Na condição de palestrante, em 1996, foi recebido pelas universidades portuguesas do Porto, Aveiro e Évora. Em Paris, apresentou-se a um grupo de Etnomusicólogos da Sorbonne.
Lá mesmo, um ano depois, no “Musée de L’Homme”, mas na condição de concertista, realizou um concerto-palestra na abertura da temporada de Primavera de Paris. Ao final, em nome de todos nós, presentou o museu com um exemplar da viola de cocho; faltava esse instrumento naquele espaço. Não falta mais.
Na sequência, recebeu uma bolsa de investigação científica pela Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa, o que lhe possibilitou realizar pesquisas sobre a viola de cocho em território europeu. Isso se encontra documentado no Livro/CD “Uma Melodia Histórica”, de 2002.
Portanto, após o importante “honoris causa” a Domingas Leonor, a UFMT, infelizmente, fechará 2019 com o débito do “Notório Saber” ao professor Abel.
Espero que a dívida seja reparada em 2020, estando sua importante presença na centralidade das comemorações dos 50 anos da Instituição. Assim, gostaria de vê-lo aplaudido não somente porque poderá abrilhantar – como tem feito há décadas – mais uma cerimônia da UFMT, mas porque todos os presentes terão reconhecido seu notório e notável saber.
Em tempo: o ex-reitor Paulo Speller, na cerimônia do dia 10, recebeu o título de Emérito da UFMT.
A Adufmat-Ssind torna pública a lista dos candidatos que deverão comparecer à fase de entrevista do processo seletivo para estagiários na área da Comunicação. As entrevistas serão na próxima quarta-feira, 11/12, conforme os horários indicados abaixo.
Obs: o sindicato solicita que os candidatos da área de Jornalismo apresentem, na ocasião, alguns textos de sua autoria.
VERÔNICA DA ROCHA PAULINO - 14h
KARINA DE CAMPOS ALVES - 14h20
DARLAN EDUARDO DA SILVA - 14h40
LAYSE KAROLLINE DE OLIVEIRA ÁVILA - 15h
ISADORA PEREIRA DIAS - 15h20
BEATRIZ SANTOS DOS PASSOS - 15h40
IGOR MATOS DE ALMEIDA - 16h
JOÃO PEDRO SILVA CASTRO - 16h20
Clique no arquivo anexo abaixo para ler o documento.
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“Carteira verde e amarela? Essa não quero não”. Assim reagiu em tom de brincadeira uma trabalhadora metalúrgica de São José dos Campos (SP) ao receber uma cartilha que explica os ataques da MP 905, medida editada no último mês de novembro pelo governo Bolsonaro. Muitos trabalhadores já começaram a se ligar que a MP que criou essa tal carteira verde e amarela é uma grande cilada que vai avançar na destruição dos direitos trabalhistas no país.
O episódio acima aconteceu nesta quinta-feira (5), em uma das assembleias realizadas na base do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região (SP), que atendeu ao chamado da CSP-Conlutas para a realização de um dia nacional de mobilização contra a MP 905 e os ataques do governo Bolsonaro e Mourão.
Em várias regiões do país, entidades e movimentos filiados à Central realizaram assembleias, panfletagens e protestos para marcar este dia de luta e denunciar a gravidade das medidas que vem sendo implementadas pelo governo de Bolsonaro.
Não só a MP 905, que instituiu a carteira verde e amarela que reduziu vários direitos, como outras medidas como as alterações na Constituição para retirar verbas da Saúde e Educação, desmonte dos serviços públicos, privatizações, criminalização do povo pobre, o genocídio da juventude negra nas favelas e periferias, os ataques ao meio ambiente, etc.
Em fábricas metalúrgicas e canteiros de obras da construção civil, em cidades como São José dos Campos (SP), Jacareí (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Betim, Juiz de Fora, São João Del Rei e Congonhas (MG), assembleias discutiram com os operários e operárias a necessidade de mobilizar para revogar a MP 905 e barrar os ataques do governo.
Em votações simbólicas, os trabalhadores repudiaram de forma massiva as medidas do governo.
A Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) foi outra entidade que realizou protestos em agências do INSS em várias regiões do país neste 5 de dezembro.
As mobilizações denunciaram o fim do Serviço Social no INSS e a MP 905. Houve distribuição de Carta Aberta à População denunciando os desmandos do governo Bolsonaro que atentam contra a vida da camada mais pobre da população. Teve mobilizações em Cascavel (PR), Ponta Grossa (PR), São Paulo (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Salvador (BA). À tarde haverá ato em Brasília.
No Rio Grande do Sul, no Vale dos Vinhedos, onde ocorreu a Cúpulas das Américas, com a presença de Bolsonaro, a CSP-Conlutas e professores em greve no estado realizaram um protesto nas proximidades do local da reunião, apesar do forte aparato militar de repressão.
“O governo Bolsonaro está prestes a completar um ano e todo dia é um ataque a mais, um direito a menos. É preciso reagir e este dia de luta organizado pela CSP-Conlutas visa informar os trabalhadores desta situação. Precisamos combater as fake news deste governo que descaradamente fala em geração de empregos, mas toma medidas que vão agravar o desemprego, a informalidade e a piora nas condições de vida do povo”, afirmou o dirigente da SEN Luiz Carlos Prates, o Mancha.
“Nos locais de trabalho os trabalhadores votaram contra a MP 905. É necessário ampliar a mobilização e exigir das outras centrais sindicais que convoquem uma Greve Geral para derrotar o projeto de entrega de direitos e da soberania do país pelo governo Bolsonaro”, afirmou.
Fonte: CSP-Conlutas