Quinta, 18 Abril 2019 10:25

 

Os trabalhadores terceirizados que fazem a limpeza da UFMT podem entrar em greve nos próximos dias. Com média salarial de R$ 1 mil, eles denunciam que ainda não receberam a remuneração do mês de março. Com medo de sofrer represálias, eles buscaram coletivamente o Sintuf-MT nesta quarta-feira (17) em busca de apoio e orientação.

 

“Os trabalhadores da limpeza recebem as menores remunerações da UFMT, é um salário mínimo. São companheiros que não possuem outra fonte de renda e dependem deste valor para sustentar a família. É mil reais para contas de energia elétrica, água, alimentação, remédios, e transporte. Um dia de atraso é aprofundar o caos financeiro destes trabalhadores. Vemos com muita tristeza e indignação este cenário de atraso. O Sintuf dará todo o apoio possível e cobrará resposta da administração da universidade”, destacou a coordenadora administrativa do Sintuf, Leia de Souza Oliveira.

 

Os trabalhadores denunciaram ter conhecimento que a Reitoria está escolhendo quais empresas pagar a cada mês e quais ficarão sem receber. Esta seria uma decisão administrativa. “A UFMT está sem recursos. O governo Bolsonaro cortou todo o recurso de custeio, e esse corte atinge justamente os mais pobres, as pessoas que trabalham na limpeza e segurança. O que assusta é o silêncio da Reitoria que concordo com os cortes”, comentou um trabalhador pedindo pra não ser identificado.

 

Uma reunião junto ao Seeac (Sindicato de todos os trabalhadores terceirizados de Mato Grosso) foi chamada ainda para esta quarta-feira (17). Eles devem avaliar a necessidade de greve cobrando o pagamento de salários. A administração da UFMT já foi oficiada pelo Sintuf sobre a situação.

 

Fonte: Daniel Dino, Sintuf/MT

Quarta, 23 Janeiro 2019 11:32

Atualizada às 13h35 do dia 23/01/19 

 

Os servidores públicos estaduais de Mato Grosso estão mobilizados para garantir alguns dos direitos mais básicos de qualquer trabalhador: salário em dia, reajuste de acordo com a inflação do período e décimo terceiro. Deliberadamente ameaçados pelo novo governador Mauro Mendes, já nos primeiros dias de sua gestão, centenas de trabalhadores que estão sem receber ocuparam a Assembleia Legislativa nessa terça-feira, 22/01, onde os deputados votariam projetos enviados pelo governador para alterar leis que dispõem sobre a Revisão Anual Geral (RGA), Previdência, entre outras despesas públicas.

 

Sem avançar no diálogo com os deputados, os servidores decidiram passar a noite no local, impedindo a votação. Ainda não há previsão de quando deixarão o prédio, e várias categorias já sinalizam início de greve, indicando uma possível greve geral dos servidores do estado.  

 

 

 

Após a ocupação do plenário pelos trabalhadores, os parlamentares se reuniram em outro espaço para conversar entre eles, sem a presença dos servidores. Há divergências sobre o local exato, mas alguns relatos apontaram que a reunião ocorreu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), que fica próxima à Assembleia Legislativa. Os manifestantes observaram que o local escolhido poderia indicar uma resposta aos servidores, que questionam as isenções fiscais concedidas pelo governo ao Agronegócio.

 

“O que nos assombra é esse discurso de que os servidores são responsáveis por uma crise que, inclusive, é questionável, porque nós estamos num dos estados mais ricos do país, um dos que mais cresce, conhecido internacionalmente como o celeiro do Brasil. Então onde está o retorno do Agronegócio, do empresariado para o estado? Essa tentativa de dizer para a população que o servidor é o culpado serve apenas para deslegitimar a nossa luta. Na audiência da semana passada para discutir a revisão Geral Anual, os próprios deputados apontaram que a receita que entrou nos primeiros 15 dias do ano já é suficiente para cobrir a folha de pagamento, mas isso não é prioridade do governo. Então, se existe, de fato, alguma crise no estado, isso deve ser provado, a população tem de saber quais são os dados reais, concretos dessa crise, que até o momento não apareceram”, afirmou a servidora Patrícia Acs.

 

Ainda na terça-feira, veículos de comunicação do estado anunciaram que os incentivos fiscais para as indústrias da soja, carne e bebidas, ou seja, a renúncia de impostos para esses setores alcançará a marca de R$ 1,1 bilhão em 2019.

 

 

De acordo com Acs, a forte reação dos trabalhadores é, também, fruto de cansaço. “Nós já vimos isso em outros governos. Sempre que se diz que é preciso cortar os gastos, o primeiro alvo é sempre os servidores, assim como no país todo sempre se procura cortar recursos que atenderiam os direitos dos trabalhadores em geral. Estamos cansados de vivenciar isso, de ter nossos direitos ameaçados a todo momento. E nós sabemos que esse é só o primeiro documento enviado à Assembleia pelo Mauro Mendes. Outros virão, porque isso faz parte de um projeto alinhado à privatização dos setores públicos. Se nós não resistirmos agora, outros direitos serão atacados”, disse a servidora.   

 

Um dos receios é a provável ofensiva aos planos de carreira. “A Educação tem os menores salários, se comparado a outros setores, e nós só temos o Plano de Carreira. Se atacam nosso Plano, que já é fruto de outras mobilizações, outras greves, nós perdemos tudo”, acrescentou a professora.

 

Alguns deputados eleitos para a próxima legislatura, que terá início no dia 1º de fevereiro, já manifestaram apoio publicamente aos servidores. No entanto, os deputados que estão encerrando seus mandatos realizaram uma sessão as escondidas no final da manhã dessa quarta-feira e aprovaram, em primeira votação, os projetos relacionados à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estadual, alterações na Previdência e pagamento do RGA dos servidores públicos do Executivo, além da Reforma Administrativa que prevê a extinção de empresas estatais, redução de secretarias e de cargos.

 

O presidente da Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN, Reginaldo Araújo, acompanhou o ato dos servidores, e manifestou total solidariedade. “Esses políticos recebem milhões de recursos do Agronegócio para financiar suas campanhas, e as pessoas acham que isso não tem cobrança. Tem, sim! Eles vão fazer renuncias fiscais, e recursos farão falta nas nossas escolas, nos nossos hospitais. Mato Grosso é um dos maiores produtores de arroz, soja, feijão, algodão, carne, mas quando você chega na porta de um hospital, você vê um SUS arrebentado, como em qualquer outro estado que não tem arrecadação. E o que falta? Falta governo que tenha compromisso com a população, com a classe trabalhadora. Nós temos de aproveitar a oportunidade para perceber que votar em patrão é furada, votar em governador financiando pelo Agronegócio é furada. Elegendo esses caras, o caminho para os trabalhadores será somente a rua. E foi assim que todos os nossos direitos foram conquistados, não há outro jeito: é greve, é mobilização, é rua”, disse o presidente do sindicato, que também é diretor do ANDES-Sindicato Nacional pela Vice-presidência Regional Pantanal.   

 

 

 

Para os trabalhadores mobilizados em Mato Grosso, essa é mais uma etapa da luta que deve ser constante. “Nós estamos iniciando um processo de organização da resistência, mostrando que nós estamos aqui, temos urgência dos nossos salários, dos nossos direitos, e os deputados não podem simplesmente pegar o que vem do governo e votar a favor, sem discussão, sem debate, atendendo a interesses que não são nossos. Nós estamos aqui para dizer que eles foram eleitos pela população que utiliza o nosso trabalho, e que inclui os próprios servidores públicos. A gente sabe que é possível fazer sem cortar nossos direitos. Nós estamos alerta e vamos continuar assim”, concluiu a servidora Patrícia Acs.     

 

   

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 12 Junho 2018 17:45

 

Os trabalhadores da Eletrobras paralisaram as suas atividades desde as zero horas de segunda-feira (11) contra a privatização da estatal e de suas distribuidoras, contra o aumento da conta de luz e pela saída do presidente da companhia energética, Wilson Pinto Ferreira Jr., que segundo os trabalhadores tem contribuído no processo de privatização e de destruição da Eletrobras. Os trabalhadores também reivindicam reajuste salarial. Em janeiro deste ano, o presidente Michel Temer enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) 9463/18, que propõe regras para a privatização da estatal.

A greve de 72 horas, iniciada no dia do aniversário da empresa  - que funciona desde 1962 -, foi convocada por sindicatos de trabalhadores da companhia energética. Segundo Emanuel Mendes, diretor do Sintergia-RJ - entidade que reúne os trabalhadores em empresas de energia no Rio de janeiro -,  e também representante da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), a greve teve adesão de 85% da categoria. Mendes destacou que a Eletrobras é hoje um patrimônio de quase R$ 400 bilhões e que o governo estaria entregando a instituição por R$ 12 bilhões. Para ele, a privatização da Eletrobras pode significar um aumento de cerca de 18% na tarifa para a população, além de gerar uma precarização dos serviços.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que fosse mantido 75% dos empregados de cada uma das empresas da estatal, com multa diária por descumprimento de R$ 100 mil por entidade sindical. No entanto, as entidades ainda não foram notificadas da decisão.

Para o diretor do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (Stiu-DF), Victor Frota, a greve dos eletricitários é legitima. “Estamos lutando pela soberania e segurança energética do nosso país. A nossa paralisação é pelo direito ao acesso à energia para toda a população brasileira. Ilegal é entregar uma empresa que vale R$370 bilhões por R$ 12 bilhões, mesmo quando 70% da população é contra a privatização da Eletrobras”, enfatizou.

A greve nacional da categoria vai até esta quarta-feira (13) quando serão realizados atos em diversos estados.

Campanha salarial
Além da luta em defesa da Eletrobras pública, a categoria negocia o acordo coletivo de trabalho e votou em assembleias de base pela rejeição da proposta da empresa. A empresa ofereceu a integralidade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC para reajustes nos salários e benefícios, que representa 1,69%. Em resposta a falta de avanços na negociação, os eletricitários aprovaram na segunda-feira (11) indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho.

“Nosso objetivo é continuar chamando a atenção da sociedade sobre esse grande crime que o governo Temer quer cometer contra a população, caso a Eletrobras venha a ser privatizada. Isso porque vender a maior empresa de energia elétrica da América Latina implica em enriquecer um pequeno grupo de empresários em função do empobrecimento da sociedade, que terá que pagar contas de luz ainda mais caras. Não podemos admitir isso”, alertou Victor Frota.

Privatização da Eletrobras
O governo federal espera arrecadar com a privatização da Eletrobras um total de R$ 12,2 bilhões. A venda foi dividida em partes. A primeira etapa seria a venda de distribuidoras da companhia; a de 70 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nas áreas de transmissão e energia eólica prevista para junho, mas ainda sem data marcada; e a capitalização da Eletrobras em bolsa de valores com diluição da participação do governo, prevista para o final do ano.

Na segunda-feira (11), o desembargador Fernando Antonio Zorzenon da Silva, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, com sede no Rio de Janeiro, acatou pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar proferida no dia 5 de junho, que impedia o processo de privatização de cinco distribuidoras da Eletrobras: Amazonas Distribuidora de Energia S.A. (Amazonas Energia), as Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), a Companhia Energética de Alagoas (Ceal) e a Companhia Energética do Piauí (Cepisa).

No pedido de suspensão da liminar, a AGU advertiu que se a venda dessas empresas não fosse feita até o dia 31 de julho deste ano, a Eletrobras seria obrigada "a liquidar as distribuidoras, o que será muito mais prejudicial aos empregados”. Na sequência, o mandato de segurança da AGU foi suspenso pela desembargadora Giselle Bondim Lopes Ribeiro. 

No entanto, a Presidencia do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região suspendeu os efeitos da liminar concedida pela 49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro e que havia sido mantida nesta segunda (11) pelo próprio TRT. A suspensão de medida liminar pela Presidência de Tribunal é utilizada apenas para casos excepcionalíssimos, diante de comprovada e grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. De acordo com a defesa dos sindicatos, nenhuma dessas lesões teria sido abordada na decisão do Presidente do TRT da 1° Região.

Em dezembro de 2017, o governo enviou ao Congresso a Medida Provisória (MP) 814/17, que autoriza a privatização da Eletrobras e de suas subsidiárias. Entretanto, por conta do prazo apertado para apreciação, a MP perdeu sua eficácia. A Medida revogava o trecho da lei que define regras para a comercialização de energia elétrica no País (Lei 10.848/04) para permitir a inclusão da estatal brasileira no Programa Nacional de Desestatização (PND). A medida atingia também Furnas, Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Eletronorte, Eletrosul e Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE).

Eletrobras

A Eletrobras é a maior holding do setor elétrico da América Latina e a 16ª maior empresa de energia do mundo, detendo 32,2% da capacidade de geração de energia, 50% das linhas de transmissão e 5,1% do fornecimento ao mercado consumidor no país. Atualmente, a Eletrobras possui 11.405 trabalhadores, sendo 6.277 contratados diretamente e 5.128 terceirizados.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações da Sintergia-RJ, Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), STIU-DF e Portal Justificando)

 

Segunda, 21 Maio 2018 12:02

 

O Fórum das Seis - que reúne as entidades sindicais de docentes e servidores técnico-administrativos e representações estudantis da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – indicou que a comunidade acadêmica das universidades estaduais paulistas entre em greve a partir de 29 de maio. O indicativo de greve é uma resposta à proposta de reajuste salarial apresentada na quinta (17) pelos reitores das três instituições (Cruesp), de 1,5%.

 

“A proposta é um insulto”, avalia João Chaves, docente da Unesp e coordenador dos Fórum das Seis. “Reivindicamos a reposição do poder aquisitivo do mês de maio de 2015, o que significaria um reajuste de 12,6% para USP e Unicamp, e de 16% para a Unesp”, completa, lembrando que a diferença de valores decorre do não pagamento do reajuste por parte do reitor da Unesp em 2016.

 

“O salário é apenas uma das dimensões de luta, que é a luta contra o desmonte das universidades estaduais paulistas. Os reitores querem mudar o caráter das universidades, privatizando e usando o arrocho salarial como forma de financiar as instituições. Eles não têm sequer a coragem de lutar por mais recursos para as universidades, apenas de adaptam aos poucos recursos destinados pelo governo e pela Assembleia”, critica João Chaves.

 

Docentes, servidores e estudantes das três universidades realizaram uma manifestação em São Paulo (SP) durante a reunião com o Cruesp. Uma nova reunião com o Cruesp está marcada para o dia 30. Antes, no dia 29, os reitores de USP e Unicamp irão consultar seus Conselhos Universitários sobre o reajuste salarial. As comunidades acadêmicas das duas instituições se preparam para realizar manifestações e pressão para reivindicar seus direitos junto aos conselheiros.

 

Leia aqui o Boletim do Fórum das Seis.

 

Leia também

 

Docentes das Universidades Estaduais de SP se mobilizam por reajuste 

 

Fonte: ANDES-SN

 

Segunda, 21 Maio 2018 08:10

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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No meio acadêmico há um discurso exaustivamente bradado contra o autoritarismo, que segundo propugnam existe nas ações alheias, no outro, mas principalmente no governo, e nas correntes políticas inimigas – aqui não existem adversários. Vê-se violência em toda ação que de certo modo meche com seus interesses, se vê injúria em toda proposta que se apresenta e não corresponde a sua expectativa pessoal. O mal, o criminoso, o injusto, o antidemocrático e o autoritário encontram-se sempre naqueles que não concordam com o seu pensar, que não compartilham de sua visão de mundo, que agem segundo outros princípios.


A diversidade propagandeada é tão somente um bordão, que se defende quando se está em minoria, mas que se nega quando é maioria. Por exemplo, uma proposta liberal não apenas será rechaçada, sequer haverá espaço para ser debatida. As instâncias de decisão e debate encontram-se ocupadas por interesses políticos privados, que utilizam da estrutura acadêmica para propagandear ideais, mais do que conhecimentos, que querem que a universidade tome partido, antes que debata a situação, que querem mais engajamento em causas particulares de supostos setores sociais específicos do que a instituição de uma autarquia republicana preocupada em formar bons profissionais, pois que essa sim é a grande contribuição que a universidade deve dar para a sociedade. A sociedade não espera que a universidade salve a nação, ela quer tão somente que a universidade ensine antes que doutrine, que estimule mais o espírito da dúvida do que do engajamento, que possibilite um aperfeiçoamento pessoal e profissional dos seus cidadãos.


No entanto, de forma arrogante e cega, uma suposta elite intelectual é incapaz de entender as inquietações mais básicas de pessoas reais. As pessoas são metralhadas com os moralismos rasos e as acusações costumeiras ao pensamento do outro: racista, sexista, homofóbico, alienados, atrasados, e assim entendem a todos que não se engajaram nas causas em que se alienam. Não que não haja todos esses problemas, a questão é que existem muitos outros problemas mais sérios para a grande maioria e que o universo acadêmico ignora solenemente. Por exemplo, como poderá alguém se preocupar com a homofobia se o desemprego bate a sua porta, se sofre tantas injustiças diante do Estado e até da universidade, se os direitos humanos lhe parece apenas palavras vazias que serve para aliviar os presidiários, mas que pouco ou nada lhe ajuda na simples sobrevivência digna, enfim, ainda que todos os problemas devem ser enfrentados, alguns estão sendo constantemente abordados e defendidos, enquanto questões mais básicas e elementares continuam sendo desrespeitada acintosamente, e não há vozes na academia a perceber, quanto mais defender.


O fato é que se quer que o povo seja educado e tolerante, sem lhe dar educação ou formação humanística. Quer que ele se engaje em grandes causas, quando lhe falta ainda o básico: uma escola descente, um hospital humano e uma segurança que não lhe ameace. Ou seja, a maioria dos acadêmicos mira um homem ideal sem ver o real, e critica seu suposto real pelo seu ideal. O resultado é que a universidade cada vez mais perde sua importância e autoridade. Seus engajamentos políticos, desde o fim da ditadura – quando tinham alguma relevância política – são ou nulos, ou prejudiciais à sociedade civil; se caracteriza pela mera resistência a qualquer mudança política ou acadêmica.


Quem está sabendo das causas estudantis, dos servidores ou dos professores senão os estudantes, professores e servidores atingidos pela arbitrariedade deles próprios? A sociedade está cansada de ver privilegiados se considerarem autorizados a determinar o certo e o justo para ela, como estudantes, professores e servidores arrogantes. Ela está cansada de ver seu espaço ser ocupado pelas causas mais esdrúxulas e perversas, daqueles que se dizem querer salvar a sociedade civil, quando na verdade a explora e extorque, retirando-a do seu convívio.


Sem criatividade política, senão copiando antigas táticas esquerdistas, não sabem o que fazer, não sabem nem ao menos quais são de fato os problemas nacionais, não sabem contra quem devem mostrar suas indignações.


Por que não vão ocupar a frente das casas dos políticos, pois são eles que podem mudar as medidas governamentais? Por que não ocupam aeroportos, restaurantes e demais lugares públicos por onde transitam os políticos, para que votem contra as medidas que são contrários, não os deixando em paz um só instante? Não, contra os grandes são pequenos, mas contra os pequenos, a sociedade civil, eles são grandes. Na verdade, covardes, querem brigar, mas não querem as responsabilidades da briga, e socializam as perdas que advirão de uma luta tola entre todos os estudantes e professores, de forma bem miúda e pequena. Adentrados no espaço privilegiado das universidades, protegidos da polícia militar, bradam e fazem o que quiserem, pois não correm risco algum, ainda que gastem luz e energia públicas nas suas lutas privadas.


 
Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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Quinta, 17 Maio 2018 09:51

 

Os docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), de Minas Gerais, decidiram encerrar a greve da categoria, após assembleia realizada no último dia 10. Foram mais de três meses de luta, com os qual os docentes conquistaram a nomeação de 31 professores aprovados no concurso público de 2014, a abertura de 128 vagas para novos concursos e a assinatura do acordo para criação da nova carreira dos docentes universitários mineiros.

 

Afrânio Melo, presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes – Seção Sindical do ANDES-SN), considera a greve vitoriosa. “Além das conquistas da nomeação e da abertura de novos concursos, conquistamos a nova carreira, que também valerá para a Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg). Mas, o mais importante desse processo foi termos conseguido unir a categoria na luta”, avalia o docente.

 

“Foram mais de 90 dias de batalha pela valorização do Ensino Público Superior. Plantamos muitas sementes, colhemos alguns frutos, amadurecemos a nossa percepção de que é mesmo no embate de ideias que o entendimento e a valorização se constroem. Sempre que as sombras do descaso tentarem nos encobrir, lançaremos sobre elas as luzes da união e da força de movimentos democráticos reivindicatórios. A Unimontes vale a luta!”, afirmou, em nota, o Comando de Greve.

 

O calendário de reposição das atividades está em elaboração pela administração da universidade, com participação da Adunimontes-SSind, e será divulgado em breve.

 

Mobilização

 

Na manhã desta quarta-feira (16), servidores estaduais mineiros da área da educação realizaram uma manifestação em frente ao Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, capital do estado. Os trabalhadores lutam contra o atraso e parcelamento do pagamento dos salários dos servidores públicos mineiros, que atingem todas as categorias do poder executivo à exceção dos policiais militares. Os docentes da Uemg se somaram à mobilização.

  

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Fonte: ANDES-SN (com informações de Adunimontes-SSind e Aduemg-SSind.)

 

Quarta, 16 Maio 2018 09:07

 

A Diretoria do ANDES-SN manifesta sua solidariedade à(o)s estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso que estão em greve contra o aumento do valor do Restaurante Universitário, pauta que sintetiza um descontentamento da comunidade acadêmica com a privatização via terceirização e cortes de verbas na Universidade. A Diretoria do ANDES-SN apoia a iniciativa do(a)s docentes que aprovaram greve em solidariedade à(o)s discentes e conclama a todo(a)s os professores e as professoras a participarem da assembleia de deflagração da greve.


O movimento desencadeado pelo(a)s estudantes de diversos campi da UFMT questiona as mudanças nos critérios de acesso ao direito de refeição no RU, antes universal ao preço de R$1,00, agora escalonado chegando a custar até R$ 11,00. Uma medida que caminha na contramão da política de permanência que deve ser prioritária, especialmente em uma conjuntura de desemprego e perdas salarias da classe trabalhadora.


A alegação da reitoria da UFMT, como em diversas outras universidades, é o corte do orçamento que vem se reduzindo desde 2015, ao mesmo tempo em que aumentou a demanda com a abertura de cursos pelo Programa REUNI.


As medidas adotadas desde o governo anterior, como a extinção de cargos, corte no orçamento, aprovação da terceirização irrestrita e a contrarreforma trabalhista, têm atingido diretamente as universidades e, via de regra, as reitorias têm adotado acriticamente as medidas, sem discussão com a comunidade. Na UFMT após terceirizar o(a)s trabalhadore(a)s do RU, a reitoria decidiu aumentar o valor da refeição, causando duplo prejuízo à instituição pública: os salários antes pagos diretamente à(o)s trabalhadore(a)s, passa a ser pago à uma empresa privada que estabelece relações precárias de trabalho, por outro lado o aumento escalonado no valor da refeição acaba com a universalização do direito ao RU levando à exclusão de estudantes.


A saída não deve ser a privatização e a exclusão do(a)s filhos e filhas do(a)s trabalhadore(a)s da Universidade. A luta contra os cortes nas Universidades deve ser conjunta, de toda a comunidade acadêmica, e não deve servir de pretexto para a privatização e exclusão do(a)s trabalhadore(a)s. O ANDES-SN está na luta contra os cortes no orçamento das IES e IFE, e solidário à luta do(a)s estudantes que resistem bravamente na UFMT. Em defesa da Universalização dos direitos à Universidade Pública, Gratuita e socialmente referenciada!

 

 

Toda solidariedade à luta estudantil! Todo apoio ao movimento docente que se soma a esta luta!

 


Brasília, 15 de maio de 2018
Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

Terça, 15 Maio 2018 18:17

 

Em assembleia geral realizada nessa terça-feira, 15/05, os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiram não deflagrar greve e suspender a discussão sobre indicativo, apresentada em assembleias anteriores. Também não foi aprovada a permanência em estado de greve, que representa a construção do movimento paredista com a possibilidade de deflagração em horizonte próximo.

 

Apesar de reconhecer as péssimas condições em que se encontram as instituições públicas de ensino superior, a categoria entendeu que ainda não é o momento de apontar para uma greve local. No entanto, a discussão sobre a construção de uma greve nacional será levada ao ANDES Sindicato Nacional na reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino nos próximos dias.

 

Também foi aprovada, na assembleia dessa terça-feira, uma moção de apoio aos estudantes mobilizados na UFMT e solidariedade à estudante do curso de Direito, citada em uma notificação de reintegração de posse.

 

De acordo com a diretora da Adufmat-Seção Sindical do ANDES, Alair Silveira, essas deliberações não significam o recuo do Movimento Docente. “Nós vamos investir num calendário de discussão sobre o que é o orçamento da universidade, e os absurdos que estão colocados, como os contratos com empresas terceirizadas que têm hoje custos muito superiores, se comparados ao que tínhamos há alguns anos. Ou seja, estão privatizando a universidade por meio desses contratos, e a ideia é que os professores entendam isso”, afirmou a diretora.

 

Atualmente, 68% do orçamento da universidade é revertido para empresas terceirizadas por meio de serviços de alimentação, segurança e limpeza.   

 

A decisão dessa assembleia não altera o quadro da universidade: o calendário da graduação continua suspenso, assim como a greve dos estudantes segue unificada e forte. Ainda não há perspectiva de normalização das aulas.  

   

Mais de 344 docentes participaram da assembleia, realizada simultaneamente, por vídeo conferência, nos campi de Cuiabá e Várzea Grande, Sinop e Araguaia. Os números registrados nas votações foram: 47 favoráveis à deflagração de greve, 288 contrários e 9 abstenções; 141 favoráveis ao estado de greve, e 165 contrários; 181 favoráveis à suspensão do indicativo de greve e 100 contrários à suspensão.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind    

Segunda, 14 Maio 2018 16:54

 

 

Os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) demonstraram mais uma vez a força do movimento contra as mudanças na política de alimentação e em defesa da universidade pública nessa segunda-feira, 14/05. Com votação significativa, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) suspendeu o calendário de todos os cursos de graduação em todos os campi da instituição, com data retroativa a 20/04. Os cursos de pós-graduação e extensão seguem normalmente.  

 

As atividades da graduação na UFMT estão paradas por conta das greves estudantis, deflagradas em diferentes momentos, a partir da rejeição à proposta apresentada pela Reitoria. Além do aumento da refeição no Restaurante Universitário (RU), a ideia da administração continha a quebra do caráter universal da política de alimentação, o que é considerado inaceitável tanto para os estudantes quanto para os docentes e técnicos.

 

O movimento paredista teve início nos campi do Araguaia e Sinop no dia 20/04, seguido de Rondonópolis, Várzea Grande e, por último, no dia 08/05, Cuiabá, onde alguns cursos já haviam aderido à greve. As decisões tomadas coletivamente em assembleias realizadas pelos Diretório Centrais dos Estudantes (DCE) de cada campi se sobrepõem a eventuais decisões isoladas, já que os DCE’s são formados por representantes de todos os cursos, por meio dos Centros Acadêmicos.        

 

Na reunião do Consepe dessa segunda-feira, a Reitoria admitiu equívocos na condução do processo, e demonstrou preocupação com relação a intervenções externas no processo de negociação. “Na última semana presenciei duas situações drásticas: a PM [Polícia Militar] no campus a pedido de um professor contrário à ocupação, e um aluno, contrário à deliberação de assembleia do seu curso, solicitando na Justiça a reintegração de posse em todo o campus, responsabilizando uma colega de curso - que nesse momento preside o Centro Acadêmico -, e que encaminhou via e-mail a decisão de uma assembleia, assinando o documento. Muito triste presenciarmos isso em nossa instituição”, disse a reitora Myrian Serra, no início da reunião.

 

No sábado, 12/05, a Reitoria publicou uma nota no site reivindicando a autonomia da universidade (leia aqui) e a reitora, pessoalmente, se comprometeu a procurar o juiz que concedeu a reintegração de posse para tentar intermediar o caso.    

 

Para o presidente da Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN, Reginaldo Araújo, a Reitoria deve retirar formalmente a proposta de aumento e estratificação dos estudantes. “Nesse momento, é preciso reconhecer que essa proposta não cabe e retirá-la de pauta de uma vez por todas. Se a reitora fizesse isso, seria mais fácil retomar a rotina e discutir outras formas de reduzir o valor da refeição, utilizando a cozinha da UFMT, por exemplo”, afirmou o docente.

 

A comunidade acadêmica defende, entre outras coisas, a revisão do contrato com a empresa Novo Sabor, que fornece o serviço.

 

Nessa terça-feira, 15/05, a partir das 13h30, os docentes da universidade discutem a possibilidade de deflagração de greve da categoria em apoio aos estudantes e contra os cortes de recursos do ensino superior, que se intensificaram em 2014, reduzindo o orçamento a praticamente um terço do que a instituição recebia há quatro anos. Com a implementação da Emenda Constitucional 95/16, que congela os recursos por 20 anos, a tendência é que a situação fique ainda mais grave, o que justificaria uma greve nacional da categoria.  

 

CONFIRA A GALERIA DE IMAGENS ABAIXO.

 

Saiba mais sobre a greve estudantil na UFMT:

 

No dia seguinte ninguém teve aula

 

Aprovado indicativo de greve docente na UFMT

 

Conselho recomenda a docentes da UFMT que não punam estudantes em greve

 

Primeira assembleia interativa da Adufmat-Ssind aponta indicativo de greve docente

 

Estudantes vencem a primeira batalha, mas a luta contra o aumento do RU continua

 

Estudantes, técnicos e docentes da UFMT se colocam contrários às alterações na política de alimentação propostas pela Reitoria

 

Estudantes fecham campi da UFMT em Sinop e no Araguaia em defesa da política de alimentação universal no Restaurante Universitário

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

Quinta, 10 Maio 2018 10:40

 

Em cumprimento de decisão da Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 08 de maio de 2018, a Diretoria, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos/as os/as sindicalizados/as para Assembleia Geral Extraordinária a se realizar:
    

Data: 15 de maio de 2018 (terça-feira) 

Local: AUDITÓRIO DA ADUFMAT  

Horário: às 13:30 horas com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14:00 horas, em segunda chamada, com os presentes.
 

Pontos de Pauta:
 
01) Informes;
02) Deflagração de Greve da Categoria Docente – UFMT.

 

 

Cuiabá, 09 de maio de 2018.

Reginaldo Silva de Araujo
Presidente / ADUFMAT SSind