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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Por Vicente Machado de Avila
Professor aposentado da UFMT
I – CHOQUES DO FUTURO E DO PRESENTE
Alvin Toffler acertou as previsões sobre a mídia eletrônica. Agora, estou propondo “O Choque do Presente – “Controle Planetário da Natalidade”.
Nos meus tempos de universitário (década de 60 do século passado), a esquerda defendia a tese que o problema da miséria é decorrente da má distribuição de renda. Isso ainda é parcialmente verdadeiro, vários programas de distribuição de renda foram praticados, destacando-se o Bolsa Família do LULA, mesmo assim, 33 milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil e mais de 9 milhões estão desempregadas. No mundo, a fome atinge 29,3% das pessoas – ONU.
II – EQUAÇÃO DA EXAUSTÃO MUNDO 8.000.000.000 de habitantes
510.100.000 Km² (colaborou Franciele Mendez)
BRASIL 211.755.692 de habitantes
8.510.345,538 habitantes/Km²). E lógico que a terra está suportando esta carga graças ao uso do espaço vertical (arranha-céu).
III - SINAIS DOS TEMPOS: Muitos sinais de exaustão estão surgindo. Citaremos os principais: Grandes lagos estão secando; a seca do nordeste migrou para o estado do Rio Grande do Sul; especialista informam que a temperatura do planeta subirá 1,5ºC até 2027.
IV – PROPOSTA: O Brasil deve propor a organização de uma comissão Brasil/China para a formulação de programa/projetos de CONTROLE PLANETÁRIO DA NATALIDADE.
Digitaram: RN anônima e André Arce Vera Ávila
Cuiabá-MT., 23 de maio de 2023.
Professor Vicente Machado Ávila
Circular nº 144/2023
Brasília (DF), 23 de maio de 2023
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretore(a)s do ANDES-SN
Companheiro(a)s,
Dando continuidade à construção da luta do(a)s Servidore(a)s Público(a)s Federais na Semana de Mobilização pela Campanha Salarial 2024, convocamos as SSind dos CEFETs, Institutos e Universidades Federais para a Reunião do Setor das IFES, a ocorrer conforme segue:
Data: 03 e 04 de junho de 2023 (sábado e domingo);
Horário: 03/06 - das 9h às 18h e 04/06- das 09h às 13h;
Local: Brasília/DF (Sede do ANDES-SN, 2º andar).
Pauta:
1. Informes;
2. Campanha Salarial 2024;
3. Novo Arcabouço Fiscal;
4. Projeto de Lei sobre o fim da Lista Tríplice.
Ressaltamos a necessidade da confirmação da participação de até dois (duas) representantes, por meio do preenchimento do formulário disponível no link: https://forms.gle/E5E8x9SHTZ7CN8Gk8, até às 14h de 02 de junho de 2023 (sexta-feira), indicando o(a) representante com direito a voto.
Informes das SSind para a reunião do pleno devem ser previamente repassados para a Secretaria do Sindicato Nacional, por meio do preenchimento do formulário disponível no link: https://forms.gle/X5ngf91L4RYovHPLA, também até às 14h de 02 de junho de 2023 (sexta-feira), para que constem do relatório da reunião.
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Profª. Francieli Rebelatto
2ª Secretária
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Juacy da Silva e Aline Grasielli Monçale*
A semana de 21 a 29 de Maio de 2023 é marcada, tanto no Brasil quanto em diversos países, por dois acontecimentos muito significativos para o Meio Ambiente e para o diálogo ecumênico, inter-religioso. Neste período estará sendo celebrada a Semana de Oração pela Unidade Cristã e também a Semana Laudato Si, em comemoração à publicação de Encíclica com o mesmo nome, publicada pelo Papa Francisco em 24 de Maio de 2015, ou seja, nesta semana que se inicia estaremos comemorando o Oitavo Aniversário desta que é o mais importante documento da Igreja Católica relativo à Ecologia Integral.
Quando refletimos sobre a Semana de Oração pela Unidade Cristã é bom relembrar que, em 2021, o cristianismo era a religião com maior número de adeptos no mundo, mais de 2,1 bilhões de fiéis, seguido pelo Islamismo com 1,3 bilhão; hinduísmo com 850 mil adeptos e o budismo com pouco mais de 400 mil.
Segundo diversos estudos, constata-se que as religiões são responsáveis por aproximadamente 85% dos fatores que contribuem para a formação de hábitos, costumes, práticas, enfim, a base cultural que, por sua vez, interfere diretamente no comportamento e nas ações sociais, políticas, e também, ambientais da população.
Ou seja, o enfrentamento de todos os problemas mundiais e dos diversos países possuem uma interface com as práticas religiosas, como no caso atual, as temáticas da Semana de Oração pela Unidade Cristã e também das comemorações da Semana Laudato Si.
A busca pela Unidade Cristã, perdida ao longo de séculos, mais precisamente após a Reforma Protestante marcada pela publicação das 95 teses de Martinho Lutero, que acabou sendo afastado da Igreja Católica em 1521 e, posteriormente, com adesão de outros pensadores como Calvino, João Huss e outros mais; inúmeros teólogos, de diferentes tendências tem procurado encontrar as bases para que esta unidade perdida possa ser recuperada, fortalecendo e realçando o papel e a responsabilidade dos cristão com o destino da humanidade e do planeta.
Antes porém, já havia surgido um outro rompimento na unidade da Igreja Católica, que deu origem à Igreja Católica Ortodoxa em 1504, denominado de Cisma do Oriente. Atualmente esta Igreja reúne em torno de 250 milhões de fiéis ao redor do mundo, principalmente no Oriente Médio.
Mesmo com esses cismas e distanciamentos entre as Igrejas Cristãs (Católica Romana, Católica Ortodoxa e evangélicas), ao longo de séculos, desde o final do século XVI, existiu uma certa chama no sentido de que um dia tais igrejas poderiam trabalhar em comum. Daí surgiu o movimento ecumênico, que tem ganhado força nas últimas décadas. A ideia é de que podem existir diferentes igrejas com suas doutrinas, ou seja, um rebanho multivariado, mas seguindo um só Pastor, que é Jesus Cristo.
Desde o início do século passado, o movimento em busca da unidade cristã ganhou um reforço com o surgimento da Semana de Oração, de cunho ecumênico pela unidade cristã, tendo sempre um tema como base para as reflexões e celebrações.
O tema deste ano de 2023 será “Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça” (Is 1, 17), que estimula uma reflexão teológica e cristã sobre o racismo, mais especificamente sobre o racismo estrutural.
Promovida mundialmente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios. No hemisfério Norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro.
No hemisfério Sul, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes, que este ano ocorre de 22 a 28 de maio. A SOUC é também um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC) organiza as iniciativas para a celebração da Semana.
Quanto à Laudato Si, é importante que a mesma seja situada no contexto da renúncia do Papa Bento XVI e a escolha do Cardeal Jorge Mario Bergólio como seu sucessor.
O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, ao ser escolhido papa em 13 de Março de 2013, causou tanta estranheza que foi denominado de “o papa do fim do mundo”, o primeiro da América Latina, o primeiro jesuíta e, mais ainda quando escolheu como novo nome Francisco, inspirando-se na vida e nas ações de São Francisco de Assis, considerado o patrono da ecologia.
Antes de Francisco, a Igreja Católica através de vários Pontífices e também de diversos teólogos, inclusive o brasileiro Leonardo Boff, já havia apresentado diversas contribuições em relação ao que e como a Igreja deveria ou deve pautar seu ministério, voltado para o enfrentamento das questões ou desafios socioambientais.
Pouco mais de três anos de seu pontificado, no dia 24 de Maio de 2015, um pouco antes de o mundo conhecer os termos do Acordo de Paris e também antes que a ONU concluísse a Assembleia Geral em que foram aprovados os ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, Francisco surpreendeu o mundo ao assinar a Encíclica Laudato Si, um novo marco no pensamento social da Igreja, voltado em maior profundidade para os desafios que o mundo já, de há muitas décadas, vinha se ressentindo.
Para produzir esta primeira Encíclica totalmente voltada para as questões socioambientais, o Papa Francisco reuniu e ouviu diversos cientistas, teólogos, ambientalistas, manuseou dados estatísticos e revisitou inúmeras encíclicas sobre questões sociais, políticas, econômicas e ambientais.
O leitor da nova Encíclica, depara-se logo de início, com a menção que o Papa Francisco faz, recordando e transcrevendo as palavras de seu inspirador, São Francisco de Assis: “Laudato Si, mi Signore – louvado sejas, meu Senhor, contava São Francisco de Assis”....”Louvado sejas, meu senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta , governa e produz variados frutos, com flores e verduras”.
Logo a seguir, surge a visão e interpretação que o Papa Francisco irá seguir ao longo desta que é e continua sendo o documento base sobre o qual não apenas as reflexões devem ser elaboradas em se tratando do diagnóstico, mas também do agir da Igreja no enfrentamento a tais questões.
“Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos pensando que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que está ‘gemendo como que em dores de parto,.” (Papa Francisco, Laudato Si, 2).
Por ocasião do quinto aniversário da Laudato Si, em 2020, a CNBB destacou sete conceitos básicos ou ideias centrais em torno dos/das quais a Encíclica foi escrita; que são: 1) Casa Comum; 2) Ecologia Integral; 3) Tudo, nesta Casa Comum, está interligado; 4) O ser humano como guardião das obras da criação; 5) A crise ecológica tem como raiz a ação humana, irracional e destruidora; 6) Conversão ecológica; e, 7) Do consumismo e do desperdício a um novo estilo de vida.
A esses conceitos podemos também acrescentar outros como: a) Pecado ecológico e cidadania ecológica b) Ecumenismo, ou seja a Encíclica Laudato Si não é dirigida apenas aos cristãos católicos, mas também aos demais cristãos e a todos os adeptos e fiéis das demais religiões, crenças e filosofias, ou como enfatizado pelo Papa Francisco quando diz: “O urgente desafio de proteger a nossa Casa Comum inclui a preocupação de unir toda a família humana, na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar”; c) Novos paradigmas para realmar a economia (vide Economia de Francisco e Clara); d) Meio ambiente conectado com justiça social, direitos humanos, justiça ambiental, justiça racial e justiça intergeracional; e; finalmente conexão entre questões sociais e ambientais, em uma única crise socioambiental, em que a degradação do planeta afeta de forma mais cruel os pobres e excluídos.
Assim, ao celebrarmos esses dois eventos em uma mesma semana precisamos destacar quais são os reais problemas e desafios que estão presentes em nossas Igrejas, Paróquias ou outros territórios eclesiais, bem como relembrarmos que estamos, como fiéis, cristãos e não cristãos, sujeitos a todas as consequências e impactos dos efeitos da crise climática, da degradação dos biomas e dos ecossistemas, da destruição e extinção da biodiversidade vegetal e animal.
Este é o sentido e o significado das celebrações das Semanas de oração pela unidade cristã e, também, da Semana Laudato Si. Precisamos salvar o Planeta enquanto é tempo, começando aqui e agora!
*Juacy da Silva é professor titular aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral Região Centro Oeste. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy
**Aline Grasielli Monçale é Médica Dermatologista SBD, Mestre em Saúde Coletiva UFMT, Miss Beleza Baixada Cuiabana/MT, comunicadora, palestrante e fundadora do projeto social DermaTroller Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @alinemoncale_dermato
A Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) lança, nesta terça-feira (23), a cartilha “Auditoria da Dívida Pública: Ferramenta fundamental para garantir transparência, correta aplicação dos recursos públicos e desenvolvimento socioeconômico do Brasil”. A apresentação ocorrerá em evento presencial no Hall da Taquigrafia, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a partir das 16 horas.
O lançamento contará com a participação de representantes de diversas entidades sindicais, entre elas o ANDES-SN, e acontece diante da eminente votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 93/2023, chamado Arcabouço Fiscal, que limita os investimentos com gastos sociais e, mais uma vez, prioriza os gastos com o sistema da dívida pública.
A ACD reforça o convite para o lançamento da publicação em que será também um momento de mobilização para o diálogo com as e os parlamentares sobre a importância de rever o PLP 93 e estabelecer regras compatíveis com a necessidade de investimentos públicos. No dia 24 de maio, de 9h às 18h, serão realizadas visitas aos gabinetes de deputadas e deputados para a entrega de exemplares da publicação. A entidade solicita que as interessadas e os interessados em comparecer as atividades na Casa legislativa enviem seus nomes completos e também contatos telefônicos.
“O lançamento da cartilha da Auditoria Cidadã da Dívida atualiza a discussão sobre o sistema da dívida pública, que é fundamental para a discussão do Marco Fiscal ou do Arcabouço Fiscal. Todo material elaborado, sem dúvida alguma, nos ajuda a conhecer profundamente o debate sobre o orçamento e financiamento públicos e a tomar um posicionamento frente às propostas que estão colocadas hoje. Foi assim em relação a PEC 32 [reforma Administrativa], ao Teto dos Gastos [Emenda Constitucional 95] e vai ser assim também em relação ao Arcabouço Fiscal. Dessa forma, a cartilha é um importante instrumento de organização e de luta da classe trabalhadora e do ANDES-SN”, disse Regina Avila, secretária-geral do Sindicato Nacional, que ressaltou a importância do lançamento ocorrer durante Semana de Mobilização pela Campanha Salarial 2024 e de luta contra o Arcabouço Fiscal.
No último dia 16 de maio, ocorreu o lançamento virtual da cartilha com a presença de Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da ACD, e de representantes de diversas entidades parceiras, entre elas o ANDES-SN.
Acesse aqui a cartilha
Fonte: Andes-SN
A diretoria do ANDES-SN prorrogou o prazo para envio de contribuições ao Caderno de Textos do 66º Conad. O evento, que ocorre de 14 a 16 de julho, na cidade de Campina Grande (PB), tem como tema "66º Conad do ANDES-SN: Na reorganização da classe com inspiração nas lutas e culturas populares".
De acordo com a Circular nº 136/2023, os textos das seções sindicais, das sindicalizadas e dos sindicalizados deverão ser enviados ao ANDES-SN até às 23h59 do dia 29 de maio para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Os textos que chegarem entre 30 de maio e 23 de junho irão compor o anexo ao Caderno.
Em circular encaminhada anteriormente às seções sindicais, a diretoria ressaltou que “Para a apresentação de contribuições deve-se considerar que o 41º Congresso aprovou remeter o consolidado dos TRs do Tema III que não foram apreciados em plenária para a deliberação do 66º Conad, portanto só serão aceitos textos de atualização”.
O 66º Conad do ANDES-SN é organizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg - Seção Sindical do ANDES-SN).
Credenciamento
O credenciamento é prévio e digital. Para o 66º Conad, fica estabelecido até 20 de junho o prazo para o envio da documentação regimental das delegadas, delegados, observadoras, observadores e suplentes de delegadas e delegados.
Saiba mais
66º Conad do ANDES-SN acontecerá de 14 a 16 de julho em Campina Grande (PB)
Fonte: Andes-SN
Para dar continuidade à mobilização em defesa da educação pública e à luta pela reposição das perdas salariais dos últimos anos, o ANDES-SN convocou docentes das universidades, institutos federais e cefets para a construção e participação da "Semana de Mobilização pela Campanha Salarial 2024", em Brasília (DF), entre os dias 22 e 26 de maio de 2023.
Durante a semana, estão previstas diversas atividades no Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios para intensificar a pressão junto a parlamentares e governo pela reposição das perdas salariais dos e das docentes e das demais categorias do funcionalismo federal e pela valorização do serviço público. Também ocorrerão mobilizações em defesa da Auditoria Cidadã da Dívida e contra a atual proposta do novo arcabouço fiscal, que está previsto para ser votado na Câmara na quarta-feira (24).
O projeto para o novo arcabouço fiscal, enviado pelo governo ao Congresso teve sua tramitação aprovada em regime de urgência na quarta-feira (17), o que, para a diretoria do ANDES-SN, exigirá a mais forte e ampla mobilização da categoria em unidade com demais servidores e servidoras públicos federais, para derrotar mais esse ataque às políticas públicas em detrimento do pagamento da dívida pública, entre outros. No dia 24 de maio (quarta-feira), o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) realizará o Dia Nacional de Luta contra o Arcabouço Fiscal, com grande ato na capital federal.
“Acabamos de sair de uma mobilização em que a nossa categoria, junto com demais servidores e servidoras, arrancaram do governo 9% de reposição emergencial. A gente precisa avançar muito mais. Precisamos dos professores e das professoras para ampliar a nossa pressão e reabrir a mesa nacional de negociação permanente, que é muito importante para avançarmos em novos ganhos. Vamos ter, na terça-feira, também o lançamento da cartilha da Auditoria Cidadã da Dívida, além de outras atividades, como visita aos gabinetes de parlamentares, para pressionar por apoio à nossa campanha, reuniões e, ainda, acompanharemos o debate do novo arcabouço fiscal, que vemos como um obstáculo para podermos garantir a melhoria dos serviços públicos. Por isso, no dia 24 realizaremos, junto com o Fonasefe, um Dina Nacional de Luta contra essa proposta”, explica Mario Mariano, 1º vice-presidente da Regional Leste e da coordenação do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes).
O diretor do Sindicato Nacional reforça a importância da participação da categoria, mas mobilizações nas suas bases e também em Brasília. “A nossa luta até agora garantiu os 9% de reposição emergencial. Agora, a campanha salarial 2024 quer avançar para recuperarmos as nossas perdas históricas e podermos discutir de fato a carreira docente. Importante também mobilizar o conjunto da categoria para lutar pela melhoraria dos serviços públicos, o que só vai ocorrer se melhorarmos as condições de trabalho de servidores e servidoras”, ressaltou.
Lançamento da Campanha
A Campanha Salarial 2024 do Fonasefe foi lançada na última quarta-feira (17), com ato em frente ao Anexo 02 da Câmara dos Deputados, com a presença de diretoras e diretores do ANDES-SN. A recomposição das perdas salariais acumuladas, equiparação dos auxílios entre os poderes, mesas específicas de carreira, revogação de todos os ataques às categorias do funcionalismo público ocorridos durante o governo Bolsonaro e a não aprovação do projeto do arcabouço fiscal fazem parte das reivindicações apresentadas pelas servidoras e pelos servidores públicos.
Confira algumas das agendas da Semana de Mobilização pela Campanha Salarial 2024
23 de maio às 16h – Lançamento da cartilha “Auditoria da Dívida Pública: Ferramenta Fundamental para Garantir Transparência, Correta Aplicação dos Recursos Públicos e Desenvolvimento Socioeconômico do Brasil”, no Anexo 2 da Câmara dos Deputados Federais;
24 de maio - Dia Nacional de Luta contra o Arcabouço Fiscal, com ato em Brasília (DF);
24 de maio – Retomada da Mesa Nacional de Negociação Permanente com o(a)s servidore(a)s públicos federais, no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Fonte: Andes-SN
Representantes da diretoria do ANDES-SN participaram de uma reunião na Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), na quinta-feira (18), para apresentar a posição do Sindicato Nacional ao secretário da Setec, Getúlio Marques Ferreira e sua equipe. O encontro foi chamado pelo MEC e faz parte das consultas para avaliação e reestruturação da política nacional de ensino médio.
Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN, contou que a entidade levou ao secretário toda a produção do Sindicato Nacional sobre o Novo Ensino Médio, desde que o projeto foi apresentado em 2016. “Apresentamos todo nosso acúmulo da discussão, inserindo, na nossa avaliação, essa proposta no conjunto de contrarreformas do Estado. Essa é uma proposta que não pode ser avaliada desvinculada de um projeto de educação, pois ela desmonta a educação pública na sua completude”, acrescentou.
Durante o diálogo com Ferreira e sua equipe, foi ressaltado pela diretoria do ANDES-SN a necessidade de revogação do novo Ensino Médio. “Sabemos que têm outros projetos tramitando, tem proposta de "melhorar" esse novo ensino médio, mas para nós ele não tem conserto porque faz parte de uma proposta que favorece o mercado, o ensino privado e a destruição da possibilidade, inclusive, de acesso à Universidade para classe trabalhadora mais pobre. Existem diversas questões que, para a gente, são incompatíveis em pensar em ajustar nessa proposta. Por isso, nós deixamos muito evidente, muito explícita e muito forte a nossa luta pela revogação do Novo Ensino Médio”, afirmou Rivânia.
Além da presidenta do Sindicato Nacional, participaram da reunião representando o ANDES-SN, a secretária-geral, Regina Avila, a 1ª vice-presidenta Regional Nordeste I, Sambara Paula Ribeiro, e o 1º vice-presidente Regional Leste, Mario Mariano.
Confira alguns dos materiais produzidos pelo ANDES-SN sobre os impactos da contrarreforma do Ensino Médio:
Projeto do Capital para a Educação: análise e ações para a luta Volume 2
Projeto do Capital para a Educação: análise e ações para a luta Volume 3
Fonte: Andes-SN
A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária PRESENCIAL a se realizar:
Data: 23 de maio de 2023 (terça-feira)
Horário: às 13h30 (Cuiabá) com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes.
Pontos de Pauta:
1. Informes;
2. Análise de conjuntura;
3. Processo dos 28,86%;
4. Edital para eleições da Adufmat-SSind. 2023;
5. 66º CONAD;
6. Matéria do Jornal da ADUFMAT-SSind. sobre o Agronegócio.
A Assembleia será presencial e ocorrerá simultaneamente no auditório da sede de Cuiabá e nos campi do Araguaia e SINOP.
Cuiabá, 19 de maio de 2023.
Gestão Colegiada Dom Pedro Casaldáliga
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Por Juacy da Silva* e Aline Grasielli Monçale**
Há bastante tempo, não apenas em Mato Grosso, no Pantanal ou na Baixada Cuiabana, mas também no Brasil inteiro, existe uma “luta surda” entre grandes grupos econômicos que, para saciarem seus apetites por um lucro fácil e imediato, não medem esforços para transformarem bens coletivos e de uso comum, como as florestas, os minérios, a água, enfim, recursos naturais que devem estar a serviço da coletividade, em mercadorias que possam ser apropriadas sem se importarem, sequer, com os danos ambientais que tais formas de apropriação privada provocam, impondo um passivo ambiental, não apenas às atuais gerações quanto, e principalmente, às gerações futuras.
Esta é uma verdadeira guerra, em que diversas batalhas tem sido e continuam sendo travadas em muitas dimensões ou, no que na linguagem da estratégia militar são denominadas, “teatros de operações”.
As principais instâncias em que essas batalhas estão sendo travadas estão localizadas nos tribunais (Poder Judiciário), nos poderes Executivo e Legislativo e também em organismos do poder executivo, principalmente naqueles que estão relacionados com o Meio Ambiente, na mídia, onde cada lado tenta ocupar seus espaços, divulgando suas “narrativas” e tentando justificar suas posturas e ações e, também, junto ao imaginário coletivo, que chamamos de opinião pública, além, é claro, junto às diversas organizações de representação da sociedade civil, como movimentos sindicais, comunitários, igrejas, clubes de serviços, escolas etc.
Cabe ressaltar também a importância do conhecimento e do papel das instituições de pesquisas, os Institutos e as Universidades, entidades prioritárias em oferecer conhecimentos atualizados quanto aos impactos e danos que, por exemplo, a construção de barragens nos diversos rios de Mato Grosso, da mesma forma que em outros estados, podem causar tanto para a preservação da biodiversidade, quanto às atividades econômicas e, principalmente, sobre o direito que as pessoas tem quanto ao uso da água, seja para abastecimento humano, industrial, animal e agropecuário.
Todavia, neste contexto, precisa haver um equilíbrio para que esses interesses de grandes grupos econômicos não prevaleçam em detrimento dos demais interesses, principalmente os interesses da população em geral.
É importante também atentar ao que estabelece a nossa Constituição Federal em seu artigo 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
.... IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.”
Outro aspecto a ser destacado é o fato de que a ONU reconhece a água como um direito fundamental das pessoas e que a privatização deste precioso líquido, como ocorre quando grupos econômicos tentam se apropriar dos rios em uma região, afeta o direito das diversas comunidades e aglomerados, tanto rurais quanto urbanos.
No caso do Rio Cuiabá e seus afluentes (Bacia do Rio Cuiabá), o mesmo é parte da identidade natural, cultural, econômica e social de uma região cujo povoamento é o mais antigo deste estado e também do Centro Oeste.
Ao longo de décadas o Rio Cuiabá, da mesma forma que rios de vários outros estados serviram e ou ainda servem, como no caso dos rios da região amazônica, como vias de navegação, verdadeiras estradas fluviais, ligando populações e povoados que vivem ainda de forma isolada.
Existe uma verdadeira investida por parte de alguns grupos econômicos tentando construir ou já construindo mais de uma centena de barragens nos diversos rios de Mato Grosso, a maioria dos quais fazem parte da Bacia do Alto Paraguai e são importantes e fundamentais para garantir o regime das águas que formam a maior planície alagado/alagável do mundo, que é o PANTANAL, considerado pela UNESCO como patrimônio natural da humanidade, pela sua exuberância, beleza e riqueza de sua biodiversidade (fauna e flora), e o Rio Cuiabá e seus afluentes são fundamentais para este equilíbrio ambiental/ecológico.
Um desses grupos econômicos está tentando, há alguns anos, construir seis barragens no Rio Cuiabá, em um trecho de 190km, entre o município de Cuiabá até as cabeceiras do mesmo.
Para contrapor-se a esta tentativa de privatizar o Rio Cuiabá e a água neste trecho, cujos impactos econômicos, ambientais, sociais e culturais serão extremamente danosos, podendo causar a destruição da quase totalidade da biodiversidade do Pantanal, ferindo de morte a vida de pescadores, ribeirinhos e pequenos agricultores, afetando significativamente o abastecimento da população de todas as cidades da Baixada Cuiabana e diversos outros impactos extremamente negativos , conforme estudos da ANA – Agência Nacional da Água; da EMBRAPA Pantanal, da Fundação Eliseu Alves, da Universidade Federal de Mato Grosso e de diversas outras instituições de pesquisa, o Deputado Estadual Wilson Santos apresentou um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa, para impedir a construção dessas barragens e que foi aprovado por ampla maioria dos deputados.
O referido projeto, sob o argumento de que seria inconstitucional, foi VETADO pelo Governador do Estado e, posteriormente, graças a mobilização e pressão popular este veto foi rejeitado (como se diz popularmente, foi derrubado) pelos deputados por 21 x 4 votos e, posteriormente, sancionado pelo próprio governador que o havia vetado anteriormente.
Como acontece em todas as guerras, o referido grupo, sob o manto da CNI e de uma outra Associação econômica, ligada à área da energia elétrica, entrou com uma ação no STF arguindo a Constitucionalidade da referida Lei, sob o argumento de que cabe exclusivamente à União legislar sobre água e a exploração de outros recursos naturais.
Por mais que o relator da citada Ação no STF, Ministro Fachim, tenha elaborado um brilhante e extensivo parecer, negando “provimento” à ação proposta, dizendo, inclusive que o Estado (no caso Mato Grosso e, cremos nós, os demais estados) tem, não apenas o direito, mas também o dever de zelar pelos recursos naturais e meio ambiente que estão em seu território, com “competência concorrente com a União”, no que foi seguido pela presidente do STF Ministra Rosa Weber.
Todavia, oito outros ministros, votaram pela inconstitucionalidade da Lei Estadual que proíbe a construção de seis barragens no Rio Cuiabá e que garantiria que este lendário Rio e o Pantanal continuassem vivos.
Inúmeras pessoas, professores, cientistas, pesquisadores e parlamentares não se cansam de dizer que o STF não julgou o mérito da pretensão desses grupos econômicos, que teimam em privatizar os rios e as águas em nosso Estado e que a voz da ciência e a análise dos impactos negativos da construção dessas barragens cabe exclusivamente à SEMA – Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, o que acabou acontecendo há poucos dias.
Por determinação da Presidência da SEMA foi constituído um Grupo de Trabalho, com profissionais de alto nível, doutores e pós doutores, de diversas instituições, com saberes multidisciplinares, necessários para tais pareceres, para que pudessem analisar, no mérito, os impactos que tais barragens poderiam causar ao meio ambiente, a economia, a cultura e a população que vive nesta região, caso as mesmas viessem a ser construídas.
Em meio ao clima quente, das polêmicas que a decisão do STF estava causando na população, no Parlamento estadual e na opinião pública, inclusive nos meios de comunicação há poucos dias, depois da análise da solicitação de licença ambiental por parte do Grupo econômico interessado em construir as seis barragens, privatizando o Rio Cuiabá no trecho antes mencionado, este grupo de trabalho da SEMA negou o pedido, ou seja, não concedeu a licença ambiental para que seis barragens possam ser construídas no mesmo.
Se por um lado a decisão do STF foi uma derrota para os defensores do Rio Cuiabá e do Pantanal, por outro lado, a decisão do Grupo de trabalho e da SEMA, negando a licença ambiental, foi uma IMPORTANTE VITÓRIA para a BAIXADA CUIABANA, para a Bacia do Rio Cuiabá e para o nosso PANTANAL.
Mas, como em todas as guerras, não podemos “baixar as armas”, pois, talvez ou com certeza, o inimigo (ou seja, grupos econômicos que querem destruir o meio ambiente) vai “voltar à carga” e poderá abrir novas frentes de batalha.
Isto significa que precisamos estar bem alertas ou como se diz, “não podemos dormir de touca”, um simples cochilo pode representar novas derrotas para os guardiões da Baixada Cuiabana, do Rio Cuiabá e do Pantanal.
Precisamos, mais do que nunca, juntar nossas forças para alavancar projetos e recursos para um grande programa de desenvolvimento econômico, social e cultural para a Baixada Cuiabana, promovendo um maior dinamismo para esta região que representa o berço histórico e cultural da ocupação e do desenvolvimento de Mato Grosso, onde vivem e sobrevivem mais de 30% da população do Estado.
A Baixada Cuiabana tem muitos problemas e desafios, principalmente nos aspectos ambientais, econômicos e sociais, bolsões de pobreza e miséria ao lado da opulência e da riqueza; mas tem também, ao lado do PANTANAL, grandes potencialidades em todas as áreas, principalmente como destino turístico, centro de prestação de serviços de excelência nas áreas da saúde, da educação, da gestão pública, é um grande centro comercial, de abastecimento e de prestação de serviços para todo o Estado razões mais do que suficientes para acreditarmos que a Baixada Cuiabana tem um grande futuro, pois aqui também estão as instâncias dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário deste grande e promissor estado que é Mato Grosso, que tanto se orgulha de ser o “celeiro do Brasil e do Mundo”.
O Rio Cuiabá e suas águas pertencem ao povo desta região e não podem ser privatizados, jamais. Cabe a nós defender o nosso Rio e o Pantanal, por isso não podemos nos omitir neste momento! O dia em que o Rio Cuiabá e outros rios de Mato Grosso morrerem, o Pantanal também irá morrer! Pense nisso e fique esperto/esperta.
*Juacy da Silva, professor titular, aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral Região Centro Oeste. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy
**Aline Grasielli Monçale é médica Dermatologista SBD, Mestre em Saúde Coletiva UFMT, Miss Beleza Baixada Cuiabana/MT, comunicadora, palestrante e fundadora do projeto social Dermatroller. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @alinemoncale_dermato
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Por Juacy da Silva* e Aline Grasielli Monçale**
O Dia Internacional da Reciclagem surgiu por iniciativa da UNESCO em 2009 e definiu que o mesmo deveria ser comemorado/celebrado anualmente em 17 de Maio.
“ `As próximas gerações poderíamos deixar demasiadas ruinas, desertos e lixo. O ritmo do consumo, desperdício e alteração do meio ambiente superou de tal maneira as possibilidades do planeta, que o estilo de vida atual – por ser insustentável – só pode desembocar em catástrofes”; “A cultura consumista, que dá prioridade ao curto prazo e aos interesses privados, pode favorecer análises demasiadas rápidas ou consentir a ocultação de informações”; “Dado que o mercado tende a criar um mecanismo consumista compulsivo para vender os seus produtos, as pessoas acabam por ser arrastadas pelo turbilhão de compras e gastos supérfluos. O consumismo obsessivo é o reflexo subjetivo do paradigma tecnocrático”. Papa Francisco, Encíclica Laudato Si, 161,184 e 202.
Tanto a ONU, através de suas Agências Especializadas, como a OMS – Organização Mundial da Saúde, a UNESCO – Organização responsável pela educação, a cultura e o desenvolvimento Científico; a UNICEF – Agência dedicada aos cuidados com as crianças e adolescentes, a FAO – organização voltada para a Agricultura, nutrição e segurança alimentar ou a UNEP – braço da ONU voltada para as questões da ecologia, meio ambiente e tantas outras agências; bem como os países (Estados Nacionais, estados federados ou municípios), ou até mesmo Entidades da Sociedade Civil Organizada, costumam criar dias especiais para que sejam momentos celebrativos ou datas para despertar a consciência individual e coletiva quanto `a importância de pensarmos mais criticamente sobre aspectos de nossa realidade local, nacional, internacional ou planetária.
Tendo em vista que a partir de meados do século 18, em torno de 1750, alguns países europeus, com destaque para a Inglaterra e a França, depois seguidos por Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e também logo a seguir o mesmo aconteceu nos Estados Unidos, no Japão e outros mais que promoveram uma mudança radical de paradigmas em seus sistemas produtivos, com o advento da máquina a vapor, a energia elétrica e a industrialização em larga escala, processo este que se prolongou até aproximadamente 1.850. Esta fase da história econômica, política e social passou a ser denominada de primeira revolução industrial.
Este processo de industrialização provocou algumas mudanças significativas, tais como, demográficas, culturais, políticas, econômicas e nas relações sociais, além de promoverem ou estimularem uma rápida concentração de renda, riqueza e poder nas mãos de uma “nova classe social”, denominada como capitalistas ou burguesia.
Outro aspecto relacionado com esta primeira revolução industrial foi a expansão colonialista, onde os países europeus em maior grau e os Estados Unidos em menor grau, pressionados pela necessidade de matérias primas para alimentar a indústria nascente e que se consolidava, promoveram uma verdadeira rapinagem colonialista e imperialista, principalmente na África, na Ásia e na América Latina, deixando um rastro de degradação ambiental e conflitos internos nessas regiões.
Outro aspecto relacionado com esta primeira revolução industrial foram as migrações tanto internas, o êxodo rural intenso, quanto entre países, disto resultando também o crescimento acelerado do processo de urbanização, a eclosão de grandes conflitos sociais relacionados com o fator trabalho, o surgimento de grandes massas de desempregados nas cidades, agravadas por conflitos ideológicos, na esteira do surgimento dos movimentos sindicais, políticos e ideológicos.
Também não podemos esquecer que, graças a evolução da ciência e da tecnologia, apesar das precárias condições de vida nas cidades, houve também uma verdadeira revolução demográfica, com a redução significativa dos índices de mortalidade infantil e em geral de um lado e o aumento dos índices de fertilidade/natalidade de outro, disto resultando uma verdadeira explosão populacional, cujos efeitos permanecem até na atualidade.
De forma semelhante, tendo em vista a lógica da acumulação capitalista que exige o aumento da demanda, para fomentar o aumento da produção e, como consequência aumentar o lucro dos donos dos meios de produção (os capitalistas ou barões do sistema produtivo rural), era preciso “distribuir” um pouco a renda, para que as grandes massas pudessem consumir mais e mais os bens e produtos, um pouco acima da mera subsistência, no bojo do qual ocorreu também a libertação dos escravos por pressões econômicas deste processo de industrialização e modernização e, assim, girar a roda da economia, mesmo que neste processo também grandes massas de pobres, miseráveis e famintos pudessem acabar ficando `a margem deste processo, mas que, por ironia “do destino”, iriam alimentar o “exército” de desempregados, subempregados ou totalmente excluídos.
Assim, o crescimento populacional, aliado ao crescimento urbano e ao aumento da renda e dos consumidores, o resultado não poderia ser outro a não ser a geração de mais e mais resíduos sólidos/lixo, que por sua vez geram gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Fruto deste processo de aumento constante tanto da produção de resíduos sólidos/lixo per capita ou no total produzido pelos diferentes países, surgiu, tem aumentado e continua até os dias de hoje, um grande desafio para o mundo todo, em todos os países, sem exceção, ou seja, como vamos “lidar” com o problema gravíssimo dos resíduos sólidos/lixo?
Este aumento acelerado da produção/geração dos resíduos sólidos/lixo, já que é fruto do consumismo, do desperdício e da falta de políticas públicas que possam equacionar tal desafio/problema, tem contribuído sobremaneira para a degradação de todos os biomas e ecossistemas ao redor do mundo, afetando e até destruindo/matando os cursos d’água, tanto as bacias hidrográficas, quanto os rios, os lagos, lagoas e até mesmo os mares e oceanos.
O planeta terra, os mares, os cursos d’água e imensas áreas urbanas estão se transformando em verdadeiros lixões, lixeiras da humanidade, tornando a vida de todas as espécies vegetais e animais, inclusive a vida humana, extremamente difíceis ou até mesmo em processo de desaparecimento.
Ano após ano, décadas após décadas, apesar de milhares de estudos e tratados internacionais terem sido criados, aprovados e recebido a adesão de, praticamente, todos os países, o mundo caminha de forma acelerada para ir aumentando cada vez mais a quantidade de lixo produzida.
Cabe destacar que a produção/geração de resíduos sólidos está relacionada diretamente com os quatro fatores mais importantes: aumento da renda per capita, aumento da população urbana, aumento do consumismo e do desperdício.
A partir dos anos setenta do século passado, principalmente a partir de 1972 (primeira conferência internacional do desenvolvimento e meio ambiente), da segunda conferência que foi a ECO-92 no Rio de Janeiro, da Rio +10, também no Rio de Janeiro, a “Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável,” onde a questão da sustentabilidade passa a ser um novo paradigma que deveria ser abraçado por todos os países, pelo sistema produtivo, pelas organizações governamentais e não governamentais e, claro, pela população, o que só tem acontecido de forma extremamente tímida, cujos efeitos no contexto global são muito insignificantes.
É neste contexto que a ideia e as práticas da reciclagem começam a ganhar destaque, mas que, mesmo já tendo se passado, duas décadas o avanço tanto da reciclagem quanto da economia circular ainda não tem tido o impacto que se esperava em termos de reduzir a produção de resíduos sólidos, reduzir o consumismo e o desperdício e dar vida mais longa aos produtos e a reduzir o impacto que a procura/demanda por matérias primas tem sobre o meio ambiente.
Existe uma corrente de pensamento que considera a reciclagem apenas um paliativo, pois o que se precisa é ir mais a fundo, ou seja, a troca radical de paradigmas sobre os quais os sistemas econômicos e produtivos se organizam e exploram tanto os consumidores, através de técnicas modernas de propaganda e marketing, incentivando o aumento não apenas do consumo, mas sim do consumismo, ou seja, levando as pessoas a consumirem além das necessidades básicas e essenciais, mas sim uma verdadeira doença que é a compulsão por comprar, adquirir e desperdiçar.
Além disso, é importante que o mundo abandone as fontes de energia sujas, baseadas em combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), substituindo-as por fontes limpas, renováveis e não poluidoras.
Por exemplo, o mundo está sofrendo e correndo o risco de extermínio de várias espécies de animais, inclusive animais marinhos e também dos seres humanos pela quantidade de lixo em geral, e dos plásticos em particular. Vivemos em uma sociedade de plásticos, que a cada dia poluem mais e degradam mais o meio ambiente e destroem os biomas.
As cidades mundo afora, com raríssimas exceções não tem conseguido resolver a questão do lixo/resíduos sólidos, apesar de inúmeras leis, regulamentos e ações pontuais e tímidas por parte dos governantes.
Além da questão dos plásticos, tendo em vista a revolução científica, tecnológica com o surgimento do mundo digital, atualmente o mundo todo enfrenta mais um problema grave em relação `a questão dos resíduos sólidos que é o chamado “lixo eletrônico”, que ao ser descartado, por conter inúmeros produtos químicos e componentes altamente tóxico tem representado um grave perigo e enorme risco tanto para o meio ambiente quanto para a saúde e a vida humana quanto de outros animais e a biodiversidade vegetal.
A partir dos anos setenta do século passado o movimento de reciclagem vem ganhando força, mas de maneira muito tênue, a média mundial de reciclagem do lixo/resíduos sólidos gerado é em torno de apenas 20%, sendo que diversos países, como o Brasil, que é o quarto, quinto ou sexto pais do mundo que mais produz rejeitos/resíduos sólidos/lixo (dependendo da fonte de pesquisa os números são diferentes), não passa de 2%, 3% ou no máximo 5%.
Até recentemente havia uma prática internacional em que os países da Europa, Estados Unidos e alguns países asiáticos como Japão, Coréia do Sul e outros mais, exportavam lixo em grandes containers, navios para países pobres da Ásia e África, principalmente, deslocando seus problemas em relação ao acúmulo de lixo para poluírem e afetarem a saúde da população daqueles países.
Em sua origem, o movimento de reciclagem estava baseado em três “Rs”: REDUZIR (os produtos que são consumidos pelas famílias/pessoas e também pelo sistema produtivo); RE-USAR (ou seja evitar descartar tudo e dar nova utilidade aos produtos) e RECICLAR ( separar e transformar resíduos sólidos em novos produtos).
Hodiernamente, foram ou estão sendo incluídos mais três “Rs”, antes desses que mencionamos e que são: REPENSAR (ou seja, antes de adquirir algum produto, seja a população/famílias/pessoas perguntarmos “será que precisamos realmente de comprar/adquirir mais produtos?”; RESISTIR – como podemos fugir dos apelas consumistas estimulados pelo setor produtivo (indústria e comércio, principalmente, via propaganda subliminar e o marketing do consumismo?); e RECUSAR – precisamos recursas os dois “Rs”, anteriores, para realmente atingirmos um dos objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU que é a PRODUÇÃO e CONSUMO RESPONSÁVEIS e também sustentáveis.
Se conseguirmos Repensar nossos hábitos de consumo e nossa ânsia por consumir que é traduzido por CONSUMISMO, se conseguirmos RESISTIR e RECUSAR os apelos e manipulação subliminar para que consumamos cada vez mais, visando alimentar uma cadeira produtiva que não tem respeito e nem zelo seja pelo meio ambiente, seja pelos trabalhadores, seja pelos consumidores, com certeza, talvez, em um futuro muito longínquo, antes que o Planeta Terra seja destruído, possamos deixar de falar e praticar a reciclagem.
A ONU em estudo recente, em parceria com o Banco Mundial e diversas outras organizações nacionais e internacionais alertou o mundo, os países, a população em geral que estamos em uma corrida contra o tempo e que se não for enfrentada com seriedade, a produção de resíduos sólidos/lixo no mundo vai aumentar em 350% até o ano de 2050; tendo como base a situação deste problema em 2020, quando o crescimento da população mundial será de no máximo 24,3%, passando de 7,8 bilhões de habitantes em 2020 para 9,7 bilhões de habitantes m 2050.
Este será o fator básico para conter ou apenas mitigar os efeitos catastróficos e desastrosos acarretados pelas mudanças climáticas em curso e que muita gente e inúmeros países simplesmente não acreditam ou fingem acreditar, mas nada fazer para equacioná-lo.
Com o aumento populacional de um lado, o aumento da renda per capita de outro e o aumento acelerado do consumismo e do desperídicio de tudo o que é produzido, inclusive alimentos; estamos entrando cada vez mais em uma economia do descarte e da obsolescência prematura, que aumenta a produção de resíduos sólidos/lixo e com os baixos índices de reciclagem ainda vigentes, o cenário mundial e da maioria dos países, inclusive do Brasil, em relação `a produção e destinação do lixo, não é nada animador.
Esta é a reflexão que precisamos fazer de forma bem profunda, não apenas neste DIA INTERNACIONAL DA RECICLAGEM, 17 de Maio de 2023; mas de forma urgente todos os dias e aumentarmos a pressão para a mudança profunda dos hábitos de consumo tanto das pessoas quanto do sistema produtivo em geral, sem isso estamos caminhando de forma acelerada para um desastre ambiental e humano sem precedentes na história do planeta terra!
*Juacy da Silva, professor titular, aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólgo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral Região Centro Oeste. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy
**Aline Grasielli Monçale, Médica Dermatologista SBD, Mestre em Saúde Coletiva UFMT, Miss Beleza Baixada Cuiabana/MT, comunicadora, palestrante e fundadora do projeto social DermaTroller. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @alinemoncale_dermato