A Adufmat-Ssind realizou, nesta segunda-feira, 13/05, uma Live sobre os motivos da greve docente, que está sendo construída em âmbito nacional desde abril, em conjunto com outras categorias da Educação federal.
Os motivos vão inúmeros, mas a centralidade é a recomposição do orçamento das universidades federais, que receberam, em 2023, metade do que recebiam em 2013. “Os ataques às universidades foram no sentido de tentar desmontar as instituições por meio do orçamento cada vez mais reduzido”, afirmou a diretora geral adjunta da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda, que mediou o debate.
Esse desmonte repercute na falta de estrutura adequada para ensino, pesquisa e extensão, indisponibilidade de bolsas de pesquisa e políticas de permanência, moradia, alimentação, falta de condições adequadas para as aulas de campo, isto é, tudo que interfere de forma negativa na qualidade da formação dos próprios estudantes.
Assim, as convidadas, Clarissa Rodrigues (2ª vice-presidente da Regional Leste do ANDES-SN) e Leia Oliveira (técnica-administrativa da UFMT) demonstraram que, apesar da grave situação, o Governo Federal insiste em não avançar no diálogo.
A professora Clarissa Rodrigues traçou um histórico da greve a partir das tentativas de avançar no diálogo realizadas desde janeiro de 2023, passando pela formação das mesas geral, setorial e específicas. Atualmente, diante da pressão da greve, que tem tomado força com a adesão de novas instituições, o Governo tem tentado limitar as negociações aos pontos de pauta “não financeiros”. Mesmo assim, pouco ou nada fez com relação às solicitações de revogação de normativas e leis que atacam direitos, como as Reformas Trabalhista e da Previdência e a Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos).
A servidora técnica-administrativa, Leia Oliveira, por sua vez, destacou a importância da unidade das categorias. “A história de luta da UFMT sempre se deu pela unidade das categorias, não apenas para as reivindicações salariais, mas pela melhoria das condições de trabalho e da própria universidade”, afirmou. Em outro momento, lembrou que nenhuma das conquistas se deu por meio de outra ferramenta que não a greve. “Há outras formas de mobilização, sim. Nós resistimos muito durante o Governo Bolsonaro, e resistência também é uma forma de luta. Mas em todos esses anos de universidade e de militância, pelo que eu me lembre, não tivemos nenhuma conquista sem greve”, pontuou.
Os técnicos-administrativos (TAEs) estão em greve desde a primeira quinzena de março. Neste momento, são 57 instituições com TAEs paralisados. Entre os docentes, 46 universidades federas e sete institutos federais e cefets já estão em greve, e outras duas instituições aprovaram indicativo de greve para maio, totalizando 55 unidades federais de ensino.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind