Atravessamos a uma pandemia em que não nos furtamos de manter a Universidade pública funcionando com qualidade, mesmo que nenhuma condição de trabalho remoto tenha sido ofertada pela administração superior. Sobreviventes, voltamos da pandemia cumprindo com nosso ofício, mesmo com o vírus ainda em propagação num contexto em que a higienização de ambientes era questão de vida e morte, mas o serviço de limpeza seguiu sendo restringido.
Sobreviventes, seguimos dando aula com salas sem ar condicionado em meio a uma crise climática levando o planeta a históricas ondas de calor. Sobreviventes, resistimos em dar aulas a noite, mesmo diante da insegurança nos campi. Sobreviventes, temos produzido milagres de fé no extremo ocidente!
E, para nosso pesar, seguimos sendo descredibilizadas pela gestão da Universidade quando ela desconsidera que nosso sindicato seja parte da Universidade; quando sequer conseguimos contabilizar a totalidade de horas que trabalhamos porque a universidade receia que cobremos o justo: que essas horas trabalhadas sejam pagas; ou quando a administração superior quer nos exigir sobretrabalho como critério de progressão.
Sobreviventes deste navio, temos conseguido ainda tecer laços solidários! Ainda que a ADUFMAT não tenha tido espaço de fala na reunião do CONSEPE e que nossa proposta de minuta de progressão funcional não tenha tido espaço de apreciação na reunião do CONSEPE, a solicitação da ADUFMAT de espaço em reuniões foi atendida por dezenas de instâncias da Universidade (colegiados de curso, departamento e congregação de institutos).
Pedimos desculpas pelas reuniões em que não conseguimos comparecer e explicamos que nenhuma pessoa da diretoria tem dispensa para cumprir as tarefas da luta sindical e estamos, enquanto docentes, tão assoberbadas quanto qualquer outra docente e algumas reuniões chocaram com atividades acadêmicas da diretoria da ADUFMAT.
Salientamos que pretendemos reagendar datas de reunião nas instâncias que não conseguimos nos fazer presentes e que vamos chamar debates públicos no retorno do calendário acadêmico para explicar ao corpo docente a nossa proposta.
Lutar e mudar as coisas nos interessa mais! E agradecemos àqueles e àquelas que nos oportunizaram espaços de diálogo e, sobretudo, a quem se posicionou conosco na luta da progressão funcional enquanto direito docente, construindo solidariedade e bem-estar a nossa categoria.