Motivos não faltam: são ataques explícitos e mentirosos aos serviços públicos; cortes de recursos e de salários; retiradas de direitos que custaram vidas para garantir e cuja ausência trará ainda mais caos ao cotidiano dos brasileiros. Há um projeto em andamento para destruir o Estado e as carreiras públicas que viabilizam o acesso da população a direitos como educação, saúde, previdência, segurança.
Sob as garras de Bolsonaro, a própria democracia está a prêmio, pois o chefe do Executivo se utiliza inclusive da máquina pública para incitar reações populares contra elementos fundamentais do Estado Democrático de Direito. Os ataques à informação produzida pela Imprensa, ao conhecimento elaborado nas universidades, além do Judiciário e Legislativo, que numa sociedade democrática também têm como função fiscalizar excessos por parte do Executivo, são exemplos de tal ameaça.
Apesar do caos e da perplexidade que Bolsonaro e sua equipe provocam, a população ainda não conseguiu reagir a altura para conter esse processo destrutivo. A Greve Geral em Defesa da Educação e dos Serviços Públicos de 18 de Março, convocada pelas centrais sindicais, será mais uma tentativa de avançar nesse sentido.
“A universidade pública está passando por um severo ataque que compromete a possibilidade de sua própria existência. Os sucessivos cortes da Emenda Constitucional 95, os ataques à própria autonomia universitária em termos de gestão, a inviabilidade de eleições diretas pelas entidades representativas da comunidade acadêmica, todos esses ataques colocam em xeque a existência da universidade pública. Além disso, no plano macro, o chamamento do governo ao fechamento das instâncias democráticas do país colocam todos aqueles que defendem a democracia em estado de alerta”, destaca a diretora da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.
O ANDES - Sindicato Nacional aprovou a data de mobilização durante o seu 39º Congresso e, em assembleia da categoria, os docentes representados pela Adufmat-Ssind referendaram a convocação. Assim, diretoria e Comando Local de Mobilização (CLM) começaram a organizar a Greve Geral de 18 de Março. Um documento elaborado para mobilizar a categoria conclama os docentes, servidores públicos e toda a população a “dizer não àqueles que destroem a educação pública para garantir lucro aos mercadores da educação, àqueles que desprezam a educação e o conhecimento e promovem a intolerância e a ignorância coletiva, àqueles que criminalizam o servidor público, intolerantes a uma sociedade feita de cidadãos, portadores de direitos à saúde, à educação, ao trabalho, à liberdade e à dignidade, entre outros” (confira o material abaixo).
Para a diretora da Adufmat-Ssind, esse é o momento de reagir bravamente, pois não haverá empate na disputa por direitos. “É necessário que a gente faça uma luta extremamente combativa no 18 de Março, capaz de refrear essa erguida autoritária. Não existe melhor forma de defender a democracia e as liberdades que não seja exercitando-as. E o 18 de Março é um chamamento aos trabalhadores para que exercitem seus direitos de cidadania e a sua liberdade no sentido de defender os direitos sociais, humanos e políticos. Estamos passando por um severo período em que não haverá empate. Ou a classe trabalhadora vai avançar na garantia de seus direitos e interesses, ou teremos retrocessos e amargaremos décadas de atraso a partir das perdas que temos tido nesses últimos anos”, concluiu Lacerda.
O Ato unificado de 18 de Março, em Cuiabá, será na Praça Alencastro – em frente a Prefeitura de Cuiabá, às 15h. Confira o material de divulgação:
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind