Os docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão em estado de greve para lutar por reajuste salarial e contra os cortes orçamentários realizados pelo governo fluminense. Em assembleia realizada na quinta-feira (14), os docentes debateram a possibilidade de não iniciar o semestre letivo caso o governador não reverta os cortes, na casa dos 16%, e não reajuste os salários da categoria – que sofre com perdas desde o último reajuste, em 2001.
Os docentes da Uerj também se articulam com as demais categorias do serviço público estadual do Rio de Janeiro, que também sofrem com cortes, precarização do trabalho e atraso no pagamento de 13º salário e outros benefícios. Os servidores fluminenses realizarão ato conjunto no dia 3 de fevereiro, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
“Estamos construindo coletivamente uma greve geral do funcionalismo estadual caso o governador não reverta os cortes”, afirmou Lia Rocha, presidente da Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj – Seção Sindical do ANDES-SN).
Lia ressalta que a Uerj entra em férias e tem o retorno das atividades acadêmicas para 29 de fevereiro. No dia seguinte, primeiro de março, haverá nova assembleia geral dos docentes na qual será avaliado o indicativo de greve da categoria. “Se a situação não melhorar, vamos entrar em greve”, completa a presidente da Asduerj-SSind. Na quarta-feira (13), os docentes se somaram a uma mobilização dos servidores da Uerj, que também lutam contra os cortes e por reajuste salarial.
Orçamento para 2016 mantém cortes nos serviços públicos do RJ
No final de dezembro, um acordo na Comissão de Orçamento, intermediada pelo presidente da Comissão de Educação da Alerj, manteve os cortes para as universidades públicas no mesmo patamar de 16% aplicados às demais áreas do Estado. A redução dos cortes para 2016 foi possibilitada pela interlocução do movimento docente, estudantil e de servidores da Uerj com os parlamentares - e garantida pela maciça presença da comunidade universitário no plenário dia 21/12.
O ensino superior público havia sido o principal alvo dos cortes na Proposta de Lei Orçamentária Anual enviada pelo governo estadual à Alerj. O governo pretendia cortar em até 46% o orçamento das universidades estaduais.
Fonte: ANDES-SN (com informações de Asduerj-SSind)