Quarta, 24 Janeiro 2024 14:51

Trabalhadoras e trabalhadores realizam greve geral na Argentina nesta quarta (24)

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ANDES-SN apoia a luta de argentinos e argentinas contra ajuste fiscal de Milei

 

Nesta quarta-feira (24), trabalhadoras e trabalhadores da Argentina paralisam as atividades contra as medidas de ajuste fiscal do presidente Javier Milei. O líder da ultradireita tem implementado uma "terapia de choque" para lidar com a crise econômica do país desde a sua posse, em dezembro do ano passado.

Foto: Marcelo Ochoa / Télam

Em seus primeiros dias na presidência, Milei publicou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que regula uma ampla variedade de atividades econômicas no país, como mercado de trabalho, planos de saúde, aluguéis e privatização de empresas estatais, entre outras. O chamado “decretaço” traz ataques aos direitos trabalhistas, entre alguns deles, os que incluem tornar a demissão da trabalhadora e do trabalhador mais fácil e menos dispendiosa.

Milei também enviou ao Congresso a Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, conhecida como a “Lei Ônibus", um projeto com um amplo leque de reformas. Ao declarar emergência pública nas áreas econômica, financeira, fiscal, de segurança e defesa, a lei estabelece amplos poderes para Milei até dezembro de 2025, podendo ser prorrogada por mais dois anos, abrangendo todo o mandato do presidente argentino. A Previdência Social também está na mira do novo governo, que propõe a suspensão da atual fórmula de mobilidade e dá ao poder Executivo todas as prerrogativas para atualizar as aposentadorias de acordo com seus critérios.

As medidas anunciadas pelo presidente argentino ocasionaram reações em massa da população, que protestou por meio de passeatas e panelaços contra as medidas, mesmo com a ameaça de uso da força policial para sufocar as mobilizações populares.

A greve geral, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), ganhou adesão de diversas entidades, entre elas, da Conadu Histórica, federação que reúne 13 associações docentes do país. Segundo a federação, a mobilização é contra o DNU, a “Lei Ônibus”, o protocolo de criminalização de protestos e, ainda, por uma paridade salarial do ensino das Universidades Nacionais, a recomposição salarial das e dos docentes da ativa, assim como das aposentadas e dos aposentados, e a liberdade imediata do professor Nahuel Morandini, preso por tuitar contra autoridades locais em uma província da Argentina.

Para o ANDES-SN, as trabalhadoras e os trabalhadores do país vizinho enfrentam um ataque redobrado, que aprofunda a retirada de direitos sociais assim como também privatiza as grandes empresas estatais construídas pelo povo ao longo da história do país.

“Estas políticas comprometem não tão somente a sobrevivência material da classe e dos setores populares como também ameaçam as liberdades democráticas. É um governo, como aquele que houve entre nós, no Brasil, negacionista, e que tenta reescrever a história do que foi a última ditadura fascista, que deixou mais de 30 mil pessoas mortas e desaparecidas. A luta da classe trabalhadora argentina é a luta de todes, todas e todos os trabalhadores do mundo, é a luta de todes, todas e todos os trabalhadores da ‘Nossa América’. Recebam um particular abraço os professores e as professoras argentinas, que defendem a educação pública, gratuita, laica e socialmente comprometida na esteira do que foi o Movimento da Reforma de Córdoba que ainda hoje orienta nossas lutas por uma autêntica Universidade Latinoamérica”, diz a nota do ANDES-SN.

Confira aqui a nota na íntegra, divulgada na Circular nº 026/2024

Saiba mais sobre a crise na Argentina na edição do InformANDES de Janeiro

 

Fonte: Andes-SN; Foto: Marcelo Ochoa / Télam

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