Quarta, 17 Outubro 2018 09:06

17 de outubro: Dia de Combate aos assédios sexual e moral

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17 de outubro é dia de combate aos assédios sexual e moral nas instituições de ensino superior. Definida no Congresso do ANDES-SN, a data foi incorporada pela Csp-Conlutas e pelo Fonasefe em seus calendários de lutas.

 

Caroline Lima, da direção do ANDES-SN, explica que as instituições de ensino superior têm sido negligentes com as denúncias de casos de assédio sexual e moral. “Nossa ideia, com a data, era abrir um espaço para debater os casos de assédio moral e sexual, que na maior parte das vezes são jogados para debaixo do tapete”, diz.

 

O crescimento da violência da ultra direita, entretanto, colocou o debate sobre assédio sexual e moral em um outro patamar. “A luta contra o assédio é uma luta contra a criminalização daqueles e daquelas que são combativos, que pensam diferente, que se propõem a pensar o mundo a partir de um outro olhar, que respeitam a diversidade”, afirma.

 

Para a docente, nessa conjuntura de violência de violência política e sérios riscos à democracia, debater sobre assédios sexual e moral pode ajudar a “incendiar corações e mentes, demonstrando como o discurso do ódio assedia e violenta docentes, técnicos e estudantes dentro das universidades”.

 

Uma violência silenciosa

Caroline explica que os assédios sexual e moral no local de trabalho são práticas, muitas vezes, silenciosas. Em razão disso, entre outros motivos, acabaram naturalizadas dentro instituições de ensino. “Tanto o assédio sexual, quanto o moral estão ligados às relações de poder e, principalmente, às relações econômicas. Quem está numa posição de poder hierárquico e econômico superior acredita que pode usar a força ou a violência moral para impor a sua vontade”, diz.

 

As consequências dos assédios podem ser nefastas. Levando o profissional assediado ao adoecimento emocional, desenvolvendo depressão, crises de pânico, podendo levar ao suicídio. Caroline explica que os assédios moral e sexual são caracterizados por um conjunto de opressões.

 

Resistência

O crescimento de casos de assédios e os adoecimentos que as práticas geram criaram diferentes tipos de resistência. Entre elas, dentro dos movimentos sindical e social, a não tolerância a essas violências.“Em 2001, houve um momento de aumento das lutas contra os assédios. É neste momento que conseguimos criminalizar essas práticas”, explica.

 

“Desnaturalizar essas violências foi uma vitória dos trabalhadores. Essas práticas desumanizam as vítimas. Há um processo [de luta social] que vai engendrar a criação dos artigos que criminalizam os assédios sexual e moral. Nesse processo, houve a identificação de como o poder econômico e as hierarquias de poder permitem essas violências que levam muitos trabalhadores ao adoecimento”, conclui.

 

 

Fonte: ANDES-SN

 

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