A marcha para marcar o aniversário de um ano do episódio de violenta e desproporcional repressão da Polícia Militar (PM) do Paraná no qual 213 manifestantes saíram feridos de um protesto de servidores públicos estaduais, levou 25 mil pessoas às ruas de Curitiba na sexta-feira (29). As estimativas são do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), um dos organizadores do ato.
A manifestação teve início pela manhã, com concentrações nas praças Santos Andrade, Rui Barbosa e Tiradentes, no centro da cidade, e confluiu perto das 12h para uma grande marcha até a Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. Professores das universidades estaduais paranaenses, bem como de 29 regionais da APP-Sindicato espalhadas pelo estado participaram no ato. Dez estados brasileiros estavam representados na manifestação, por meio de integrantes de sindicatos estaduais da educação ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
O Fórum de Lutas 29 de Abril, composto por movimentos populares e entidades sindicais e criado logo após o massacre, também participou da organização do ato. A palavra de ordem "Fora Beto Richa" se intercalava aos pronunciamentos e às músicas dos carros de som. "Para nós, a palavra luto é verbo, é resistência, e por isso estamos fazendo a denúncia do que aconteceu, mas também seguimos lutando por nossos direitos", garante Walkiria Olegário Mazeto, integrante da diretoria da APP-Sindicato.
“Hoje nós estamos aqui para relembrar esta data, para que ela não caia no esquecimento. […] Para que a gente se mantenha unido contra todo e qualquer tipo de governo truculento”, afirmou Gizele Cristiana, professora da rede estadual de educação ao Brasil de Fato, que viveu na pele a violência do dia 29 de abril de 2015.
Muitas pessoas, em sua maioria professores e servidores, ficaram feridas naquele dia pela chuva de bala de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo promovida pela Polícia Militar, com a autorização do governo Beto Richa (PSDB). A PM atirou, naquele dia, 3223 balas de borracha e lançou 1413 bombas contra os manifestantes.
Mobilização dos docentes universitários
Mary Falcão, 2ª vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, ressalta que os docentes universitários estaduais participaram em peso da manifestação, assim como os docentes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e dos Institutos Federais do estado. “Temos a tarefa de não deixar que esse massacre caia no esquecimento. Foi uma atrocidade contra a educação, contra os professores, contra os servidores estaduais. O 29 de abril deve ser lembrado como um grande dia de resistência à política nefasta do governo estadual”, comenta a docente.
De acordo com a diretora do ANDES-SN, diversas seções sindicais organizaram atividades locais para marcar a data. A Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste – Seção Sindical do ANDES-SN) realizou panfletagem, debates, passeatas e uma concentração no campus de Cascavel, com bandas de rock e exibição de vídeos sobre o dia 29 de abril. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Paraná (Sindunespar – Seção Sindical do ANDES-SN) participou de uma mesa no Instituto Federal do Paraná, em Paranaguá, sobre a repressão policial de 29 de abril. O Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg – Seção Sindical do ANDES-SN) e a Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Centro Oeste (Adunioeste – Seção Sindical do ANDES-SN) também realizaram atividades em suas instituições para lembrar o 29 de abril.
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Informações de Brasil de Fato. Imagens de Apufpr-SSind.
Fonte: ANDES-SN