Não adiantou Bolsonaro destilar sua raiva tentando desqualificar militantes, nem o burburinho de que os cortes na Educação seriam suspensos. A população já sabe que o governo, além de raivoso e irresponsável, gosta de espalhar notícias falsas para causar confusão e emplacar suas propostas, e foi às ruas nessa quarta-feira, 15/05, para demonstrar repúdio aos crescentes ataques à Educação.
Em Cuiabá, mais de 10 mil pessoas cortaram o centro da cidade em passeata mostrando ao presidente que, ao contrário do que ele pensa e diz, a população não é idiota e sabe muito bem que Educação é direito fundamental, assim como a Saúde, a Assistência Social e a Previdência. E se estas são áreas fundamentais, precisam receber mais recursos, e não perder.
No campus de Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso, a mobilização começou cedo. Pela manhã, docentes e técnicos panfletaram nas guaritas. A greve pegou na universidade, que ficou praticamente vazia. Enquanto docentes e técnicos faziam arrastão nos blocos dialogando com trabalhadores concursados e terceirizados, estudantes preparavam cartazes para o ato unificado programado para a tarde.
Às 13h, a comunidade acadêmica se encontrou na praça do Restaurante Universitário para sair em carreata até o ato unificado na Praça Alencastro, no centro da capital mato-grossense. Dezenas de carros acompanharam o carro de som, de onde representantes de professores, técnicos e estudantes da UFMT explicaram os motivos do protesto.
“Direito se defende. Nós estamos aqui para denunciar que a Educação Pública vai deixar de existir se a gente não se movimentar. O corte anunciado por Bolsonaro significa que estão tirando da educação dos seus filhos, da merenda escolar, da creche, das universidades. Estão tirando dinheiro do povo para mandar para banqueiro. Os bancos não produzem nenhum real, mas a educação produz o futuro das próximas gerações. Eles querem tirar o nosso futuro, a nossa Saúde, a nossa Previdência. Hoje é dia de mostrar que nós não queremos que cortem os direitos da classe trabalhadora. Se for para cortar da alguém, que cortem dos bancos, do latifúndio, dos empresários”, afirmou a diretora de Imprensa da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind), Lélica Lacerda.
A representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da instituição (Sintuf-MT), Merillin de Castro, reforçou o apelo à grande maioria da população, usuária dos serviços públicos. “Você que tem filho na escola pública, saiba que o governo está cortando os recursos, está acabando com a educação pública do país. Nós não vamos aceitar. Por isso, paramos nossas atividades hoje e vamos fazer uma grande Greve Geral da Educação, na qual todos nós, técnicos, professores e alunos, estamos lutando em defesa da educação pública. Unam-se a nós. Esses cortes representam o massacre dos trabalhadores”, disse.
Durante todo o percurso, as pessoas interagiram com os manifestantes, demonstrando interesse pelo debate.
A representante estudantil, Ana Carolina Marques, foi bastante direta ao afirmar que na universidade não se faz balbúrdia, mas sim desenvolve-se tecnologias diversas para tentar melhorar a vida da população. “Na universidade nós realizamos pesquisas que ajudam as pessoas. Nós desenvolvemos medicamentos para a saúde humana e animal. O Hospital Universitário Julio Müller atende centenas de pacientes diariamente, e é uma referência no tratamento de várias doenças, como a tuberculose”, citou a estudante, entre outros exemplos.
Ao chegar na Praça, a carreata foi recebida com empolgação e palavras de ordens reafirmando a presença do Movimento Estudantil, e a ideia de que, se os cortes não forem revertidos, o Brasil vai parar por conta das greves.
Centenas de cartazes e faixas demonstravam o repúdio ao desmonte da educação, mas também ao desrespeito, aos destemperos e confusões de Bolsonaro e sua equipe. “Sem educação já basta o presidente”, “A fórmula da água é H2O, e a fórmula da ignorância é B17”, “Conhecimento destrói mitos”, “Educação não é chocolatinho”, “Educação não é balbúrdia, é o futuro da nação”, “Ministro, é Kafka, não Kafta”, eram algumas das frases que criticavam e ridicularizavam o governo.
Ao final, os manifestantes realizaram uma grande marcha pela região central, passando pela Prainha, e finalizaram as atividades novamente na Praça Alencastro.
Também foram realizados atos e outras manifestações em defesa do direito à Educação pública, gratuita e de qualidade nos municípios de Sinop, Cáceres, Barra do Garças, Rondonópolis e Lucas do Rio Verde.
CLIQUE AQUI PARA VER AS FOTOS DO ATO EM CUIABÁ.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Confira os atos marcados para o dia 15 de maio
Acre
Rio Branco. Ato público, às 8h, em frente ao Palácio Rio Branco. Trabalhadores da educação estão participando da Greve Geral.
Alagoas
Maceió. Ato unificado no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), às 9h, no bairro do Farol. À tarde, 13:30, uma Feira de Ciências com exposição de cartazes e apresentações de projetos de pesquisa desenvolvidos dentro da universidade, será realizada no calçadão do comércio.
Amapá
Macapá - 16h ato na Praça das Bandeiras.
Amazonas
Manaus. UFAM - Ato dos estudantes às 7h na Universidade Federal do Amazonas.
IFAM - 16h – No Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Amazonas. Avenida 7 de setembro, 1975, Centro.
UEA Às 15h participação em Ato Público na Praça 5 de setembro (Praça da Saudade). Fonte: Sind-uea
Ato unificado: Trabalhadores da Educação e estudantes farão ato público em Manaus, às 15h, na Praça do Congresso.
Bahia
Salvador - As redes estadual e municipal de Salvador e do interior, universidades federais e estaduais, rede privada, técnicos das universidades, movimento estudantil vão parar suas atividades e participar do ato às 9h, no Largo do Campo Grande, centro.
Feira de Santana - Ato Unificado Praça Tiradentes (em frente ao Instituto de Educação Gastão Guimarães), às 8h30.
Vitória da Conquista – às 8h, na Praça 9 de novembro.
Itapetinga - Manifestação Praça Dairy Valley, às 8h. Roda de conversa no Moacir Moura às 16h.
Jequié - Praça Ruy Barbosa, às 15h.
Ilhéus - 9h, Estádio Mario Pessoa.
Itabuna - 15h, "Jardim do Ó".
Distrito Federal
Brasília. Ato unificado: Concentração no Museu Nacional, às 10h, e marcha ao Congresso Nacional às 11h. Organizado por ampla frente com as entidades da educação.
Ceará
Fortaleza - Ato na Praça da Bandeira, às 8h.
Espírito Santo
Vitória. Ato unitário com trabalhadores, alunos e professores na Praça do Papa, às 8h30.
Na Ufes, a concentração para o ato será às 16h30, em frente ao Teatro Universitário, no campus de Goiabeiras. No mesmo horário, haverá também concentração no Instituto Federal de Educação (Ifes/Vitória), próximo à Pracinha de Jucutuquara. Durante todo o dia, haverá panfletagem na Ufes. Início da manifestação nas ruas: 17 horas.
Goiás
Goiânia. Ato público, às 15h, na Praça Cívica em Goiânia. Fonte: CNTE. Antes, estudantes da UFG e IFG convocam todos a participarem de uma assembleia às 13h na Praça Universitária e em seguida participarem de Ato Nacional em Defesa da Educação e da Universidade Pública.
Maranhão
São Luis. As entidades estudantis, sindicais e movimentos sociais realizam na capital maranhense dois grandes atos: às 6h, concentração na Entrada do Campus do Bacanga da UFMA. Às 15h, Grande Ato em Defesa da Educação, na Praça Deodoro.
Mato Grosso
Cuiabá - Ato Público será na Praça Alencastro, às 14 horas. Mais cedo, às 6h a categoria fará mobilização nas guaritas da UFMT. 13h concentração no RU para seguir em carreata, até a Praça Alencastro.
Sinop - 15h - Ato Unificado na Praça da Bíblia e caminhada até a Praça Plínio Callegaro.
Araguaia - 09h às 11h30 - Mesa-redonda no Espaço Multiuso II - Campus do Araguaia - Barra do Garças; 14h às 18h30 - Exposição de trabalhos de Pesquisa, de Extensão e de Ensino na Praça Sebastião Júnior (ao lado do Mercado Municipal) - Barra do Garças; 20h às 22h30 - Mesa-redonda no Auditório do Campus do Araguaia - Pontal do Araguaia.
Mato Grosso do Sul
Campo Grande. Estão sendo organizados atos por município, por região e um estadual. Os professores da vão parar e outras categorias profissionais vão se somar à luta. Ato na rotatória do Morenão, às 9h.
Minas Gerais
Belo Horizonte - Ato público na Praça da Estação, às 14h, e atos locais nos municípios. Também terá um debate sobre a reforma da previdência na UFMG.
Às 9:30, Praça da Estação – BH
Viçosa - Concentração às 07h30 nas Quatro Pilastras.
Uberlândia – 15h - Praça Ismene Mendes.
Lavras - Praça Dr. Augusto Silva, 10h.
Pará
Belém - Professores da UEPA e UFPA, com demais educadores e estudantes, irão participar, em conjunto com as demais categorias, de um ato público a partir das 8h, na Praça da República.
Paraíba
João Pessoa – 9h. Ponto de Cem Réis. 14h. Audiência Pública na Assembleia.
Sumé – 8h. Escola Agrícola da UFCG.
Campina Grande – 8h. Praça da Bandeira.
Paraná
Curitiba – Marcha em direção ao Centro Cívico está marcada para às 9 horas, com saída da Praça Santos Andrade, no Centro da cidade. Os docentes da UTFPR farão uma concentração própria para a manifestação a partir das 8 horas no pátio interno da Sede Centro do campus Curitiba, com partida programada para 8h30 em direção ao ato.
Ponta Grossa – Piquete na UEPG às 7h. Ato às 18h no Parque Ambiental.
Marechal Cândido Rondon – Manifestação às 17h30 na Praça Willy Barthy.
Foz do Iguaçu - 15h30 no Terminal de Transporte Urbano.
Cascavel – 9h na Catedral Nossa Senhora Aparecida.
Guarapuava - às 9h, mobilização na rua XV de novembro, com som e, às 11h, integração com a passeata de estudantes. As 19h, vigília com luzes em ambos os campi (Santa Cruz e CEDETEG), junto com estudantes; além de realização de demais atos criados em conjunto entre Estudantes + ADUNICENTRO, em ambos os campi.
Irati - às 9h, mobilização na esquina do Supermercado Gcenter, juntamente com o IFPR, estudantes e professores das escolas públicas.
Londrina - Calçadão, centro da cidade, em frente ao Banco do Brasil, a partir das 9h.
Pernambuco
Recife – 8h no portão de entrada do CEGOE da UFRPE.
15h Ginásio Pernambucano com passeata até a Praça do Carmo.
Garanhuns - 8h - Ato Unificado - Adupe e demais sindicatos e entidades; Local: Praça da Fonte Luminosa.
Petrolina - 8:30h – Grande ato da Greve Nacional da Educação. Local: Praça do Bambuzinho.
Piauí
Teresina – 8h. Caminhada do INSS até o Palácio de Karnak.
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – 12h. Praça XV.
Rio de Janeiro - 15h. Candelária.
Niterói – 10h. Praça Arariboia.
Volta Redonda – 10h. Praça da Prefeitura. 16h na Praça Brasil.
Macaé – 9h. Praça Veríssimo de Melo.
Campos dos Goytacazes – 10h. Pelourinho. 15h. Tenda da UFF.
Angra dos Reis – 10h. Praça do Papão.
Rio Grande do Norte
Natal – 15h. Em frente ao Shopping Midwei.
Mossoró – 6h30. Mobilizações na UERN e IFRN. 8h. Ato na UFERSA.
Rio Grande do Sul
Porto Alegre - 13h30min - Concentração em Frente à Faced (Quarteirão da Reitoria da UFRGS). Após a concentração, temos uma sequência programada de ações:
1) Abraço à Faculdade de Educação da UFRGS
2) Abraço ao IE - Instituto Estadual de Educação General Flores da Cunha (Av. Osvaldo Aranha, 527)
3) Caminha com panfletagem até o centro de Porto Alegre, passando pelos campi centro da UFRGS, UFCSPA e IFRS PoA (R. Cel. Vicente, 281).
4) Ato em frente ao INSS no Centro (Tv. Mário Cinco Paus, 20, esquina com a Uruguai).
Osório – 7h40 – Em frente ao IFRS.
Palmeira das Missões – 13h30 – Saída do campus da UFSM até o Largo Westfalen.
Frederico Westphalen – 14h – Praça da Matriz.
Santa Maria – 16h – Praça Saldanha Marinho.
Pelotas – 14h no Mercado Central. 16h Caminhada até o IF Sul.
Rio Grande – 17h15. Largo Dr Pio.
Rondônia
Porto Velho – 9h. Sede do Sintero.
Roraima
Boa Vista – 14h. Caminhada da UFRR até o Centro Cívico.
Santa Catarina
Florianópolis – 7h. Panfletagem na UFSC. 15h. Largo da Catedral.
Chapecó – 18h. Praça Coronel Bertaso.
Camboriú – 12h. Na rótula entre as ruas Joaquim Garcia, Gustavo Richard e Avenida Santa Catarina.
São Paulo
São Paulo – 14h. Encontro na Praça do Ciclista. Ato na avenida Paulista. Docentes da Unicamp, Unesp, Unifesp e da UFABC também se somam com ônibus saindo das cidades.
São José dos Campos – 9h. Praça Alfonso Pena.
Diadema – 10h. Igreja da Matriz.
Osasco – 9h30. EPPEN.
São Carlos – 9h. Praça Coronel Salles.
Sergipe
Aracaju – 14h. Praça General Valadão.
Tocantins
Palmas – 16h. Passarela de Taquaralto.
Fonte: ANDES-SN (com edição da Adufmat-Ssind)
A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN), o Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-administrativos (Sintuf-MT) e o Diretório Central dos Estudantes convocam toda a comunidade acadêmica para as atividades que serão realizadas na próxima quarta-feira, 15/05/19, Dia Nacional de Greve Geral da Educação, em defesa do direito à educação pública, gratuita e de qualidade.
Confira a PROGRAMAÇÃO EM CUIABÁ:
6h - Mobilização nas guaritas;
Após panfletagem nas guaritas, os manifestantes seguirão em arrastão pelos blocos da universidade, dialogando com a população em geral sobre a situação da educação pública e da própria UFMT;
13h - Concentração no Restaurante Universitário (RU) para seguir em carreata, com carro de som, até a Praça Alencastro;
14h - Ato Unificado na Praça Alencastro, centro de Cuiabá.
PROGRAMAÇÃO EM SINOP:
7h30 - Concentração na tenda em frente a cantina para a atividade Universidade Aberta, com exposições em diversos laboratórios, palestras e mobilização junto à comunidade acadêmica.
15h - Ato Unificado na Praça da Bíblia; caminhada até a Praça Plínio Callegaro e encerramento com exposições científicas. Mais detalhes abaixo:
PROGRAMAÇÃO NO ARAGUAIA
09h às 11h30 - Mesa-redonda no Espaço Multiuso II - Campus do Araguaia - Barra do Garças
14h às 18h30 - Exposição de trabalhos de Pesquisa, de Extensão e de Ensino na Praça Sebastião Júnior (ao lado do Mercado Municipal) - Barra do Garças.
20h às 22h30 - Mesa-redonda no Auditório do Campus do Araguaia - Pontal do Araguaia
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
A educação é parte fundamental da vida dos indivíduos que vivem em sociedade. Esta não se restringe apenas a um período específico da vida humana que é predeterminado pela forma de pensar da época, pelo contrário, é extremamente abrangente no que diz respeito à formação da própria sociedade; formação no sentido do desenvolvimento da consciência, da personalidade, da moralidade e na própria valoração das situações e momentos de interação destes indivíduos uns com os outros e com o mundo a sua volta.
Porém, nos últimos anos a educação vem sofrendo duros ataques que se aprofundaram com ascensão ultraliberal, com a eleição do atual presidente Jair Bolsonaro de extrema-direita, cujo interesse é responder aos anseios do grande capital, desqualificando a Educação, reduzindo- a à formação de “mão-de-obra” em detrimento das múltiplas potencialidades que o ser humano pode desenvolver através do processo educacional.
Nesta esteira, o presidente (Jair Bolsonaro) e o Ministro da Educação Abraham Weintraub, anunciaram no inicio do mês de Maio, o contingenciamento (cortes) nos orçamento das universidades, institutos federais e escolas de aplicação. Com apelo moral, concentraram seus ataques às ciências humanas e sociais, na filosofia e sociologia, “justificando que essas áreas não dão retorno imediato e melhorias para a sociedade”. Entretanto, precisamos destacar que tal justificativa endossa os ataques iniciados em 2015 com os projetos de leis (Não à ideologia de gênero; Reformulação da BNCC; Com o Escola sem partido).
Já na questão financeira, o MEC tem apresentado sucessivos cortes de verbas para as instituições de ensino, contabilizando um total de 5,8 bilhões, o que intensifica a precariedade do ensino. Embora as instituições públicas sejam responsáveis por 90% da produção do conhecimento e da pesquisa no Brasil, o corte de verbas na ciência e tecnologia de cerca de R$ 2,132 bilhões, subalterniza a pesquisa e a autonomia da produção do conhecimento. O resultado destas políticas desastrosas será a entrega das universidades à iniciativa privada.
Como podemos ver, tais ataques cerceiam o livre pensamento e atacam a educação pública de qualidade. Também atacam a soberania e autonomia das Universidades. Mas, não se enganem! Toda essa ação arbitrária visa desorganizar e desmobilizar um dos setores profissionais que mais têm enfrentado a reforma da Previdência, a educação. Esta reforma é altamente prejudicial para os mais pobres, às mulheres, aos negros/as, para os profissionais do magistério e as trabalhadores/as rurais.
Os sucessivos cortes nas políticas educacionais (ensino superior e educação básica) e a ameaça de acabar com a vinculação constitucional que assegura recursos para a educação evidenciam o viés privatista deste governo. Um governo que quer entregar aos empresários a educação do povo brasileiro. Por isso, fomenta as políticas de vouchers e a educação domiciliar, incentiva a agressão à gestão democrática e à autonomia das escolas, através da militarização escolar; sustenta a inoperância inescrupulosa do Ministério da Educação, que afeta a qualidade do atendimento público nas escolas, institutos federais e universidades; defende a revogação de inúmeros conselhos de acompanhamento social, impondo retrocessos à gestão democrática estatal.
Assim como vocês, nós lutamos para que os nossos direitos sociais, econômicos e políticos permaneçam assim reconhecidos e mantidos. Nossas entidades representativas também têm sofrido duros ataques, prova disso é a MP 873 que tenta desmontar e desorganizar as organizações sindicais. Sabemos que o objetivo desta medida é enfraquecer a luta social contra esses desmandos praticados em pouco mais de quatro meses.
Além das pautas retrógradas na educação, várias outras ações governamentais têm colocado em risco a sociedade, o meio ambiente e o trabalho no Brasil, a exemplo do que segue abaixo:
• Decreto 9.685 revogou parte do Estatuto do Desarmamento para permitir o porte desmedido de armas de fogo por cidadãos comuns;
• Projeto de Lei “Anticrime”, do ministro Sérgio Moro, pretende tornar inimputável a força policial contra cidadãos, sobretudo jovens e negros;
• Transferência da demarcação de terras indígenas da Funai para o Ministério da Agricultura, amplamente controlado pelo agronegócio;
• Degradação do meio ambiente com a ampliação do desmatamento e a liberação de defensivos agrícolas nas lavouras, com estímulo à caça e à comercialização da fauna e da flora;
• Fim do Ministério do Trabalho, tornando a classe trabalhadora ainda mais refém da ganância do capital;
• Revogação da política de ganho real do salário mínimo e suspensão de benefícios assistenciais e previdenciários que atingem os mais necessitados;
• Cortes na base de atendimento do programa Bolsa Família, medida iniciada ainda no governo Temer, entre tantas outras (des)medidas que visam aniquilar direitos e garantias assegurados na Constituição Federal.
Diante deste quadro, convidamos toda sociedade a se juntar a nós na luta pela Educação Pública, gratuita, laica, democrática e socialmente referenciada. Na defesa da educação pública e gratuita, de base, desde o ensino fundamental, passando pelo médio e técnico até a graduação e pós-graduação. Se junte também na luta em defesa da ciência e tecnologia públicas, da universidade pública em sua articulação ensino-pesquisa e extensão!
Assinam: ANDES-SN, Fasubra, Sinasefe, CNTE, FENET, ANPG, UBES e UNE.
A Adufmat-Ssind convida toda a comunidade acadêmica e demais interessados para a 1ª edição do "Tchá co bolo na Adufmat-Ssind", um evento cultural e político que será realizado na próxima terça-feira, 14/05, às 16h30, no auditório da Adufmat-Ssind.
O encontro é uma realização do sindicato em parceria com o Grupo de Trabalhado Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind, e terá a mediação da professora do Instituto de Educação (IE), Ana Luisa Cordeiro, membro do GT.
O convidado para debater o tema "Enfrentando as Opressões na Universidade: Relações de Raça, Gênero e Sexualidade", a partir de diálogos, textos e vídeos, é o professor Sérgio Pereira dos Santos, no Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Relações Raciais e Educação (NEPRE/PPGE).
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Publicamos a pedido da comunidade acadêmica a solicitação de respostas à Pesquisa abaixo.
Estimada comunidade universitária, criou-se o presente formulário com a finalidade de realizar uma auto-organização, a partir da demanda de Mães&Pais da Universidade Federal de Mato Grosso que, sem ter com quem deixar suas crianças, acabam por evadir da universidade. Nosso objetivo é auxiliar essas Mães&Pais no cuidado de suas crianças, através de um esforço colaborativo em tornar o espaço acadêmico mais acolhedor e receptivo. E, por meio dessa prática sensibilizar a comunidade para a necessidade de políticas ampliadas dentro da universidade, para a abertura ao diálogo e para o fato de que a maternidade/paternidade não deve constituir um empecilho para que se alce voos cada vez mais altos.
Para isso, quem puder responder o pequeno questionário no link a seguir nos ajudará muito: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe72zKuMPDBjn3kJ_Tw6HPJRTSPym__jsu7vhTiLAloHprQlg/viewform
Att.
Thais Brunelli
Projeto Conhecendo Mães&Pais da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
Circular nº 177/19
Brasília (DF), 10 de maio de 2019
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretora(e)s do ANDES-SN
Companheira(o)s,
Convocamos Reunião Conjunta dos Setores IFES e IEES/IMES, a ser realizada nos dias 08 e 09 de junho de 2019, e, também, Reunião do Setor IEES/IMES, no dia 07 de junho de 2019, conforme o que segue:
Reunião do setor das IEES/IMES
Data: 07/06/19 (sexta-feira)
Horário: das 09:00h às 19:00h
Local: Sede do ANDES-SN (SCS, Quadra 02, Ed. Cedro II, Bloco C, 3º andar – Brasília/DF).
Pauta:
- 1. Informes;
- 2. Organização do encontro do setor das IEES/IMES.
Reunião Conjunta dos Setores IFES e IEES/IMES
Data: 08 e 09/06/19 (sábado e domingo)
Horário: Dia 08/6 - das 09:00h às 19:00h
Dia 09/06 - das 09:00h às 13:00h
Local: Sede do ANDES-SN (SCS, Quadra 2, Ed. Cedro II, Bloco C, 3º andar – Brasília/DF)
Pauta:
1. Informes;
2. Análise da conjuntura;
3. Avaliação do dia 15 de maio
4. Construção da greve geral do dia 14 de junho de 2019;
5. MP 873/2019;
6. PEC 06/2019 (contrarreforma da previdência);
7. Outros assuntos.
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Caroline de Araújo Lima
1ª Secretária
****
Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
****
Roberto de Barros Freire*
Nosso presidente, saudosista e nostálgico dos tempos da ditadura militar, quer impor aos tempos atuais, o que de pior se obteve naqueles tristes tempos. Imitando a ditadura de 64, ele retira filosofia e sociologia, mas não apenas no ensino médio como fizeram outrora os militares, causando atrasos terríveis na formação do brasileiro: quer acabar com os cursos formadores de filósofos e sociólogos nas universidades, coisa que nem os ditadores ousaram fazer. Ignorante, rude, rústico, grosso acha que as ciências humanas são só marxismo, sem saber da multiplicidade de teorias e concepções que se abriga pelas infinidades de áreas e subáreas que habitam as humanidades.
No clima da ditadura, achando que há uma “conspiração” comunista no mundo, o discurso de Bolsonaro sobre educação é marcado pela perseguição a uma suposta doutrinação de esquerda, que seria predominante nas universidades, sobretudo nas ciências humanas. A luta contra o chamado marxismo cultural é a espinha ideológica do seu governo, fazendo ainda menção de forma genérica à área de humanas, que agrupa outros conhecimentos, como educação e psicologia. Esqueçam os 13 milhões de desempregados, o péssimo desempenho no PISA dos nossos estudantes, apenas cacem os comunistas!
É um equívoco achar que as ciências sociais não têm um papel importante na pesquisa nacional. Que se “perde” dinheiro nessas áreas, como atesta nosso ignorante presidente: nenhum país desenvolvido atingiu esse nível sem antes dar uma boa formação humanística à sua população, com filosofia, sociologia, psicologia, antropologia e artes. Sem esses conhecimentos as pessoas se tornam menos humanas, mais ignorantes e suscetíveis a se deixar levar pelos mais astutos, além, é claro, de contribuir para bestializar a sociedade. Sem esses conhecimentos não se pode criar políticas públicas para sanar os problemas nacionais, não se sabe sequer quais são de fato nossos problemas, cujo problema ideológico é insignificante diante de tantos problemas estruturais que nos cercam: a desigualdade social, a má formação educacional da nação, a violência.
Bolsonaro ignora o roubo de merenda, escolas sem estrutura, universidades quebradas, salários de professores achatados, falta de investimento para formação e treinamento, falta de recursos pedagógicos, falta de transporte nas escolas e acredita que o grande mal da educação e único problema é a "doutrinação” político-partidária. Da educação corta recursos, mas aumenta enormemente os gastos com as forças armadas, aumentando inclusive os salários dos militares, alegando uma suposta defasagem salarial, quando é mais gritante, público e notório a defasagem salarial dos professores, fenômeno historicamente persistente em solo nacional, afastando os melhores quadros das salas de aula, que não querem se submeter a tão baixa remuneração.
Desde que assumiu o governo, faz visitas regulares aos militares, mas nunca visitou uma escola que não fosse a militar, nunca elogiou ou se solidarizou com os professores das escolas públicas. Escolheu para ministro da educação dois incapazes, sem a menor formação pedagógica, sem militância na área educacional. Buscou ideólogos, não educadores. O atual ministro é economista especializado em previdência, e nunca escreveu ou pensou na educação, além de acreditar numa irreal conspiração comunista cujos membros estão por trás de toda imprensa e até mesmo nos grandes bancos, que dirá nas universidades. Sua carreira acadêmica é medíocre (consultem o seu currículo Lattes), sem ter boa formação e sem formar bons acadêmicos, visto ter militado quase que exclusivamente em instituições financeiras. Sua única intenção é destruir as universidades, para ele, um antro de comunistas.
Até o momento esse governo não deu uma bola dentro com relação à educação. Não encara seus problemas reais (evasão escolar, o baixo nível educacional, as péssimas condições educacionais do país, o baixo salário dos professores etc.), não se dispôs a ajudar os professores a realizarem uma boa educação. Pelo contrário, antes, desconfiando dos pobres dos professores, quer impor sua ideologia, atrasada, perigosa, arcaica e retrógrada. Como na ditadura, quer proibir ideias e excluir pensamentos das escolas. Não se combate as más ideias proibindo-as, mas debatendo em praça pública suas falhas e erros; ao se recusar ao debate apenas atesta a sua incapacidade de debater democraticamente, ou seja, respeitando as especialidades, e não decretando que todos são ideólogos e só ele é detentor da verdade. Um presidente que nega competência aos cientistas e se considera acima de todos e de tudo, acima até mesmo de Deus, não está preparado para dirigir uma nação, apenas para combates estéreis pelas redes sociais, que é o que mais faz.
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
A próxima quarta-feira, 15/05, será de intensa mobilização na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os docentes da instituição aprovaram, em assembleia geral realizada nessa quinta-feira, 09/05, a paralisação e diversas atividades dentro e fora da universidade para protestar contra os cortes de recursos para a educação e outros ataques aos direitos dos trabalhadores desferidos pelo governo Bolsonaro.
A paralisação foi aprovada nos campi de Cuiabá, Sinop e Araguaia que, por um problema técnico, tiveram de realizar os debates com a mesma pauta, mas de forma isolada, sem transmissão simultânea.
O debate foi bastante denso, retomando mobilizações históricas realizadas nas esferas nacional e local. Muitas delas, contraditoriamente criticadas por parte da comunidade docente. Hoje, a importância de todas aquelas mobilizações, manifestações, ocupações e greves se mostra mais do que evidente.
A movimentação do mercado internacional já indicava, há muito, que os governos brasileiros abririam o caminho para a educação privada em detrimento da pública. Agora é hora de tentar barrar a conclusão desse processo, já avançado.
Em Cuiabá, a plenária da assembleia geral dos docentes formou uma comissão constituída pelas diretorias da Adufmat-Ssind e a Vice-presidência Regional Pantanal do ANDES - Sindicato Nacional, além dos professores Waldir Bertúlio, Dorival Gonçalves, Juliana Ghisolfi, Adriana Pinhorati, Alair Silveira, Vinícius Santos, Marluce Silva, Rafael Nunes e Marcos Cruz. O grupo deve planejar, junto aos técnicos e estudantes, quais atividades serão realizadas nos próximos dias e especificamente no dia 15/05. Foram inúmeras sugestões feitas pela base durante o debate dessa quinta-feira, que incluem aulas públicas, intensificação das ações de comunicação, panfletagens, atos e passeatas. Inicia-se, de fato, uma jornada em defesa da universidade pública.
Além das atividades do Dia Nacional de Greve Geral da Educação, os docentes aprovaram substituir os debates que estavam programados sobre a Resolução 158/10 pelo tema dos cortes (confira o calendário abaixo). “Nós conversamos com a Reitoria sobre isso. Não é possível levar a discussão da 158/10 sem saber se a universidade vai funcionar no segundo semestre”, disse a diretora Lélica Lacerda.
Também há indicações para fortalecer, nas mobilizações, a chamada das centrais sindicais para Greve Geral contra a Reforma da Previdência, no dia 14/06.
Os interessados em ajudar a construir as atividades de mobilização em defesa da universidade pública, que serão divulgadas nos próximos dias, devem procurar a sede da Adufmat-Ssind.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind