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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*
Hoje, 15 de novembro, aconteceu a primeira nevada do ano aqui na Costa Leste dos Estados Unidos, inclusive na área metropolitana de Washington,DC onde estamos e já deu para a gente perceber que este inverno pode ser bem mais rigoroso do que em outros anos. Esta nevada está sendo considerada a maior/pior do mês de novembro nos últimos 30 anos, como a que aconteceu em 1989, meu primeiro ano de residência aqui nesta região.
Enquanto isso, na Califórnia segue o sufoco, verdadeiro inferno, das queimadas, incêndios florestais, ainda sem controle e que além dos bens destruídos, casas e outras propriedades, tem ceifado centenas de vidas e desalojado mais de 250 mil pessoas, o pior desta natureza na história daquele estado.
A cada ano os desastres naturais ao redor do mundo estão se tornando mais frequentes e as consequências mais devastadoras; os cientistas, a ONU e diversas instituições de pesquisas não se cansam de dizer que boa parte dessas catástrofes decorrem das mudanças climáticas, `as quais são provocadas em alto percentual pelas ações humanas que promovem a degradação ambiental, incluindo desmatamento, erosão dos solos, queimadas urbanas e rurais, poluição urbana, industrial e do trânsito e transporte de passageiros e de carga, queima de combustíveis fósseis, atividades agropecuárias, entre os principais fatores dessas mudanças climáticas.
Apesar de tudo isto, ainda existem empresários, gente do povo e governantes, atuais e futuros, que imaginam, falam e agem em desrespeito aos termos dos acordos internacionais do clima como de Tóquio e o mais recente de PARIS, firmado pela totalidade dos países, inclusive o Brasil, que se comprometeram a tomar medidas efetivas para reduzir os impactos ambientais que provocam as mudanças climáticas.
Muitos desses antiambientalistas, imaginam e afirmam que exigir o cumprimento das leis ambientais e respeitar a natureza e os termos desses acordos podem atrapalhar o desenvolvimento, e consideram quem defende o meio ambiente verdadeiros “xiitas”, esquecendo-se de que não podemos aceitar um desenvolvimento que em sua esteira deixa um rastro de destruição e um enorme passivo ambiental, a serem pagos no presente e principalmente pelas futuras gerações, como está acontecendo no Brasil atualmente.
Além disso, ainda devemos estar cientes de que todos os países, inclusive o Brasil, firmaram o compromisso com a ONU denominado de OBJETIVOS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ou AGENDA 2030.
Sempre é bom destacar alguns desses objetivos, no caso, os que mais de perto se relacionam diretamente com o meio ambiente. O objetivo seis estabelece: “Assegurar a disponibilidade e gestão da água e saneamento para todos”, o objetivos sete, “Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível `a energia para todos”; o objetivo 12 “Assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis”; objetivo 13 “Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos”; objetivo 14 “Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”; objetivos 15 “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e a perda da biodiversidade”.
A busca incessante para que esses objetivos e suas metas sejam alcançados é de fundamental importância para que o desenvolvimento nacional, de forma global e em suas dimensões regionais e locais , deve fazer parte de uma agenda ambiental, tanto por parte do governo quanto do setor empresarial e da sociedade como um todo e que esta agenda tenha uma visão estratégica e de longo prazo, sem o que, estaremos pagando um preço muito alto para lucros e acumulação de capital de forma imediata.
Desenvolvimento só pode acontecer se for inclusivo, sustentável, com justiça social e equidade. “Desenvolvimento” que gera destruição da natureza, destruição dos ecossistemas e da biodiversidade não é o desenvolvimento que respeita o planeta terra e nem as gerações futuras.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com