Por Juacy da Silva*
Quando Dilma foi reeleita para a presidência da República, há pouco mais de um ano e meio, pouca gente imaginava que o fim de um projeto de poder construído por Lula, o PT e seus aliados, na época uma ampla maioria de partidos, chegaria ao fim de forma tão rápida e tão trágica.
Diversas foram ou são as razões que explicam este fracasso politico, econômico e de gestão pública. A principal razão foi a corrupção que minou profundamente a gestão petista, onde o petrolão foi como a continuidade do MENSALÃO, em proporções gigantescas, envolvendo a cúpula empresarial, altos dirigentes de Estatais e diversos setores da administração pública federal, aparelhada pelo PT e demais partidos aliados, incluindo o PMDB, PP, PR e outros que faziam parte da “base” do governo no Congresso Nacional.
Em segundo lugar foi a falta de planejamento, substituído pelo voluntarismo, pelo populismo demagógico e um fisiologismo desmedido. O Palácio do Planalto mais se parecia com um grande Mercado persa, onde cargos nos diversos escalões da administração federal e a liberação de ementas parlamentares e outros “favores” passaram a ser as moedas de troca para um governo corrupto, medíocre, sem rumo e incompetente.
O desastre econômico, financeiro, orçamentário e fiscal desde o período da campanha de 2014 já era denunciado por diversos candidatos de oposição ante as mentiras douradas por um “marketing” de fachada, onde a mentira e as ameaças eram as armas prediletas do núcleo de agitação e propaganda petista, conduzido por uma dupla de marketeiros, que atualmente encontra-se presa em Curitiba por uso de dinheiro oriundo da corrupção, conforme a operação lava jato vem a cada dia demonstrando de forma mais clara.
Costuma-se dizer que no crime organizado, muitas vezes as brigas de quadrilhas é que possibilitam que o submundo da criminalidade venha a tona. Assim também aconteceu e continua a acontecer na operação lava jato, que a cada dia mais se aproxima do núcleo central do poder, chegando mais perto de Dilma, de Lula, do PT e de outros partidos que até há poucas semanas dividiam o botim da corrupção em que se transformou nosso país.
Quando partidos de oposição denunciaram práticas nada éticas e nada democráticas e muito menos republicanas utilizadas na campanha de reeleição de Dilma, pouca gente poderia imaginar que um dia a verdade poderia vir a tona e isto levaria ao desastre do que muitos denominam de um “projeto criminoso de poder”.
As denúncias de corrupção pipocam a cada dia e envolvem figuras ilustres e importantes da República, incluindo ministros, ex-ministros, dirigentes de estatais em associação com empresários que na verdade são muito mais criminosos de colarinho branco do que realmente Esse esquema corrupto e criminoso envolvem inclusive os Presidentes da Câmara Federal e senado Federal, cujos presidentes também estão sendo denunciados junto ao STF, juntamente com dezenas de senadores, deputados federais e outras autoridades, conforme consta da LISTA DO JANOT.
Empresários que sistematicamente fraudaram licitações, super faturaram obras de baixa qualidade ou até mesmo obras e serviços fantasmas, cujo fim ultimo sempre foi a formação de um governo paralelo dirigido por criminosos de colarinho branco também fazem parte deste projeto criminoso de poder.
Mesmo que Dilma, o PT e seus aliados sempre tenham tentado judicializar as investigações que foram tentadas no Congresso Nacional através de CPIs, as tentativas de impeachment aos poucos foram ganhando corpo, até que um “racha” na base politica parlamentar colocou em campos opostos o PMDB, dirigido pelo Vice Presidente Michel Temer e de outro o PT e seus aliados mais próximos como o PCdoB, PDT, PSOL provocando o STF como forma de impedir que um processo de impeachment pudesse seguir em frente.
Apesar de todas as manobras do Governo, o impeachment foi aprovado, há poucos dias, por ampla maioria dos integrantes da Câmara Federal e agora segue de forma célere no Senado Federal e, tudo levar a crer que, dentro de no máximo duas semanas, talvez entre dos dias 12 e 13 de maio, que será uma sexta feira, Dilma deverá ser afastada por no máximo seis meses e ai poderá perder definitivamente o mandato.
Com isto haverá o desmonte dos esquemas de corrupção e do aparelhamento que o PT e seus aliados fizeram da administração federal. Com certeza muita gente, até agora acima de qualquer suspeita, poderá ir parar na prisão e o povo poderá saber o que realmente ocorria no submundo do poder e do governo petista. Muita coisa ainda está para ser revelada!
Em tempo, mesmo com o processo de impeachment seguindo as normas constitucionais, os procedimentos legais e regimentais da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e o rito estabelecido pelo STF, tanto Dilma quanto Lula , o PT, O PCdoB, PDT e outros setores ligados ao Governo insistem em chamar o referido processo de GOLPE.
Coube a vários ministros do STF, diversos juristas e dirigentes dos partidos de oposição e também a OAB demonstrarem que nem o Brasil e muito menos o Governo Dilma estão na iminência de sofrer um GOLPE de Estado. Caso Dilma seja afastada por seis meses, o que é muito provável ou de forma definitiva, dependendo do andamento do processo, com certeza vai haver um grande desmonte de todos os esquemas de corrupção, de aparelhamento da administração federal por parte do PT e seus aliados e ai, sim, muita coisa podre poderá vir a tona e ninguém duvida que sérias consequências deverão afetar inclusive o rumo das eleições municipais e o futuro da política brasileira.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.
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