Terça, 02 Maio 2017 21:29

 

 

JUACY DA SILVA*

O Brasil tem  um longo caminho a ser percorrido em busca da construção de uma sociedade democrática, justa, com equidade e  um estado de direito, que prima pela igualdade de todos perante a Lei. Estamos muito mais próximos de um país onde convivem, lado a lado, grandes massas empobrecidas e uma casta de marajás constituída de de dirigentes políticos e grandes grupos econômicos, ambos aliados na pilhagem dos cofres públicos, com a ajuda de gestores corruptos.


Assim, a falta de transparência, os privilégios e negociatas à sombra do poder são muito mais regra do que exceção. Fruto desta aliança espúria, não é novidade que  o Pode Legislativo, em todas os níveis, municipal, estadual e federal sejam constituídos por  representantes desses marajás e usam seus poderes para aprovarem Leis que beneficiam uma elite dominante e penalize a camada de baixo.


Alguns exemplos atestam  esta realidade. Como explicar ao resto do   mundo que os trabalhadores  precisam trabalhar até os 65  anos , depois de nada menos do que 47 anos de contribuição para a previdência enquanto Governadores, deputados, senadores, ministros possam se aposentar com oito, quatro anos ou ate poucos meses e ainda possam acumular três, quatro ou até cinco aposentadorias?


Como explicar que a jornada de trabalho  para a população em geral seja de oito horas diárias e de cinco a seis dias por semana, em condições extremamente precárias como   as dos  trabalhadores rurais e da construção civil, mineração estejam mais próximas do trabalho escravo enquanto nossos governantes trabalham apenas três ou quatro dias por semana  e usufruem de tantos privilégios  como residência, deslocamentos , auxílio paletó, banquetes para discutirem votações, enquanto o trabalhador tem que se contentar com um transporte que os aproxima de animais e comerem  marmitex e “boia fria”?

Como entender que uma pessoa que furta uma lata de doce ou um pacote de comida possa ser preso e jogado em verdadeira pocilgas que são nossas cadeias e sistema prisional e políticos, empresários e gestores públicos tenham privilégios de celas especiais, seus processos serem acobertados por segredo de justiça e ainda gozarem de foro privilegiado que representa  um manto protetor para crimes de colarinho branco, corrupção e outros mais, que representam bilhões de reais?


Como podemos aceitar que exista dois sistemas judiciais, um que representa os rigores da Lei, com penas duras para criminosos  ditos comuns  e  outro que mantem os privilégio dos donos do poder serem julgados na instância máxima do Sistema judiciário, que pela lentidão de seu  funcionamento já se considera como o foro privilegiado, onde a maioria dos investigados jamais sejam condenados e jamais devolvem o que roubaram dos cofres públicos?


É  neste contexto que devemos analisar  e perceber que a aprovação, em primeira votação da PEC, no Senado nesta semana, para acabar com o  FORO PRIVILEGIADO é apenas uma  VITÓRIA PELA METADE, pois ainda tem um longo caminho pela frente.  Para que o foro privilegiado seja abolido no Brasil ainda vai ser preciso uma segunda votação  no Senado e então  ser enviado à Câmara Federal, onde já dormem por quase duas décadas diversos projetos  que também pretendiam acabar com esta excrecência jurídica, que  funciona como um manto protetor aos privilégios dos marajás da República e de mais de 40 mil “autoridades” que são protegidas  por Leis aprovadas para garantirem seus privilégios.


Enquanto esses e outros privilégios que favorecem os donos do poder persistirem em nosso país, seremos uma nação dividida em duas grandes camadas, a dos que produzem e a outra que usufrui das riquezas produzidas pelos que trabalham. Isto não é democracia  e muito menos estado de direito, de base republicana.


Só acredito no fim do FORO PRIVILEGIADO no Brasil no dia em que uma PEC desta natureza for aprova pelo Legislativo e sancionada. Até lá, é apenas “bla blá blá” para entreter a opinião pública, como acontece nos grandes circos!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação.

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Quinta, 27 Abril 2017 09:32

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Novamente, estamos próximos de mais um 1º de maio. Este ano, ele vem com uma novidade na terra dos contrastes impensáveis, tão bem registrados pelo estudioso francês Roger Bastides há algumas décadas.

Esse 1º de maio chega empacotado em uma trapaça política chamada Reforma Trabalhista, que o governo quer vê-la aprovada a qualquer custo e o quanto antes. Seus defensores dizem se tratar de uma proposta moderna, promotora das flexibilizações que só trariam vantagens na relação patrão-empregado. Que todos sairiam ganhando.

Ledo engano. Essa relação é sempre desigual. E quando os parâmetros saem das mãos das decisões coletivas, como já registrou Marx, os trabalhadores só perdem. Daí a necessária unidade classista. E é essa unidade que essa “reforma” pretende desmanchar e/ou diminuir sua força. Mas, embora o tema merecesse e o momento fosse oportuno, não tratarei disso diretamente.

Também embora merecesse, não falarei do recente massacre de trabalhadores ocorrido em terras mato-grossenses, tão contrastantes quanto em tantas outras partes deste imenso país; aliás, historicamente, banhado de sangue dos mais fracos.

Portanto, mesmo em clima de manobras e ludíbrios políticos contra a classe trabalhadora, bem como de estarrecimento e dor, no que tange à atrocidade cometida contra quase uma dezena de trabalhadores assentados no norte de MT, tratarei de um trabalhador em especial; um trabalhador das artes, mais especificamente de nosso panorama musical. Farei alguns comentários acerca de Alfredo da Rocha Vianna, um funcionário dos Correios, mas também um flautista renomado do século XX, que sempre nos deixou de queixo caído. Falarei de Pixinguinha.

Este recorte se dá por um motivo: no último dia 23 de abril foi comemorado Brasil afora o Dia do Choro, uma das nossas mais lindas modalidades musicais. Essa comemoração se dá por conta de se acreditar que, há 120 anos, nascera o nosso Pixinguinha. Na verdade, seu nascimento teria sido no dia 04 de maio de 1897. Perante seu talento, isso pouco ou nada importa.

Das composições de Pixinguinha, há muitas que já se tornaram antológicas. De todas, aquela melodia de “Meu coração, não sei porque, bate feliz...” parece ser imbatível. Mesmo contra todas as adversidades, “Carinhoso” e outras tantas composições vão superando a força do tempo e as constantes intempéries, verdadeiras e monstruosas pedras no meio do caminho de nossa arte musical maior. Mas como já fiz entender, Pixinguinha não foi apenas “Carinhoso”; foi também um ser humano atento e sonhador de um “Mundo Melhor”, título de uma música que compôs em parceria com Vinícius de Moraes, autor, dentre tantas, de “Operário em Construção”.

Desse casamento, saíram versos como os que seguem:

Você que está me escutando...// Preste atenção, meu ouvinte// O negócio é o seguinte// A coisa não demora// E se você se retrai// Você vai entrar bem, ora se vai// Conto com você, um mais um é sempre dois// E depois, bom mesmo, é amar e cantar juntos// Você deve ter muito amor pra oferecer// Então pra que não dar o que é melhor em você?// Venha e me dê sua mão// Porque sou seu irmão na vida e na poesia// Deixa a reserva de lado// Eu não estou interessado em sua guerra fria// Nós ainda havemos de ver// Uma aurora nascer// Um mundo em harmonia...”.

Assim, se tomei um trabalhador da música para lhe prestar homenagens, ele, junto com Vinícius, retribuiu a homenagem, fazendo uma convocação a todos para percorrerem os caminhos de “um mundo em harmonia”; enfim, de um “mundo melhor”.

Quarta, 26 Abril 2017 14:30

 

A companhia era certa. Nas madrugadas das terças-feiras estava garantido o toque-toque da bengala na porta, a anunciar a hora da missa semanal de São Benedito. Alto, cabelos brancos, Frederico London era devoto piedoso do santo negro. Ourives, trabalhava em casa, na Rua Nova, ou a Avenida Dom Aquino, em sua varanda silenciosa com portas abertas. Dali saiu a coroa de ouro e pedras, artisticamente trabalhada para a imagem da Virgem do Rosário.


      A caminhada seguia a margem do Córrego da Prainha, passando pelo sobrado do Comendador Henrique José Vieira, depois Palácio das Águias, e o Bar Colorido. Subida íngreme do morro, contornávamos as picadas na argila rosa até adentrarmos à Capela, levantada em 1823, como anexo à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, cuja edificação primeira vem de 1727, quando o Arraial passa à condição de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. O paisagismo de pedras cangas surgiu com o governador Pedro Pedrossian que ainda vive em Campo Grande, com os seus 88 anos de idade.


      Comovente é a história dos festejos da Virgem do Rosário e de São Benedito, com origem portuguesa e suor e lágrimas dos negros escravos. A veneração a São Benedito avançou célere com milagres comprovados. Não se adora, venera-se. Bendita hora em que a memoração dos festejos tornou-se popular na Casa de dona Bembém; e, depois, na rua com o povo. Admiro profundamente a Companhia de Jesus. Os jesuítas são práticos na ação, missionários por excelência, atualizam-se tal como o jesuíta, o Papa Francisco.


       Há 20 anos, nem se falava em Copa do Mundo em Cuiabá (a do vexame dos 7x1) e já se ouvia ao final da Celebração Eucarística festiva: ‘no ano que vem, teremos o Largo do Rosário’. Um fiel abusado (corajoso) aludiu: ... ‘ e de São Benedito’. O País é tomado de euforia, obras nos Estados-Membros, dinheiro sendo desviado, levantaram-se tantas construções – como Cuiabá que ganhou as de grandes estruturas, nunca vistas. Até VLT, que se arrasta nas investigações e na incompetência. Pois bem: o casario existente em frente à Colina tem motivação para ser sacrificado em favor do Largo do Rosário e de São Benedito, muito antes desejado. Nele deverá existir uma das estações do veículo sobre trilhos.


      Verdade é que valeu a arrancada esportiva e mudanças ocorreram. Desde março de 2016, há autorização para a demolição do aglomerado de moradias desapropriadas, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Mato Grosso. A desocupação dos moradores já ocorreu, restando uns renitentes a serem motivados à mudança a favor do bem comum, com ação judicial em andamento. E bem sabemos o que seja amor telúrico fincado no espaço onde nasceu Cuiabá.


      O lado perverso é a ocupação das casas esvaziadas e semidestruídas por usuários de drogas – infelizes vítimas de um sistema capitalista desumano. Perambulam, assustam, amedrontam dia e noite. Pedestres, fiéis, turistas afastam-se. É voz uníssona: urgentíssimo
desalojar o casario em escombro, antes mesmo da final demolição. É muito doloroso, como presenciei, jovens que lá estão sob efeito químico das drogas, abandonados e doentes. Considera-se também o fator segurança da população. A responsabilidade é do poder público constituído; bem como da UFMT em serviços de Extensão.


       – O Largo será um espaço de lazer e de cultura com pisos de mosaicos e paisagismo compatível com a pedra canga e o barroco da Igreja.
      – Quem não se recorda, na antiga Capital da República, Rio de Janeiro, do bairro boêmio da Lapa que, mutilado, cedeu maior espaço e projeção dos Arcos. Ou o Morro de Santo Antônio transportado para fazer surgir o Aterro do Flamengo.  Entre nós, onde ficou o Beco Quente? Temos obrigação de preservar; todavia formosear Cuiabá é necessário, ademais para os 300 anos, em cuja soleira de 2019 já pisamos.  – Que haja encontro do Ministério Público com o Prefeito, com o Pároco, com os Festeiros, em diálogos diretos, em busca de solução imediata e justa – a conciliação.


        Participar da reunião da Paróquia faz estufar o peito de religiosidade e civismo. Muitos desejam e o jornalista Fernando Baracat imagina romper fronteiras tacanhas e nacionalizar os festejos, tais como o Círio de Nazaré, o Bom Jesus da Lapa, os festejos de Goiás, da Bahia e mais.  – Por que tudo é demorado para Cuiabá, como estrada de ferro (século XVIII), energia elétrica? Projetos ambiciosos existem para os festejos de São Benedito em julho próximo. Vamos ao Largo do Rosário e de São Benedito – com chão de barro batido, provisoriamente, para o cururu e siriri, e espetáculos nacionais.
 

 

                                                                               Benedito Pedro Dorileo, advogado.
                                                                          Membro do Ministério Público aposentado
                                                                          e foi reitor da UFMT

Segunda, 24 Abril 2017 18:50

 

 

JUACY DA SILVA*
 

Até há poucas semanas tudo parecida  “sob controle” em Brasília. Congresso Nacional, Senado e Câmara Federal funcionando “normalmente”  como sempre acontece, praticamente como um apêndice do Palácio do Planalto. Mesmo com os baixos índices de avaliação e da elevada impopularidade tanto da classe política quanto do Governo Temer, conforme todas as pesquisas de opinião, tudo era calmaria e os governantes incrustrados no Legislativo  e Executivo há décadas fingiam conviverem com um clima da mais absoluta estabilidade em um “estado democrático de direito”. Para esta turma do andar de cima o país sempre está às mil maravilhas, pouco importa se a crise econômica, financeira, institucional, social  e moral esteja solapando os alicerces de uma nação aos frangalhos.


Para abrir os olhos e despertar  a consciência política, ética e a cidadania desses marajás  da República, a Ministra Carmen Lúcia e o Ministro Edson Fachim, resolveram abrir a caixa preta das delações dos Executivos da Odebrecht e ao longo dos últimos dias a pauta dos meios de comunicação, da opinião pública e, talvez da parte sadia de nossas instituições políticas, tem girado em torno do maior escândalo, a maior roubalheira de que se tem notícia na história do Brasil ao longo de séculos.


Há quem diga que este escândalo da Odebrecht e das demais empreiteiras que com a primeira formavam um verdadeiro cartel e para o Ministério Público e a Justiça uma ou várias quadrilhas de colarinho branco que tinham como seus membros grandes empresários e seus executivos, políticos  e gestores públicos, alguns dos quais ao perderem o manto protetor do foro privilegiado já foram condenados a décadas de cadeia.


Sem dúvida, se em apenas pouco mais de uma década conforme as delações só dos Executivos da ODEBRECHT foram roubados mais de R$12 bilhões de reais, que, somados ao que ainda está por vir de futuras delações de outras empreiteiras e presos ilustres em Curitiba que tiveram que enfrentar o rigor da decisões do Juiz Sérgio Moro, e talvez quando forem abertas as caixas pretas do BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, outras grandes Estatais como do Setor Elétrico e das grandes obras bilionárias, com certeza o tamanho do roubo aos cofres públicos será muito  maior do que esses bilhões furtados no esquema da Odebrecht.


Enquanto a LAVA JATO, em Curitiba, estava apanhando outrora peixes graúdos que perderam ou nunca tiveram  a proteção do famigerado foro privilegiado, os políticos, incluindo senadores, deputados federais, governadores , ministros ou até mesmo o Presidente da República, que goza de imunidade temporária, não podendo ser condenado por crimes cometidos fora do exercício da presidência, tudo era calmaria em Brasília, um verdadeiro cinismo dominava o cenário.


Mas agora parece que, atendendo ao apelo da opinião pública e percebendo que a imagem do Brasil tanto interna quanto no exterior está  extremamente manchada,  o Poder Judiciário, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal  decidiram que políticos que sejam suspeitos de corrução e que contam com foro privilegiado não podem continuar protegidos sob o manto da impunidade e terem seus possíveis crimes prescritos. Se isto acontecer, também  essas instituições serão tragadas pelo descrédito e pela conivência com a corrupção.


De forma resumida podemos dizer que a LAVA JATO ao chegar a Brasília está produzindo algumas consequências no cenário nacional, incluindo: cinismo dos delatores ao confessarem seus crimes; cara de pau dos suspeitos de praticarem corrupção e outros crimes, todos se dizem honestíssimos; falência completa de todos os organismos de controle, como tribunais de contas da União, dos Estados e dos controles internos do Governo e do próprio Congresso Nacional que é a instituição responsável  pelo controle com seus poderes constitucionais; falência  das  instituições em geral e das instituições políticas em particular; lentidão do poder judiciário STF e Tribunais Superiores e do Ministério Púbico, facilitando a prescrição dos crimes de colarinho branco quando envolvem gente graúda; desencanto do povo com a política e com a classe política e seus governantes, todos colocados na vala comum da falta de ética; falta de legitimidade de políticos, governantes e gestores para legislarem ou exerceram suas funções, por estarem sendo suspeitos e investigados por crimes de colarinho branco; aumento do descrédito do Governo Temer e de seus aliados no Congresso e nos partidos políticos.


Resumindo, a LAVA JATA  está ajudando o Brasil a passar a limpo sua história politica e poderá ajudar a eliminar políticos e governantes que não respeitem princípios éticos em suas ações e que jamais deveriam ocupar cargos da maior relevância no cenário nacional.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, colaborador e articulista de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. Twitter@profjuacy  Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.  Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Quinta, 20 Abril 2017 10:10

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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No Brasil de hoje, estarrecimento e indignação formam o par perfeito daquilo que todo cidadão informado sente.

 

Como se fossem partes de capítulos de uma novela sem-fim, a mídia tem exibido – a cada momento – cenas monótonas de agitadas e abrangentes delações: de sindicalistas a membros de tribunais de contas, nada/ninguém parece faltar. O descrédito em nossos políticos é imenso. Todavia, mesmo imersos nesse cenário de decadência e descrença gerais, não temos o direito de legar às próximas gerações algo ainda pior.

 

Dito isso, com todo o respeito a um conjunto de leitores de meu último artigo –  “Os Dias Eram Assim” –, mas não posso me calar diante de discursos assustadores que li em um dos sites onde meu artigo foi publicado. Portanto, continuo o diálogo.

 

Naquele artigo, disse que a supersérie da Globo, “Os Dias Eram Assim”, que estreou dia 17, tem como um dos objetivos mostrar a crueldade do regime militar. Logo, a emissora poderá estancar o crescimento nas pesquisas de candidatos à presidência da República adeptos do militarismo/autoritarismo, como é o caso, p. ex., de Jair Bolsonaro.

 

Antes de tudo, penso que o leitor que faz esse tipo de defesa, só o faz por desconhecer os porões dos golpistas de 64. Não quero crer que ser humano algum, em sã consciência, possa defender o indefensável. Só o desconhecimento poderia sustentar essa postura desumana.

 

Quero pensar que, se esses leitores tivessem o cuidado de assistir aos diversos filmes, de ouvir e entender as incontáveis letras das músicas, os poemas, as peças de teatros e outras manifestações produzidas sobre o tema “ditadura/golpe militar”, eles compreenderiam, como tão bem compreendeu o escritor J.J. Veiga, a real dimensão das “Sombras de Reis Barbudos”, obra atualíssima.

 

Dito isso, oponho-me às considerações desses leitores, mas, sobretudo, a duas delas. Uma veio do Leitor ao qual chamarei 1:

 

“...Geisel foi profético ao dizer: ‘se é vontade do povo brasileiro, promoverei a abertura política, mas chegará um tempo que o ‘povo’, e não anarquistas, sentirá saudade do regime militar, pois muitos desses que lideram o fim do regime não estão visando o bem do povo, mas sim seus próprios interesses".

 

Pois bem. “Muitos” não são todos. Essa “profecia” pode – com o passar do tempo e com lições do presente – nunca se materializar na totalidade. É nossa tarefa a luta contra os oportunistas, e não a acomodação com o atual estágio. A meu ver, são covardias a não-luta e a entrega de uma país a um regime de força. As marcas disso são de longo alcance e inimagináveis.

 

Já o Leitor 2, possuído pelo discurso de Bolsonaro, diz que “A História (com H) dirá a verdade. Isso é inevitável, pode haver mil petebas ou viúvas de Fidel para atrapalharem, mas a sua marcha é inexorável. Cabe às próximas gerações dizer qual o lugar de Ustra na História...”

 

Antecipo-me às próximas gerações e digo o óbvio: o lugar do Sr. Ustra, não fosse já o cemitério, deveria ser a prisão, e de preferência até sua morte. Sua desumanidade é pra poucos. Por isso, nenhum ser humano, pelo simples fato de ser humano, poderia lembrar desse senhor com o mínimo de apreço que fosse. Essa lembrança extrapola as dimensões do político. Toca na apologia de criminosos que vestiram fardas.

 

Para encerrar, conclamo a todos para que jamais abramos mão do Estado de Direito. Se o Estado de Direito não está tão direito, lutemos por usa efetivação. Se fizermos isso, as gerações futuras já poderão sentir orgulho das gerações passadas.

Terça, 18 Abril 2017 20:00

 

JUACY DA SILVA*

O que a opinião pública  já  aguardava há muito tempo, finalmente aconteceu. O  Ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na mais alta Corte de Justiça de nosso país autorizou a abertura de inquérito e as devidas investigações por parte do Ministério Pública Federal  e da Polícia Federal para apurar mais de uma centena de autoridades que gozam da proteção,  um absurdo jurídico que facilita a impunidade para parlamentares , ministros do Governo protegidos pelo famigerado FORO PRIVILEGIADO.


Na  verdade esta decisão é  uma resposta do Poder Judiciário `a solicitação  do Procurador Geral da República para investigar altos figurões da República , suspeitos de vários crimes, incluindo corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, associação criminosa e crime organizado, condutas nada compatíveis com o exercício de autoridades como presidente da República, Senadores, Governadores, deputados federais e Ministros.

Esta é a segunda  LISTA DO JANOT  e está  baseada nas delações de mais de 77 dirigentes e ex-dirigentes de apenas uma empreiteira, a ODEBRECHT. Com certeza outras LISTAS  DO JANOT deverão surgir à medida que outras empreiteiras, através de seus dirigentes resolverem também abrir o bico para livrar  a própria pele,  revelando os grandes esquemas de roubalheira que nossos políticos, nossos governantes e gestores públicos  vem realizando nos cofres públicos há décadas.


Um  verdadeiro lamaçal escorre de palácios, congresso  nacional, assembleias legislativas, governos estaduais, prefeituras e câmaras municipais. Parece que nosso país  está sendo governado por criminosos de colarinho branco, tantos são os casos de corrupção que  tem vindo a público. Costuma-se dizer que esses esquemas se assemelham a esgoto a céu aberto.


Em Mato Grosso um ex-governador,  vários secretários e parlamentares influentes estão ou já estiveram presos e em seus  depoimentos tem revelado verdadeiros esquemas de corrupção.  No Rio de Janeiro um ex-governador está preso e há poucos dias nada menos do que cinco conselheiros do Tribunal de Contas foram presos por corrupção. Em MT  também um conselheiro foi afastado e um conselheiro e outro ex-conselheiro estão sendo investigados por corrupção. Nesta  semana um ex-secretário de Saúde do Rio e dois empresários também foram presos e denunciados por desvios de mais  de R$300 milhões de reais da saúde pública, que está em completo caos no Estado.


Voltando a esta nova LISTA DO JANOT  OU LISTA DO FACHIM  foram 320 pedidos para abertura de inquéritos para investigar os crimes já mencionados anteriormente, dos quais o Ministro Fachim autorizou 83, incluindo 8 ministros do Governo Temer, alguns do círculo íntimo do Presidente já de longa data, 12 governadores, 24 senadores, na verdade 26, pois dois dos ministros a serem investigados são senadores licenciados; 37 deputados federais e todos os cinco ex-presidentes, ainda vivos, todos que “ajudaram”  na redemocratização do país. Parece até piada falar em democracia  e estado de direito em um país em que a corrupção esta entranhada de alto a baixo nas estruturas partidárias e da administração pública. Democracia não se  coaduna com políticos, governantes e gestores   corruptos. Além  desses, 211 pedidos de inquéritos foram enviados para outras instâncias do poder judiciário.


Com  certeza, se imaginarmos que pelo menos pouco mais da metade dos senadores não fazem parte das duas listas do Jantot  e pelo menos mais  de 80%  dos deputados federais também  estão fora dessas listas negras, listas da vergonha política,  talvez este seja o momento para acabar com o foro privilegiado, evitando que os atuais investigados e futuros investigados possam ter o manto protetor da impunidade via foro privilegiado.


Em tempo, da mesma forma que Eduardo Cunha e todos os presos  por decisão do Juiz Sérgio Moro em Curitiba, sempre se dizem inocentes, que jamais se meteram  em corrupção, também essas  ministros do Governo Temer, Senadores e Deputados Federais continuarão negando qualquer crime , que jamais receberam  propina, dinheiro sujo de caixa dois e assim  por diante.


Resta  uma grande esperança de que a Procuradoria Geral da República/Ministério Público Federal e a Polícia Federal agilizem ao máximo as investigações para que corruptos não venham a ser eleitos ou reeleitos  nas eleições de 2018, livrando a política brasileira  desta vergonha em que estamos vivendo.
A imagem do Brasil tanto interna quanto no exterior está  cada vez mais suja, mais maculada.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, Articulista e colaborador de Jornais, Sites, Blogs e outros veículos de comunicação Twitter@profjuacy Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

Segunda, 17 Abril 2017 08:58

 

Ao que tudo indica, as crises política e econômica do país estão longe de serem resolvidas. Nesses tempos sem representatividade, o modelo político se superou per se. O que se vê agora é um Estado dissolvido e uma nação dividida com seu mercado da desUnião se fortalecendo. A desconexão das instituições de seus indivíduos e, consequentemente, a quebra do ordenamento social projeta um futuro de desesperança, sentido especialmente pelos jovens.
 
A falta de governabilidade e perspectivas impacta diretamente a vida das pessoas de forma negativa, arrastando-nos para mais uma cilada futura. De um lado, tem-se uma agenda da falsa promessa da terra de Canaã e, de outro, o populismo reencarnado - a volta do salvador. Qual propositura será vitoriosa em 2018? Entre elas, há também uma agenda paralela que cruza o caminho das duas, a qual segue sem trégua sobre os donos dessas cartilhas capitalistas que se apoderaram do Estado. No entanto, o que se apresenta bem definido na arena política são as duas agendas que já degustamos e praticamente não se diferem, a não ser pelos seus interlocutores. 
 
A ideia do reformismo será reimplantada na mente das pessoas no sentido que o país precisa avançar e vencer um arcabouço de legislações ultrapassadas para se ter mais emprego e renda. Isto é, chegaríamos a terra prometida graças às reformas. No entanto, o verdadeiro avanço que se pretende é a precariedade do público e dos direitos trabalhistas, sem tratar o que realmente é necessário para estruturar a nação.
 
De outro lado, aquele velho discurso proselitista da seita vermelha, mas ainda bastante efetivo numa democracia em transição, pregando serem contra as reformas e seus males, ou seja, seriam os “contrarreformistas”. Todavia, sem fazer menção que o reformismo foi vigoroso durante a sua tirania. O medo e o saudosismo serão novamente emblemáticos, sendo inclusive encabeçados por instituições ditas classistas ou marcados pelo ativismo destas.
 
Portanto, a disputa de 2018 já está posta e o cardápio será o pauperismo! De um lado, o reformismo como meta, o qual vem colocando a sociedade a serviço de um mercado atrelado a especulação da incerteza. De outro, o devaneio populista que se proclamará outra vez como a imaculada salvação, embora totalmente prostituído desde a sua concepção. Uma agenda usará o reformismo da outra para se reerguer, enquanto a outra, se reafirmará contra algo da outra que já lhe foi próprio num passado não muito longínquo. Então, mesmo que se coloquem como lados opostos, o reformismo será o lema na campanha de 2018 e o projeto para a nação de ambas as agendas.  Não teremos opção, será uma disputa ambivalente pelo poder, ilegítima.
 
Isto é, ambos os lados estão postos, mas o caminho não mudará. O fruto continuará apodrecido em seu cerne, porém mais endurecido. Infelizmente, a sociedade não se preparou para essa sinuca-de-bico! Mais uma vez, estará acéfala e pronta para cair na mesma armadilha de outrora. Nas urnas, em 2018, seremos derrotados de novo pela mesma agenda de terror “anti o social” que vem pairando no ar, todavia mais intensa. Que fique a lição, cidadão pleno e consciente depende de professor que cumpre o seu dever!

 
 
Prof Alexandre Paulo Machado
DCBS - Faculdade de Medicina, Campus Cuiabá. 
 

Quarta, 12 Abril 2017 15:28

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Na história das telenovelas brasileiras, 1989 foi marco por conta de dois trabalhos da Globo: “O Salvador da Pátria” e “Que Rei Sou Eu?”. Só para lembrar: novembro daquele ano, o Brasil elegeu, de forma direta, o primeiro presidente após o golpe militar/64.

Na primeira das telenovelas, em horário nobre, de 9 de janeiro a 11 de agosto de 1989, Sassá Mutema – um camponês analfabeto, honesto e cheio de idealismo – chegou ao poder de sua cidade e, por ele, logo foi corrompido. A analogia com Lula, que ainda representava um projeto popular de governo, era explícita. Na extensão disso, a voz de Gilberto Gil, em delicada canção do tema de abertura – "Amarra o Teu Arado a Uma Estrela" –, fazia o papel de ligar tudo ao PT e ao MST. A “estrela” do poema-musicado de Gil foi o principal dos signos utilizados.

Quase que simultaneamente – de 13 de fevereiro a 16 de setembro de 1989 –, no horário das 19 horas, o país assistiu à rainha Valentine assumir o trono de Avilan, após a morte do rei Petrus II. Todavia, ele deixara um filho bastardo que havia tido com uma camponesa. Sem ter um herdeiro, os conselheiros colocam um mendigo no trono, posando como o verdadeiro sucessor. Novamente, a mesma analogia estava estabelecida; assim, abortava-se, naquele momento, um projeto político que se contrapunha ao neoliberalismo.

Hoje, estamos em ano precedente a novas eleições presidenciais. Outra vez, a Globo entra em ação. Todavia, pasmem, agora, de forma providencial. Quem diria!

No próximo dia 17, no horário das 23h, a citada emissora levará ao ar o primeiro capítulo de sua mais nova supersérie “Os Dias Eram Assim”, título extraído da engajada canção “Aos nossos filhos” de Ivan Lins e Vitor Martins, e imortalizada por Elis Regina: “Perdoem a cara amarrada/ Perdoem a falta de abraço/ Perdoem a falta de espaço/ Os dias eram assim...”.

Em meio a miséria cultural alimentada pela mídia, só esse resgate artístico/histórico já seria motivo de comemorar. Mas há mais a ser observado: a intenção que pode estar por trás da realização dessa produção; qual seja, uma interferência política.

Partindo da mesma referência do filme “Pra frente Brasil” (1982) de Roberto Farias, o enredo dessa supersérie é bem marcado: 21 de junho de 1970, data em que a Seleção Brasileira de Futebol, no México, tornou-se tricampeã mundial da Copa do Mundo.

Enquanto a massa vibrava com a façanha da “seleção canarinho” (assim era chamada nossa seleção), um conjunto de brasileiros, assim como o irmão do Henfil, simplesmente sumia em tantos “rabos de foguete”. O regime militar expunha sua força mais brutal possível. Atrocidades cometidas com quem fosse identificado como subversivo/comunista eram de arrepiar. A tortura abafava as consciências críticas. Aos descontentes, o convite era explícito: “Brasil: ame-o ou deixe-o”.  

É nesse clima de violência extrema dos militares que as personagens de “Os Dias Eram Assim” apresentar-se-ão. Logo, a emissora trará explícita mensagem política – repito, providencial – de repulsa a qualquer candidato à presidência da República que possa ser identificado com esse tipo de regime.

Ao fazer isso, a emissora pode estar tentando apagar sua imagem sempre negativa, carimbada durante o regime militar de 64 e anos subsequentes. Mais: pode contribuir para que o povo brasileiro pense bem antes de dar aval político a candidatos do tipo Bolsonaro. E convenhamos, o risco é grande, pois o cenário político-partidário está em estágio de putrefação como “nunca antes visto na história deste país”.

Sexta, 07 Abril 2017 12:53

 

Prezados Professores,

 

      Agradecemos a todos os docentes que se mobilizaram e participaram do pleito eleitoral da Adufmat-SSind - biênio 2017-2019. Nossas saudações, em especial, aos que se interessaram e acreditaram nas nossas propostas. Tudo o que apresentamos à categoria teve por base a verdade referenciada e nossas intenções foram autênticas. Este exercício da democracia novamente mostrou-se fundamental para oxigenar a estrutura e a ação sindical. Ao final, todos saímos vitoriosos e mais fortalecidos. A luta continua, vamos adiante, superando todas as formas de intolerância, medo e opressão...
 

      Nosso muito obrigado aos professores sindicalizados que nos confiaram o voto!
 
Com os nossos melhores cumprimentos ao corpo docente da UFMT,
 
                                         Membros da Chapa 2 

Sexta, 07 Abril 2017 12:50

 

JUACY DA SILVA*
 

Ao longo de mais meio século a OMS –Organização Mundial da Saúde em 07 de Abril comemora o DIA MUNDIAL DA SAÚDE,  escolhendo  cada ano um tema para alertar as autoridades sanitárias de todos os países e também as organizações que representam a sociedade civil organizada  e a população em geral sobre problemas que atingem e afligem milhões de pessoas.


Esses  temas representam grandes desafios da saúde, principalmente da  saúde pública, enfim, verdadeiros flagelos que aterrorizam todos os países e causam enormes prejuízos econômicos, financeiros e humanos.


Este ano o tema  escolhido foi a depressão, inserida no contexto mais amplo da saúde mental, conforme o Plano de ação para o período de 2013 a 2020. Em 16 de outubro de 2016, Dia mundial da saúde mental, a OMS lançou um verdadeiro desafio objetivando a que todos os países redobrem os esforços para que mais pessoas procurem ajuda e os cuidados para  combater  a depressão e a ansiedade, uma porta aberta para o suicídio.


Segundo a OMS  a depressão é uma doença mental caracterizada por tristeza persistente, a perda de interesse  em atividades que as pessoas realizam rotineiramente, acompanhada de falta de  habilidade para realizar tarefas e atividades diárias, por pelo menos duas semanas seguidas.


Ainda segundo a OMS, a depressão apresenta  algumas características como : perda de energia, mudança/perda de apetite, perturbações no sono, inclusive insônia, ansiedade, angústia, redução na concentração, indecisão, procrastinação, cansaço constante. Alguns especialistas costumam dizer que a depressão é a doença da tristeza.


Muita gente imagina que depressão não é  uma doença grave.  Ledo  engano, depressão é doença séria, precisa ser diagnosticada e tratada, através de cuidados proporcionados por especialistas como psicólogos, analistas, psiquiatras. A depressão, em sua fase aguda, pode conduzir ao suicídio, outro grande desafio da saúde pública em todos os países.


Entre 1990 e 2013 o número de pessoas com depressão  aumentou em 50% e ainda segundo a OMS em torno de 10% da população mundial sofre de depressão. Em 2017 existem no mundo nada menos do que 750 milhões de pessoas com depressão.  Em alguns países esses índices podem atingir até 20% da população total.


O Brasil é um dos países com maiores índices e número de pessoas com depressão e ansiedade.  Em 2015 nada menos do que 5,8% da população, ou seja, 11,55  milhões de pessoas sofriam coma depressão, além de 18,66 milhões de pessoas ou  9,3% da população brasileira que sofriam  com ansiedade.  Tanto em relação à depressão quanto à ansiedade os índices no Brasil são maiores do que a grande maioria dos países, tanto das Américas quanto do resto do mundo.


Em termos mundiais o custo econômico e financeiro da depressão é de um trilhão de dólares, além dos custos humanos e familiares, incluindo muito sofrimento tanto das pessoas que sofrem com a depressão quanto seu círculo familiar , de amizade e de trabalho.


Como pontuado antes, a depressão é uma das principais causas do suicídio. Em torno de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo e esses índices aumentaram 60%  entre  1970 quando o índice de suicídio era de 10 por cem mil habitantes  e 2015 quando o índice foi de 16 suicídios por cem mil habitantes.


Portanto, faz muito sentido quando a OMS escolheu o  lema  para o alerta deste dia mundial da saúde “Vamos falar de depressão”, afinal esta doença atinge pessoas de diferentes faixas etárias, etnia, religião, níveis sócio econômico e educacional e continua sendo um dos grandes desafios deste início de século.


Vamos refletir um pouco mais sobre este desafio.


*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista de jornais, sites, blogs e outros veículos de  comunicação social. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com