JUACY DA SILVA*
Ao longo de mais meio século a OMS –Organização Mundial da Saúde em 07 de Abril comemora o DIA MUNDIAL DA SAÚDE, escolhendo cada ano um tema para alertar as autoridades sanitárias de todos os países e também as organizações que representam a sociedade civil organizada e a população em geral sobre problemas que atingem e afligem milhões de pessoas.
Esses temas representam grandes desafios da saúde, principalmente da saúde pública, enfim, verdadeiros flagelos que aterrorizam todos os países e causam enormes prejuízos econômicos, financeiros e humanos.
Este ano o tema escolhido foi a depressão, inserida no contexto mais amplo da saúde mental, conforme o Plano de ação para o período de 2013 a 2020. Em 16 de outubro de 2016, Dia mundial da saúde mental, a OMS lançou um verdadeiro desafio objetivando a que todos os países redobrem os esforços para que mais pessoas procurem ajuda e os cuidados para combater a depressão e a ansiedade, uma porta aberta para o suicídio.
Segundo a OMS a depressão é uma doença mental caracterizada por tristeza persistente, a perda de interesse em atividades que as pessoas realizam rotineiramente, acompanhada de falta de habilidade para realizar tarefas e atividades diárias, por pelo menos duas semanas seguidas.
Ainda segundo a OMS, a depressão apresenta algumas características como : perda de energia, mudança/perda de apetite, perturbações no sono, inclusive insônia, ansiedade, angústia, redução na concentração, indecisão, procrastinação, cansaço constante. Alguns especialistas costumam dizer que a depressão é a doença da tristeza.
Muita gente imagina que depressão não é uma doença grave. Ledo engano, depressão é doença séria, precisa ser diagnosticada e tratada, através de cuidados proporcionados por especialistas como psicólogos, analistas, psiquiatras. A depressão, em sua fase aguda, pode conduzir ao suicídio, outro grande desafio da saúde pública em todos os países.
Entre 1990 e 2013 o número de pessoas com depressão aumentou em 50% e ainda segundo a OMS em torno de 10% da população mundial sofre de depressão. Em 2017 existem no mundo nada menos do que 750 milhões de pessoas com depressão. Em alguns países esses índices podem atingir até 20% da população total.
O Brasil é um dos países com maiores índices e número de pessoas com depressão e ansiedade. Em 2015 nada menos do que 5,8% da população, ou seja, 11,55 milhões de pessoas sofriam coma depressão, além de 18,66 milhões de pessoas ou 9,3% da população brasileira que sofriam com ansiedade. Tanto em relação à depressão quanto à ansiedade os índices no Brasil são maiores do que a grande maioria dos países, tanto das Américas quanto do resto do mundo.
Em termos mundiais o custo econômico e financeiro da depressão é de um trilhão de dólares, além dos custos humanos e familiares, incluindo muito sofrimento tanto das pessoas que sofrem com a depressão quanto seu círculo familiar , de amizade e de trabalho.
Como pontuado antes, a depressão é uma das principais causas do suicídio. Em torno de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo e esses índices aumentaram 60% entre 1970 quando o índice de suicídio era de 10 por cem mil habitantes e 2015 quando o índice foi de 16 suicídios por cem mil habitantes.
Portanto, faz muito sentido quando a OMS escolheu o lema para o alerta deste dia mundial da saúde “Vamos falar de depressão”, afinal esta doença atinge pessoas de diferentes faixas etárias, etnia, religião, níveis sócio econômico e educacional e continua sendo um dos grandes desafios deste início de século.
Vamos refletir um pouco mais sobre este desafio.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação social. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com