Quarta, 21 Fevereiro 2018 15:56

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. em Jornalismo pela USP/Professor da UFMT

 

O imprevisível cotidiano político brasileiro sempre traz enormes desafios àqueles que querem pensar sobre nossa conjuntura. De minha parte, hoje, compartilho reflexões sobre algumas artimanhas gestadas durante o carnaval.

Mal terminava a festa de Momo, e a nossa pauta política – debulhada diariamente pela mídia – sofria brusco desvio de rota: o discurso predominante da dita (e maldita) “imprescindível” votação da Previdência passara a ser o da segurança pública, e com direito à intervenção federal (uso de força militar) no Rio, violento desde o nascedouro.

Detalhe: o decreto presidencial sobre a intervenção, ao ser aprovado pelo Congresso, suspendeu quaisquer votações de emendas constitucionais, como as alterações na Previdência.

Claro que fato assim, pela perplexidade inerente, catalisa opiniões várias, inclusive as minhas, que vão na contramão das de muitos, como o jornalista Luís Nassif.

Em vídeo (Jornal GGN; 17/02/18), Nassif afirma que o grupo Globo, estando por trás dessa articulação, aprofunda o golpe no país.

Golpe?

Houve mudança de regime no Brasil que eu não tenha sabido?

Não.

Então, golpe não houve. Trapaças, com certeza.

Nassif diz mais: que a Globo desviou o foco dos discursos contrários à corrupção para dar ênfase à segurança pública. Para ele, isso ocorreu porque vários partidos, e não mais apenas o PT, foram atingidos pela Lava Jato. Francamente!

Todavia, Nassif expõe incoerência discursiva ao dizer que a Globo News levara mais de cinquenta especialistas em segurança pública a vários de seus programas. Exceto um dos convidados, os demais disseram que as forças armadas não resolverão o problema.       

Pergunto: teria a Globo esquecido lições básicas de persuasão? Como um grupo pode articular tudo isso e levar, a seus programas, especialistas que não assinam completa e cegamente seu suposto interesse?

Por tudo, minha leitura vai na contramão da de Nassif.

Parece inacreditável, mas os conservadores brasileiros bateram cabeça. Fizeram – ainda que momentaneamente – o que a dita esquerda faz sempre: dividiram-se, mas, ao contrário dessa, aqueles recompor-se-ão rapidamente.

Na verdade, o governo Temer – impopular e prestes a ser derrotado na votação da Previdência –, aproveitando-se de imagens veiculadas pela mídia sobre a violência durante o carnaval no Rio, deu um baile no país, inclusive na própria Globo, que “massacrava” o telespectador com o tema “Previdência”.

Ao noticiar a intervenção no Rio, o constrangimento dos jornalistas globais foi visível. Até ali, a cartilha editorial que eles tinham de seguir era para dar apoio à aprovação das propostas de Temer à Previdência.

Por isso, a muito mais do que os “cinquenta especialistas em segurança pública”, contados por Nassif, eu assisti, vendo defesas das propostas da Previdência. A cantinela vazia de conteúdo pró aprovação daquilo era a mesma em todos os programas.

O engajamento da Globo com a Previdência, desejada por Temer, era tamanho que o grupo não informou sobre o resultado dos trabalhos da CPI no Senado sobre a real situação da Previdência. A contabilidade real aponta superávit, não déficit. Aliás, exceto a Rádio Senado, qual mídia veiculou essa informação?

Detalhe: até o enterro da emenda constitucional em pauta, o percurso da Globo constituía-se em grande paradoxo jornalístico, pois o grupo passou a se opor abertamente a Temer, logo após as primeiras denúncias contra a cúpula do antigo PMDB. Mas em nome do capital, engole-se um governo, ainda mais quando ele é fraco, desonesto e passageiro.

 

Quarta, 21 Fevereiro 2018 09:04

 

Sob o tema de "Se colocar pra votar, o Brasil vai parar!", milhões de trabalhadores saíram às ruas do país, na segunda-feira (19), no Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações contra a Reforma da Previdência (PEC 287/16). A mobilização foi convocada pelas centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, à qual o ANDES-SN é filiado, e surtiu o efeito esperado. Na tarde de segunda, o governo federal anunciou a desistência de votar a PEC 287. 

 

Já nas primeiras horas do dia, metalúrgicos pararam as suas atividades nas fábricas juntamente com os rodoviários, petroleiros, operários, metroviários e servidores públicos. Ainda pela manhã, manifestantes fizeram protestos em alguns aeroportos do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador, e em Brasília, onde o alvo das manifestações eram os deputados federais que regressaram de seus estados para votar a intervenção federal militar no Rio de Janeiro. Os manifestantes deram o recado contrário aos ataques do governo de Michel Temer (PMDB).

 

Nas cinco regiões do país, os trabalhadores protestaram contra os ataques aos direitos da classe trabalhadora. Em São Paulo, três cidades da região metropolitana, Santo André, São Bernardo do Campo e Guarulhos, e 43 cidades do interior pararam os ônibus. Também em Guarulhos, manifestantes bloquearam um trecho da Via Dutra. Na capital paulista, cerca de 20 mil pessoas ocuparam as vias da Avenida Paulista contra a PEC 287. O ato teve início às 16h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), e terminou por volta das 19h. A Seção Sindical do ANDES-SN na Unifesp (Adunifesp SSind.) esteve presente representando a categoria em defesa dos direitos dos trabalhadores.

 

No Rio de Janeiro, após manifestação no aeroporto Santos Dumont, à tarde ocorreu uma passeata unificada, pelas ruas da capital fluminense com a presença das seções sindicais do ANDES-SN. Na concentração, policiais encapuzados revistaram algumas pessoas, entre elas estudantes e professores, e causaram tumulto na dispersão no ato contra a Reforma. A cidade sofre com a intervenção federal militar na segurança da cidade. Confira o posicionamento do ANDES-SN 

 

Em Minas Gerais, os docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) fizeram panfletagem na Praça da Estação em Ouro Preto em defesa da previdência pública. Em Uberlândia, os docentes da universidade Federal (UFU) também participaram do ato na Praça do Fórum e pelas ruas da cidade.

 

Na cidade de Belém (PA), os manifestantes se concentraram em frente à Secretaria de Estado de Administração (Sead) e caminharam pelas ruas da cidade em protesto contra a reforma da Previdência. Os docentes das universidades Federal do Pará (Ufpa) e Estadual (Uepa) paralisaram as suas atividades por 24 horas e participaram das mobilizações conjuntas com outras categorias.

 

Em Manaus (AM), os docentes também foram às ruas, pela manhã, para dizer não a reforma da Previdência. Em unidade com outras categorias, estudantes, e movimentos sociais, os manifestantes se concentraram em uma praça da área central da capital amazonense com bandeiras, faixas e cartazes publicizando a sociedade os perigos da PEC 287. Em Rio Branco (AC), os docentes da Universidade Federal do Acre (Ufac) se somaram as mobilizações do dia 19 e fizeram panfletagem no Terminal Urbano, no Centro da cidade, para alertar a população sobre os danos da PEC 287 à aposentadoria. 

 

Já em Boa Vista (RR), o ato público ocorreu em frente ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) no centro da cidade. Os docentes participaram, em unidade com outras categorias do serviço público, panfletando e protestando contra a reforma da Previdência pretendida pelo governo federal e, também, pela revogação da Emenda Constitucional (95), que congela gastos públicos por 20 anos. A população que também está indignada com o atual cenário político do Brasil participou erguendo faixas.

 

Em Cuiabá (MT), a mobilização teve início às 8h em frente ao prédio do INSS, na Avenida Getúlio Vargas, com a presença da classe trabalhadora, dentre eles, os docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Logo após, os docentes realizaram um debate sobre a Previdência Social no saguão do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da universidade. A Adufmat SSind. e o Sintuf-MT tem intensificado a campanha contra a proposta de contrarreforma da Previdência com faixas afixadas na lateral dos campi da UFMT. Além disso, cinco outdoors foram espalhados na capital mato-grossense com recados aos deputados e senadores: “a Previdência Social é um direito, e quem retira direitos não merece o voto dos trabalhadores”. Em Campo Grande (MS), os docentes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) participaram de ato conjunto em frente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra a Reforma da Previdência. À noite foi realizado um debate na universidade sobre “Crise da Legalidade e Retirada de Direitos”.

 

No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, ocorreram manifestações em diversos pontos da cidade como no aeroporto Salgado Filho, rodoviária, INSS e centro histórico. Além da capital, os trabalhadores também protestaram em Santa Maria, que reuniu diversas entidades e coletivos na Praça Saldanha Marinho, no centro da cidade, e conscientizou a população a respeito dos grandes prejuízos da reforma da Previdência.

 

Em Pelotas, os docentes da Ufpel integraram as atividades do Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações contra e Reforma da Previdência, que tiveram início de manhã com manifestantes reunindo-se em frente ao prédio da Previdência Social, em protesto contra as medidas de retirada de direitos do governo Temer. Às 18h, os protestos dia seguiram com ato público na Esquina democrática. A cidade de Florianópolis também deu o seu recado no marcou o dia com grandes mobilizações, que contou com a participação dos docentes da UFSC, em conjunto com outras categorias, na Praça de Lutas ao lado do terminal urbano.

 

Na região Nordeste, os docentes das instituições de ensino superior (IES) participaram em peso dos atos públicos no Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações contra a Reforma da Previdência. No Rio Grande do Norte, em Mossoró, os manifestantes realizaram um café da manhã na universidade e, em seguida, aula pública sobre a reforma da Previdência na sede do INSS. Logo após, os docentes saíram em marcha pelas vias da cidade. Em Natal, a concentração para a marcha unificada foi no período da tarde no INSS e reuniu milhares de trabalhadores e trabalhadoras das mais diversas categorias do funcionalismo público e também da iniciativa privada. No Ceará, os docentes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) participaram do ato contra a reforma da Previdência.

 

No Piauí, os docentes e técnico-administrativos da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) fizeram panfletagem pela manhã no portão da universidade e, logo após, os manifestantes participaram dos protestos que estavam sendo realizados no centro da cidade junto com os demais sindicatos e centrais sindicais e docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).


 

Em João Pessoa, atendendo as deliberações da última assembleia, os docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) visitaram as salas de aula para informar sobre o Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações. À tarde, participaram do ato público em frente à escola Lyceu Paraibano, que contou com grande movimentação, e a presença de blocos carnavalescos. Em Campina Grande, as mobilizações tiveram início na Universidade Federal de Campinha Grande (UFCG) com panfletagem no portão principal. Às 9h, ato público no Calçadão da Cardoso Vieira, no centro da cidade. Os docentes dos campi de Cuité e Sumé também participaram das mobilizações.

 

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Alagoas (Adufal SSind.) mobilizou a comunidade acadêmica no Dia Nacional com panfletagem na instituição. Os docentes participaram também do ato popular que ocorreu no centro da capital, Maceió.

 

Reunidos no centro do Recife, na tarde de segunda-feira (19), trabalhadores, representantes de centrais sindicais e integrantes de movimentos sociais protestaram contra a reforma da Previdência, cuja votação estava marcada, inicialmente, para fevereiro. Antes da manifestação, os docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Ufpe) realizaram atividades na universidade.

 

Segundo Luis Acosta, 1º vice-presidente do ANDES-SN, a pressão dos trabalhadores provocou uma mudança na conjuntura que obrigou ao governo a alterar suas prioridades. “Em lugar da aprovação da contrarreforma da previdência, para o qual precisa de uma maioria que não tem, vai priorizar uma pauta de contrarreformas, para a qual no precisa de maioria qualificada, que continua a ser antipopular como a privatização da Eletrobrás, e a autonomia do Banco Central, entre outras. Infelizmente, faz parte desta alteração da conjuntura, também a decisão de empregar a força militar no Rio de Janeiro, para enfrentar as consequências da miséria provocada pela recessão e as políticas de austeridade. Para os trabalhadores só resta continuar alertas e aprofundar a unidade e luta para barrar as contrarreformas”, disse o docente.

 

 Fonte: ANDES-SN (com informações e imagens das seções sindicais do ANDES-SN)

 

 

Terça, 20 Fevereiro 2018 14:50

 

Comunicamos que a ADUFMAT-Ssind realizará atividades internas na tarde de hoje (terça-feira, 20/02) e, por esse motivo, não realizará atendimento na sede a partir das 15h.

 

Att.

 

A Diretoria

 

Terça, 20 Fevereiro 2018 13:47

 

No dia em que previa iniciar a discussão para votação da Reforma da Previdência, o presidente Temer foi obrigado a fazer exatamente o contrário. Nesta segunda-feira (19), o governo anunciou oficialmente que a Reforma da Previdência foi retirada da pauta do Congresso e não será mais votada esse ano.

 

A justificativa oficial para a medida é a intervenção federal no Rio de Janeiro, anunciada pelo governo na semana passada.  O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu haver “insegurança jurídica” sobre a possibilidade de continuar discutindo a reforma durante o período da intervenção e suspender o decreto temporariamente apenas para promulgar as alterações na aposentadoria, como inicialmente planejava Temer.  De acordo com a Constituição Federal, em momentos de intervenção não pode haver alterações constitucionais.

 

Dia de luta contra a reforma

Mas não é a “insegurança jurídica” que enterrou a Reforma da Previdência. O fato é que o governo não tinha os 308 votos necessários para aprovar a medida, que foi alvo de uma forte mobilização e resistência dos trabalhadores desde dezembro de 2016, desde que começou a tramitar no Congresso.

 

O anúncio da suspensão da votação ontem ocorreu, inclusive, em meio a mais um Dia Nacional de Lutas, convocado pelas centrais sindicais em defesa da aposentadoria.

 

Nesta segunda (19), paralisações, greves e manifestações ocorreram por todo o país. Houve mobilização em fábricas, bancos, escolas, protestos no transporte público, em estradas e atos em diversas cidades. Trabalhadores de várias categorias, como metalúrgicos, petroleiros, bancários, rodoviários, professores, químicos, entre outras, aposentados, estudantes, sem teto, sem terra foram às ruas dizer não à Reforma da Previdência que, na prática, significava o fim do direito à aposentadoria.

 

Leia também: 19 de fevereiro: Jornada Nacional de Lutas é marcada por paralisações e atos de trabalhadores pelo país

 

Foi mais um forte dia de lutas, dando sequência às mobilizações ocorridas no ano passado, que tiveram como ponto alto a Greve Geral de 28 de abril e a Ocupação de Brasília no dia 24 de maio.

 

Governo perdeu a batalha

Temer fez de tudo para mexer na Previdência e acabar com a aposentadoria dos trabalhadores. Torrou bilhões de reais do dinheiro público (nosso dinheiro) em propagandas mentirosas nos meios de comunicação e para comprar o voto dos deputados. Mas não conseguiu enganar os trabalhadores e a maioria da população que estão contra a mudança na Previdência.

 

Para o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela, a retirada da reforma do Congresso é uma vitória da luta e resistência dos trabalhadores. “O governo já havia perdido a batalha junto à população, que entendeu que essa reforma era um brutal ataque. Os trabalhadores deram várias demonstrações da disposição de luta para barrar essa medida, tendo realizado inclusive uma das maiores greves gerais da história do país”, disse.

 

“A intervenção no Rio de Janeiro, uma medida que é totalmente ineficaz para combater a falência da segurança carioca e só servirá para aprofundar os ataques contra os trabalhadores e o povo pobre, foi a justificativa oficial para a suspensão da reforma. Mas Temer havia perdido muito antes”, avalia.

 

Leia também: Intervenção militar no Rio aumentará a violência contra os pobres e a criminalização das lutas

 

Barela salienta, contudo, que os ataques do governo não pararão. Ontem mesmo, tentando minimizar o impacto de sua derrota, o governo anunciou as medidas que passam a ser prioritárias este ano, como a privatização da Eletrobrás, a autonomia do Banco Central, a lei geral das telecomunicações, entre outras.

 

“Esse governo age a serviço dos interesses dos banqueiros, grandes empresários e do agronegócio e sua meta é jogar a crise sobre os trabalhadores. Por isso, os trabalhadores não podem baixar a guarda e devemos nos manter mobilizados para enfrentar todos os ataques deste governo e Congresso de corruptos”, afirmou Barela.

 

Fonte: CSP Conlutas

 

Terça, 20 Fevereiro 2018 13:44

 

Dia foi marcado por mobilização e protocolo de pauta

 

O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) realizaram uma manifestação em Brasília (DF), na tarde desta segunda-feira (19), em frente ao Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão (Mpog), para lançar sua Campanha Salarial de 2018 e protocolar a pauta de reivindicações. A atividade fez parte do Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações contra a Reforma da Previdência.

 

Os servidores federais se reuniram em frente ao Mpog para iniciar a mobilização. De um carro de som, representantes das entidades apresentaram suas posições críticas à Reforma da Previdência, à Emenda Constitucional (EC) 95 do Teto de Gastos, à Lei das Terceirizações, à Reforma Trabalhista e à intervenção militar federal no Rio de Janeiro. Jacob Paiva, 1º secretário do ANDES-SN e um dos coordenadores do Setor das Instituições Federais de Ensino (Setor das Ifes) do Sindicato Nacional, fez uso da palavra para defender os serviços públicos e ressaltar a importância da valorização da educação pública.

 

Em seguida, as entidades assinaram a pauta de reivindicações da Campanha Salarial de 2018, que atualiza pontos de 2017 e traz a novidade de unificar a pauta do Fonasefe com a dos servidores federais de carreiras típicas do Estado. A pauta foi definida em reunião conjunta de Fonasefe e Fonacate, realizada na capital federal no início de fevereiro. O documento foi protocolado no Mpog, e as entidades esperam uma resposta do ministério para que uma reunião de negociação possa ser marcada.

 

Jacob Paiva, um dos coordenadores do Setor das Ifes do ANDES-SN, avaliou que o Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações teve manifestações expressivas pelo país, e que a ação dos servidores públicos federais em Brasília se insere nesse contexto de manutenção da mobilização contra a retirada de direitos e os ataques aos serviços públicos. “Não podemos dar trégua ao governo nesse momento e todas as mobilizações são importantes. Estamos esperando a resposta do governo para que tenhamos uma audiência no Mpog, e agora temos que manter o processo de mobilização para impedir qualquer retirada de direitos”, afirmou o docente, ressaltando que o Setor das Ifes também irá se reunir para preparar sua pauta de reivindicações própria, conforme os itens aprovados no 37º Congresso do Sindicato Nacional, em janeiro

 

Confira aqui a pauta protocolada no Mpog.

 

 

Fonte: ANDES-SN

 

Terça, 20 Fevereiro 2018 12:28

 

Devido à intervenção militar no Rio de Janeiro, a discussão sobre a Reforma da Previdência está suspensa, por ora. No entanto, não se pode descartar a possibilidade de que as jogatinas entre Congresso Nacional e Executivo deem conta de retomar esse desastroso projeto, a toque de caixa.

 

Por isso, docentes federais foram às ruas nessa segunda-feira, 19/02, realizando mobilizações diversas em todo o país.

 

 

 

Em Cuiabá, o dia começou com duas atividades. Por volta das 8h, militantes de diversas entidades sindicais e movimentos sociais se reuniram em frente a sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), localizado no centro da capital mato-grossense, para denunciar os riscos da contrarreforma proposta pelo Governo Temer.

 

O diretor da Adufmat – Seção Sindical do ANDES, Reginaldo Araújo, fez uma intervenção destacando o trabalho fechado das instituições estatais para beneficiar o Capital em detrimento dos trabalhadores.

 

 

“Estamos mobilizados tendo a clareza de que o Congresso, o presidente e o Judiciário são aliados. Todas as vezes que nós, trabalhadores, disputamos dentro do STF [Supremo Tribunal Federal], nós perdemos. E perdemos porque ali tem gente para garantir os interesses do Capital”, afirmou o diretor.

 

No mesmo período, servidores e estudantes que estavam no Instituto de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Mato Grosso encontraram um debate sobre o tema, promovido no saguão, pela professora do Serviço Social, Lélica Lacerda.

 

“A gente conseguiu abordar questões muito importantes, desde a crise, do golpe, à intervenção militar, detalhando a Reforma da Previdência”, afirmou a docente.  

 

Também foram distribuídos, tanto no centro de Cuiabá quanto na universidade, panfletos elaborados pela Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas). Clique aqui para ler a versão digital do panfleto.

 

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 19 Fevereiro 2018 17:50

 

“Malditas sejam todas as cercas”, repetiram por diversas vezes trabalhadores e estudantes na tarde da última sexta-feira, 16/02, no auditório da Adufmat – Seção Sindical do ANDES. Entre poemas e versos, a frase marcou o início da homenagem aos 90 anos de luta de Pedro Casaldáliga, em defesa da terra e dos povos oprimidos.

 

A vida do bispo que nasceu na Catalunha, ligado à Teologia da Libertação, é uma mistura de persistência, força, rebeldia, desafios entre as contradições da igreja e esperança. Na região de São Félix do Araguaia, onde se instalou na década de 1960, enfrentou de forma destemida a dura realidade da população indígena e de trabalhadores rurais. Chegou a ser ameaçado de morte pelo governo militar e por latifundiários.  

 

“A luta de Dom Pedro é reconhecida internacionalmente. Há quem desconheça, mas nós estamos falando aqui de um forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz”, comentou o professor José Domingues de Godoi Filho, um dos organizadores do evento. Em 2003, como presidente da Adufmat-Ssind, Godoi foi um dos principais articuladores para que a Universidade Federal de Mato Grosso concedesse seu primeiro título de Doutor Honoris Causa à Casaldáliga.

 

“Se Pedro não estivesse naquela região, provavelmente os indígenas que vivem ali teriam sido dizimados”, afirmou um dos convidados para a Roda de Prosa, o professor Paulo da Rocha. É na região de São Félix do Araguaia que está localizada a Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé, conhecida pelos intensos conflitos agrários.

 

O professor destacou, ainda, a importância da presença do discurso de Casaldáliga nas universidades, ressaltando as pesquisas de mestrado e doutorado, no Brasil e no mundo, que reconhecem a luta do bispo.

 

A relação com a Igreja também aparece como um ponto de turbulência na vida do homenageado. A mesma instituição que o defendeu da morte, diante das ameaças da ditadura, também tentou cerceá-lo, impondo o “silêncio obsequioso”, e uma série de outros compromissos. Essa investida é relatada no filme Descalço Sobre A Terra Vermelha, com trechos do interrogatório ao qual o bispo foi submetido em 2005. Em determinado momento, o então cardeal Joseph Ratzinger – mais tarde, papa Bento XVI - questiona o que Pedro sente ao saber que suas ideias são partilhadas pelo comunismo. “O que o senhor sente ao saber que as ideias da Igreja são partilhadas pelo capitalismo?”, responde Casaldáliga (clique aqui para ler uma entrevista de Casaldáliga sobre o interrogatório).

 

Também participaram da Roda representantes da Prelazia de São Félix do Araguaia, que destacaram a sensibilidade de Casaldáliga em favor dos povos oprimidos, e os esforços para viabilizar uma educação ampla e emancipatória à classe trabalhadora. “Nós tínhamos de esconder livros no meio do mato quando os militares chegavam reviravam tudo”, disse a professora Lourdes Jorge, que conviveu e trabalhou com o religioso nos primeiros anos de sua trajetória profissional.    

 

Além da Prelazia de São Félix do Araguaia, que completará 50 anos em 2019, Casaldáliga é o grande responsável pela existência do Conselho Indígena Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Romaria dos Mártires, entidades que resguardam importantes espaços de expressão e resistência da população indígena, trabalhadores do campo, quilombolas, entre outros.

 

A atividade é considerada parte das comemorações dos 40 anos da Adufmat-Ssind, que também atua na defesa dos trabalhadores rurais e urbanos, contra as investidas do Capital, desde a sua fundação, em 1978. 

 

GALERIA DE IMAGENS 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 19 Fevereiro 2018 14:40

 

A diretoria do ANDES-SN condena veementemente, e conclama a todo(a)s a lutar contra a intervenção militar decretada pelo ilegítimo governo Temer no estado do Rio de Janeiro, a partir de negociações com o governador Pezão. Com mais essa medida autoritária, que se junta a outras tantas já realizadas, o governo federal transita por um caminho perigoso que aponta na direção da criminalização e da militarização da sociedade, dos movimentos sociais populares e da população pobre e negra.

O estado do Rio de Janeiro se confirma como um laboratório avançado das políticas neoliberais de corte dos investimentos sociais, atingindo particularmente os serviços sociais e especialmente a educação e a saúde. Isto se materializa nos altos índices de desemprego e miséria causados pela falta de investimentos, pela privatização de empresas e serviços públicos, pela paralisia dos serviços básicos para a população que mais precisa, e pela vergonhosa situação de atraso dos salários do(a)s servidore(a)s público(a)s.

Com a militarização federal, os governos e as elites insistem num caminho já trilhado e fracassado de enfrentamento da questão social por meio da repressão. A violência social que enfrenta cotidianamente a população do estado do Rio de Janeiro e do Brasil, com destaque para a já instaurada militarização das favelas cariocas, produto do histórico descaso dos governos e dos grupos econômicos dominantes com as camadas pobres da população e a equivocada política de “combate às drogas”, tem-se agravado pela severa crise econômica, social e moral que a sociedade brasileira enfrenta com o fracasso das políticas neoliberais e dos governos de conciliação de classe.

Em particular no estado do Rio de Janeiro, esta situação fica muito visível pela sua projeção nacional e internacional, e expressa o fiasco das obras de maquiagem realizadas por ocasião da Copa das Confederações (2013), da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016), que tiveram forte resistência da população, expressa, particularmente, nos grandes protestos de junho de 2013. Obras superfaturadas que não trouxeram quase nenhum benefício para o(a)s habitantes do estado do Rio de Janeiro, mas que engrossaram as fortunas de integrantes dos governos e das grandes empreiteiras envolvidas em escandalosos casos de corrupção, como evidenciado no caso do anterior governador, secretários estaduais e da atual cúpula da Alerj.

Fracasso também da política de segurança pública das UPP, apresentadas como uma solução inovadora de controle do território por parte do estado, amplamente publicizada e comemorada pela grande mídia, porém, condenada pelos movimentos sociais que lutam pela reforma urbana popular, como defende o ANDES-SN. Esse projeto, que não resistiu à prova da história, desmoronou, impulsionando o estado a novas investidas militarizadas. As UPP deixaram uma profunda marca de violência policial nas comunidades onde foram instaladas e de criminalização da vida cotidiana e da cultura do(a)s trabalhadore(a)s que nelas moram. Ficou demonstrado mais uma vez, que são as políticas de investimento, emprego, renda, moradia popular, serviços públicos de qualidade, entre outras, as que podem amenizar a situação de miséria e violência, na contramão das políticas praticadas nestas últimas décadas.

Nem o governo federal, nem os estaduais, nem as câmaras legislativas e nem as cortes judiciais, comprometidos com essa quadrilha que ocupa a máquina estatal, vão enganar o povo com tais medidas, feitas de olho no calendário eleitoral, desviando a atenção dos graves e profundos problemas que afetam o(a)s trabalhadore(a)s. Em particular, a pauta da contrarreforma da previdência que paira como mais uma ameaça para a vida e sobrevivência da população mais pobre.

Continuaremos a lutar pela revogação da EC 95, que estabelece o teto para os investimentos sociais, contra as terceirizações e pejotização do emprego, a contrarreforma trabalhista, e pelo enfrentamento, neste e no governo que vier, da contrarreforma previdenciária. Construiremos um grau ainda superior de unidade entre o(a)s trabalhadore(a)s, na luta contra a criminalização e militarização das políticas de enfrentamento da questão social, e para avançar na reorganização das lutas da classe trabalhadora, com mobilizações, paralisações, ocupações e greves, na construção de um projeto de nação e sociedade inclusivo, democrático e classista.

Fora Temer! Fora Pezão! Nenhum direito a menos!

Brasília, 19 de fevereiro de 2018
Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

 

Sexta, 16 Fevereiro 2018 17:16

 

Realizado às vésperas do início da votação da contrarreforma da Previdência e após a intensificação dos ataques aos direitos sociais e trabalhistas, o carnaval de 2018 ficou marcado pelo crescimento dos protestos, expressos em sambas enredos, fantasias e marchinhas. Enquanto centenas de blocos de rua, em todo o país, agregaram, à diversão, as críticas ao governo de Michel Temer, um forte desfile da escola de samba fluminense Paraíso do Tuiuti sobre a escravidão ganhou atenção internacional. 

Com o enredo Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?, a escola de samba, que terminou como vice-campeã do carnaval do Rio de Janeiro, trouxe em seu desfile fortes críticas ao presidente Michel Temer, exposto como um grande vampiro, à Reforma Trabalhista e aos manifestantes com camisas da seleção que pediam o impeachment de Dilma Rousseff. A escola campeã do carnaval do Rio de Janeiro, Beija-Flor de Nilópolis também levou a crítica em seu enredo. A escola apostou em um desfile inspirado na obra “Frankenstein”, com o samba “Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar (Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu)” com reflexões e denúncias sobre a corrupção, a violência, intolerância e desigualdade socioeconômica. 

A Estação Primeira de Mangueira, também classifica entre as seis campeãs do Rio, condenou o corte de verbas da Prefeitura do Rio, que neste ano repassou menos dinheiro às escolas de samba, com críticas diretas ao prefeito Marcelo Crivella, no enredo "Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco".
Em Brasília (DF), onde diversos blocos registraram manifestações pelo “Fora Temer”, o destaque foi o tradicional bloco do Pacotão, que, ao completar 40 anos, teve como música tema “O presidente Despirocado”, com versos que tiraram sarro de Michel Temer e seu governo. 

 

Participação docente


Os docentes participaram da festa popular levando as ventarolas produzidas pelo ANDES-SN para o carnaval, que traziam mensagens contra a Reforma da Previdência e contra o assédio sexual. Algumas seções sindicais do Sindicato Nacional também organizaram suas próprias festas e blocos, levando a temática da defesa da educação pública às ruas do país. A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical do ANDES-SN) realizou o Baile Carnavalesco dos Aposentados da UFPA, no sábado que antecedeu o carnaval (3).

Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados (AdufDourados – Seção Sindical do ANDES-SN), no Mato Grosso do Sul, organizou um concurso de marchinhas de carnaval com temáticas ligadas à luta pela educação pública. Em Salvador (BA), os docentes da Uneb engrossaram o tradicional bloco Mudança do Garcia, que desfilou na segunda de carnaval (12).

Em Uberlândia (MG), entidades sindicais, populares e de juventude organizaram um bloco contra a atual retirada de direitos orquestrada pelo governo golpista. Intitulado "Não mexe comigo", o bloco reuniu-se, no sábado de carnaval (10), na Praça Sérgio Pacheco, e teve participação da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia (Adufu – Seção Sindical do ANDES-SN). 

Em outras regiões do país os docentes participaram de festas e blocos, levando a ventarola do ANDES-SN. Além de protestos contra Temer, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, os foliões também criticaram seus prefeitos, especialmente João Dória e Marcelo Crivella, administradores respectivamente de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), pelas políticas restritivas ao carnaval impostas pelas duas maiores prefeituras do país. 

Fonte: ANDES-SN (com imagens de Adufu-SSind e informações das seções sindicais, do El País e Esquerda Online).

 

 

Sexta, 16 Fevereiro 2018 16:58

 

Após forte campanha com ações e greves nas fábricas, os metalúrgicos na Alemanha conquistaram importante reivindicação da categoria nesta terça-feira (6), ao garantirem um acordo coletivo que reduz a jornada de trabalho de 35 para 28 horas semanais para uma parcela dos trabalhadores, especialmente os que optarem pela alteração para cuidar de crianças, idosos e parentes adoecidos.

 

Ao menos 900 mil metalúrgicos do estado de Baden-Wuerttemberg poderão usufruir da conquista, que também estabeleceu um reajuste salarial de 4,3% para toda a categoria. O acordo tem validade até 31 de março de 2020.

 

Desde o início do ano, uma série de greves atingiu o país, mobilizados pela IG Metal, entidade que representa que representa 3,9 milhões de trabalhadores nos setores metalúrgico e automotivo. A forte campanha envolveu até um milhão e meio de trabalhadores. Empresas como a Airbus, Daimler, BMW e Bosch foram completamente paralisadas com a greve de 24h realizada na última semana.

 

 

Fonte: CSP Conlutas (com informações do Sindmetal-SJC)