Milhões de mulheres saíram às ruas de todo o mundo na quinta-feira (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, para exigir o fim da violência e do machismo, contra a desigualdade, entre outras reivindicações.
Entre as maiores manifestações do mundo estiveram as das mulheres da Espanha, da Argentina, da Turquia e do Uruguai. Na Espanha, as centrais sindicais convocaram um dia de greve e mais de seis milhões de pessoas cruzaram os braços. Gigantescas manifestações foram realizadas em cidades como a capital Madrid, Barcelona, Sevilha, Bilbao, entre outras. Na capital argentina, Buenos Aires, meio milhão de pessoas marcharam até o Congresso Nacional, onde essa semana foi apresentado um projeto de lei que busca legalizar o aborto. Grandes marchas também ocorreram em cidades do interior, como Mendoza, Córdoba e Rosário.
Na Turquia, centenas de milhares se manifestaram mesmo com a repressão do governo de Recep Erdogan. Cercadas por forças policiais turcas, as mulheres do Curdistão também realizaram grandes manifestações. Em Montevidéu, capital do Uruguai, a marcha tomou conta das ruas do centro da cidade, e houve greve de trabalhadores da educação e de servidores municipais. Outros países, como México, Chile, Estados Unidos e França também registraram grandes manifestações.
No Brasil, houve manifestações em mais de 50 cidades. As seções sindicais do ANDES-SN participaram dos atos e organizaram atividades alusivas à data. Além de exigir direitos, as mulheres brasileiras que se manifestaram no 8M também criticaram ações do governo, como a Contrarreforma Trabalhista e a Lei das Terceirizações, que aumentam a precarização do trabalho e atingem, de maneira mais dura, as mulheres. Críticas à intervenção militar no Rio de Janeiro também foram ouvidas nos atos de norte a sul do país.
Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de Política de Classe para questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), avalia que o saldo do 8 de Março foi positivo e ressalta que as manifestações chegaram, no Brasil, a cidades menores de interior. “Esse ano tivemos um maior número de municípios com mobilizações, muitas delas com presença de seções sindicais do ANDES-SN”, afirma a docente.
“O crescimento mundial das mobilizações de 8 de Março é resultado do avanço da presença de feministas nos espaços políticos, no movimento sindical, nos movimentos sociais. O avanço do conservadorismo deu mais combustível para a mobilização das mulheres do mundo todo”, comenta Caroline. A diretora do ANDES-SN destaca, ainda, a presença de mulheres de diversas gerações nos atos de 8M, o que demonstra a importância da construção da unidade de ação entre os diversos movimentos.
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Fonte: ANDES-SN
“Quilombolas, luta e revolução” é o tema da etapa
A cidade de Rio Branco (AC) receberá, nos dias 6 e 7 de abril, a 4ª etapa do Curso de Formação Política e Sindical do ANDES-SN, com o tema “Quilombolas, luta e revolução”. A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac – Seção Sindical do ANDES-SN) sediará o evento.
A quarta etapa será dividida em módulos, sendo o primeiro sobre “Quilombos: histórias e memórias”, o segundo “A luta quilombola no Brasil: território, identidade quilombola e resistência política e sociocultural”, e o terceiro “Organização e lutas quilombolas: como as universidades e os demais movimentos sociais podem contribuir?”. O terceiro módulo terá a participação de membros do Quilombo Machadinha, de Quissamã (RJ).
Amauri Fragoso de Medeiros, tesoureiro e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS) do ANDES-SN, lembra que o curso de 2017 trabalha vários aspectos levando em conta a compreensão da luta de classes. “Agora vamos discutir as lutas dos povos quilombolas, apresentando elementos que contribuam para aproximar os movimentos sociais e a universidade. Queremos compreender o conceito de quilombo, seus aspectos históricos, sociais e políticos no Brasil, além de debater racismo e a afirmação da identidade quilombola”, afirma o docente.
Inscrições
Estarão disponíveis 50 vagas para os docentes sindicalizados indicados pelas suas respectivas seções sindicais, as quais também ficarão responsáveis pelas despesas destes. Cada seção sindical terá garantida pelo menos uma indicação, e, somente na possibilidade de vagas remanescentes, poderá indicar mais de um nome.
Os nomes dos participantes de cada seção sindical deverão ser encaminhados até o dia 30 de março, às 14 horas, para o e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., detalhando o nome completo, e-mail e telefone de contato do candidato. Colocar no assunto do e-mail: Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN.
Confira toda a programação, a ementa do curso e mais informações sobre inscrições na Circular 052/18.
Curso de Formação Política e Sindical do ANDES-SN
O eixo central do Curso de Formação Política e Sindical do ANDES-SN de 2017 é “Movimentos Sociais: exploração, opressão e revolução”. Três etapas já foram realizadas: a primeira ocorreu em março de 2017, na cidade de Fortaleza (CE), e teve como tema "Mulheres, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária", a segunda etapa aconteceu em Dourados (MS), no mês de agosto, com a temática “Indígenas, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária”, a terceira debateu “LGBTfobia, luta de classe e revolução” em Belo Horizonte (MG), no mês de setembro.
Amauri Fragoso de Medeiros explica que a quarta etapa deveria ter sido realizada em 2017, mas os ataques aos direitos dos trabalhadores e aos serviços públicos fizeram com que o Sindicato Nacional adiasse a realização da mesma para o início de 2018. “A dinâmica da conjuntura e todas as lutas que travamos em 2017 nos impediu de realizar essa etapa no ano passado. Vamos realizá-la agora para cumprir a resolução do 36º Congresso do ANDES-SN”, comenta.
O 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro de 2018 na cidade de Salvador (BA), deliberou pela realização de um novo Curso de Formação Política e Sindical, que ainda será organizado pelo GTPFS, com o tema “Universidade, Trabalho e Movimento Docente”.
Reunião do GTPFS
O GTPFS do ANDES-SN se reunirá no dia que antecede o curso, 5 de abril, também em Rio Branco. Na pauta estão temas como: Comissão sobre criminalização do trabalho docente; Organização do Curso de Formação Sindical (Universidade, trabalho e movimento docente); Possibilidades de criação de um novo fundo a fim de assegurar as condições para a participação de seções sindicais, com até 200 filiados, em reuniões dos setores, a ser deliberado no 38º Congresso; e Paridade de gênero.
Confira a convocação da reunião na Circular 054/18. Confira o cartaz em pdf.
A historiadora Virgínia Fontes, professora da Universidade Federal Fluminense, encerrou as atividades do Dia Internacional de Luta das Mulheres em Cuiabá, 08/03, com o debate “Capital Imperialismo e Atual Conjuntura”, a convite da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN). Depois de um dia inteiro de mobilização das mulheres trabalhadoras em todo o mundo, as reflexões sobre as estratégias de organização e resistência à retirada de direitos amarraram uma ideia cada vez mais evidente nos movimentos sindical e popular: não há alternativa que não a luta autônoma e classista.
Para analisar a conjuntura, o debate considerou elementos que proporcionaram a expansão do capitalismo, em especial, nas décadas de 1950, 1960 e 1970. “Nesse período, a partir de movimentações internas e externas favorecidas pela Segunda Guerra Mundial, o Capital desenvolve uma escala enorme de centralização e concentração”, explicou a docente.
Esse processo significou uma verdadeira tragédia para os países de economia dependente, como o Brasil, uma vez que o capitalismo se solidifica em sua versão mais avançada e violenta, por meio do projeto neoliberal. A profunda desigualdade social e as dificuldades de organização da classe trabalhadora sofrem influência direta desse histórico.
Nesse sentido, as ferramentas desenvolvidas para controlar as sociedades em diferentes aspectos aparecem de forma incisiva. “Por exemplo, a Globo é conhecida como empresa de comunicação, mas ela é só uma parte. O mesmo grupo detém a Fundação Roberto Marinho, que integra a Associação Brasileira do Agronegócio, possui terras, faz pesquisas na área rural, realiza produções culturais, enfim, controla uma série de outras empresas em diversas áreas. Essa fundação também atua diretamente nos locais onde os movimentos populares se formam para evitar que as lutas se tornem classistas. No Rio de Janeiro, se aliou ao então governador Sérgio Cabral para desenvolver um projeto na educação pública, alijando uma parte dos estudantes com dificuldades - colocados em turmas não numeradas, para aumentar o Índice Brasileiro de Educação Básica e conseguir mais recursos públicos. Eles fizeram isso para implantar sistema gerencial privado nas escolas públicas, contratando professores sem direitos, entre outras coisas”, afirmou Fontes.
A docente destacou que essa não é uma relação casual ou despropositada. “Nós temos hoje, pelo menos 70 entidades empresariais atuando diretamente na educação pública, devastando as conquistas dos trabalhadores”.
Dessa forma, a relação entre Estado e Capital evidencia que o discurso voltado para o “estado mínimo” não é real. O Estado pensado pela social democracia, que desenvolveu políticas universais, apenas transfere o foco do público para o privado, privilegiando políticas que favoreçam a iniciativa privada e a lógica de mercado. Portanto, não diminui.
Essas experiências de conciliação de classes também apresentam, de acordo com as ideias apresentadas no debate, outra questão essencial. Embora tenham atendido as populações em determinados momentos históricos, a não ruptura com todas as esferas do Capital acabou dando espaço para investidas violentas para a retirada dos direitos conquistados. “A social democracia levou ao fascismo; uma nova social democracia desembocou no neoliberalismo, e agora, o que virá depois do que chamam social liberalismo? É possível evitar o fascismo, a gente já aprendeu isso, mas pode surgir uma nova configuração”, provocou a debatedora.
O advento da financeirização, que não se manifesta apenas no setor econômico, também foi abordado. “Financeirização é a fusão de propriedades de origem de capital diversa – comércio, banco e indústria –, unificadas numa malha em que você não consegue mais distinguir quem é quem. Isso significa a expansão das formas de industrialização da vida. Todos aqueles elementos do Capital contemporâneo que as lutas conseguiram frear vêm sendo expropriados - direitos universais, sociais, do trabalho -, e no lugar entra uma atividade industrial de educação, de saúde e outro”, ressaltou.
Assim, a organização e luta dos trabalhadores são e serão sempre fundamentais. De maneira contraditória, o capitalismo só pode se realizar a partir da exploração do trabalho, para a produção de mais valia. Os trabalhadores podem construir um outro sistema de produção e distribuição da riqueza, mas o capitalismo não é possível sem os trabalhadores.
“A concentração da riqueza hoje é tamanha, que apenas cinco pessoas detém 50% da riqueza mundial. No entanto, a classe trabalhadora nunca foi tão grande no mundo. As condições de luta são piores, mas eu sou otimista. E nós temos de fazer com que toda essa geração seja de intelectuais orgânicos, estudando, pesquisando e enfrentando todos os desdobramentos do Capital”, concluiu Fontes.
O vídeo do debate "Capital Imperialismo e a Atual Conjuntura" será disponibilizado no canal da Adufmat-Ssind no Youtube nos próximos dias.
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Luana Soutos
Assessoria de imprensa da Adufmat-Ssind
Em todo o Brasil e em mais de 40 países, as mulheres saem às ruas contra a violência, o machismo e os ataques dos governos.
Neste dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, as mulheres de todo o país saem às ruas para protestar contras as desigualdades e a violência de gênero, contra o recrudescimento do conservadorismo no mundo todo e, em especial, contra as reformas que atingem em cheio a população feminina do país. O ANDES-SN, por meio da Circular 31/18, reafirmou a importância de participação da categoria docente nas mobilizações deste dia 8 de março.
No Rio de Janeiro, as seções sindicais o ANDES-SN participarão do ato em protesto que terá início às 16h, na Cinelândia, região central da capital. Em Niterói, uma das concentrações para ida conjunta ao ato será na Praça Araribóia, às 15h, quando haverá um lanche colaborativo antes de seguir para a manifestação que dirá não à intervenção federal, à reforma da previdência e às formas de violência.
Mais cedo, cerca de 800 mulheres de diversos movimentos populares realizaram, um protesto no parque gráfico das organizações Globo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde estenderam uma enorme faixa com os dizeres: “A Globo promove intervenção para dar golpe na eleição”.
Em Goiás, manifestantes ocuparam na quarta-feira (7) a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para reforçar direitos da mulher camponesa, conscientizar sobre os direitos da mulher, luta por combate ao feminicídio e a Reforma da Previdência. Na manhã desta quinta, as mulheres da ocupação se dirigiram à Avenida Anhanguera, no centro da capital para somar com o ato público do Dia Internacional da Mulher.
Em São Paulo, o ato organizado pela CSP-Conlutas será independente dos patrões e dos governos e acontece no Theatro Municipal, com concentração a partir das 15h e saída às 17h. Estão previstas caravanas de mulheres do campo, vindas do interior de São Paulo, assim como operárias de São José dos Campos e região. Na Ufabc, como no ano anterior, as mulheres que compõem a Universidade se uniram para realizar uma semana especial. Desde o dia 6 , os campi de São Bernardo do Campo e Santo André contam com apresentações, mesas, rodas de conversa e, acima de tudo, um ambiente para valorizar e expor as grandes mulheres que estruturam a universidade. Nesta quinta-feira (8), a comunidade acadêmica participou do ato “Por Direitos, Democracia e Soberania. Aposentadoria fica! Temer sai!", com concentração na praça Lauro Gomes e caminhada até a Matriz em São Bernardo do Campo.
Na manhã dessa quinta (8), Mulheres Sem Terra e da Marcha Mundial das Mulheres, ocuparam e paralisaram a produção da empresa do Grupo Guararapes, em Extremoz (RN). Cerca de 800 mulheres, vindas de vários municípios do estado que, com muita ousadia, denunciaram a articulação empresarial que patrocina o conjunto de ataques à classe trabalhadora. O Grupo é dono da marca Riachuelo, que recentemente foi denunciada por submeter seus trabalhadores e trabalhadoras a condições análogas à escravidão. Em Natal (RN), as atividades referentes ao Dia Internacional da Mulheres iniciaram no dia 7, quarta-feira, com o Encontro das Mulheres da UERN, com uma mesa de debate que teve como tema “Mulheres resistem nas universidades” e ato público em seguida na Praça do Pax. Nesta quinta (8), as docentes se unem às 18h na praça dos esportes.
No estado do Amazonas, em Manaus, a concentração irá ocorrer às 15h, na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia), no Centro. Na Paraíba, a Aduepb iniciou uma campanha "Vítima de Feminicídio", em que conta as histórias de mulheres, docentes e estudantes da Uepb que foram vítimas de feminicídio. Nas cidades de João Pessoa, Lagoa de Roça, Patos e Cajazeiras, as mulheres participaram pela manhã de uma marcha pela vida das mulheres, em defesa dos seus direitos e da democracia. No dia 9 de Março, no campus de Campina Grande ocorre a mesa redonda “O feminicídio e a violência doméstica”. No Piauí, a Seção Sindical do ANDES-SN na Uespi (Adcesp SSind.) fez um chamamento para a comunidade acadêmica da Uespi participar do ato público, às 16h, na av. Frei Serafim, em frente ao Hiper Bom Preço.
Em Santa Maria (RS), haverá manifestação a partir das 15h na Praça Saldanha Marinho. Em Pelotas (RS), mulheres representantes do grupo “Mulheres em Luta”, que congrega movimentos sociais, coletivos e entidades sindicais, dentre elas a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (ADUFPel-SSind), entregaram uma carta de reivindicações relacionada aos direitos da mulher para a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, no período da manhã. Às 17h inicia a concentração para a marcha, no Largo do Mercado Público.
Em Cuiabá (MT), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN) organiza, às 19h, debate sobre “Capital Imperialismo e a Atual Conjuntura”, com a professora Virgínia Fontes, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Em Brasília (DF) manifestação unificada tem concentração marcada para às 17h no Museu da República. Em Belém (PA) a concentração do ato será também às 17h, na Avenida Ceará em São Brás.
Outros países
A CSP-Conlutas fez o chamado para que mulheres e homens da classe trabalhadora construam um forte 8 de março. Diversas categorias confirmaram atos, atrasos na produção, paralisações e assembleias.
Até o momento, conforme página nas redes sociais que tem centralizado os eventos do dia, em ao menos 44 países devem ocorrer atos e greves, como Argentina, Alemanha, Austrália, Bolívia, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Portugal, Turquia, Ucrânia, Venezuela e outros. Na Argentina a data marca a apresentação oficial de um projeto de lei que visa legalizar o aborto.
Na Espanha, o Dia Internacional da Mulher , começou marcado por uma série de greves parciais e manifestações em muitas cidades em favor de uma efetiva igualdade de direitos entre mulheres e homens.
Na França, atos devem ocorrer em Bordeaux, Lille, Lorient, Marselha, Paris, Toulouse e outros locais. A União Sindical Solidaires convocou as entidades a participarem das ações do 8M, declarando que esta não é uma data a ser “comemorada”, mas que é momento de lutar “pelos direitos das mulheres em convergência com todas as lutas, das mulheres de todo o mundo”.
Na Índia, em 2012, as mobilizações contra a violência sexual tiveram forte repercussão. Em 2016, as mulheres na Polônia se vestiram de preto e realizaram um dia de greve geral contra a criminalização do aborto. Em 2017, as mulheres na Coreia do Sul protestaram contra o endurecimento nas leis para médicos que realizavam abortos. No mesmo ano, na Argentina e em outros países da América Latina, incluindo o Brasil, ocorreram diversos atos contra o feminicídio e os ataques dos governos neoliberais. Nos Estados Unidos, a luta contra Trump e a marcha de mulheres no 8 de março, orientadas por importantes lideranças do movimento como Angela Davis e Nancy Fraser, ganhou importância histórica.
37º Congresso do ANDES-SN
Durante o 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro de 2018 em Salvador (BA), os docentes deliberaram por lutar pela legalização do aborto, assim como pelo fortalecimento de oferta de políticas públicas de saúde direcionadas aos direitos sexuais e reprodutivos parar atender as mulheres. Além disso, irão intensificar a luta contra a PEC 181/15.
Definiram, também, que as seções sindicais, em articulação com movimentos, lutem nas instituições de ensino para criar espaços que recebam denúncias e acolham vítimas de assédio sexual e moral, de machismo, e de outras formas de opressão, assim como apurem as denúncias com transparência, entre outras deliberações.
Dossiê da Violência
O Instituto Patrícia Galvão publicou o Dossiê Violência contra as Mulheres, que reúne informações sistematizadas de dados oficiais e pesquisas de percepção sobre a realidade do problema no Brasil, e apontou números alarmantes. 1 estupro ocorre a cada 11 minutos, 1 mulher é assassinada a cada duas horas, 503 mulheres são vítimas de agressão a cada hora, ocorrem 5 espancamentos a cada 2 minutos.
Dia Internacional de Luta
O dia 8 de março foi fixado a partir de uma greve iniciada nessa data em 1917 (em 23 de fevereiro no calendário juliano), na Rússia. Uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de São Petersburgo foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa. Militantes socialistas, como Clara Zetkin e Alexandra Kollontai, propuseram a construção de um dia internacional de luta das mulheres.
Saiba Mais
ANDES-SN reforça chamado para mobilizações em 8 de Março
Com informações das seções sindicais do ANDES-SN e CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN
Nenhum nome será esquecido ou ignorado. Assédio, desemprego, desigualdade e outros abusos não serão mais tolerados. A cada ano, os movimentos organizados de mulheres se tornam mais fortes para denunciar e resistir às inúmeras manifestações violentas de gênero. Em 2018, mais uma vez, elas foram às ruas dizer que estão fartas de flores e homenagens vazias, e que o desejo real é por respeito em todos os sentidos.
Em Mato Grosso, o 08 de Março começou com manifestação radicalizada. Dezenas de mulheres trancaram a garagem de uma empresa de ônibus, impedindo a saída dos veículos. O ato teve o objetivo de chamar a atenção para o número crescente de feminicídios no estado, entre outras violências, mas as manifestantes destacaram uma outra questão central: a desvalorização da mão de obra feminina no sistema capitalista.
“Entre as diversas atividades que nós planejamos para o dia, dialogando com movimentos internacionais que pautaram a parada da produção, nós realizamos o trancaço numa das maiores garagens de transporte público em Cuiabá para mostrar que só o fato dessas mulheres atrasarem algumas horas já demonstra o quanto elas são necessárias nesse processo. E se nós somos maioria, se somos nós mulheres que produzimos, nós queremos receber o justo e o legítimo por essa produção”, explicou a professora e militante do movimento feminista, Patrícia Acs.
Foram duas horas de atraso. Em seguida, o grupo seguiu para a região central da cidade para distribuir panfletos com as principais reivindicações. Entre as violências relatadas, os efeitos da Contrarreforma Trabalhista e da Contrarreforma da Previdência para as mulheres aparecem entre os mais nefastos.
Enquanto isso, cerca de 300 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupavam a Fazenda Entre Rios, no município de Jaciara, a 142 km de Cuiabá. A propriedade acumula diversos processos trabalhistas e está penhorada por sonegação de impostos. A ocupação foi uma das atividades da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra 2018, intitulada “quem não se movimenta, não sente as correntes que a prendem”, em referência à militante comunista Rosa Luxemburgo.
Mas a reivindicação pelo direito à terra, por meio dos programas de reforma agrária previstos na legislação, esbarrou na prática cotidiana e violenta do campo: o dono da fazenda, munido da sua influência econômica e política, ameaçou e coagiu as mulheres, que deixaram a terra por volta das 16h. (Leia aqui a nota divulgada pelo MST)
Em Sinop, as mulheres foram para as ruas para exigir a implementação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e, na região do Araguaia, se reuniram no 1º Encontro de Mulheres para discutir diversas questões de interesse, como o acesso à Justiça e violência obstétrica.
O 8 de Março de 2018 foi marcado também por diversas matérias na imprensa local e nacional denunciando a violência contra as mulheres. O dia começou com a denúncia de 18 casos de feminicídio em Mato Grosso nos primeiros dois meses do ano, e terminou com 20. Em média, 12 mulheres perdem a vida diariamente no Brasil por serem consideradas um tipo de propriedade por seus algozes. Provas não faltam de que a luta é real e cotidiana e, por mais que instituições públicas tentem negar ou mascarar os dados alarmantes, já subnotificados, o movimento feminista segue crescendo e afirmando que nenhum nome será esquecido ou ignorado até que não haja mais nenhuma mulher vítima de violência de gênero.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Queixa contra o ato de vandalismo foi apresentada na segunda (5). No mesmo dia, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) convocou uma reunião para debater sobre a situação de intervenção militar no Rio.
"Inverter a intervenção" era a frase escrita na peça gráfica que estampava o desenho de um soldado militar sendo revistado por uma criança de uniforme escolar. A arte estava afixada no muro da antiga casa de festas, o Canecão, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, quando foi arrancada por um homem não identificado no sábado (3).
A faixa criticava a intervenção militar no estado fluminense e havia sido instalada na última quinta-feira (1º) pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj-Seção Sindical do ANDES-SN) com o apoio das entidades representativas dos técnico-administrativos e estudantes, além do ANDES-SN que divulgou nesta terça-feira (6) uma nota em repúdio à depredação da faixa.
O desenho foi elaborado pelo caricaturista e diretor de arte André Hippertt e é uma versão da famosa ilustração, que fica em um muro de Israel, do artista urbano e ativista político Banksy. No desenho original, o soldado israelense é revistado por uma garota palestina.
No sábado, logo após ao ato de vandalismo, a Adufrj SSind. divulgou uma nota em repúdio a ação: “Ações como essa mostram que a Inversão da Intervenção, mais do que necessária, é urgente para reconstituição de nossa democracia. Intolerantes não passarão. Paz e democracia”, diz o texto da seção sindical do ANDES-SN. Na segunda-feira (5), a presidente da Adufrj-SSind., Maria Lúcia Werneck, apresentou uma queixa à 10ª DP, em Botafogo, contra o ato de vandalismo.
Mariana Trotta, 1ª tesoureira da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, critica a ação violenta. “Foi uma demonstração de violência contra o movimento sindical, os movimentos sociais e a universidade. É necessário manter a mobilização e seguir denunciando os efeitos perversos dessa intervenção militar, além de fazer uma reflexão crítica sobre os problemas que a intervenção já está causando no estado, em especial para os moradores da periferia”, comenta a docente.
Intervenção Militar
Desde quando foi anunciada, pelo Governo Federal, a intervenção federal militar na segurança pública do Rio de Janeiro vem sofrendo diversas críticas, principalmente, pela atuação do Exército que tem fichado os moradores das comunidades da Vila Kennedy (VK) e entorno reforçando ainda mais a segregação de classes e racial no Rio de Janeiro
Ainda na segunda, a reitoria da UFRJ convocou uma reunião para contribuir com as atividades de enfrentamento à intervenção militar no Rio. Na terça-feira (13), às 17h30, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), será lançada uma Frente Contra a Intervenção Militar. A frente está sendo organizada por movimentos sociais, sindicais e populares, como a Federação de Favelas e o ANDES-SN.
Fonte: ANDES-SN (com informações de Adufrj-SSind.)
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Roberto Boaventura da Silva Sá
Dr. em Jornalismo/USP; prof. de Literatura/UFMT
Hoje é mais um 08/03, data em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher: momento oportuno a reflexões sobre o feminicídio no Brasil, quinto país mais violento contra a mulher.
Começo invocando a sabedoria natural da deusa Minerva, e lembrando que a nós, mortais, sabedoria pressupõe informação, por mais incômoda que seja.
Indo ao ponto, precisamos pensar sobre as origens dessa violência. Mas para a reflexão, há de se ter coragem. Sem isso, é melhor tocar a vida do jeito que está, e se preparar para lamentar cada novo feminícidio, que virá.
Afinal, por que tanto feminícidio entre nós?
A resposta é difícil e desconfortável, pois é de ordem cultural. Logo, precisamos entender que, nesse sentido, nosso alicerce social é de viés judaico-cristão, que tem a Bíblia como livro sagrado; aliás, o livro mais lido entre nós. Eis o motivo da coragem da qual me referi acima.
As violências – físicas e simbólicas – contra a mulher podem também estar respaldas na própria Bíblia; isso, é claro, às mentes doentias e despreparadas para o convívio social hodierno, que pressupõe atualizações, quando não superações de muitas das passagens bíblicas.
Vejamos. Já em Gênesis, a forma surreal como é descrito o nascimento da mulher (da costela de um homem) pode pavimentar longos caminhos para sociedades machistas e violentas.
Daí em diante, as passagens bíblicas sobre o papel da mulher são inúmeras, e são adversas à luta pela igualdade feminina no convívio social. Excetuando a defesa que Cristo faz de Madalena, pontuo algumas dessas passagens, que podem estar dificultando a luta das mulheres para a superação da violência de que são vítimas a cada momento.
Em Tito, 2:3-5, solicita-se que as mulheres mais velhas ensinem as novas a amarem maridos e filhos; “a serem prudentes e puras; a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada”.
Na mesma linha, em Pedro 3:1, lê-se:
“Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher”.
Em Provérbios, cap. 31;10, é dito que a “esposa exemplar é muito mais valiosa do que os rubis”; logo, “feliz quem a encontrar”.
Aqui, a palavra “exemplar” liga-se à pregada submissão da mulher em relação ao homem. Fora disso, a mulher, na Bíblia, ainda é naturalmente amaldiçoada, inclusive pelas desventuras do próprio marido.
Nesse sentido, ainda em Provérbios (12;4), é dito:
“A mulher exemplar é a coroa do seu marido, mas a de comportamento vergonhoso é como câncer em seus ossos”.
Exegese popular: a mulher exemplar, extraída da Bíblia, teria a capacidade de tornar seu marido um rei ou um doente incurável; tudo a depender de seu comportamento social, que, por sua vez, compreende um conjunto de elementos, dos quais os trajes ganham relevo no discurso bíblico, como se vê em Timóteo: 2;9:
“Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem pérola ou com roupas caras”.
Quem ignora que muitos estupros e/ou feminicídios são justificados por conta da “roupa insinuante da vítima”?
Caríssimos! Com essa pequena mostra, podemos perceber de onde podem vir muitos dos nossos imensos problemas existenciais e sociais.
Enfim, precisamos de muita coragem para nos despir do ranço cultural que nos persegue desde que nos tornamos fetos no útero de nossas mães.
Superar o medievo é tarefa contemporânea de todos.
Coragem.
Circular nº 054/18
Brasília (DF), 5 de março de 2018
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s Diretora(e)s do ANDES-SN
Companheira(o)s,
Convocamos reunião do Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical (GTPFS), na cidade de Rio Branco (AC), conforme o que se segue:
Data: 5 de abril de 2018 (quinta-feira)
Início: 9h
Término: 18h
Local: ADUFAC Seção Sindical
Endereço: Sede Administrativa BR 364, KM 05, Campus Universitário, Distrito Industrial
Pauta:
- 1. Informes;
- 2. Comissão sobre criminalização do trabalho docente;
- 3. Organização do Curso de Formação Sindical (Universidade, trabalho e movimento docente);
- 4. Possibilidades de criação de um novo fundo a fim de assegurar as condições para a participação de seções sindicais, com até 200 filiado(a)s, em reuniões dos setores, a ser deliberado no 38o Congresso;
- 5. Paridade de gênero;
- 6. Outros assuntos.
Sem mais para o momento, aproveitamos a oportunidade para renovar nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Prof. Alexandre Galvão Carvalho
Secretário-Geral
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*
Estamos no início de Março, um mês especial dedicado `as mulheres, principalmente quando comemoramos o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, que ocorre no dia 08, conforme calendário mundial estabelecido pela ONU.
Ao longo do mês, principalmente no DIA INTERNACIONAL DA MULHER, muitas ganham flores, bombons, jantares, cafés da manhã, almoço, festas e tantas outras demonstrações de amor, carinho, atenção e reconhecimento por tantas coisas boas que as mulheres realizam, seja como esposas, mães, filhas, madrastas, avos, trabalhadoras, professoras, enfim, o muito que realizam para a criação dos filhos, os cuidados domésticos e familiares e também atividades profissionais fora do lar.
Todavia, essas mulheres que recebem essas homenagens e atenção, não sei se a maioria ou minoria, não deixam que a gente também destaque o lado triste das relações de gênero, onde milhões ou talvez bilhões de mulheres ao redor do mundo que são agredidas, violentadas, discriminadas e excluídas cultural, econômica, social e politicamente. Parece que em pleno século 21 o mundo ainda continua sendo apenas dos homens e as mulheres nada mais do que sombras tênue de uma realidade degradante e cruel.
É para essas mulheres que sofrem tantas formas de violência física, emocional, psicológica, preconceito, racismo e exclusão que devemos voltar nossa atenção e nossa indignação pela forma como tem sido e continuam sendo tratadas em nossa sociedade, violência esta que cresce a cada dia, principalmente fruto da omissão do Estado, dos poderes públicos e das autoridades que acabam estimulando a impunidade de crimes hediondos como o feminicídio, o estupro, a prostituição, o tráfico de mulheres, crianças, meninas, adolescentes, o trabalho escravo ou semiescravo, a diferença de salário em relação aos homens, independente do fato de que as mulheres a cada ano terem uma participação maior nos aspectos educacional e de qualificação professional.
Diversas pesquisas, dados estatísticos, inclusive de organismos oficiais, estudos e resultados de Comissões Parlamentares de Inquérito dos Poderes Legislativos Federais, Estaduais e Municipais que indicam uma distância imensa entre a letra fria das Leis e a realidade dos fatos, da mesma forma que existe uma distância enorme entre os discursos de nossas autoridades e o descaso como os poderes públicos atuam em relação aos direitos das mulheres.
Muita gente exalta a aprovação de Leis e os discursos das autoridades, como se isto tivesse poder para mudar a realidade e reduzir os níveis de violência contra as mulheres que ainda persistem em nosso Brasil. Quando ouvimos os discursos do Presidente Temer, de Governadores, de Ministros parece que no Brasil tudo esta uma maravilha para as mulheres, mas a verdade é bem outra, o sofrimento, muitas vezes dentro da própria casa, o assédio e abuso no trabalho, nos transportes públicos e outros locais continuam a atormentar milhões de mulheres por ano no Brasil.
Os recursos para as políticas públicas destinadas à proteção, apoio e combate à violência contra as mulheres são mínimos, funcionam só para “inglês ver”. Em milhares de cidades do país não existe sequer uma delegacia da mulher, o Congresso Nacional muitas vezes aprova Leis que acabam, a titulo de “defender a vida”, na verdade aumentando o sofrimento de mulheres vitimas de estupros e criminalizando não os estupradores, mas as mulheres que sofrem estupro ou profissionais da área da saúde que tentam prestar atendimento a essas mulheres.
Entre 2010 e o final de 2018, diversas estudos e estimativas indicam que 435 mil mulheres, incluindo meninas e adolescentes, que representam 53,5% dos estupros, foram vitimas de violência sexual no Brasil. Esses são são apenas o número de casos registrados nas delegacias ou outros órgãos públicos, que, segundo tais estudos representam apenas 10% do número real de estupros no país. Isto significa que em nove anos, incluindo cinco e meio em que nosso país foi governado por uma mulher, a Presidente Dilma, nada menos do que 4,35 milhões de mulheres foram estupradas em nosso país.
As taxas de estupro por cem mil habitantes e por cem mil mulheres entre 2010 e 2017 aumentaram de forma contínua, além disso os crimes de feminicídios e de violência doméstica também tem aumentado, ante a morosidade do sistema judiciário brasileiro que registra mais de 900 mil processos baseados na Lei Maria da Penha que continuam tramitando a passos de tartaruga.
Milhares de mulheres já foram assassinadas ou continuam sendo violentadas, espancadas por maridos, ex-maridos, namorados, ex-namorados, apesar de terem requerido medidas protetivas contra seus algozes e o poder público não atuar de fato para garantir tal proteção, inclusive o direito `a vida.
Para comemorarmos o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, enfim, o mês de marco, dedicado a elas, seria mais do que importante que discutíssemos e de forma mais crítica e profunda a realidade em que vive a mulher brasileira. Dar parabéns, caixas de bombons, cartões, abraços ou as homenagens que nossas autoridades gostam de prestar, incluindo faixas ou cartazes que na verdade representam promoção pessoal e politica dessas autoridades, `as mulheres é super bacana, como dizem , mas isto não altera este quadro de violência, discriminação e racismo que ainda ronda milhões de mulheres em nosso país.
Precisamos de políticas públicas afirmativas e ações públicas concretas para que os direitos das mulheres, desde a mais tenra idade até o final da vida sejam algo verdadeiro e concreto. Chega de blá blá e belas mentiras oficiais!
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de diversas veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
O 8 de março deixou de ser um dia de festas e se transformou num dia de luta em todo o mundo. Mobilizadas, as mulheres estão cada vez mais fortes para reivindicar igualdade de direitos e denunciar práticas abusivas, discriminatórias e violentas, que pelas imposições do modo de produção capitalista se tornaram ainda mais profundas.
Em Mato Grosso, os registros dessas violências são alarmantes. De acordo com a Secretaria de Segurança do estado, 18 mulheres foram brutalmente assassinadas nos dois primeiros meses desse ano. Na maioria das vezes, o autor do crime tem alguma relação com a vítima, evidenciando um sentimento de posse/ propriedade do homem que se considera provedor. Dezoito casos registrados de feminicídio em apenas dois meses. Vale destacar que nem sempre os casos não registrados.
Assim, a luta das mulheres, legítima e necessária, alcança proporções internacionais.
Confira abaixo as programações dessa quinta-feira, 08/03, Dia Internacional de Luta das Mulheres, nas quais a Adufmat-Seção Sindical do ANDES estará envolvida nas regiões da capital mato-grossense, Araguaia e Sinop.
ARAGUAIA
Nessa quinta-feira, as mulheres do Araguaia terão o 1º Encontro organizado para debater temas que englobam diversos assuntos de interesse, como acesso à Justiça, lutas e conquistas, religiosidade, entre outros. O evento será às 19h, no Anfiteatro da Prefeitura de Barra d Garças.
SINOP
Em Sinop, as mulheres estão organizadas para reivindicar a criação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). Depois de inúmeras atividades realizadas nos últimos meses, o 8 de Março será marcado por uma Caminhada Pelos Direitos das Mulheres. A concentração será às 8h, na Praça da Bíblia.
CUIABÁ
Na capital mato-grossense, diversos movimentos organizam atividades específicas e conjuntas.
Ainda na quarta-feira, 07/03 o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso realiza uma Roda de Conversa Sobre Feminicídio, às 19h, na sede do Sindjor/MT. As convidadas são a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, Rosana Leite de Barros, a presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Antonieta Luisa Costa, e a professora do Departamento de Serviço Social da UFMT, Lélica Lacerda.
No dia 08/03, os coletivos de mulheres distribuirão panfletos a partir das 10h na Praça Alencastro, e as trabalhadoras sem terra iniciarão a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, inspiradas na frase de Rosa Luxemburgo: “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”.
Às 19h, a historiadora Virgínia Fontes provocará um debate a partir do tema “Capital Imperialismo e a Atual Conjuntura” no Auditório da Adufmat-Seção Sindical do ANDES (UFMT), evento promovido em parceria pelos GT's de Política e Formação Sindical e Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind.
No dia 10/03, o alerta será para os problemas de saúde da mulher, com a 5ª Marcha Rosa MTmamma. A concentração será às 7h na Praça da República, região central de Cuiabá.
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind