Sexta, 07 Agosto 2015 14:48
 
Olá Pessoal!
Um artigo importante para ser lido que mostra que o avanço da direita e sua pregação contra os deveres do Estado não é ficção, muito menos teoria da conspiração. Despudoradamente pregam a transferência dos deveres do Estado (como a Educação e Saúde) para o setor privado. Endeusa o individualismo, o empreendedorismo e, com o apoio da mídia, ocupam os programas televisivos e publicam seus livros. O embate está claro e nos cabe ampliar o movimento em defesa da autonomia da universidade pública, democrática e de qualidade. E mais, precisamos reagir e rebater os argumentos da "direita que saiu do armário" e que atua contra e "longe das universidades." O artigo (em anexo) “A DIREITA BRASILEIRA QUE SAIU DO ARMÁRIO NÃO PARA DE VENDER LIVROS, publicado no jornal "El País", merece ser analisado com frieza e atenção, para fortalecermos nossos princípios e reivindicações nesse grave momento político-econômico que estamos vivendo no Brasil.
Boa leitura e reflexões.
Prof. José Domingues
 
Terça, 21 Julho 2015 09:18

 

JUACY DA SILVA*

Em pouco mais de dois anos  e quase quatro meses, o Papa Francisco  faz mais uma viagem internacional, desta vez aos  três países com maiores índices de pobreza, indígenas  e seus descendentes da América do Sul: Equador, Bolívia e Paraguai, bem no coração do continente.

Nessas viagens Francisco  tem aproveitado tanto para dialogar com a própria igreja, que sofre  quanto para levar suas mensagens de fé, de esperança, de justiça, de equidade e caridade; avivando a fé de milhões de católicos, quanto para abrir e aprofundar um diálogo inter-religioso e intersocial.

Suas recentes cartas apostólicas e Encíclicas não deixam dúvida que aos poucos está revolucionando tanto as estruturas da Igreja quanto as práticas de evangelizar. No diálogo interno, com o mundo católico, tem estimulado a discussão  sobre temas  até  então proibidos ou que eram tratados de forma velada, jamais com a coragem e ao mesmo tempo com a humildade que Francisco  trata dos mesmos.

Temas como o sacramento da comunhão para os separados ou recasados; a questão do homossexualismo, do celibato, a questão dos padres  casados, o papel dos leigos e leigas na igreja, a pedofilia que denigre clérigos e a Igreja, a corrupção no Banco Vaticano e na própria Igreja não tem escapado aos olhares e orações de Francisco, este papa que veio do fim do mundo, como ele mesmo o disse ao ser escolhido para ocupar o Trono de São Pedro.

Depois do papado de Gregório III, que governou a Igreja Católica entre 731 e 741, nascido na Síria, são mais de 1.270 anos que um papa não europeu é escolhido.  Francisco foi o primeiro  papa do continente Americano, da América Latina e do Sul  e também o primeiro papa jesuíta a assumir o trono de São Pedro, escolhendo muito apropriadamente  o nome em homenagem  a São Francisco de Assis, o santo dos pobres e do meio  ambiente.

Talvez por todas essas  razões podemos entender a urgência que Francisco trabalha  para dar uma nova cara para a Igreja, um pouco mais comprometida com o destino dos pobres, dos excluídos, sua condenação às práticas de violência e preconceitos, as guerras, os conflitos e a prepotência  dos governantes e o materialismo dos portentados. De nada adianta amealhar poder e riqueza,  nada disso é levado ao final de nossa vida aqui na terra, parece querer dizer Francisco em suas mensagens, por isso  sua ênfase na caridade, na equidade , na justiça social e na solidariedade e nos cuidados com a natureza.

Aos líderes nacionais e internacionais ele os exorta às boas práticas da governança, o uso do poder para promover ações voltadas  aos pobres e não para  enriquecerem ainda mais os ricos. Por  tabela  faz uma condenação constante a corrupção no governo, na sociedade e na Igreja. Aos ricos ele os exorta para que sejam mais humildes, menos prepotentes, menos egoístas, menos materialistas e a ajudarem a cuidar das obras da criação, onde o meio ambiente merece  um grande destaque. Foi neste sentido que escreveu recentemente a chamada ENCÍCLICA VERDE, para que todos tenhamos um pouco mais de respeito e cuidado com o meio ambiente, reduzindo o consumismo e a degradação ambiental.

Nesta viagem a América  do Sul, em  um de seus pronunciamentos na Bolívia,  talvez movido pela compaixão frente à pobreza e exclusão social, econômica e política, Francisco enviou um duro recado tanto aos países ricos quanto aos ricos que exploram os pobres ao condenar de forma explícita o capitalismo, pela forma como o mesmo continua explorando o povo e disse que a economia  precisa  ser mais solidária  e humana, ou seja, precisamos colocar limites na busca desenfreada pelo lucro. Neste contexto voltou a condenar a destruição do meio ambiente na busca desenfreada por resultados imediatistas,  esquecendo-se de que o passivo ambiental acabará sendo pago por todos, principalmente, pelos mais pobres e as gerações futuras.

Francisco  fala mais diretamente ao coração dos pobres, razão pela qual  é tão aplaudido em todas as suas viagens, inclusive a que fez ao Brasil e nesta atual aos países mais pobres da América do Sul. Oxalá  também os poderosos, os governantes e as elites que se dizem cristãos  e a maioria desses que se dizem católicos ouvissem e praticassem o que Francisco  tem dito. Com  certeza o mundo, nossos países e nossas sociedades seriam muito melhores, livres das mazelas que tanto infelicitam o povo,  principalmente os menos afortunados.

Suas mensagens  também  são dirigidas diretamente à Igreja para que volte-se mais  voltem- aos pobres, os  humildes e  excluídos, razão maior de seu pontificado. Nossos países , o mundo e a Igreja tem muito a aprender com Francisco.

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog  www.professorjuacy.blogspot.com

Sexta, 10 Julho 2015 13:20

 

JUACY DA SILVA* 

Seguindo a mesma  “escola”  e formas de mistificar  a  realidade que seu criador  e antecessor ex-presidente Lula, a atual presidente Dilma, sempre que acuada pelas notícias, pelos meios de comunicação  e pela opinião pública  tenta desqualificar tanto as acusações quanto seus acusadores.

Parece  que ambos  são mestres na arte de dissimulação  e enrolação  através  de muitas lorotas e bravatas  como a que a mesma  acaba de proferir  em entrevistas durante sua atual viagem  aos EUA. Indagada  e bombardeada pelos jornalistas brasileiros e alguns estrangeiros quanto às denúncias feitas no andamento da operação LAVA-JATO, que apura o maior escândalo  de corrupção  na  história  brasileira, Dilma não se fez de rogada e disse “não  respeitar  delatores”.

Na  sequência  tentou comparar  as denúncias do Presidente  da UTC , uma  das grandes empreiteiras, que  é  acusado de ser o ‘presidente do clube das empreiteiras”  que até pouco tempo tinha livre acesso a gabinetes palacianos  e  ministeriais,  com  as  tentativas que os  agentes dos governos militares  no DOI/CODI tentavam  transformar presos políticos em delatores de “companheiros” que  lutavam contra o governo e o Estado naquela época.

Ninguém ignora que após deixar a presidência da República Lula  viajou algumas vezes em jatinhos da empreiteira Odebrecht  a  outros países onde a referida empreiteira  e outras mais tinham atividades e recebiam financiamentos do BNDES, os quais ainda estão encobertos por um manto de sigilo, verdadeiras operações secretas, que Dilma  vetou para que não se tornassem públicas  e transparentes.

Tal comparação não tem nenhuma relação e representa  uma distorção da história política e institucional brasileira e,  ao  mesmo tempo, é uma  agressão ao ordenamento jurídico estabelecido democraticamente, que oferece aos criminosos  tanto de colarinho branco quanto os bandidos cujos colarinhos são de outras cores, a colaborarem  com a justiça, mediante um acordo livre  e assistido por seus advogados, apresentando dados e informações que facilitem a justiça chegar a atos  praticados por outros criminosos que ainda não prestaram contas à justiça.

Com  certeza a OPERAÇÃO LAVA-JATO,  presidida pelo Juiz Federal Sergio Moro, tendo o apoio  do Ministério Público Federal e as ações  investigativas da Polícia Federal  deverão ir a fundo nessas  denúncias, doa a quem doer, como costuma dizer a Presidente Dilma,  e a verdade deverá vir a tona.

As  denuncias feitas pelo Presidente da UTC  e de outros presos pela operação LAVA-JATO,  não foram  feitas  sob tortura ou qualquer constrangimento, mas amparadas pela  legislação e princípios legais, constitucionais, não precisando a Presidente diga que caberá  a Justiça, ao  Ministério Público  e a Polícia Federal fazer, pois cabe a essas instituições apenas cumprirem  suas missões, investigarem e punirem os culpados.

Se houve dinheiro sujo nas campanhas de Lula, de Dilma e de outros políticos, isso é crime  e como tal  deverá  ser tratado  e os  responsáveis punidos com  os rigores da Lei, afinal vivemos em um Estado de direito e democrático, em uma República, onde todos devem ser tratados de forma igual, sem privilégios.  Está mais do que na hora de o Brasil acabar com a imunidade, o foro privilegiado, os privilégios dos governantes e portentados.  Só  assim o combate `a corrupção  será algo verdadeiro e não apenas para  “inglês  ver”. A denúncia  foi feita formalmente pelo presidente da UTC, cabe agora essas entidades irem a fundo nas investigações.

Desde a década de noventa, portanto há quase vinte anos, o Brasil é signatário de vários tratados internacionais aprovados pela ONU, OEA, OECD e outros mais, para que o combate `a corrupção seja  uma prática efetiva por parte dos governos nacionais.

Apesar disso, diversos casos escabrosos de corrupção, onde o MENSALÃO  e o PETROLÃO – LAVA JATO são os símbolos maiores, ocorreram e continuam a ocorrer durante  os mandatos  de Lula  e Dilma, atingindo figuras importantes de seus governos e do PT e outros partidos aliados no Congresso.

Com  certeza não será com bravatas e lorotas que os atuais donos de poder irão intimidar o Ministério Público, a Polícia Federal e muito menos juízes íntegros como o ex-Ministro Joaquim Barbosa e o Juiz  Federal Sérgio Moro. Estamos em plena  fase da operação “mãos limpas” tupiniquim. Praza  Deus que possamos passar nosso país a limpo e banir os corruptos e as práticas  de corrupção no Governo e meio empresarial como aconteceu na Itália há algumas décadas.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta, Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quarta, 01 Julho 2015 14:18

 

Nesses últimos tempos vem á tona inúmeras evidencias de corrupção, desde aqueles investigados, na Operação Lava Jato, onde o juiz Moro , sua equipe, a Policia Federal colocam em polvorosa  potenciais protagonistas de crimes e desvios apontados. São redes mafiosas e de interesses obscuros  atuando no roubo do estado brasileiro, aproveitando múltiplas possibilidades de desvios. Utilizando os negócios patrimonialistas que garantam a permanência no poder.

O governo, a base aliada, continuam  colocando em duvida e negando peremptoriamente as acusações, seja por investigações, seja por delação premiada. Tentar de todas a formas desqualificar, expulsar o juiz MORO  de sua determinação de cumprir com a justiça . Mais do que isso, mostra que a justiça pode ser aplicada também para os ricos e poderosos, que locupletam-se com o dinheiro publico, articulados com seus prepostos em mandatos no Congresso,  Casas  Legislativas e Executivos. Como no caso do mensalão, qualquer agente publico que arroste contra essas filas de verdadeiras associações criminais, vira objeto de ódio e vingança dos seguidores e cúmplices  da corrupção. Carregam ainda as bandeiras dos seus partidos, conspurcadas no fogo da corrupção e da possibilidade do  desvelamento total dos escabrosos negócios  cometidos contra o patrimônio publico. Surgem ate os mal entendidos, na falta de acordo para repartição dos valores obtidos. Confiam ainda em uma batalha enfurecida que venha  terminar, como  sempre acreditaram, mais cedo ou mais tarde. Depois,  um fingido abraço “republicano”, a  luz da mídia. Negam-se a evidencias e provas como do Mensalão. Na operação Lava Jato nem se fala. Após a fase de blindagem, ficando de longe do ”olho no furacão” , Dilma e Lula da Silva  vem de forma diferente fazer suas defesas .Em uma cantilena superficial e maniqueísta .Falar não sei de nada, de forma diferente. De um lado ,e difícil entender que Lula da Silva repentinamente caiu  na real e resolveu  redimir-se. Ainda mais, neste assunto que é  absolutamente distante: a auto critica. Parece mais um salve-se quem puder, com aguçamento e refinamento das investigações na Lava Jato ,acuando necessariamente gente de relevância financeira e estratégica ligada ao ex-presidente. Os dois convocados próximos  a eles constituem  uma grande ameaça . E La vem a Presidente falar contra a polemica delação premiada, utilizando este instituto jurídico de forma  diametralmente oposta { na qualidade de presa política. Estamos falando de redes reais de corrupção, suas teias e protagonistas em um processo investigatório. Não se sabe nada se nesta investigação se alguém tenha sido torturado{a} fisicamente ou ate mentalmente. Ao que se sabe,  os depoimentos dessa operação na justiça são publicizáveis . Existem singularidades em ambas situações, mas o divisor é , em que condições estão sendo estabelecidas as delações. Por enquanto, os efeitos são benéficos para se chegar a verdade, e arrasadores para a maioria dos investigados e suas relações espúrias. Sem duvida, a  corrupção não e patrimônio exclusivos do PT e seus irmãos siameses. Vem de longe .Ou, vai repetir –se argumento como : ”... para se chegar ao poder temos que sujar as mãos”?  Pior ,para se manter no poder do jeito que as coisa vieram caminhando. Lula da Silva pode estar “jogando o bebê com a água e bacia”.  Em outras palavras, tentando salvar a própria pele. A mídia do Palácio mandou a Presidente para os EUA, na tentativa de dar um tempo, envernizar sua hoje decadente e agonizante estética política. A final de contas, quem é  o maior responsável por tudo o que vem acontecendo nas mãos da Presidente? Como diz o meu povo antigo: ”é remediar com o que tem”!

 

Waldir Bertúlio

Professor aposentado da UFMT

Sexta, 26 Junho 2015 13:07

 

Tem toda razão, e o nosso apoio, o senador Cristovam Buarque quando chama a União para cuidar do ensino fundamental das crianças brasileiras. 

“Assegurar educação de qualidade é estratégia fundamental para aproveitar o potencial econômico de talentos e quebrar a desigualdade social” - afirma o senador. 
A maioria das prefeituras brasileiras é constitucionalmente responsável por esse ensino, porém, sem incentivos federais suficientes, não apresenta condições materiais e pedagógicas para ofertar, pelo menos, uma educação aceitável. 
A população pobre, por sua vez, está impedida de acesso às escolas particulares, onde o ensino é de melhor qualidade, pois as suas mensalidades não são compatíveis com suas rendas familiares. 
Se os prefeitos brasileiros conseguirem sensibilizar o governo federal a assumir essa faixa importantíssima da formação dos nossos jovens, com certeza teremos uma nação mais justa, com possibilidades de pobres competirem com os ricos. 
Estamos contemplando um país onde existe uma luta de classes e a violência extrapolou o controle das nossas autoridades. 
O medo é absoluto, tanto nas grandes, como nas pequenas cidades brasileiras. 
Crianças pobres crescem sem perspectivas de uma ascensão social, já que lhes são negadas a ferramenta básica, a educação.
A vida para elas nada representa, a não ser a ilusão do dia vivido, muitas das vezes no mundo do crime. 
“É imoral termos educação com diferença de qualidade em função de renda ou endereço”. 
O Poder Executivo Federal assumir a educação das nossas crianças é política de governo, medida preventiva para evitarmos um conflito de dimensões incalculáveis e resultados desastrosos. 
Não adianta termos uma economia forte com uma educação de péssima qualidade. 
Lutemos com os prefeitos pela adoção federal das escolas municipais! 
Só assim haverá desenvolvimento sustentável e paz nesta nação.

Gabriel Novis Neves
12-06-2015

Terça, 23 Junho 2015 15:46

 

Sessenta por cento dos jovens da periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial. A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras. Nas universidades brasileiras apenas 2 % dos alunos são negros. A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em SP. Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente (Racionais MC’s).

Este tema é objeto de um ritual macabro no Congresso Nacional, afrontando a Constituição, aniquilando com intervenção em elementos fundantes da violência e criminalidade. Para não variar, está encaminhada a proposta com motivações indecorosas e distantes da democracia, no sentido de diminuir a idade de acesso a mandatos. De um lado, a diminuição da idade penal nunca atingirá os filhos de poderosos e endinheirados, pois tem como  pagar regiamente advogados para garantir a não punibilidade. Do outro lado, a diminuição da idade “eleitoral” vai favorecer interesses dos clãs que querem continuidade de acesso privilegiado a mandatos, ficar tudo como está, como atesta o arremedo de Reforma Política em curso.  Completam-se 22 anos de percurso da proposta de emenda constitucional que revisa o Instituto da Maioridade Penal, reduzindo a idade de 18 para 16 anos. No mínimo, defendo a manutenção da maioridade penal em 18 anos. Posições divergentes desde o Congresso Nacional, irradiando por toda a sociedade brasileira em acalorados debates. Estão mobilizados contra, os setores comprometidos com as causas dos Direitos Humanos, da Infância e da Juventude, alguns políticos, raros partidos, e movimentos ligados a causa da Justiça Social. Seja, a manutenção do limite de 18 anos contra a redução da maioridade penal para 16 anos. A legislação brasileira é considerada avançada e sintonizada com a maioria dos países desenvolvidos e a posição de organismos internacionais de referência como a UNICEF, a OMS e a própria OEA. A PEC 171/93 (Dep. Benedito Domingos PP-DF) que trata desta proposta, é conduzida pela chamada “bancada da bala”, bancada evangélica, todos parlamentares ultra conservadores, em grande número neste Congresso. Apesar de haver ainda muito caminho a percorrer, caso passe pelo Senado, pode não ser necessária a sanção presidencial. Se aprovada, a situação social ficará insustentável, lembrando que o percentual de menores em crimes violentos em relação ao total, tem índices baixos.  Conforme as estatísticas de pesquisas como do IPEA e outras instituições de pesquisa mostrando que até 80% da população afetada é negra, vivendo em condições de vida profundamente desfavoráveis. Se aprovarem esta matéria a situação social ficará insustentável, grande parte dos defensores, deliberadamente, outros, na ilusão de contenção da criminalidade. Para não ir mais longe, podemos citar 2 pontos estruturais que estimulam a situação em questão. De um lado, o sistema educacional como eixo das políticas sociais, com um débito quase insanável na ausência efetiva das políticas públicas. De outro lado, o sistema prisional, verdadeira escola do crime. Será que medidas penais como a draconiana diminuição da maioridade penal passaria a borracha nessa ausência, que é fundante no verdadeiro abismo da gestão pública? As instituições criadas para ressocializar menores infratores tendem ao fracasso, na medida em que “dão murros em pontas de facas”. Ou desviam de seus objetivos. É só visitar o Pomeri aqui em Cuiabá, e /ou ouvir relatos verdadeiros sobre sua estrutura e funcionamento. Uma vergonha! Além disso, com um sistema prisional falido e desumano, por que remeter para seu transbordamento máximo, com consequências deletérias e (im)previsíveis? Os novos aprisionados devem arder no fogo do inferno?  Não há saída neste abismo. Sou rigorosamente contra a diminuição da idade penal!

Waldir Bertúlio

Professor aposentado da UFMT

Segunda, 15 Junho 2015 14:32

 

JUACY DA SILVA* 

No ultimo  dia 08  deste  mês  de junho foi comemorado  em todos os países o DIA MUNDIAL  DO MEIO AMBIENTE, instituído pela ONU durante a primeira conferência do meio  ambiente  realizada em  Estocolmo na Suécia, em 1972.  Portanto, lá se vão 43  anos desde que o mundo acordou para este  desafio que é cuidar melhor do meio ambiente e preservar  a vida  no planeta.

O tema  deste ano para comemorar o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE é: “ Sete bilhões de sonhos, um planeta: consuma  com cuidado”. Este  tema chama  a atenção  para os limites de crescimento, de um lado o aumento populacional mundial, hoje somos sete bilhões  e dentro em  breve seremos nove bilhões de pessoas e de outro  os  riscos da degradação ambiental.  O problema não  está apenas em relação `a  pressão que a população exerce sobre os ecossistemas em termos de produção de alimentos, de energia, de matérias primas, de água e do solo, mas principalmente o que isto significa para o futuro da humanidade.

Para efeito de reflexão e das ações que devem ser realizadas pelos  governos de todos os países  e em  todos os níveis de poder em cada país e  também pela população, mas  também  na questão do desperdício que o consumismo esta estimulando. O tema é desdobrado em  quatro dimensões: água,  energia, uso do solo e o consumo acelerado de bens e serviços que acabam representando uma pressão muito grande sobre o meio ambiente.  Para alimentar  uma  população de bilhões de pessoas os sistemas econômicos gastam água, solo e  energia, que são  fatores  escassos  e acabam também sendo degradados  com a erosão, o assoreamento dos rios  e lagos, o  desmatamento continua acelerado em vários países e essa dinâmica econômica, em busca de um lucro a qualquer preço deixa  um rastro de destruição ou o que é modernamente chamado de passivo ambiental.

Pior em tudo isto é perceber de um lado o consumismo que leva a um desperdício de alimentos, cujo custo mundial é superior a 750 bilhões de dólares por ano.  . Mas o desperdício de alimentos também representa o  desperdício de água, de solo  e de energia que foram usados para a sua produção.

Estamos  em pleno período da realização das conferências  municipais de saúde, quando a população de todos os municípios do Brasil está discutindo a situação e os rumos da saúde pública em nosso país. Qual o tamanho do CAOS  em que se encontra a saúde e quais os rumos que devem ser tomados para que este direito constitucional possa  deixar de ser letra morta em nossa Carta Magna  para se transformar  em uma realidade concreta do dia-a-dia das pessoas?

Boa parte das doenças que  a população enfrenta têm suas origens na  degradação ambiental.  As queimadas urbanas e rurais,  os sistemas de produção agrícola assentado sobre o uso exagerado de agrotóxicos, onde o Brasil é o segundo maior consumidor mundial,  a  falta  de saneamento básico, os lixões, os esgotos escorrendo a céu aberto, tudo isso  afeta a saúde da população, principalmente  das camadas mais empobrecidas do país.

O SUS gasta anualmente  mais de 400 milhões de reais  para  tratrar  pessoas que são internadas em decorrência de diarreias, além de muitos outros milhões com doenças respiratórias e outras mais decorrentes da falta de cuidado com o meio ambiente.  Costuma-se  dizer que para cada real investido em saneamento e cuidados  ambientais poderiam ser economizados quatro reais no tratamento de doenças. Saneamento, neste sentido, também  é saúde.

Mais  de 61% da população  brasileira, ou seja, 124  milhões de habitantes não  tem   tratamento de esgoto.  Na  região norte esta é a  realidade  de 83,4%  da população; no Nordeste 76%; no Sudeste 61,;  na região Sul 68%e no Centro Oeste 55,1%.  Ou seja, milhões de brasileiros  convivem  com valões, córregos, rios e oceanos estão morrendo devido `a falta de saneamento.  Na  verdade  são  grandes esgotos a céu aberto, onde animais, lixo e toda  sorte de dejetos produzem mal cheiro e riscos para a saúde da população.

Em  nosso maior  aglomerado urbano de Mato Grosso, por exemplo, Cuiabá  tem  apenas 39,9%  de esgotos tratados e Várzea Grande 21%  e  a média no restante do Estado é de menos de 20%.  Neste  aglomerado que tem pouco mais de 820 mil habitantes 66% da população não é servida por tratamento de esgoto, são aproximadamente  540 mil habitantes, convivendo com uma das formas de degradação ambiental.

A pergunta  que se faz, isto é correto,  é digno? Qual a qualidade de vida dessas pessoas? Qual a saúde que tem? Qual o futuro que nos  espera? Com a palavra  nossos  representantes eleitos, nossos gestores públicos, enfim,  nossos governantes que continuam  insensíveis a  este drama que afeta  dezenas de milhões de brasileiros/as.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, articulista  de A Gazeta. 

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Quarta, 10 Junho 2015 18:53

 

Notícia ruim é o que não falta quando o assunto é saúde pública.
Foi inaugurado em nossa capital o prédio reformado do velho Hospital Neurológico Egas Muniz, no bairro do Quilombo. 
A hotelaria ficou chique, digno de hotel cinco estrelas. 
O ruim é que logo após a sua inauguração o nosocômio foi fechado, para reabrir somente quando o governo federal decidir repassar recursos permanentes para o seu custeio. 
Sabemos que essa liberação poderá demorar meses, e a garantia de um apoio permanente é uma aposta. 
O único hospital público federal e de ensino aqui existente está sucateado, exatamente por falta de investimentos financeiros. 
Em inauguração de hospital a má notícia é que não existe ainda formado, treinado e contratado o corpo clínico e administrativo. 
A referência do hospital são seus profissionais, e não, a hotelaria. 
A dificuldade do governo é tão grande para captar bons profissionais, que a única Unidade de Pronto Atendimento (UPA) inaugurada há dois anos até hoje não funcionou na sua plenitude. 
Não é atrativo, profissionalmente, trabalhar em prédio ‘novo’ e bonito, mas sem as mínimas condições de trabalho, e honorários sempre abaixo do mercado de trabalho.
O paciente quando procura um serviço de saúde prioriza a qualificação dos seus profissionais. 
A hotelaria de luxo é dispensável. Torna-se obsoleta em curto prazo de tempo, e necessita de permanente manutenção e reposição dos equipamentos. 
Não é isso que acontece nos órgãos públicos. 
Sem robustos financiamentos públicos para a alta complexidade, o ‘jeitinho’ são as liminares judiciais. 
Mesmo hospitais internacionalmente reconhecidos cientificamente pela excelência do seu atendimento, como o Sírio Libanês e Albert Einstein em São Paulo, para citar os preferidos pelos políticos, precisam de incentivos oficiais (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e de particulares para sobreviverem com qualidade. 
Vamos torcer para que o nosso São Benedito consiga transpor essa barreira de incompreensão do poder público com a saúde para oferecer serviços médicos de ‘gente rica para uma população pobre’.

Gabriel Novis Neves
24-05-2015

Segunda, 01 Junho 2015 13:14

 

Olá, Pessoal!

Bom dia. Segue, em anexo, para todos refletirem, um bom artigo sobre a greve nas universidades públicas, de autoria do Prof. Marcelo Badaró (UFF/História). Acrescento que na última longa greve das IFES, por aqui, na UFRJ, a pós-graduação também parou. Sou testemunha do fato por estar cursando doutorado no IPPUR/UFRJ.Os alunos da graduação e da pós-graduação também se mantiveram em greve. Houve alteração do calendário no período duas vezes, porque logo depois os técnico-administrativos iniciaram uma nova greve. Os prejuízos aconteceram, mas também o aprendizado que levou a modificações nas relações com a CAPES que, com a conivência de vários coordenadores de cursos, insiste em desrespeitar a autonomia constitucional das IFES.É bom lembrar que em 2005 a CAPES era presidida pelo atual Ministro da Educação que, segundo relatos da época que chegaram ao então Comando Nacional de Greve/Andes-SN, teria procurado apoio, inclusive entre seus alunos, para que a greve fosse minada.
Boa reflexão para todos, independentemente das posições que defendam, afinal, monocultura não ajuda nada.
Abraços.
 
Prof. José Domingues de Godoi Filho

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Quarta, 27 Maio 2015 07:54

 

Em 2012, quando fui cursar 1 ano da graduação em Serviço Social na Universidad de Deusto, em Bilbao, Espanha. Tive o privilégio de cursar a disciplina de " Sociologia da Marginalização e da Exclusão Social " com o professor Alain Touraine. Inúmeras vezes o professor Touraine elucidou em suas aulas que o socialismo estava morto, havia sido superado pela sociedade pós - industrial, que já havia se tornado sociedade globalizada. O professor argumentava e defendia a tese de que hoje as lutas dos movimentos sociais já não se centra mais nas lutas de classes, tanto, que há desentendimento no interior dos movimentos sociais. O professor Alain Touraine é um sociólogo francês conhecido por sua obra dedicada à sociologia do trabalho e dos movimentos sociais. Tornou-se conhecido por ter sido o pai da expressão "sociedade pós-industrial". Seu trabalho é baseado na "sociologia de acção" e seu principal ponto de interesse tem sido o estudo dos movimentos sociais. Touraine acredita que a sociedade molda o seu futuro através de mecanismos estruturais e das suas próprias lutas sociais. Tem estudado e escrito acerca dos movimentos de trabalhadores em todo o mundo, particularmente na América Latina. Em seus escritos, Touraine aponta para as transformações pelas quais a sociedade moderna e industrial vem passando. Trava diálogos com os autores clássicos da sociologia como Durkheim e Marx - com este último, sobre as novas formas de conflitos sociais. Touraine faz parte de uma linha teórica denominada pós-moderna, ainda que critique a mesma em alguns pontos e de fato não assuma todas as teses dessa vertente, como algumas asserções a respeito do fim da história, fim dos conflitos e principalmente da inviabilidade da compreensão racional dos mecanismo sociais. Para Touraine, a sociedade pós-industrial, longe de acabar com os Em “A sociedade pós-industrial", afirma que a sociologia não é fruto da revolução industrial, mas somente se consolidou a partir da segunda metade do século XIX, quando a sociedade passa a ter um maior controle dos mecanismos econômicos surgidos com as revoluções industriais, os quais, no momento de seu surgimento, levaram às construções teóricas do início do século XIX que identificavam um desenvolvimento econômico intervindo na organização social. Com a retomada do controle social das mudanças econômicas é que, portanto, a sociologia pode se constituir numa ciência que não mais fetichizava o social, tal como o indivíduo da filosofia. Passa-se da identificação de uma natureza social para o reconhecimento da historicidade, ou seja, da ação social e da capacidade desta em direcionar o desenvolvimento do conjunto da sociedade. conflitos, generaliza-os. É sob estas premissas que Touraine fala da sociologia de uma sociedade pós-industrial. Com os primórdios do desenvolvimento industrial, a empresa capitalista e o proletariado eram de fato os elementos centrais na transformação social e política. Porém na sociedade pós-industrial, segundo o autor, esta centralidade da indústria - e, portanto, do fator econômico produtivo - se perde. Nesta nova sociedade, o conhecimento e a informação passam a constituir elementos chaves na produção. Os conflitos sociais, da mesma maneira, não se concentram mais no elemento econômico. Apesar dos conflitos de classe não desaparecerem (a indústria não desaparece), a relação trabalhador-patronato não detém mais a proeminência de outrora. Isto, principalmente, pelo fato destes conflitos de classes terem, de uma forma geral, se institucionalizado, abrindo espaço para outras reivindicações sociais, agora não mais econômicas, mas destacadamente culturais: surgem os movimentos feministas, de homossexuais, estudantil, etc. Os laços que unem estes novos movimentos são mais comunitários e localizados, apesar de uma abrangência socialmente ampla. Se permanecerem reivindicações localizadas e restritas não se constituem, segundo Touraine, em movimentos sociais propriamente ditos. Para tanto devem adquirir um destaque mais amplo e nacional. A direção para a qual devem caminhar tais movimentos são as instituições e, portanto, o âmbito das decisões políticas. A sociedade, segundo Touraine, deve lutar para democratizar o acesso aos mecanismos decisórios da política. Daí a importância que este autor dá ao tema da alienação - esta, pautada pela participação dependente, ou seja, a integração dos indivíduos no jogo dos aparelhos dominantes que visam impor um modelo de desenvolvimento econômico sob um aspecto impessoal, de forma a aparecer como única alternativa possível e no interesse de toda a sociedade. Os termos de que Touraine se utiliza para descrever esta alienação são a integração, a manipulação e a sedução. 
 
Dirceu Grasel