Evento reunirá universidade e movimentos sociais para debater a reforma agrária popular, em defesa da natureza e de alimentos saudáveis.
A Universidade Federal de Mato Grosso realizará nos dias 6 e 7 de julho a sexta edição da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA). A Jornada reunirá o público acadêmico, comunidade e movimentos sociais populares para debater o tema: REFORMA AGRÁRIA POPULAR: EM DEFESA DA NATUREZA E DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS!
O evento será realizado ao longo dos dois dias, a partir das 8 horas e seguindo até as 22 horas. A maior parte da programação estará concentrada no auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis - FACC (próximo à piscina), com algumas mesas também no auditório da “Madeirão”, da Faculdade de Engenharia Florestal.
Um dos destaques da JURA 2023 é a 2ª Feira SABERES & SABORES DA TERRA, com a comercialização de produtos da reforma agrária, agricultura Familiar (agroecológicos e em transição agroecológica) e da Economia Solidária, além de atividades culturais. A feira começa na quinta (6/07) às 15h e segue também na sexta-feira, instalada nas proximidades da FACC.
Outro destaque da jornada é o debate do modelo de produção agroecológica. Sobre esse tema, duas mesas vão ser realizadas no auditório Madeirão. Uma delas, no dia 06/07, a partir das 13h30, apresentará o tema do “Pastoreio Racional Voisin e os processos agroecológicos voltados à agricultura familiar”, com a presença de uma das maiores autoridades sobre o tema, o professor Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, da Universidade Federal de Santa Catarina e também com a professora Maria Fernanda Queiroz, do curso de Zootecnia da UFMT, tendo a médica veterinária Amandla Souza como coordenadora da mesa. A outra mesa que será realizada no auditório “Madeirão” no dia 07/07 às 13h30 - “Diálogo entre Universidade e Reforma Agrária a partir das experiências agroecológicas nos estados do MT e RJ”, com a presença de pesquisadores de ambos os estados falando sobre o tema, como o Dr. Henderson Nobre, pesquisador da UFMT e as pesquisadoras Luisa Ferrer Pinheiro e Ana Renata Borges, ambas do Rio de Janeiro e participantes da Articulação Nacional de Agroecologia/ ANA.
Já no auditório da FACC estarão concentradas as demais atividades. No dia 6/07, de manhã, será apresentado o tema das “Plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos e seu uso no SUS” com o farmacêutico Devanil Fernandes, do projeto FITOVIVA da prefeitura de Cuiabá. Também haverá a “Roda de conversa com cuidadores tradicionais indígenas de MT”, com a participação dos indígenas Pajé Racide Matuawa (povo Bakairi) e Kolareene Enawene (povo Enawene). Já a mesa “Água e energia: reflexões sobre os direitos humanos e da natureza” , contará com a participação de Herman Hudson de Oliveira, do Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento - FORMAD, de Vanda Santos e Isidoro Salomão que são do Comitê Popular do Rio Paraguai/Pantanal e de Jefferson Nascimento, do Movimento dos Atingidos por Barragens de Mato Grosso / MAB.
O debate da terra na perspectiva das mulheres também estará presente com a mesa “Protagonismo das mulheres indígenas, quilombolas, urbanas e Sem Terra na defesa dos seus territórios”, com a participação de Gloria María Muñoz, Alessandra Alves Arruda “Guató”, da Associação de Mulheres indígenas Takiná, Maria Helena Tavares Dias, quilombola da comunidade São José do Baixio - Barra do Bugres, Catarina Lima, do MST e Evanilda Santos (Tina), educadora financeira do Coletivo de Mulheres Essência, de Várzea Grande.
Ainda no dia 06/07, às 19h, haverá a palestra e lançamento do livro “Agroecologia no território do agronegócio: experiência do MST no estado de Mato Grosso” , de Vanderly Scarabeli, do MST, e do professor Bernardo Mançano Fernandes, da UNESP.
O evento segue na sexta, dia 07/07, começando de manhã, no auditório da FACC, com a mesa “Cultura, arte e política”, coordenada pelo professor e antropólogo Aloir Pacini, da UFMT e a participação dos artistas Índio, Wenni Izabelli Justo, DJ Taba e de Genadir Vieira Axé, do MST.
Ainda no período de manhã está programada a mesa “A Universidade necessária: é um problema do presente?”, coordenada pelo professor Aldi Nestor de Souza e com a participação dos professores Dorival Gonçalves Junior, da Engenharia Elétrica, Vinícius Machado Pereira Santos e Djeison Benitti, ambos da área de Matemática.
Também estão programadas apresentações culturais permeando a programação, com destaque para a Cia Teia com a intervenção “Nem tudo é sobre capivaras”. Também é destaque na Jornada a Exposição fotográfica "Movimento & Foco", de Francisco Alves, que poderá ser apreciada no saguão do auditório da FAAC.
Estão previstas também visitas mediadas às exposições do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia/MUSEAR e ao Museu de Arte e Cultura Popular/ MACP, com a Exposição “Bio”, de Ruth Albernaz, em diálogo com as artistas Domingas Apatso, Naine Terena e Thaís Magalhães.
Para encerrar o evento está prevista a mesa “Terra e território: os desafios da Reforma Agrária e Demarcação de Terras Indígenas no governo Lula” que contará com a presença da liderança indígena Eliane Xunakalo, presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso/ FEPOIMT e de João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do MST.
Clique aqui e confira toda a programação e horários no site do evento.
Sobre a JURA:
A JURA é um evento nacional que tem como propósito colocar em discussão o projeto de Reforma Agrária Popular e os temas que a circundam. A JURA é realizada em todo o Brasil e tem a participação de mais de 70 Instituições de Ensino Superior do país (IES).
O movimento da JURA está completando dez anos em 2023. A construção nacional da JURA teve início a partir de 2013 com a realização do 2º Encontro Nacional de Professores Universitários com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, oportunidade em que se deliberou que, a partir de 2014, nas jornadas de luta de abril, as universidades que tivessem núcleos, grupos de trabalho ou outros instrumentos em defesa dos movimentos populares do campo e da reforma agrária, realizariam ações simultâneas e articuladas para repercutir tanto para o meio acadêmico, como para a sociedade e para os meios de comunicação de massa, a defesa da reforma agrária popular, a defesa da educação pública e o reconhecimento dos movimentos sociais populares do campo e a sua legítima luta em defesa da qualidade da alimentação do povo brasileiro e da democratização da terra, da educação, da cultura e da comunicação.
Mais do que um evento, a JURA é um movimento de universidades de todo país. Neste ano de 2023, a JURA UFMT completa seis anos de realização. Acompanhando a orientação nacional, a JURA 2023 tem como lema: REFORMA AGRÁRIA POPULAR: EM DEFESA DA NATUREZA E DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS! Como sempre, a JURA é construída coletivamente ao longo do ano, articulada com a comunidade interna e externa à UFMT, como movimentos sociais populares, sindicatos, organizações comunitárias e instituições públicas locais, bem como com as demais IES do Brasil que constroem a JURA.
Quer ajudar a construir a JURA? Entre em contato pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .
Fonte: Divulgação