Começou, na manhã dessa sexta-feira, 15/07, no auditório do anfiteatro Glauber Rocha, localizado dentro da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, o 65º Conselho do Andes Sindicato Nacional (Conad), segundo maior espaço deliberativo da entidade.
Estão representando a Adufmat-Ssind os professores Marlene Menezes (delegada indicada pela Diretoria), Maria Luzinete Vanzeler, Alair Silveira, Waldir Bertúlio, Reginaldo Araújo, Haya Del Bel e Maelison Neves, todos indicados pela assembleia geral realizada no dia 23/06. A professora Qelli Rocha, que também foi indicada para participar como observadora, não irá por questão de saúde.
A apresentação cultural para receber os participantes vindos de diversas regiões do país para o 65º Conad foi feita pelo projeto social Marujada Mirim do Beco de Dôla, que transforma vidas de crianças e adolescentes do bairro Pedrinhas e região por meio da música, utilizando material reciclável para produzir instrumentos e valorizando a herança cultural do povo negro.
Em seguida, a Mesa de Abertura foi formada por entidades parceiras, com representantes estudantis, docentes, de técnicos-administrativos, entre outras categorias, além da Reitoria da Uesb.
A coordenadora geral da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), Ana Luiza Rocha, falou sobre os ataques de Jair Bolsonado à Educação pública, dificultando o acesso e permanência dos estudantes, especialmente durante a pandemia.
A representante do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Luísa Senna, que é diretora de acessibilidade, observou que os próprios movimentos organizados de trabalhadores não estão prontos para receber pessoas com deficiência nos ambientes. Em seguida, destacou os desafios enfrentados nestes mais de dois anos de pandemia, em que os trabalhadores não tiveram o devido respeito por parte dos governos, vendo seus direitos sendo sistematicamente retirados. “Isso não é acaso, é produto de um projeto político de sociedade. Precisamos combater não só a criatura que ali está, mas os valores que ali o colocaram”, disse.
O coordenador da CSP-Conlutas, Paulo Varela, lembrou que o Andes-SN tem uma história que se mistura à CSP-Conlutas, central a qual é filiada. “Estivemos juntos não só na luta em defesa da Educação, mas também em momentos muito cruciais da própria existência do sindicato, como no momento em que tentaram dividir os trabalhadores da Educação, rompendo com o Andes e criando uma outra entidade para servir a um governo, e também logo depois, quando tentaram cassar o registro do Andes”, afirmou, destacando que é preciso reconhecer o Andes-SN como uma das maiores entidades de trabalhadores do país, fundamental para a organização dos servidores.
Varela defendeu, ainda, que é preciso discutir a auto defesa dos lutadores sociais nesse momento, citando os diversos ataques e assassinatos recentes praticados por aqueles que semeiam a intolerância. “Não acaba o protofascismo e a ultradireita com a eleição seja de quem for”, apontou.
Após as saudações das entidades, a Mesa anunciou o lançamento da edição 70 da Revista Universidade e Sociedade, que traz tema semelhante ao do 65º Conad: “Retorno Presencial com Condições de Trabalho e Políticas de Permanência para Fortalecer a Luta por Educação Pública e Liberdades Democráticas”.
Para finalizar, a presidente do Andes-SN, Rivânia Moura, fez seu discurso, com base no esperançar, termo cunhado por Paulo Freire, fazendo um breve histórico das lutas travadas pelo sindicato ao longo dos anos até o período atual.
“Temos feito história nesse último período com enfrentamento muito firme, em conjunto com outras categorias dos servidores públicos, contra a PEC 32 [Reforma Administrativa]. O Andes-SN foi, sim, uma das entidades que mais colocou gente nas ruas. O nosso esperançar é na luta, na nossa organização e mobilização”, disse, concluindo que a atuação dos servidores foi fundamental para que o Congresso Nacional não encontrasse forças para aprovar o projeto. Da mesma forma, a presidente atribuiu à luta da categoria a aprovou na, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, a PEC 96/22, que garante orçamento para a Educação, sem contingenciamento. “Só foi possível porque nós estávamos lá”, afirmou.
Moura destacou, ainda, a preservação do caráter classista do sindicato ao longo dos anos, compreendendo também as singularidades da classe, explorada de diferentes formas por sua raça, gênero e sexo. A presidente falou, ainda, do apoio às lutas indígenas, do Ocupa Brasília realizado há algumas semanas, além das campanhas feitas pelo Andes-SN, como a “Defender a Educação Pública, essa é a nossa escolha para o Brasil” e “Quem conhece, defende”.
Antes de anunciar oficialmente a abertura do 65º Conad, a presidente afirmou que independentemente de quem estiver no poder após as eleições de 2022, a postura do Andes-SN será de seguir na defesa da Educação pública e gratuita, e reforçou o apoio à professora Elizabeth Lewis que, com ajuda das entidades docentes, está negociando com a Reitoria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) sobre a ameaçada de anulação de sua posse, após oito anos de dedicação à instituição (saiba mais aqui). A plenária foi encerrada com um coral da plateia, repetindo: Elizabeth Fica!
Ainda pela manhã, a categoria deu início à Plenária de Instalação, anunciando que, no primeiro Conad presencial desde o início da pandemia, estiveram presentes 58 Seções Sindicais, representadas por 55 delegados, 109 observadores, 7 convidados e 26 diretores, totalizando 197 participantes.
Plenária de Instalação
A Plenária de Instalação é responsável pela leitura e aprovação do Regimento do encontro, e também da pauta e do cronograma.
Nesta plenária, o professor Reginaldo Araújo, diretor licenciado da Adufmat-Ssind, solicitou à Diretoria do Andes-SN, a disponibilização do documento físico contendo a sua defesa, voltada a responder o Texto Resolução de número 5, de duas formas: a distribuição apenas do texto a todos os presentes, e a disposição do texto com os anexos em uma sala reservada, para acesso de todos os que preencherem os requisitos indicados pelo Sindicato Nacional. O pedido se deu porque vários docentes tiveram dificuldade de acessar a defesa de forma virtual, acusando que, mesmo seguindo o ritual imposto pelo Andes-SN para liberação do mesmo, demoraram a receber ou não receberam os documentos.
Após algumas defesas e propostas e a partir do empate na votação, a plenária encaminhou a apresentação do texto da defesa a todos os presentes, conforme solicitou o professor Reginaldo Araújo.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind