A gestão “Pedro Casaldáliga: por uma Adufmat de luta, autônoma e democrática” realizou, nessa segunda-feira, 19/07, uma cerimônia política e cultural para simbolizar a posse da diretoria que estará à frente do sindicato durante o biênio 2021-2023.
O evento começou com o exercício central para a categoria, a análise de conjuntura. A primeira convidada a falar sobre o tema “A atual conjuntura e desafios do Movimento Docente” foi a presidente do ANDES Sindicato Nacional, Rivânia Moura. A professora de Universidade Estadual do Rio Grande do Norte lembrou que a crise econômica atual é fruto de mais uma fase cíclica do capitalismo, e não da pandemia. Além disso, citou as políticas de morte e de ódio do Governo Bolsonaro, sempre empenhado em destruir o Meio Ambiente, os direitos dos povos originários e também sociais e trabalhistas.
“Agora nós estamos num momento importante, nós voltamos para as ruas. Temos os pedidos de impeachment, a CPI, mas nada disso será possível sem a pressão popular das ruas. Precisamos derrotar esse Governo com urgência, porque a cada dia temos mais um processo de destruição. Contra a PEC 32, em defesa da Educação, da vida, vacinação, tudo isso está na luta pelo Fora Bolsonaro, porque ele é contra tudo isso”, disse a presidente, destacando que há uma nova convocação para mobilização nas ruas no dia 24/07.
“Só a unidade pode nos dar essa vitória. O que deve ser protagonista nas ruas é a luta da classe trabalhadora organizada da forma mais diversa possível. Nós temos essa tarefa histórica nas mãos: lutar incansavelmente para derrotar esse Governo. Não podemos esperar outros momentos, as urnas, para isso”, defendeu.
Em seguida, o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Vitor de Oliveira, iniciou sua contribuição falando que a pandemia não se resolverá rapidamente, e que a vacinação em velocidades distintas nos países também escancara o desnível do capitalismo. Para o professor, as contradições do capitalismo, as desigualdades provocadas por ele, fazem emergir diversos protestos na América Latina: Chile, Perú, Colômbia, Cuba, entre outros, incluindo o Brasil.
O novo diretor de Comunicação da Adufmat-Ssind, Leonardo Santos, também contribuiu com o debate falando um pouco sobre o desempenho do sindicato durante a atual conjuntura, de pandemia e de fome. Além da luta política cotidiana, a Adufmat-Ssind também arrecadou alimentos e itens de higiene para doar em bairros e municípios de Mato Grosso, fortalecendo a unidade e a solidariedade de classe entre trabalhadores organizados ou não.
Pela frente, afirmou o docente da Universidade Federal de Mato Grosso, a perspectiva é de duras lutas contra os ataques dos governos neoliberais e os desafios diversos na tentativa de consolidar a unidade entre os trabalhadores na construção de um novo modelo de sociedade.
Após o debate, entidades parceiras deram as boas vindas à nova gestão. O professor Domingos Sávio, presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adunemat-Ssind) disse que, além do próximo dia de luta, em 29/07, há uma agenda de mobilização, que inclui o Encontro Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público, nos dias 29 e 30/07, com foco na luta contra a Reforma Administrativa.
O discente Yan Carlos, representante do Diretório Central dos Estudantes da UFMT destacou que todas as lutas e desafios da classe devem ter como centralidade a superação da ordem do capital, para a construção de um novo projeto societário no qual o povo não seja explorado e oprimido.
Wesley da Mata, da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso, destacou que o futuro será de fortes debates dentro da universidade, quando chegar a hora do retorno às atividades presenciais. O discente também destacou a importância da autonomia dos movimentos docente, discente e dos técnicos administrativos.
O representante do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Jelder Pompeo, reforçou que os trabalhadores precisam estar nas lutas e nas ruas juntos, dizendo não ao projeto de conciliação de classes.
A professora Ilvante dos Santos, da Adufmat-Rondonópolis, parabenizou a nova gestão e afirmou que sempre pode contar com o apoio da Adufmat-Ssind. A sindicalista também falou um pouco das questões locais da recém criada Universidade Federal de Rondonópolis. “Nós temos uma administração completamente aliada ao MEC. Temos tido muitos enfrentamentos e sofrido muita pressão”, lamentou.
João Custódio, do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso (Sintep/MT), também parabenizou os empossados e destacou que a gestão terá muito trabalho na luta para derrubar o atual Governo.
Por fim, a discente Beatriz Folha, representando o Centro Acadêmico de Saúde Coletiva da UFMT (Casaco), disse que, em períodos de tantas dificuldades, espaços de encontro como o desta segunda-feira, mesmo que virtuais, são muito importantes para retomada de fôlego. “Esses encontros nos trazem momentos de esperança. A luta é cansativa, com menos encontros a gente se sente ainda mais isolado. Então, eventos como esse, as lutas nas ruas, seminários e fóruns são muito importantes”, afirmou.
Ao final, os participantes brindaram o início de mais um período de luta ao som dos artistas locais Gê Lacerda, Iris, Izafeh e Alexandre Paiva, que partilharam músicas autorais e clássicos de luta conhecidos da Música Popular Brasileira, além de poemas lidos pelos novos diretores do sindicato Leonardo Santos e Reginaldo Araújo.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind