Dirigentes de seis centrais sindicais brasileiras divulgaram neste sábado (22), uma nota de repúdio ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).
O texto intitulado “Sindicalistas contra o projeto fascista de Bolsonaro” é assinado pela CSP-Conlutas, Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CSB, Nova Central e Intersindical.
A nota classifica Bolsonaro como “anti-trabalhadores” e repudia o candidato do PSL “por sua postura antidemocrática, intolerante com minorias, que faz apologia da violência, e pela sua conivência com práticas repugnantes, como a defesa de torturadores”.
O repúdio ao candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, segue crescendo. As pesquisas eleitorais revelam que o candidato tem a maior taxa de rejeição entre todos os presidenciáveis, ultrapassando 40%, sendo que entre as mulheres a rejeição alcança 50%.
Nas últimas semanas, além do movimento #EleNão organizado por mulheres, torcidas organizadas de futebol também divulgaram notas de repúdio ao candidato.
A ira contra o presidenciável ganhou novo combustível na semana passada, quando seu vice, o general Hamilton Mourão, a exemplo das declarações ofensivas e machistas de Bolsonaro, disse que famílias pobres lideradas por mães e avós são “fábricas de desajustados”.
Confira a nota das centrais sindicais:
SINDICALISTAS CONTRA O PROJETO FASCISTA DE BOLSONARO
Nós, sindicalistas brasileiros, das mais variadas tendências, que apoiamos candidatos de diversos partidos na próxima eleição presidencial, repudiamos o candidato Jair Bolsonaro.
Repudiamos por sua já conhecida postura contra a organização sindical, portanto, anti-trabalhadores, por sua postura antidemocrática, intolerante com minorias, que faz apologia da violência, e pela sua conivência com práticas repugnantes, como a defesa de torturadores.
O horizonte que ele nos apresenta é de um país marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos, garantidos na constituição, e ameaça de retorno à ditadura militar.
E nossa luta, como sindicalistas, é justamente o oposto disso: queremos um país com geração de empregos, trabalhadores valorizados e com poder aquisitivo, com licença-maternidade, férias, décimo-terceiro salário, com a PEC das domésticas, com aposentadoria e respeito aos aposentados, valorização dos servidores públicos, um país marcado pela convivência pacífica e produtiva entre pessoas das mais diversas raças, origens, gêneros e culturas, queremos um Estado laico e, sobretudo, respeito aos direitos sociais e democráticos garantidos pela Constituição e à soberania nacional.
Por eleições democráticas e por dias melhores para o Brasil, conclamamos a que todos digam não a Bolsonaro!
São Paulo, 22 de setembro de 2018
Miguel Torres, Presidente interino da Força Sindical
João Carlos Gonçalves, Juruna, Secretário-Geral da Força Sindical
Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Wagner Gomes, Secretário-Geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
José Avelino Pereira, Chinelo, Presidente interino da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Álvaro Egea, Secretário-Geral da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)
Moacyr Auersvald, Secretário-Geral da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)
Edson Índio, Secretário-Geral da Intersindical
Nilza Pereira, da Direção Nacional da Intersindical
Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS
Joaninha de Oliveira, secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS
Fonte: CSP Conlutas