Terça, 24 Abril 2018 17:45

Estudantes, técnicos e docentes da UFMT se colocam contrários às alterações na política de alimentação propostas pela Reitoria

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Estudantes trancaram entradas dos campi e podem deflagrar greve nos próximos dias

 

Auditoria do contrato com a empresa responsável pela alimentação dos estudantes no Restaurante da Universidade Federal de Mato Grosso. Essa é uma das importantes contrapropostas apresentadas pelos estudantes da instituição, mobilizados há dias contra a intenção de aumentar o valor da refeição apresentada pela Reitoria.

 

Esta semana, a administração da universidade está realizando audiências públicas nos campi para ouvir a comunidade acadêmica. Mesmo que o calendário tenha sido divulgado em cima da hora, a participação nas audiências está sendo intensa, e as intervenções unanimes: não ao aumento; não à quebra da política universal de alimentação; não à divisão dos estudantes entre quem pode ou não pagar. Se, de fato, a gestão Diálogo e Ação tem a intenção de dialogar e ouvir a comunidade acadêmica, a ideia de mexer na política de alimentação do Restaurante Universitário, nestes moldes, já pode ser abandonada. 

 

Na primeira audiência, realizada no campus de Cuiabá nessa segunda-feira, 23/04, os representantes dos técnicos administrativos, professores e estudantes foram categóricos ao afirmar que o ônus dos cortes de recursos impostos pelo governo federal não deve cair sobre os estudantes, bem como a lógica neoliberal não pode avançar na universidade - que já tem parte significativa dos serviços terceirizados.

 

“É assim que se começa a privatizar a universidade pública, pelo restaurante, criando diferenças entre os estudantes”, disse a diretora da Adufmat – Seção Sindical do ANDES, Alair Silveira, durante a audiência. O sindicato já denunciou que a política de divisão dos estudantes é orientada por instituições financeiras internacionais, afim de justificar, mais tarde, a cobrança de mensalidades também nos cursos de graduação.     

 

Em decorrência da insistência da Reitoria, apesar dos apelos, uma das portarias da universidade em Cuiabá amanheceu fechada nessa terça-feira, e os estudantes já discutem a possibilidade de deflagração de greve nos próximos dias. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) deve convocar um Conselho de Entidades de Base ainda esta semana com esse ponto de pauta.

 

 Estudantes ocupam uma das portarias da UFMT em Cuiabá

 

Como as obras do campus da UFMT Várzea Grande não foram concluídas e as aulas são ministradas no campus de Cuiabá, tanto as audiências como as mobilizações dos estudantes estão sendo consideradas conjuntas.

 

Em Sinop, ainda na noite de segunda-feira, uma assembleia histórica reuniu mais de mil estudantes que discutiram e deliberaram pela suspensão do calendário acadêmico. Por lá, a audiência será realizada no dia 26/04.  

 

 Mobilização em Sinop na noite de segunda-feira, 23/04

O campus de Sinop permanece fechado, assim como o de Barra do Garças, onde a audiência foi realizada na manhã dessa terça-feira, 24/04 e, novamente, a comunidade acadêmica apontou a rejeição da proposta apresentada pela Reitoria. “A audiência foi produtiva em termos de conteúdo. Nós estudamos bastante, fomos bem preparados para o debate, questionamos pesadamente. Até mesmo professora que mediou e o pró-reitor local se posicionaram contrários ao aumento”, explicou o coordenador do DCE no Araguaia, Pedro Rezende. De acordo com o estudante, há perspectiva de greve no campus.

 

 

 

Os estudantes da UFMT em Rondonópolis também estão mobilizados e iniciam nessa terça-feira um acampamento. “Nós preparamos faixas e outros materiais para a audiência de amanhã (25/04). Estamos organizando uma mobilização que vai se chamar ‘Galinhada federal: o RU permanece universal’”, disse a coordenadora do DCE local, Luana Kawamura.  

 

 No Araguaia os estudantes realizaram o enterro simbólico do RU

 

Além da auditoria do contrato milionário com a empresa Novo Sabor Refeições Coletivas, do grupo Às - ligado ao Buffet Leila Malouf, os estudantes reivindicam maior autonomia da universidade na condução do RU, por meio de programas de extensão com cursos de Nutrição, Engenharia de Alimentos, Agronomia, entre outros.       

 

Na página do facebook, Em Defesa do RU a 1 Real, há outras informações sobre as mobilizações na UFMT.    

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Ler 2612 vezes Última modificação em Segunda, 30 Abril 2018 12:47