Com o objetivo de fortalecer os laços diante de uma conjuntura extremamente adversa para a classe trabalhadora, a Adufmat-Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional realizou, na última sexta-feira, 13/04, a primeira edição do Lusco Fusco, happy hour cuiabano, na praça do Restaurante Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O evento, que reuniu estudantes e trabalhadores da universidade, técnicos, docentes e terceirizados, concentrou artistas locais para exibir trabalhos que incluíram artesanato, música, literatura e um pouco da culinária cuiabana. O grupo de samba Trio Brasilis e rapper Kessidy Kess apresentaram shows repletos de conteúdo social e crítico.
Trio Brasilis se apresenta na primeira edição do Lusco Fusco, happy hour cuiabano
As saudações de boas-vindas e apresentação das atrações foram feitas pelo diretor de assuntos socioculturais do sindicato, José Ricardo Souza, que falou um pouco sobre a intenção do evento. “Essa também é uma forma de mobilizar e juntar forças, num momento tão difícil para o nosso país e para a universidade, com tantos cortes de recursos. Esse espaço é nosso, é público, gratuito, e nós temos que lutar por ele”, afirmou.
Segundo a diretoria do sindicato, a ideia era realizar o Lusco Fusco por volta do Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras - daí o nome Lusco Fusco com Elas. A agenda de atividades já programadas não permitiu, mas diante da conjuntura, o evento não perdeu a razão de ser.
Diretor sociocultural da Adufmat-Ssind fala sobre a intenção do evento e apresenta as atrações culturais
“Nesse contexto duro, em que o autoritarismo tem se tornado cada vez mais presente, nos fazendo relembrar momentos anteriores muito tristes, como a ditadura militar, não podemos perder a capacidade de nos reunir, nos alegrar, falar da vida e construir espaços de trocas, de sociabilidade, que fortaleçam os afetos e os laços, além de produzir bem-estar num lugar que nós gostamos e passamos tanto tempo”, disse o vice-presidente da Adufmat-Ssind, Maelison Neves.
A rapper Kessidy Kess destaca o conteúdo social e crítico em suas músicas
O diretor lembrou ainda que as alternativas de luta e resistência também se dão a partir da arte, como demonstraram os festivais de música realizados durante a ditadura militar. Assim, a Adufmat-Ssind se propõe a incentivar a retomada desses espaços, cada vez mais escassos na comunidade acadêmica.
Para a professora Qelli Rocha, membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), a classe trabalhadora deve lutar e celebrar suas conquistas. “Nós temos aqui, nesta noite, cantoras que dialogam com a realidade das mulheres que fazem essa universidade: negras, lésbicas, trabalhadoras, da periferia, cis, trans, novas, idosas. É importante que a gente faça esse diálogo também no sentido lúdico, porque a política também tem essa perspectiva lúdica”, pontuou a docente.
Em seguida, Rocha apresentou o GT e a luta do sindicato em defesa da igualdade de gênero. “O Lusco Fusco é com elas, não para, nem por. Nós estamos juntos ombro a ombro, lado a lado, na luta cotidiana, por uma nova sociabilidade, por uma nova ordem social, em que homens e mulheres sejam iguais. Para que a equidade não seja uma palavra vazia e signifique, de fato, relações horizontais. Por isso eu convido todos vocês para participarem do GTPCEGDS e para ocuparem os espaços da nossa Seção Sindical, porque a Adufmat-Ssind é a casa de todos vocês”, concluiu.
Confira aqui as fotos do Lusco Fusco com Elas na GALERIA DE IMAGENS
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind