Terça, 04 Julho 2017 14:40

Somente os trabalhadores nas ruas podem barrar as reformas da Previdência e Trabalhista, afirma presidente da Adufmat-Ssind Destaque

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Na última sexta-feira, 30/06, trabalhadores de todo o país foram às ruas em mais uma tentativa de lembrar os governantes brasileiros que “todo poder emana do povo”. Apesar de o Governo tentar ignorar, é isso que ainda está escrito na Constituição Federal vigente, e o que tem se mostrado diante da dificuldade da aprovação das reformas. Centrais sindicais e centenas de movimentos sociais organizados se esforçam há meses para superar as divergências e caminhar em unidade contra as políticas de austeridade de Michel Temer.

 

Ao lado do presidente, que atualmente tem um dos mais baixos índices de aprovação da história (7%), somente aqueles que serão beneficiados pelas suas políticas - notadamente o setor empresarial que, não por acaso, junto aos governos, está no centro dos diversos escândalos de corrupção que afundam a moral de Michel Temer. Alguns aliados políticos resistem, mas o apoio tem prazo de validade, considerando que as eleições de 2018 se aproximam.

 

A Associação dos Docentes da UFMT - Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind), junto a outros movimentos sociais de trabalhadores organizados, está na luta contra as reformas da Previdência, Trabalhista e a Lei da Terceirização, por compreender que essas medidas, ao contrário do que os proponentes afirmam, fragilizarão as relações trabalhistas e, consequentemente, farão retroceder os direitos dos trabalhadores. 

 

Em Mato Grosso, os protestos foram realizados na capital e no interior do estado. Com máscaras e cartazes dizendo "eu voto contra os trabalhadores", os docentes expuseram a figura dos seis deputados federais que votaram à favor da Reforma Trabalhista: Carlos Bezerra, Valtenir Pereira, Fábio Garcia, Ezequiel Fonseca, Victório Galli e Nilson Leitão. O deputado federal Adilton Sachetti, que se manifestou favorável, embora não tenha votado, também foi lembrado pelos manifestantes, que representaram ainda o presidente Michel Temer, o ministro Gilmar Mendes, os presidentes do Senado e Câmara, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia, respectivamente, e os senadores Cidinho Santos, José Medeiros e Wellington Fagundes.

 

Na leitura do movimento sindical, a única maneira possível de barrar as reformas é a mobilização. “Desde maio do no passado o Andes e a CSP - Conlutas realizam esforços para a construção da Greve Geral. O dia 28 de abril foi a primeira grande mobilização da década. Impressionante! Foram mais de 30 milhões de pessoas nas ruas. Agora nós acertamos novamente, porque se ainda há alguma chance de barrar as reformas no Congresso Nacional, será com os trabalhadores nas ruas dizendo que não aceitam nenhum direito a menos”, avalia o presidente da Adufmat-Ssind, Reginaldo Araújo.

 

O docente destaca, no entanto, algumas fragilidades que devem ser superadas. “As centrais que apostam na estratégia de sentar com o governo para negociar se equivocam. Da mesma maneira, aqueles que têm a ilusão de que o caminho para barrar as reformas é nova eleição ou a conciliação”, critica Araújo, sobre um movimento observado dias antes da Greve Geral dessa sexta-feira.

 

“Quando as centrais chamam os trabalhadores, eles respondem. A Greve Geral do dia 28/04 mostrou isso. Do mesmo modo, quando as centrais titubeiam, os trabalhadores não se mobilizam por si só. Esse foi o resultado dessa última greve. Muito menor do que nós poderíamos ter construído. Isso ocorreu porque algumas centrais abriram diálogo com o Governo que, obviamente, manifestou interesse em negociar. Isso é lamentável. Mas nós continuaremos nas ruas, independente do governo, defendendo nossos direitos e avançando para conquistar outros”, finalizou Araújo.      

 

As pesquisas mais recentes, divulgadas pelo DataFolha, apontam que 76% dos brasileiros acham que o presidente Michel Temer deve renunciar, 81% acredita que ele deve sofrer um processo de impeachment e 83% defende eleições diretas (clique aqui para ver a pesquisa). Com relação as suas políticas de austeridade, os números indicam que 71% da população é contrária à Reforma da Previdência e 64% contrária à Reforma Trabalhista (leia aqui).

 

GALERIA DE IMAGENS – GREVE GERAL 30/06/17

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

Ler 871 vezes Última modificação em Terça, 04 Julho 2017 15:34