Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), reunidos em assembleia geral nessa quarta-feira, 01/10, avaliaram que o final da greve ainda não será discutido. Para os professores, esse é um momento decisivo, pois a primeira reunião marcada com o ministro da Educação (e não algum dos secretários do Ministério da Educação - MEC) está confirmada para a próxima segunda-feira, 05/10.
Durante o ponto de pauta de análise de conjuntura, foi sugerido, como um dos encaminhamentos, a inclusão da discussão sobre indicativo para encerramento da greve na próxima assembleia. Após intenso debate, a categoria entendeu que não é hora de sinalizar a saída.
Os professores ponderaram que mais de quatro meses de greve não podem ser reduzidos à simples expectativa de negociação, como defendeu uma parte dos docentes, sugerindo manter a mobilização, mas retomar as aulas. A maioria dos professores não acredita que essa seja uma alternativa viável, visto que a greve de 2012 foi encerrada nessa perspectiva, e não garantiu nenhum avanço.
Essa já é a maior greve docente da história da UFMT. A segunda maior foi a de 2012, que durou 125 dias.
A agenda para reunião com o ministro da Educação foi uma conquista da última mobilização dos docentes e estudantes em Brasília, no dia 24/09. Além da manifestação em frente ao MEC, um grupo de professores ocupou o gabinete do ministro e só saiu depois de acordar que a próxima reunião seria com ele, e não com um de seus secretários.
Independente da reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff, que já confirmou a saída do ministro Renato Janine, a expectativa dos professores e estudantes é de que o ministro os receba, seja o Janine ou Aloísio Mercadante, que deve reassumir o cargo, de acordo com informações divulgadas pela imprensa.
O que se tem por parte do governo, até o momento, é uma proposta de reajuste de 10,8% dividida em 2 anos (5,5% em 2016 e 5% em 2017). Outras reivindicações fundamentais do Movimento Docente, como a reversão dos cortes de recursos destinados à Educação e discussão efetiva da carreira docente nos institutos federais de ensino ainda não foram contempladas. É com relação a essas reivindicações que espera-se avançar na reunião com o ministro na próxima segunda-feira.
Também participaram da assembleia dessa quinta-feira professores da UFMT nos campi de Sinop e Araguaia.
Delegado no Comando Nacional de Greve
Na assembleia dessa quinta-feira, os docentes elegeram os professores Paulo Wescley e Maelison Neves para compor o Comando Nacional de Greve em Brasília, como delegado e observador, respectivamente.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind