Segunda, 26 Março 2018 12:52

 

Na manhã de sábado (24), antes da primeira mesa de debate os presentes aprovaram o regimento interno do  3° Encontro de Saúde do Trabalhador.

 

 

Veja também: Abertura do 3° Encontro de Saúde do Trabalhador reforça importância do combate às doenças, mortes e acidentes nos locais de trabalho

 

Após aprovação, a mesa deu espaço para o debate sobre as mudanças na legislação trabalhista e como isso afeta a classe e aprofunda os ataques.

 

Estiveram presentes os expositores drª Marta de Freitas, engenheira de Segurança do Trabalho e coordenadora do Fórum Sindical Popular em Saúde e Segurança do Trabalhador (a) de Minas Gerais; Sebastião Carlos (Cacau), coordenador do Instituto Classe (Consultoria e Formação Sindical); Ana Paula, do Ilaese (Instituto Latino-Americano de Estudos Socieconômicos); Atnagoras Lopes, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

 

Atnagoras iniciou os trabalhos refletindo sobre a ofensiva dos governos nas mudanças de leis que afetam a vida do trabalhador.

 

 

Segundo dados apresentados por ele, 46 milhões de pessoas vivem em condições de escravidão no mundo. “Isso está a serviço da classe dos ricos contra a nossa classe”, frisou.

 

Outro dado destacado por ele revelou que ocorrem cerca de 300 milhões de acidentes de trabalho no mundo, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), desses, 2 milhões são fatais. Apesar dessa triste realidade, a classe trabalhadora tem ido à luta avalia o dirigente, que acredita na resistência para enfrentar a reforma trabalhista que aprofunda esse quadro de mortes e doenças.

 

“É sob o fantasma dessas novas leis, como a reforma trabalhista, que estamos realizando o terceiro encontro, para preparar desde o chão da fábrica a resistência. Porque até agora, em nenhuma categoria nacionalmente organizada ou de peso econômico entrou a reforma trabalhista, o lema é nenhum direito a menos”, pontuou.

 

Confira o slide de apresentação dessa palestra

 

 

 

A representante do Ilaese falou do desemprego que assola um quarto da população, o que representa mais de 5 milhões de pessoas. “A justificativa das reformas era para diminuir esse quadro, no entanto, está se agravando, sobretudo com as trabalhadoras sendo atingidas”, pontuou.

 

Segundo a pesquisadora, essas reformas acontecem não porque o país não tem capacidade de produzir, mas sim porque o modelo vigente é de dependência.

 

“O sistema capitalista se sustenta na exploração dos trabalhadores. Não é certo que a nossa classe pague essa crise”, disse.

 

A pesquisadora trouxe também dados do aumento de trabalho informal. Em 2016, o país contava com pelo menos 77 milhões desempregados, e apenas 37% tinham ocupação formal.

 

Citou o exemplo dos aplicativos como o UBER, em que muitos acreditam estar livres do patrão, mas estão aprisionados igualmente, porque trabalham com a incerteza de se vão conseguir ou não o número de passageiros naquele dia de trabalho para ganhar o mínimo. “Essa informalidade gera o adoecimento, pela incerteza de não saber como será o amanhã”.

 

Segundo ela, o adoecimento do trabalhador tem como eixos centrais o ambiente de trabalho e o desemprego. “Para reverter esse quadro somente com a luta. Precisamos reforçar a necessidade de Cipas atuantes e comissões combativas. As mobilizações que vimos ultimamente acendem um pavil e precisamos colocar gasolina nisso”, salientou.

 

Confira o slide de apresentação desse palestra

 

 

O expositor Cacau falou sobre as transformações mais estruturais no sistema capitalista e de como isso contribuiu para a situação vivida atualmente. Para ele, existe uma “epidemia” de mortes e acidentes de trabalho.

 

Abordou o último levantamento de dados de mortes dos trabalhadores que são piores do que os apresentados, porque são propositalmente sub-notificados.

 

“A conta das mortes e dos acidentes está na contabilidade capitalista, os patrões e os governos sabem que vão morrer essa quantidade todo ano”, salientou, explicando que isso está inserido nos custos da produção.

 

Citou o exemplo de uma automotiva dos Estados Unidos, que fez uma remessa de carros com defeito de freio. Quando descobriu a falha, a empresa tinha a opção de recolher os carros com defeito ou não fazê-lo e indenizar possíveis vítimas. “A empresa optou pela segunda alternativa e deixou as pessoas morrerem. Em uma entrevista, o presidente da organização disse que havia feito as contas e concluiu que era mais econômico deixarem as pessoas morrem no acidente e indenizar as famílias do que fazer o recolhimento dos automóveis com defeito”, relatou ilustrando a contabilidade perversa do capitalismo.

 

Cacau fez um histórico das mudanças no mundo do trabalho e da forma de produção. Falou sobre o modelo de contratação flexível, a competitividade e a terceirização e de como a reforma trabalhista agrava esses cenários.

 

Segundo ele, os trabalhadores estão se deparando com um quadro em que aquilo que era problema, como assédio moral, terceirização, competição virou estratégia empresarial.

 

“O que eu quero demonstrar para vocês é que são mudanças estruturais, elas advêm da segunda metade do século passado, da chamada terceira revolução industrial, chegaram no Brasil com atraso e para compensar isso estão matando e adoecendo a classe trabalhadora. Isso não é acidente é custo que está calculado e eles sabem o que estão fazendo”, concluiu.

 

Confira o slide de apresentação

 

 

Logo em seguida, a expositora Marta deu início a sua fala citando as conquistas nos direitos trabalhistas, e reforçou que esse feito foi por meio da luta e não por bondade do patrão.

 

A engenheira de Segurança do Trabalho falou das consequências da reforma com as mudanças nas leis.

 

Dentre os absurdos, os trabalhadores terão que arcar com os custos do processo movido pela empresa, se perderem a causa. Além disso, no pente fino da revisão de auxílio-doença, segundo ela,  81% dos segurados que recebiam esse direito, passaram por auditoria e tiveram o benefício cancelado.

 

Sua palestra foi técnica e pontuou diversos elementos de mudanças em direitos. Confira o material de apoio usado pela palestrante.

 

Para ela, “é preciso pautar esse tema de saúde do trabalhador e reunir advogados, médicos e entidade sindicais para armar a classe de conhecimento, mobilizá-la e partir para o ataque para combater a reforma”.

 

Após as apresentações, o plenário foi aberto para 15 intervenções cujos relatos se alternavam em perguntas técnicas para os palestrantes e experiências dos participantes em seu local de trabalho.

 

Em seguida, os expositores fizeram suas considerações finais.

 

Ana Paula repetiu a fala de uma trabalhadora que em sua intervenção disse que a reforma trabalhista é sentida nos braços. Reforçou que o sistema capitalista na  essência massacra a classe e é preciso destruí-lo.

 

Atnagoras salientou que não há saída para a saúde do trabalhador no capitalismo e frisou que lutar por uma nova sociedade e pelo socialismo é fundamental e a única saída.

 

Marta sanou dúvidas dos presentes levantadas nas intervenções e reforçou o chamado para que os sindicatos façam o esforço político de discutir centralmente o tema saúde do trabalhador.

 

Cacau avaliou que é preciso olhar as novas formas de contratação e entender essa realidade para responder a altura os ataques.

 

Ana Paula finalizou ressaltando que o entendimento do tema, assim como a mobilização e combate aos acidentes, doenças e  mortes nos locais de trabalho são fundamentais para traçar um plano de luta em defesa da vida dos trabalhadores.

 

Apresentação da Cartilha de Saúde do Trabalhador

 

 

Após o almoço, houve a apresentação da Cartilha de Saúde do Trabalhador.  O material servirá para municiar as bases de informações sobre saúde e segurança do trabalho. A orientação foi de que as entidades trabalhem a cartilha em seus sindicatos, entidades e façam discussões com a base.

 

Grupos de trabalho

 

 

Após isso, os trabalhadores se reuniram em grupos de trabalho que discutiram as resoluções apresentadas e foram votadas no domingo.

 

Fonte: CSP Conlutas

Segunda, 26 Março 2018 09:01

Imagem: Divulgação MPF

 

Você concorda com a paralisação das obras do Hospital Universitário Júlio Müller? A Associação dos Docentes da UFMT - Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind), o Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFMT (Sintuf-MT), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Fórum Permanente de Saúde de Mato Grosso realizam nessa segunda-feira, 26/03, uma reunião pública para debater essa questão. O encontro ocorrerá no auditório da Adufmat-Ssind, a partir das 14h.

 

Para justificar a construção, a UFMT e Governo do Estado sustentaram o discurso de que o local abrigaria mais de 250 leitos e dezenas de unidades terapêuticas intensivas (UTI’s), e seria o maior hospital-escola de Mato Grosso, garantindo aos estudantes, professores e técnicos administrativos as condições para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão.     

 

O que se vê, no entanto, é uma obra abandonada num terreno alagado, o que pode comprometer o pouco já construído. “O hospital pode se tornar mais um prédio público abandonado pelas autoridades”, afirmam os organizadores da reunião em documento convocando a população para o diálogo.

 

A ideia da reunião é estudar as razões da paralisação das obras e organizar uma intervenção na audiência pública que será realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso na terça-feira, 27/03, às 14h.  

 

Todos os diretores de faculdades e institutos da UFMT foram convidados e a participação da comunidade acadêmica e população em geral é imprescindível.

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

  

Segunda, 26 Março 2018 08:42

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

O mês de março marca o calendário por vários dias especiais, dedicados a diversos temas que merecem nossa atenção, reflexão e análise da realidade relacionada aos mesmos, buscando alternativas para a construção de uma sociedade, um país e um mundo melhores, onde a paz, a justiça, a igualdade e a solidariedade sejam os pilares do desenvolvimento.


Podemos destacar algumas dessas datas como 08 de marco, o dia internacional da mulher; o dia 16 dedicado `a conscientização sobre as mudanças climáticas e como isto pode destruir o planeta e a própria humanidade;  21 de março que é o dia mundial das florestas; dia internacional da Síndrome de Down; 22 que é o dia mundial da água; 24 dia mundial de combate `a tuberculose e; 31 de março ; dia da Integração Nacional e também o dia mundial da nutrição.


Nesta oportunidade, gostaria de chamar a atenção dos leitores para uma outra data muito importante e especial, tanto para o mundo quanto para o Brasil. Refiro-me ao DIA INTERNACIONAL CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, também comemorado em 21 de março.


O Dia Internacional contra a discriminação racial foi criado pela ONU para relembrar um grande massacre ocorrido no dia 21 de marco de 1960, na cidade de Shaperville, quando a policia e as forcas militares a serviço de um governo tirânico e racista da África do Sul que viveu sob o regime do “apartheid” de 1948 até 1994, assassinou fria, covarde e cruelmente 69 negros e feriu gravemente mais de uma centena de manifestantes que não aceitavam viver sob um regime que separava as pessoas pela cor da pele, excluindo os negros de todos os direitos que a própria ONU havia estabelecido em sua Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948.


Por séculos o mundo conviveu com a escravidão e outras práticas desumanas de relações, onde as pessoas por serem diferentes quanto à cor da pele, a origem étnica, a religião, opção sexual, ideologia ou outra característica e ainda continuam sendo alijadas, excluídas, perseguidas, encarceradas, torturadas ou mortas, simplesmente por serem diferentes ou terem opções de vida diferentes dos donos do poder e das elites dominantes.


No Brasil, que durante vários séculos viveu sob o regime escravocrata, cujo crescimento econômico por um longo período foi baseado na exploração da mão-de-obra escrava, negros oriundos da África e seus descendentes eram tratados de forma cruel, incluindo a tortura e morte, também tem uma longa história de práticas racistas e de discriminatórias, incluindo aí também muita intolerância e discriminação que chega até os dias atuais.


No Brasil, desde 1951, quando foi aprovada a Lei Afonso Arinos (Lei 1.390/51), que considerava o preconceito e o racismo como contravenção e não crime propriamente dito, houve uma caminhada até os dias atuais tanto para combater essas formas distorcidas e degradantes de relacionamento em sociedade, quanto buscar mecanismos que garantam os direitos fundamentais de negros, seus descendentes, indígenas e outras minorias que ainda sofrem discriminação e desrespeito em termos de direitos fundamentais  que todas as pessoas devem desfrutar em um país que se auto propala como cristão e um estado  democrático e de direito.


A Constituição Federal de 1988, consagrou o princípio da não discriminação como um direito universal e em 1989, com base na referida constituição foi aprovada a Lei Caó (Lei 7.716/89) de autoria do Deputado Carlos Alberto Caó e em 1990 o Congresso Nacional aprovou a Lei 8.801/90 que ampliou o alcance da referida Lei para atos  discriminatórios ou de preconceito de raça, cor da pele, procedência nacional, quando veiculados por qualquer meio de comunicação, tornado crime tais práticas.


Em 1997, o então Deputado e atualmente Senador Paulo Paim, um dos raros negros a terem assento no Congresso Nacional, em Especial no Senado da República, apresentou projeto de Lei que foi aprovado pelo Congresso, transformando-se na Lei 9.459/97, estabelecendo pena de até três anos de prisão e multa para os crimes de praticar, induzir ou incitar o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.


Apesar de todos os avanços em termos legislativos, incluindo a Lei das quotas/cotas, outras ações afirmativas, políticas públicas e de governo, o preconceito, a discriminação, principalmente a baseada na cor da pele ou origem étnica ainda estão presentes no cotidiano das relações sociais, econômicas e políticas no Brasil. O que não deixa de ser uma vergonha nacional.


Este é o momento de refletirmos de forma mais crítica e profunda sobre os caminhos que devemos seguir para abolir definitivamente toda forma de preconceito, racismo,  discriminação e ódio ainda existentes em nosso país.



*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Segunda, 26 Março 2018 08:39

 

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Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. em Jornalismo/USP; prof. de Literatura/UFMT

 

Ainda na apropriação da importância do mês de março, marco para as maiores reflexões sobre a condição feminina em nosso país, hoje, falarei da atuação de três mulheres: Marielle Franco; Marília Castro Neves e Débora Seabra.

 

Sobre Marielle, a vereadora do Psol executada juntamente com Anderson Gomes, externo, antes de tudo, minha profunda tristeza. Seja quem tenha sido o mandante do crime, o resultado imediato foi a inesperada projeção que ela ganhou.

 

Paradoxalmente, agora morta, a voz de Marielle ecoa com uma força antes inimaginável nos mais diferentes lugares do mundo. Para o jornal The Washington Post, Marielle transformou-se em um símbolo global.

 

Se antes o território de Marielle para a luta por direitos humanos elementares estava circunscrito às cercanias do Rio, com destaque às favelas, espaços urbanos violentados por ações do crime organizado, das milícias e das polícias, hoje, a percepção da importância de sua luta ganhou novas mentes e corpos alhures. Nesse sentido, a rajada de tiros que mataram a típica mulher do subúrbio saiu pela culatra. É provável que novas marielles e mariellos nasçam com sua morte.

 

Todavia, nem só de homenagens repousam o cadáver e a honra de Marielle. Mesmo já morta, outros tipos de assassinos dispararam rajadas de mensagens pelas redes sociais, tentando manchar o caráter e a essência da luta da ativista política.

 

Dentre esses “assassinos da honra alheia” encontra-se, lamentavelmente, uma mulher; pior: uma desembargadora, que, por princípio, deveria buscar a vigência da igualdade entre os seres humanos pelo viés da justiça.

 

A desembargadora Marília Castro replicou uma das piores mensagens contra a honra e a luta de Marielle. Cometeu vários crimes. Precisa pagar caro por isso, como também pelas considerações feitas contra Débora Seabra, a primeira professora com síndrome do Down do Brasil. Leiam o que escreveu a desembargadora:

 

“Ouço que o Brasil é o primeiro em alguma coisa!!! Apuro os ouvidos e ouço a pérola: o Brasil é o primeiro país a ter uma professora portadora de síndrome de Down!!! Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social… Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”.

 

Estarrecedor, fosse de quem fosse a mensagem. Todavia, sabendo se tratar vindo de uma desembargadora, é de pedir pra parar o trem pra descer. Na falta de palavras para qualificar tamanho absurdo, só mesmo exigindo enérgica atuação da justiça.

 

Por sua vez, vítima da rajada de tiros de preconceito da desembargadora, a professora Débora, por meio de um belo texto, deu uma lição de humanidade. Eis a resposta:

 

...quero dizer que tenho síndrome de Down e sou professora auxiliar de crianças em uma escola de Natal (RN). Trabalho à tarde todos os dias com minha equipe que tem uma professora titular. Eu ensino muitas coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais. Eu estudo o planejamento, eu participo das reuniões, eu dou opiniões, eu conto histórias para as crianças e mais um monte de coisas. O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime. Quem discrimina é criminoso”.

 

Assim, março vai se aproximando do final, mas não antes sem deixar suas marcas em 2018. Poucas vezes vivemos um momento tão cheio de significados, alguns positivos, muitos não.

Sábado, 24 Março 2018 11:28

 

As palavras de boas vindas se misturaram às de alerta: “sejam todos bem-vindos à melhor universidade do estado, e uma das melhores do país. Mas saibam que esse é um dos piores momentos da história das universidades públicas”, disse o presidente da Adufmat-Seção Sindical do ANDES, Reginaldo Araújo.

 

O debate, realizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Mato Grosso no campus do Araguaia, na manhã da última quinta-feira, 22/03, contou a participação de alguns estudantes e professores, angustiados com os cortes de recursos que ameaçam constantemente o bom funcionamento da instituição. Na noite anterior, foram os estudantes do prédio da universidade no Pontal que refletiram um pouco sobre a situação da instituição.  

 

 

 

Participaram da mesa do presidente do sindicato e o representante da subseção da Adufmat-Ssind no Araguaia, Daniel Guimaraes.

 

“Esse evento trouxe esclarecimento sobre os cortes no orçamento da universidade que não podem ocorrer, porque o resultado disso é a privatização. A gente falou um pouco sobre o Restaurante Universitário (RU), que está sob ataque da Reitoria, e também sobre as bolsas que estão sendo cortadas”, destacou o estudante de Jornalismo, Pedro Rezende, representante do DCE Araguaia.

 

O estudante ressaltou, ainda, a discussão sobre a importância social da universidade pública. “O professor Reginaldo veio esclarecer que a universidade precisa desses recursos que garantam o ensino, pesquisa e extensão, para que ela possa trazer um retorno à sociedade. Essa é uma preocupação de alguns pesquisadores daqui, da área de Comunicação, a forma de levar o conhecimento produzido na universidade para a população”, afirmou Rezende.

 

 

Para o estudante de Educação Física, Lucas Leonel, também representante do DCE, é a organização da comunidade acadêmica que pode garantir a preservação dos direitos. “Cada vez mais nós precisamos desse tipo de ato estudantil. Aqui em Barra, graças a lutas anteriores, o curso de Educação Física tem um laboratório em que a gente pode estudar, mas ontem eu recebi informações de Rondonópolis, de que o curso de Medicina está cada vez mais sucateado pela falta de laboratório na área de saúde”, disse o estudante.

 

A verdade é que nos campi do Araguaia, Sinop e Várzea Grande a situação não é diferente. Nos próximos dias, a Adufmat-Ssind vai começar a publicar uma série de reportagens mostrando o verdadeiro caos que os professores e técnicos da UFMT enfrentam para tentar garantir minimamente a qualidade do ensino.

 

Com relação às questões estudantis mais urgentes, o Restaurante Universitário e o transporte aparecem novamente em destaque. “Nós precisamos muito do RU. Aqui nós temos estudantes de Roraima, Acre, São Paulo, Bahia, Pará, que vieram por causa dessa estrutura, alimentação e transporte gratuito que nós ainda temos - os famosos Arroz e Pequi [ônibus que atendem os estudantes dos dois prédios do campus do Araguaia, que ficam entre 10 e 12 km um dos outro. Alguns estudantes têm aulas nos dois espaços]. A gente tem muito medo que isso acabe e deseja continuar na militância para conseguir manter esses direitos conquistados anteriormente”, concluiu o estudante.

 

A exposição feita pelo presidente do sindicato e pelo representante da subseção no Araguaia demonstraram que, embora as universidades tenham aumentado significativamente sua estrutura, número de trabalhadores e estudantes nos últimos dez anos, os cortes de recursos destinam hoje às instituições valores correspondentes aos da década anterior. Além disso, apontaram que no mesmo período em que os recursos ao ensino superior público diminuem, cresce proporcionalmente o investimento público no ensino privado, por meio de programas como o Fies e o Prouni.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind    

Sexta, 23 Março 2018 18:52

 

 

A Adufmat-Seção Sindical do ANDES torna público o resultado do processo seletivo para produtor audiovisual, conforme edital publicado em 26/02/18. Após o cumprimento de todas as etapas do procedimento, foi classificada a proposta apresentada por:

 

Danielle Bertolini da Silva

 

A proponente deve entrar em contato com o sindicato em horário de funcionamento para efetivar a contratação.  

 

Adufmat-Ssind

 

 

Sexta, 23 Março 2018 12:27

 

O governo federal oficializou na terça-feira (20) a criação de três novas instituições: a Universidade Federal de Jataí (UFJ) e a Universidade Federal de Catalão (UFCAT), desmembradas da Universidade Federal de Goiás (UFG), e a Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), desmembrada da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Os desmembramentos foram publicados por meio das leis 13634/18, 13635/18 e 13637/18, respectivamente. 

 

Os desmembramentos já haviam sido definidos em 2016, ainda no governo de Dilma Rousseff, mas só foram votados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. A criação de novas instituições é uma reivindicação histórica do movimento docente de Jataí, Catalão e Rondonópolis. Maurício Couto, 2º secretário da Regional Pantanal do ANDES-SN, ressalta que a criação da UFR era uma reivindicação do movimento docente de Rondonópolis há anos, e que essa batalha foi abraçada pela comunidade acadêmica local.

 

“Foram realizadas diversas lutas para garantir o funcionamento das regionais da UFG localizadas no interior. A falta de infraestrutura, recursos materiais e humanos sempre esteve na pauta de luta da Associação dos Docentes da UFG – Campus avançado Catalão (Adcac) e Associação dos Docentes da UFG – Campus avançado Jataí (Adcaj). O desmembramento tem como aspectos positivos a descentralização da gestão e a autonomia financeira. Entretanto, existe uma preocupação sobre as efetivas condições para o pleno funcionamento das novas universidades diante do cenário de limitações orçamentárias, intensificado após a aprovação da Emenda Constitucional (EC) 95/2016 e diante das demais políticas de ajuste fiscal e de desmonte das universidades públicas. O movimento docente deve acompanhar de perto o desmembramento para garantir a qualidade do ensino e condições de trabalho”, comenta Jacqueline Rodrigues Lima, 1ª vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN. 

 

A diretora do ANDES-SN ressalta que há um grande desafio em relação à organização sindical, que é o de garantir à categoria docente o direito de escolher sua representação sindical nas novas universidades. “O movimento docente, liderado pela Adcac e Adcaj tem um histórico de luta e resistência nessas localidades. Essas associações sofrem, atualmente, perseguições e os dirigentes têm seu direito de representar seus associados tolhido”, critica Jacqueline, citando, por exemplo, o fato de que, nessa quarta (21), a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Goiás, Campus Avançado de Jataí (Adcaj – Seção Sindical do ANDES-SN) teve que desocupar sua sede no interior da universidade por conta de ação movida por outra entidade sindical e pela falta de vontade política dos gestores em exercer a autonomia universitária.

 

“Uma assembleia geral realizada em Goiânia no ano de 2015, com aproximadamente 200 professores e 600 “procurações”, desrespeitando disposições estatutárias do ANDES-SN, decidiu sobre a representação sindical dos docentes de Jataí e de Catalão. Isso ocorreu antes do desmembramento, e os docentes não podem ser penalizados por uma decisão tomada em nome deles, a quilômetros de distância, quando ainda eram docentes da UFG. Os docentes da UFCAT e da UFJ devem ter autonomia para decidir sua representação sindical”, completa Jacqueline Rodrigues Lima.

 

Fonte: ANDES-SN

 

Sexta, 23 Março 2018 12:23

 

O ANDES-SN solidariza-se e considera justa e de fundamental importância a mobilização deflagrada no Instituto de Ciências Biológicas da Regional Goiânia da Universidade Federal de Goiás (ICB-UFG), devido ao tratamento que vem sendo dado à concessão de adicionais de insalubridade e periculosidade à(o)s servidore(a)s daquele instituto, bem como o tratamento dado à Universidade como um todo. Além do fato da administração da UFG basear suas ações numa instrução normativa que, em essência, é ineficaz por não considerar uma série de peculiaridades inerentes à atividade laboral de servidore(a)s do ensino público superior, os procedimentos adotados pela administração superior não estão em consonância com o que prevê a referida normativa, além de explicitar o tratamento discriminatório entre os diferentes espaços e unidades da Universidade, ferindo o princípio da isonomia, que consideramos indispensável e inegociável.

Este quadro é ainda mais grave num cenário de desmonte da Universidade Pública, em decorrência de cortes, cada vez mais intensos nas verbas de custeio e de capital. Isto inviabiliza as melhorias que se fazem necessárias para tornarem os ambientes laborais menos insalubres e perigosos à(o)s servidore(a)s e à comunidade em geral.

Assim, o ANDES-SN reforça que estamos num momento de luta, que requer a união dos mais diferentes movimentos sindicais, no sentido de abraçar a causa levantada pelo(a)s professore(a)s do ICB-UFG. Muito além de 5%, 10% ou 20% é uma causa por respeito à saúde e à vida do(a) trabalhador(a)!


Brasília, 21 de março de 2018

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

 

 

Fonte: ANDES-SN

 

Quarta, 21 Março 2018 10:05

 

A última reunião da Coordenação Nacional de Entidades Em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep) definiu que o III Encontro Nacional de Educação (ENE) será realizado nos dias 3, 4 e 5 de agosto de 2018. O local ainda será definido nas próximas semanas, de acordo com condições de infraestrutura. O I ENE, em 2014, foi realizado no Rio de Janeiro (RJ). O II ENE, em 2016, aconteceu em Brasília (DF).

A reunião da Conedep ocorreu na sede do ANDES-SN, na capital federal, nos dias 16 e 17 de março. Além da definição da data, as entidades presentes fecharam a programação do ENE, baseada nas deliberações da reunião de fevereiro do Conedep, nas sugestões das entidades e na avaliação dos dois últimos encontros.

“Teremos mais tempo para as plenárias e também mais tempo de debate nos grupos, uma reivindicação que surgiu a partir da avaliação dos dois primeiros encontros”, afirma Jacqueline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do Sindicato Nacional. A docente relata que uma comissão foi constituída para construir um texto orientador ao III ENE, e que os grupos também estão trabalhando em diagnósticos da situação da educação brasileira.

Nas próximas semanas, com o texto orientador e os diagnósticos prontos, a Conedep definirá o local do III ENE e divulgará as orientações para realização das etapas preparatórias municipais, estaduais e regionais.

 

Fonte: ANDES-SN

Quarta, 21 Março 2018 09:24

 

Professores, estudantes, representantes de movimentos sociais e de centrais sindicais participaram, durante o Fórum Social Mundial, de uma atividade ampla em defesa da educação pública no país. O espaço marcou o lançamento, na Bahia, da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas do Ensino Superior. Estiveram representados na mesa o ANDES-SN, o Fórum das ADs – que reúne as seções sindicais das universidades estaduais baianas -, Sinasefe, Fasubra e as reitorias da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

 

Na ocasião, foi demarcada a importância de universalizar o debate sobre ensino público para além dos muros da academia. As falas e saudações convergiram no sentido de ampliar a frente para setores que não sejam apenas da educação. A proposta, para este ano, é que a ação unitária ganhe força em todos os estados do país. A frente é uma iniciativa nacional do ANDES-SN, em conjunto com demais entidades do setor da educação. 

“Nesse momento de crise e retrocessos os nossos desafios são muitos. O primeiro deles é o de não perdemos o que conquistamos. Por isso, não podemos aceitar o sucateamento da educação pública. Precisamos fazer uma marca sobre a necessidade intransigente de defesa das universidades públicas, federais, estaduais e municipais em diálogo com todas as categorias. A universidade pública é um patrimônio da sociedade, foi conquistada com muita luta e deve ser defendida por todos. Convocamos todos para somarem forças nessa luta”, disse Eblin Farage, presidente do ANDES-SN.

 

Leia na íntegra o manifesto pelo lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas do Ensino Superior.

 

Luta Estadual


Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, destacou a importância da Frente para a realidade da Bahia. Barroso denunciou os ataques do governo Rui Costa (PT) às universidades estaduais baianas e o corte de mais de R$ 200 milhões no custeio e investimento das instituições desde 2013. A realidade de arrocho salarial dos docentes, com a maior perda acumulada em 20 anos, também foi denunciada.

“A realidade da educação da Bahia é de muitos ataques. Entendemos que, apesar de ser local, trata-se de uma política nacional. O que acontece com a Uerj é um exemplo disso. É importante que a frente nacional ganhe força nos estados unificando a resistência e o enfrentamento nacionalmente”, afirmou Sérgio representando as Associações Docentes baianas.

 

Marielle presente!


O espaço também homenageou a memória da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSol), e Anderson Pedro Gomes, ambos assassinados a tiros na noite da última quarta-feira (14). As representações políticas defenderam que a luta por uma educação pública para todos é também uma luta em nome de Marielle.

 

Fonte: ANDES-SN (com imagens do Fórum das ADs)