Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovaram, em assembleia geral realizada nessa sexta-feira, 31/07, a contraproposta elaborada pelo Fórum dos Servidores Públicos Federais (SPF’s) para apresentar ao governo: reajuste linear de 19,7% em uma única parcela para 2016. No entanto, reafirmaram que o índice salarial não é principal motivo da greve.
Apesar de algumas críticas e propostas diferentes, os docentes entenderam que o Movimento deve se posicionar, antes de tudo, contra a prática de parcelamento da reposição. O índice de 19,7% (que contribui na unidade com os demais servidores federais em greve) está abaixo do ideal, mas diante da inflexibilidade do governo, a categoria entendeu que a redução pode facilitar o diálogo.
Os professores observaram que a greve não se restringe à reposição salarial. Há uma pauta com foco, essencialmente, no encerramento dos cortes feitos à educação pública e às terceirizações. Já são mais de R$ 10 bilhões retirados só em 2015.
“O Comando Nacional de Greve tem claro que, mesmo acordando um índice com o governo, a greve não se encerrará. Nós temos uma pauta de reivindicações que vai além disso. Não estamos parados por salário. Estamos parados porque a universidade pública corre o risco de ser extinta”, disse a professora Ivone Ferreira, que representou o Comando Local de Greve (CLG) em Brasília na última semana.
Em suma, a greve continua sendo um movimento de resistência dos professores à privatização e ao sucateamento do serviço público.
Outras deliberações
Na assembleia desta sexta-feira, os professores debateram a votaram a indicação de delegados para o Comando Nacional de Greve, a partir do dia 01/08, e para o CONAD, que será em Vitória (ES) entre os dias 13 e 16/08.
Além disso, aprovaram a participação na Caravana do dia 06/08 em Brasília. Em virtude disso, o Balanço de Greve, evento cultural previamente marcado para a mesma data, foi remarcado para o dia 18/08. Também para o dia 18/08, será programado um dia de atividades de greve, com encontro sindical entre os campi (Cuiabá, Sinop e Araguaia), entrega da pauta interna e assembleia de greve.
O CLG também deu informes sobre as últimas viagens à Brasília, Sinop e Barra do Garças, participação no ato em frente a UFMT no dia e duas mesas de debate no INSS: Análise de Conjuntura e Mundo do Trabalho no dia 28/07 e Sindicalismo e seus desafios no dia 30/07.
Apoitia, presente!
No final da assembleia, os professores fizeram uma homenagem ao colega Rubens Apoitia, que faleceu no dia 22/07. Apoitia vislumbrava uma sociedade mais igualitária. Sua vida foi movida por essa luta.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa do Comando Local de Greve da Adufmat-Ssind.