UFMT: professores reafirmam greve e decidem intensificar atividades
Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em greve desde o dia 28 de maio, decidiram em Assembleia realizada quarta-feira (10/06), não só manter a greve, mas intensificar as atividades. Para os docentes, o movimento tem ganhado corpo em âmbito nacional – pois já conta com 29 Seções Sindicais em greve e outras discutindo a possibilidade de paralisar suas atividades.
Os principais itens da pauta da Assembleia contemplaram informes do Comando de Greve, avaliação do Movimento e indicação de um delegado para acompanhar as atividades do Comando Nacional de Greve do ANDES-SN.
Delegados da Adufmat fizeram informes sobre a participação no 2º Congresso da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), realizado na última semana em Sumaré, São Paulo. Destacaram inicialmente a importância da mesa de abertura, configurada em painel de debate sobre as conjunturas nacional e internacional. Fizeram parte dessa mesa os seguintes membros: Luciana Genro (PSOL), José Maria (PSTU) e Mauro Iasi (PCB). Outros três painéis também foram destacados pelos delegados: painel sobre o campo; sobre o movimento operário/ sindical e organização de base; sobre opressão, violência e criminalização. “Dos painéis participaram representantes de movimentos sociais e sindicais com riquíssimos depoimento”, comentaram.
Do Congresso da CSP-Conlutas foram, ainda, ressaltados os momentos destinados aos debates sobre o balanço político e organizativo da Central, bem como seu plano de lutas para o próximo biênio.
Na sequência, as comissões do Comando Local de Greve expuseram as ações que estão sendo desenvolvidas, destacando o contato com os comandos de greve dos técnicos e estudantes da UFMT, bem como os eventos que serão realizados: duas mesas de debate com os temas “A crise contemporânea e os impactos na Educação” (18/06) e “Repercussões Conceituais e Financeiras na Carreira Docente”, além de exibição de vídeos e atividades externas.
Durante as avaliações, intervenções de professores ressaltaram a intenção de fortalecer a greve e questionar o financiamento público da educação a setores privados. Do conjunto das intervenções, foram destacados o aprofundamento dos debates acerca da conjuntura econômica e política nacional, considerando que elas incidem diretamente nas políticas sociais e programas utilizados na Universidade e a defesa do financiamento público da educação.
Foi avaliado ainda que a administração da UFMT poderia estar utilizando a greve dos docentes para justificar a suspensão de alguns serviços, destacadamente o fechamento do Restaurante Universitário (RU), com o intuito de economizar, embora boa parte de seus funcionários seja terceirizada.
Ficou decidido que, para fortalecer a greve, os professores vão solicitar uma reunião com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes dos Institutos Federais de Ensino Superior) e entregar um documento, cobrando uma posição em defesa do não contingenciamento da educação. As atividades serão intensificadas com palestras e ações dentro e fora da universidade. Houve também colocações em defesa da elaboração e divulgação de uma agenda semanal, além da orientação para que os professores conversem com seus colegas de departamento sobre a importância da participação e fortalecimento do Movimento.
Sobre a indicação de um delegado para acompanhar as atividades do Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, os professores decidiram que a professora Vanessa Furtado, que já está em Brasília, como observadora, será, agora, delegada.
O professor Marcos Caron e um representante dos estudantes ficaram responsáveis por encaminhar a questão da pauta interna, juntamente com outros professores ou estudantes que se colocarem à disposição.
Mais informações sobre a greve dos docentes na UFMT e no Brasil você encontra no site do ANDES-SN (http://grevenasfederais.andes.org.br/) e na página da Adufmat (http://www.adufmat.org.br/portal/).