Fruto de luta histórica, categoria conquista piso nacional e vai luta para derrubar veto ao reajuste anual
No limite do prazo máximo estabelecido, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou no fim da tarde da última quinta-feira (4) o PL 2564/20 que fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras em todo o país.
Além da demora para ser sancionado, o projeto também sofreu um veto importante no dispositivo que garantia o reajuste anual automático dos valores com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Isto indica que a cada a categoria terá de lutar pelo reajuste salarial.
De acordo com o texto promulgado, a remuneração mínima de enfermeiros deverá ser fixada em R$ 4.750,00; 70% deste valor para técnicos e 50%, para auxiliares e parteiras, conforme continha o projeto.
A lei entra em vigor com a publicação no Diário Oficial da União. “Os acordos individuais e os acordos, contratos e convenções coletivas firmados pela iniciativa privada deverão respeitar o piso salarial da categoria, sendo considerada ilegal e ilícita a sua desconsideração ou supressão. Nos termos da Emenda Constitucional n.º 124, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios terão até o final do atual exercício financeiro para adequar as remunerações e os respectivos planos de carreira”, consta no site do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem)
Vitória, luta por reajuste e implantação
O texto não garante aplicação imediata dos pisos salariais e deve ser efetivada pelo instrumento específico para cada caso. “Isto significa que, além da categoria precisar lutar ela derrubada do veto ao reajuste anual, será preciso a nossa mobilização para garantir a implantação do novo piso nos estados e municípios”, aponta a dirigente do Sindsaúde Rosália Fernandes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
A dirigente comenta que foi longa a luta pela implantação do piso salarial e precisa ser comemorada. “Foram 30 anos de luta da categoria, temos de comemorar a nossa perverança; o governo oferece nada para classe trabalhadora por boa vontade”, ressalta Rosália.
Mesmo reconhecendo a importante conquista, a categoria da enfermagem não pretende aceitar a conquista de forma incompleta e afirma que vai lutar contra os vetos.
Segundo o Cofen, são mais de 2,6 milhões de trabalhadores ativos no Brasil nos quatro segmentos da enfermagem, sendo 642 mil enfermeiros, 1,5 milhão de técnicos, 440 mil auxiliares e 440 parteiras. Há profissionais que têm registro em mais de um segmento.
Fonte: CSP-Conlutas (com informações da Ascom - Cofen e Foto de EEPHC - FMUSP)