Em vários aeroportos do país, na madrugada desta terça-feira (2), deputados que embarcaram rumo a Brasília foram recepcionados por manifestações que cobraram que os congressistas votem contra a Reforma da Previdência. Com faixas e cartazes, os manifestantes alertaram para os graves ataques da reforma e abordavam os parlamentares.
Com a presença da CSP-Conlutas, houve mobilização em aeroportos de Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ) e a ação deverá ser repetida nos próximos dias.
A pressão sobre os deputados, com abordagem nos aeroportos, ações no Congresso e pressão nas bases eleitorais dos parlamentares foram alguns dos encaminhamentos definidos pelas centrais sindicais no calendário de luta contra a reforma. A orientação é pressão total sobre os deputados(as), para que saibam que quem votar a favor dessa reforma será denunciado como traidor(a) dos trabalhadores.
Em São José dos Campos (SP), o Sindicato dos Metalúrgicos, filiado à CSP-Conlutas, tem feito campanha para cobrar o deputado federal que é da região, Eduardo Cury (PSDB), que já se declarou a favor da reforma da Previdência.
Como parte da campanha, a CSP-Conlutas também produziu cartazes com os deputados em cada estado que já declararam que ser a favor da reforma integral ou parcialmente. Confira: http://bit.ly/30bA9J7
Votação do relatório
O governo Bolsonaro (PSL) e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) pretendem votar nesta terça ou no máximo até o final desta semana o relatório da reforma da Previdência na Comissão Especial, o que permitirá que o texto siga em seguida para votação no plenário da Câmara.
O relator deputado Samuel Moreira (PSDB) irá apresentar uma complementação de voto alterando seu relatório inicial, após negociações com líderes dos partidos e categorias. A leitura estava prevista para quinta-feira passada (27), mas acabou adiada.
Contudo, apesar das eventuais alterações em negociação, o fato é que a Reforma da Previdência segue mantendo seu eixo principal: o endurecimento das regras para a aposentadoria e a restrição de benefícios previdenciários, o que vai, na prática, impedir que milhões de trabalhadores se aposentem.
“Bolsonaro e Paulo Guedes mantém a meta de arrancar quase R$ 1 trilhão das aposentadorias dos trabalhadores e mais pobres, enquanto mantém privilégios de setores como a cúpula dos militares e o pagamento da ilegal Dívida Pública, essa sim, o verdadeiro ralo das contas públicas. Com a exigência de idade mínima e o aumento do tempo de contribuição os trabalhadores não vão conseguir se aposentar”, disse o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
“Portanto, aceitar qualquer tipo de remendo é fazer o jogo do governo e trair os interesses dos trabalhadores. As direções das centrais sindicais têm de manter firme a unidade para derrotar essa reforma na íntegra. É pressão total sobre os parlamentares e intensificar a mobilização dos trabalhadores, com a realização de um forte dia de luta no dia 12 de julho, bem como apontar para o próximo período uma Marca a Brasília e uma nova Greve Geral”, afirmou o dirigente.
12 de julho é Dia Nacional de Luta
As centrais sindicais também definiram que o próximo dia 12 de julho é Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência, em defesa da Educação e dos Empregos. Haverá ato em Brasília, que será realizado em conjunto com estudantes e trabalhadores da Educação, e mobilizações nos estados, com ações como assembleias, atos e coleta do abaixo-assinado contra a reforma.
Fonte: CSP Conlutas