A MULHER NA POLÍTICA
JUACY DA SILVA*
Ao longo de séculos ou talvez milênios a posição da mulher tanto do espaço doméstico quanto na sociedade em geral foi marcada por uma relação de subordinação, principalmente a duas figuras masculinas, como o pai e o esposo, e, em menor grau a outras figuras masculinas que representavam e ainda representam alguma forma de poder como o patrão, o chefe religioso ou o chefe politico.
Essas formas de subordinação em relação às estruturas do poder foi e continua sendo um dos aspectos a serem reformulados ou abolidos para que a verdadeira igualdade de gênero em termos de direitos, garantias individuais e de oportunidade seja alcançada.
Assim, a luta pela emancipação da mulher tem girado em torno de vários aspectos, como a violência contra a mulher, sua inserção no mercado de trabalho, uma justa divisão do trabalho e dos encargos domésticos, a liberdade para dispor de seu próprio corpo, quebrando a hegemonia masculina e o sentido de propriedade que o marido sempre exerceu e em em menor grau ainda exerce sobre a mulher.
Todos esses aspectos refletem no fundo dimensões diferentes de relações de poder. Até mesmo o direito de frequentar escola, participar do mercado de trabalho e também o direito de votar e ser votada, em diversas sociedades só era possível com o consentimento do esposo ou, no caso, de solteiras, com a anuência do pai, que também decidia e ainda em vários países decide com quem as filhas podem ou devem se casar.
No dia 08 de setembro e 2000, chefes de estado e de governo decidiram através da ONU que durante uma década e meia, diversos objetivos deveriam servir para nortear os rumos do desenvolvimento de todos os países. Esses referenciais passaram a ser conhecidos como os Objetivos do Milênio, em vigor até o ano passado, 2015, quando foram avaliados e substituídos pelos objetivos do desenvolvimento sustentável, com horizonte até 2030, onde a igualdade de gênero e autonomia da mulher continuam presentes.
O objetivo do milênio de número três, estava voltado exatamente para a “promoção da igualdade de gênero e da autonomia da mulher”, ou também como a “igualdade entre os sexos e a valorização da mulher”.
Esse objetivo foi desdobrados em metas como aumentar a participação de meninas e jovens do sexo feminino na educação fundamental, média e superior; outra meta era ampliar a participação da mulher no mercado de trabalho e lutar para que a desvantagem de remuneração em relação aos homens pudesse ser reduzida e a terceira meta era referente ao empoderamento das mulheres, mensurada através da ampliação da presença da mulher em postos eletivos e da gestão pública, principalmente em nível federal.
No mundo todo, com exceção de alguns países, esse objetivo e suas metas foram atingidas. No caso do Brasil, tanto a meta educacional quanto a do trabalho foram atingidas, com exceção da remuneração igual para jornada e encargos iguais, neste quesito as mulheres ganham em torno de 30% menos que os homens.
No entanto, a meta que trata do empoderamento da mulher em nosso país praticamente ficou muito abaixo do esperado, pois a participação da mulher na política, principalmente em postos eletivos para as Assembleias legislativas estaduais , a Câmara Federal e Senado, da mesma forma que a presença de mulheres em posições ministeriais ainda está muito aquém do que realmente seja empoderamento das mulheres.
Apesar de que no Brasil desde 1997 ter sido aprovada uma Lei Federal que determina que os partidos reservem 30% das vagas de candidaturas para os pleitos proporcionais – Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara Federal e posteriormente através de Resolução do TSE estabelecendo, em 2009, que o partido ou coligação que não atendesse este dispositivo poderia ter o registro de suas candidaturas para o pleito proporcional rejeitado, só nas eleições gerais e 2014 é que os partidos passaram a cumprir tal mandamento legal.
Dados da União Parlamentar Internacional e da ONU Mulher, indicam que no quesito “mulheres ocupando posições ministeriais”, o Brasil ocupa a 99a. posição entre 180 países. No aspecto da participação das mulheres no Senado as mesmas representam apenas 13,6% e na Câmara Federal apenas 8,8%.
A participação das mulheres nas Assembleias Legislativas indicam que a presença das mesmas foi reduzida entre 2010 e 2014, passando de 13,0% para 11,3%. Em 2010 foram eleitas 141 deputadas estaduais e em 2014 este número caiu para 120, apesar de que o número da candidatas nas eleições para os parlamentos estaduais tenha aumentado de 3.253 em 2010 para 4.880 em 2014.
Quanto à Câmara Federal nota-se um aumento da presença feminina, ainda que de forma muito tênue. Em 2010 concorreram 1371 candidatas e em 2014 foram 2057 mulheres postulantes, um aumento de 50% no número de candidatas. Todavia, o aumento do número de mulheres eleitas para a Câmara Federal entre 2010 e 2014 foi de apenas 13,3%.
Nos cargos majoritário também a presença da mulher no Brasil ainda é muito tênue. Há décadas o número de governadoras e senadoras tem sido muito diminuto, geralmente uma ou duas governadoras e apenas 11 senadoras ou 13,3% do Senado compunham a “bancada do batom” naquela Casa de Leis.
Segundo informações da União Inter parlamentar o Brasil em termos de presença de mulheres no Congresso Nacional ocupa a 162a. posição entre os 188 países que fazem parte dessas estatísticas.
Analisando um pouco mais detidamente, e considerando que nas últimas eleições de 2014, o Brasil tinha registrados 142,8 milhões de eleitores, os quais 52,13% eram do sexo feminino e considerando que 30% das vagas para os parlamentos foram preenchidas por mulheres, a conclusão clara é que a grande maioria do eleitorado feminino não vota nas candidatas que deveriam melhor representá-las.
Se considerarmos que a democracia deve expressar a vontade soberana do povo, através dos eleitores, toda e qualquer mecanismo que seja criado para favorecer um outro segmento acaba sendo um fator de distorção da soberania do voto, portanto as quotas de candidaturas para mulheres, pelo menos no caso do Brasil não tem se mostrado apropriado para os propósitos que nortearam os legisladores.
De pouco adiantam Leis que estabelecem "quotas", seja na política, na educação ou em qualquer outro setor do país ou da sociedade. Estabelecer quotas é uma forma de tentar alterar a dinâmica política, social e econômica no tapetão e de forma artificial. Isto distorce a realidade, inclusive facilitando, no caso da política o que é chamado “familiocracia”, onde esposos fazem dobradinhas com suas esposas ou filhas, para se perpetuarem nas estruturas do poder.
No caso da politica, cabe às mulheres e aos movimentos que as representam ou as defendem capacitarem as mesmas para lutarem, de igual para igual com homens, através de novas ideias, novas propostas; ou seja, o povo já anda cansado de políticos demagogos, incompetentes e corruptos.
Neste contexto, se as mulheres ou mesmo homens com ética, propostas , perfis inovadores e capacidade de mobilização se apresentarem ao eleitorado, com certeza vão encontrar respaldo e serem eleitas. Só assim será possível acabar com o caciquismo e mandonismo que dominam a vida partidária e politica nacional. É preciso acabar com a prática de que os partidos tem donos, os quais permanecem nas posições de direção e mando por décadas a fio, muitas vezes sendo apenas substituídos por seus familiares, como acontece nas piores ditaduras mundo afora.
Outro aspecto, a politica, em todos os países, inclusive no Brasil, possui uma interface com os demais setores, com a economia, com as entidades representativas como sindicatos, associações de moradores, entidades empresariais, religiosas, ONGs, meio artístico e de comunicação etc. Com certeza, esses são setores que devem também ser ocupados por mulheres, através de luta e espírito competitivo e não como favor, enfim, espaços a serem conquistados na luta do dia-a-dia, pois só assim irão ganhar maior visibilidade, credibilidade e poderem concorrer a cargos eletivos não apenas com discursos novos; mas, fundamentalmente com práticas novas, superando os velhos paradigmas da política e da gestão pública brasileira.
Para disputar o espaço politico, serem candidatas, ao invés de ficarem escondidas atrás de quotas ou outros artifícios, as mulheres devem também terem uma militância mais ativa na vida partidária, muito além dos setores que em cada partido representam as mulheres.
Um exemplo de como as coisas no Brasil são esdrúxulas temos o caso do PARTIDOS DA MULHER BRASILEIRA, onde existem poucas mulheres com mandato e a grande maioria de parlamentares e outros dirigentes são homens, coisa que só acontece no Brasil, como a obrigatoriedade do voto, uma contradição com a ideia e o espírito da democracia, onde as pessoas devem participar das eleições de livre e espontânea vontade movidas pelo espírito da cidadania e jamais pela imposição das super estruturas do poder.
Já imaginaram se alguém resolvesse criar um partido para defender e representar, com exclusividade, os negros e a maioria dos dirigentes fosse integrada por brancos? Ou um partido que pretendesse representar os trabalhadores seus dirigentes e representantes fossem banqueiros e latifundiários ou grandes empresários?
Finalmente, é preciso também considerar que não é o fato de ser de um outro gênero que a pessoa passa a ser competente, idônea e com uma envergadura moral que a credencia para o exercício de funções públicas ou mandato eletivo.
Exemplo, Dilma é a primeira mulher a chegar ao mais alto cargo da politica nacional, no entanto seu governo tem sido um desastre econômico, politico e eivado de corrupção; o mesmo aconteceu recentemente com a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, cujo governo foi outro desastre, com muita corrupção e incompetência em termos políticos, econômicos e de gestão pública.
Por outro lado existem exemplos de mulheres que demonstraram uma grande competência e honestidade `a frente de seus mandatos, como Indira Gandhi na Índia, Golda Meir em Israel, Margaret Thatcher na Inglaterra, Angela Merkel na Alemanha e aqui bem pertinho do Brasil, a presidente Michelle Bachelet eleita duas vezes para o mais alto cargo do país e que conta com a aprovação de ampla maioria do eleitorado chileno.
Assim, cabe as mulheres mostrarem que de fato podem fazer a diferença em um mundo, como a politica, marcado pelo machismo, pela incompetência, pelo oportunismo, pela demagogia e pela corrupção!
Estamos às vésperas das comemorações de mais um DIA INTERNACIONAL DA MULHER, na próxima terça feira, 08 de março deste ano, este é um momento oportuno para refletirmos o que significa realmente igualdade de gênero ,autonomia e valorização da mulher!
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites , blogs e outros veículos de comunicação.
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SOCORRO: O BRASIL ESTÁ AFUNDANDO
Esta semana foi muito rica em acontecimentos que estão afetando todos os setores da vida nacional. No início da semana o país acordou com as notícias de que o juiz Sérgio Moro, o terror dos corruptos no Brasil, havia autorizado que a Polícia Federal, a pedido da Força tarefa do MPF, deflagrasse a 23a. Terceira fase da Operação Lava Jato, de quantas mais só Deus sabe, para prender figurões envolvidos em corrupção. O destaque foi nada menos do que o mais célebre e festejado guru petista e marqueteiro de Lula e Dilma, o publicitário João Santana e sua esposa e sócia.
O guru estava em plena campanha eleitoral na República Dominicana e teve que voltar as pressas ao Brasil, sem celular e sem computador, tanto ele quanto a esposa, para entregar-se docilmente `a Polícia Federal e ir diretamente para a prisão em Curitiba, onde estão alguns de seus antigos conhecidos, como petistas ilustres, executivos das maiores empreiteiras que dilapidaram a Petrobrás e repassavam dinheiro sujo para abastecer as campanhas milionárias da reeleição de Lula em 2006 , a eleição e reeleição de Dilma em 2010 e 2014, respectivamente.
Outro fato significativo foi a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público, anulando decisão monocrática de um de seus membros que decidira interromper as investigações do Ministério Público de São Paulo sobre a celeuma propriedade e reforma do Triplex do Guarujá e do Sítio de Atibaia que Lula teima em afirmar que não seja proprietário dos mesmos, mas o MP/SP quer ir mais a fundo e buscar a verdade.
Mais um fato importante e emblemático, foi a decisão do Ministro Teori Zavaslki que resolveu soltar o senador Delcídio, até recentemente líder do Governo Dilma no Senado, para que o mesmo possa continuar respondendo o processo em que está envolvido em liberdade, com algumas restrições, como não sair de casa a noite e nos finais de semana, e, assim, poder voltar ao Senado. Ninguém sabe se ele vai usar tornozeleira eletrônica ou como vai fazer para “visitar” suas bases em Mato Grosso do Sul e como vai poder participar de reuniões no Senado ou do Congresso, se as mesmas forem no período noturno.
Esta será a primeira vez que um senador estará atuando sob a espada da justiça, sujeito a muito constrangimento entre seus pares, inclusive alguns petistas que gostariam de vê-lo bem longe do cenário politico. Será como vai ser o diálogo do Senador Delcidio , agora em liberdade, com a Presidente Dilma, de quem era líder ou com o ex-Presidente Lula que o taxou , na prática, de um babaca, diante do que o teria levado a prisão.
Interessante é que durante os quase três meses em que o Senador Delcídio esteve preso não recebeu a visita de nenhum petista ilustre , dirigentes do partidos , da Presidente Dilma, de Lula ou seus companheiros. Parece que todos queriam mesmo era distância dele.
Finalmente, no meio da semana, estourou outra bomba, mais uma Agência de Classificação de Risco, a Terceira na verdade, rebaixou o Brasil, colocando-o na categoria de Mercado especulativo, onde não é recomendado investir, sob pena de levar calote ou ter perdas consideráveis. Isto decorre da falta de credibilidade que essas agências e também diversos organismos internacionais e empresas de consultoria têm em relação à capacidade do governo Dilma em colocar a economia nos trilhos. Todos percebem que a economia brasileira e o Brasil em geral estão como um trem que está descendo uma ladeira, prestes a descarrilar e acontecer um grande desastre, fazendo milhões de vítimas.
Ao lado do descontrole das contas públicas, a recessão continua acelerada, as taxas de juros estão subindo para patamares absurdos, como por exemplo nos cartões de crédito que, pelo andar da carruagem, devem atingir 500% anualmente, cheque especial e empréstimos pessoais seguem na mesma trilha. A inadimplência aterroriza mais de 60 milhões de pessoas, o desemprego está em crescimento e poderá em breve atingir mais de dez milhões de pessoas e, mesmo assim, o governo Dilma só pensa em cortar direitos e benefícios dos trabalhadores e aumentar impostos, no que vem sendo seguida pelos governos estaduais e municipais.
Cada brasileiro trabalhará em 2016 nada menos do que 162 dias, ou seja, até início de junho só para pagar imposto e o governo federal vai gastar mais de R$860 bilhões de reais, quase a metade do Orçamento Geral da União para pagar juros e encargos da dívida pública.
A continuar neste descalabro logo estaremos fazendo companhia para a Venezuela, Argentina , Grécia e outros países que estão praticamente no fundo do poço.
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.
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AS FILAS DO DESCASO E DA INCOMPETÊNCIA
JUACY DA SILVA*
Costuma-se dizer que se o tempo que os brasileiros perdem em diferentes tipos de filas fosse computado para aposentadoria, muita gente poderia aproveitar vários anos nesses cálculos previdenciários.
A existência de filas, longas e demoradas, representa a falência de qualquer Sistema, a falta de racionalidade, custos econômicos e financeiros, excesso de burocracia e também uma alta dose de incompetência tanto dos setores públicos quanto privados.
Segundo alguns especialistas, só as filas no SUS, por exemplo, podem representar um custo desnecessário, enfim, prejuízo para o setor público e também para as pessoas que perdem tanto tempo, algo em torno de 0,2% do PIB, ou seja, R$10,6 bilhões por ano. Se forem consideradas as filas em todos os setores públicos e privados no Brasil, este custo pode chegar até 1,5% do PIB, isto seria algo como R$79,7 bilhões de reais, quantia superior ao que o governo federal destina a maioria dos ministérios e muito maior do que o orçamento de muitos estados e municípios.
Com a persistência da ação do mosquito aedes aegypit, que transmite dengue, zika, febre chicungunha e também a febre amarela, parece que o nosso Sistema público de saúde entrou em colapso total, exigindo da Presidente Dilma, na qualidade de Comandante em Chefe das Forças Armadas, a declarar Guerra a este mosquito , quando deveria mesmo era declarar Guerra à incompetência e a corrupção que está destruindo seu governo e as instituições nacionais.
Enquanto chefes de Estado, também na qualidade de comandantes em chefe das forças armadas, treinam suas tropas para uma Guerra de verdade contra terroristas e outras ameaças à soberania ,segurança nacional e independência de seus países , nossas forças armadas são convocadas para distribuição de panfletos de orientação a população e a retirada de lixo e entulhos de quintais e terrenos desocupados.
Há poucos meses o Brasil concluiu negociação com a Suécia para a aquisição de 36 jatos de Guerra Gripen, a um custo total de USS$4,5 bilhões de dólares ou seja, custo de cada jato US$125 milhões de dólares. Transformados em reais de fevereiro deste ano, cada jato custou 512,5 milhões de reais e o total desta aquisição é de R$18,45 bilhões de reais. Será que a comandante em chefe de nossas forças armadas vai usar esses modernos aviões no combate ao este mosquito que, segundo o ministro da saúde, está vencendo esta Guerra?
Enquanto isso faltam recursos para o saneamento básico ou até mesmo parcos recursos para adquirir produtos para o fumacê , repelentes ou outros produtos para combater esta e várias outras endemias que ainda estão presentes em nosso país. Pior, conforme noticiado nesses últimos dias estão faltando vacinas para imunizar recém nascidos, crianças, idosos, enfim, a população está correndo risco de vida devido a incúria de nossas autoridades, incluindo da área de saúde.
De forma semelhante, enquanto a presidente alegremente distribui panfletos em favelas cortadas por valões e esgoto a céu aberto e ostenta camiseta com a foto deste mosquito que é o símbolo da incompetência e do descaso em que vive nossa saúde pública, milhões de brasileiros aguardam tanto nas filas de hospitais e unidades de saúde por um atendimento corriqueiro ou de urgência e outros milhões chegam a aguardar anos para conseguirem uma consulta com um medico especialista ou para cirurgias.
As filas, tanto as que podemos ver quanto essas invisíveis, que ficam apenas registradas em computadores e telefonemas, demonstram o sofrimento do povo e o descaso de governantes insensíveis e incompetentes, além de muitos outros corruptos que mesmo em meio a tamanho sofrimento das camadas mais pobres, teimam em roubar recursos públicos e usarem o tempo para arquitetarem planos e esquemas criminosos.
O cinismo oficial e tão grande que o ministro da saúde chegou a dizer que estaria torcendo para que as mulheres pudessem contrair zika antes de ficarem grávidas pois assim estariam imunizadas caso desejassem se engravidar.
Sorte desses governantes é que o povo brasileiro é muito paciente, alienado e aceita todas essas formas de desrespeito, de forma passiva, quando muito agridem porteiros e servidores de unidades de saúde! Mas um dia este povo pode acordar e ai a situação vai ficar bem complicada. Este filme já foi visto várias vezes em diferentes países e poderá acontecer também em nosso país.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
CRISE E A DÍVIDA PÚBLICA
JUACY DA SILVA*
O Brasil nos últimos anos não tem sido bem avaliado pelos organismos internacionais, incluindo as empresas que realizam o que é chamada de classificação de risco. Essas empresas orientam e são consultadas pelos grandes investidores internacionais quando decidem investir ou deixar de investir em outros países, principalmente os chamados “mercados emergentes”, onde nosso país está incluído.
No ultimo ano duas dessas empresas rebaixaram o nível do Brasil, colocando nosso país na categoria de mercados especulativos e de alto risco e com isso diversos grandes fundos americanos e europeus, inclusive poderosos fundos de pensão começaram a avaliar a possibilidade de deixar de investir no Brasil ou até mesmo a transferir investimentos aqui realizados.
Na avaliação que essas empresas fazem elas levam em conta a situação geral da economia do país avaliado, incluindo índices de crescimento do PIB nos últimos anos; taxas de inflação, taxas de investimentos internos, públicos e privados, equilíbrio e controle das contas públicas, índices de corrupção relacionados com a economia e a gestão pública, carga tributária, estabilidade nas regras contratuais, enfim, se a economia do país está estável , em crescimento ou em recessão e qual a capacidade do governo central em gerenciar uma crise existente.
Em todos esses quesitos o Brasil foi redondamente reprovado e todas as medidas tomadas pelo governo, inclusive o chamado “pacote fiscal” não tem conseguido ser corretamente definido e tudo leva a crer que o Congresso não tem sido convencido pelo Governo Dilma quanto `a propriedade e efetividade das medidas. Muitos setores, inclusive parte da bancada de apoio de Dilma no Congresso Nacional são contrários ao aumento da carga tributária, a volta da CPMF e a questão da dívida pública, que tem aumentado muito nos últimos anos e é o ponto central do estrangulamento das contas públicas e da crise econômica, fiscal e financeira que a cada dia está mais complexa e difícil de ser equacionada.
Há quase 20 anos praticamente metade do OGU – Orçamento Geral da União, variando de 42% a 49%, tem sido destinados para o pagamento de juros, encargos , rolagem e uma pequena parte para amortização. Mesmo assim o crescimento da dívida bruta e líquida, tanto em relação ao PIB quanto no total tem aumentado de forma acelerada. As razões básicas deste problema são: a) desvalorização cambial; b) aumento absurdo da taxa básica de juros e c) subsídios a diversos setores da economia e, finalmente, o volume de renúncia fiscal que o governo tem feito em favor de grandes grupos e setores da economia.
Em 2006, por exemplo, o total da dívida pública era de 1,34 trilhões de reais e representava 55% do PIB; em 2016 deverá atingir 3,64 trilhões de reais e vai representar 71,5% do PIB. No orçamento da União de 2016 a rubrica da dívida pública tem uma dotação de R$ 304,1 bilhões só para pagamento de juros e nada menos do que 1.044,8 trilhões de reais para rolagem e amortização, totalizando R$1,348,9 trilhões de reais. Como o Governo não consegue fazer “superavit” nem para pagar os juros, terá que refinanciar R$855bilhões, na forma de novas dívidas que entra no orçamento como receita. Como o orçamento líquido da União para2016 é de R$ 2,1 trilhões, com este aporte o orçamento geral passa para três trilhões. Desta forma, o peso da dívida sobre o orçamento líquido da união é de 64,3% e de 44,96% da LOA para 2016. Como a taxa básica de juros pode subir em 2016, ao lado da recessão que deverá ser praticamente a mesma de 2015 e a desvalorização cambial que também deverá continuar, o cenário para este ano é muito complicado, incluindo redução das atividades econômicas, queda acentuada na arrecadação e dificuldades para honrar os compromissos do governo com seus credores, que são implacáveis, como os agiotas costumam ser.
A única solução é a realização de uma auditoria independente , a chamada Auditoria cidadã da divida pública e uma lei , à semelhança da Lei de Reforma de Responsabilidade Fiscal, que estabeleça um teto máximo no OGU para fazer face ao pagamento de juros, encargos, rolagem e amortização da dívida, antes que a mesma estrangule de vez a economia e a vida do país, inviabilizando todas as políticas públicas por falta de recursos orçamentários e financeiros.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
MAIS UM ANO DE CRISE
JUACY DA SILVA*
Costuma-se dizer que o brasileiro é por profissão um sofredor e ,ao mesmo tempo um sonhador. Por pior que seja a situação nacional, estadual, municipal, pessoal, familiar sempre resta uma réstea de esperança de que no próximo ano, enfim, no futuro tudo vai mudar. Afinal este é o país abençoado por Deus, pelas divindades e pela sorte.
Basta ver que em um país em que cassinos são proibidos, mas muitos funcionam a todo vapor; onde o jogo de azar, se praticado pelos contraventores é crime, mas o governo federal, através da Caixa Econômica Federal, promove a maior jogatina de que se tem notícia ao redor do mundo, atraindo principalmente as pessoas mais humildes e parte da classe média que tenta se tornar milionários sem trabalhar, sem dar o duro. Outros, ocupando cargos públicos, nomeados, concursados ou eleitos imaginam que meter a mão no dinheiro público é sinal de esperteza e jamais uma prática desonesta. Alguns gatos pingados deste turma ultimamente andam sendo pegos pela justiça e tirados de circulação, passando a ser hóspedes do sistema penitenciário, custeado pelo contribuinte, mas representam apenas a exceção para confirmar a regra.
Assim é fácil perceber que existem duas realidades. Uma criada pelos governantes que adoram mentir para a população, dizendo que a origem de nossos problemas econômicos, políticos, de gestão, ambientais, de governabilidade decorrem de uma grande crise mundial e ao mesmo tempo de uma conspiração internacional, de uma armadilha criada pelas “elites” que por séculos dominaram o país e que o atual governo, por exemplo, que tem em seu núcleo central o PT e como coadjuvantes ou sub-legendas os demais partidos, com destaque para o PMDB que divide com o partido do governo o botim, culpa diuturnamente.
Nesta forma de manipulação os governos federal, estaduais e municipais costumam culpar a natureza, principalmente quando ocorrem desastres “naturais”, com destaque para o El Ninho, La ninha, São Pedro que ora manda mais chuva ora não manda nada de chuva, ou as vezes alguns de forma mais cínica culpam nossas origens históricas, jogando a culpa nos portugueses, nos indígenas e nos negros, mesmo que esses dois últimos grupos tenham sido vítimas de exploração e violência por parte da elite branca.
Nunca a população ouve dos governantes que as razões verdadeiras é a incompetência dos governantes e gestores públicas, a falta de planejamento estratégico, a corrupção que corre solta dentro do governo e nas empresas que transacionam com o poder público, no compadresco, no loteamento do poder, no imediatismo e no vampirismo dos partidos políticos.
Basta darmos uma olhada nas declarações de nossos governantes e nossas autoridades em uma retrospectiva histórica, incluindo os períodos das campanhas eleitorais, como os candidatos que representam os governantes de plantão no momento considerado, “pintam” um quadro cor de rosa da realidade, seus balanços só tem números bonitos, enquanto seus opositores tentam abrir as caixas pretas das administrações que estão se findando.
Sugiro ao leitor e eleitor uma análise, por exemplo, dos discursos da então candidata Dilma entre julho e novembro de 2014, como era o Brasil que sua propaganda eleitoral transmitia ao povo, basta tomar temas como corrupção, emprego/desemprego, carga tributária, inflação, dívida pública, taxas de juros, contas públicas, andamento de obras federais, saúde pública, educação, segurança pública/violência, reforma agrária, meio ambiente, gestão pública, burocracia, reforma política, reforma fiscal, direitos trabalhistas e outros mais.
Compare os discursos da candidata Dilma daqueles três ou quatro meses, com a realidade que “surgiu” como uma bomba no decorrer de 2015 e as explicações esfarrapadas tanto da própria presidente, quanto de seu mentor o ex-Presidente Lula, ou por parte do PT e dos partidos aliados, tudo enganação, meias verdades , muitas mentiras tentando tapar o sol com a peneira.
Só agora quando o barco está cada vez mais à deriva é que “vozes dissidentes” ou não tão fiéis começam a fazer o mea culpa, como o que disse o ministro chefe da casa civil Jacques Wagner qe disse de forma clara que o PT e o governo se lambuzaram, perderam o rumo, ou então a turma do PMDB de Temer e Eduardo Cunha que tentam pular do barco antes que o mesmo afunde.
Esse posicionamento de uma parte do governo, do PT e alguns setores de partidos aliados demonstra de forma clara o oportunismo desses grupos pois sabem, e os números das pesquisas de opinião pública indicam, que nas próximas eleições municipais deste ano e nas eleições gerais de 2018 o PT e toda esta turma poderão ser varridos do mapa politico brasileiro, pois 2016 poderá ser muito pior do que foi 2015 e ai não adianta procurar bodes expiatórios, o povo sabe que governos corruptos, incompetentes e demagogos não combinam com desenvolvimento, nem com democracia , muito menos com justiça, cidadania e sustentabilidade, pilares de um país decente.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta há mais de 20 anos. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
COBRA ENGOLINDO COBRA
JUACY DA SILVA*
Este artigo não trata de uma questão ambiental, como à primeira vista pode parecer, como aquelas notícias em que uma anaconda ou sucuri devora suas presas, jacarés e também outras cobras menores. Poderia ser classificado como uma reflexão sobre a ecologia política brasileira, a partir das cenas que já se tornaram rotineiras através das constantes ações da Polícia Federal, cumprindo ordens do Poder judiciário, correndo atrás não de bandidos comuns, traficantes de drogas , de armas e de seres humanos ou contrabandistas; mas sim prendendo, algemando políticos e gestores públicos, vasculhando suas casas, seus escritórios e até mesmo gabinetes parlamentares, em Câmaras municipais, Assembleias Legislativas ou da Câmara Federal, como ocorreu há poucos dias em Brasília e em diversos Estados.
A cada dia as investigações do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça, divulgadas amplamente pelos meios de comunicação, possibilitam ao povo, ao eleitor e ao contribuinte, constatarem que estamos sendo governados, ainda bem que apenas uma parcela menor, por verdadeiros bandidos de colarinho branco, verdadeiras quadrilhas que usam o mandato e os cargos públicos para roubarem, bilhões de reais que fazem falta para a implementação das políticas públicas voltadas `a solução de graves problemas que afetam a população, principalmente as camadas mais humildes.
Mas vamos ao que interessa nesta reflexão, a operação catilinárias, executada pela Polícia Federal há poucos dias, tendo como alvo mais de 53 mandados de busca e apreensão, nas residências oficial e particular do Presidente da Câmara Federal; de dois ministros do Governo Dilma, de um ex-ministro e senador da República, na sede do PMDB em Alagoas, de deputados e senadores, enfim, um montão de gente importante, tendo ficado de fora o Presidente do Senado, devido a não autorização ao pedido do procurador Geral da República, por parte do Ministro Teori Zavaski, relator da Operação Lava Jato , no Supremo Tribunal Federal. Todos os pedidos de busca e apreensão tiveram como alvos políticos e dirigentes ou ex-dirigentes públicos, ligados ou pertencentes ao PMDB e que estão na famosa “Lista do Janot”.
Da referida lista constam 14 senadores, 28 deputados federais, além de 14 ex-deputados federais e a ex-governadora do Maranhão e o Ex-Governador do Rio de Janeiro, no caso dos ex-governadores, todos do PMDB. Mais da metade dos deputados que estão sendo investigados pertencem ou pertenciam ao PP. Entre os senadores investigados fazem parte uma ex-ministra, um ex-ministro, um ex-presidente da República. Cabe destaque também que tanto o Presidente da Câmara quanto do Senado estão sendo investigados, além de já estarem presos o ex-líder do Governo Dilma no Senado e o ex-ministro chefe da casa civil de Lula, e mais um ex-tesoureiro do PT e diversos empresários de peso, que tinham livre acesso no palácio do Planalto, onde o povo jamais pode entrar, apesar de pagar impostos que mantém a máquina pública e os privilégios e mordomias dos donos do poder.
Diante disso, parece que ao dirigir as operações dos últimos dias apenas contra pessoas investigadas ligadas ou pertencentes aos quadros do PMDB, pode, sim, representar um certo direcionamento que também beneficia o Governo Dilma, na medida que deixa de fora políticos suspeitos e investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes de colarinho branco, pertencentes ao PT, ao PP, ao PTB e de outros partidos que fazem parte da base do governo Dilma.
Todos sabem que a aliança entre PT e PMDB, é um ajuntamento fisiológico, afinal o PDMB participou durante 08 anos do Governo FHC e chegou a indicar a candidata na Chapa de Serra, quando a coligação PSDB/PMDB perdeu as eleições em 2002 para Lula.
Todavia, tão logo Lula foi eleito, o PMDB aderiu ao Governo petista e desde então não largou mais o osso, era e continua a fase do “toma lá, dá cá”, participando do balcão de negócios dirigidos pelos governos Lula/Dilma, onde a moeda de troca para o apoio politico são as nomeações de ministros, ocupantes de segundo, terceiro escalão, dirigentes de Estatais, inclusive na Petrobrás, que foi roubada durante esses últimos 15 anos, de uma maneira vil e também as famosas emendas parlamentares.
Como os ratos que percebem quando o navio está afundando e pulam na água na esperança de se salvarem, também os políticos trocam de lado, pulam do barco politico, sem a mínima cerimônia, quando percebem que um determinado governo está afundando, como é o caso do Governo Dilma, que, segundo pesquisas do início desta semana, em que 70% da população consideram seu governo ruim ou péssimo e apenas 9% avaliaram como ótimo ou bom. Pior ainda quando os entrevistados são indagados se confiam ou não na Presidente. O resultado indica o que o povo está sentindo: 78% não confiam na Presidente e apenas 18% confiam. Este sentimento é o mesmo em ambos os sexos, faixas etárias, regiões do país, níveis de renda e de escolaridade e tamanho das cidades. Ou seja, Dilma é a presidente mais rejeitada ao longo dos últimos 30 anos, desde o início do Governo Sarney.
Diante disso, vendo que se continuar atrelado ao PT poderá ir ao naufrágio político, o PMDB está iniciando o desembarque do Governo Dilma e tem imposto várias derrotas `a mesma nos últimos meses. A opinião pública sabe muito bem que hoje, o maior inimigo do PT não são os partidos de oposição, mas sim o PMDB que caminha a passos rápidos para bandear-se para o outro lado, com vistas as eleições municipais de 2016 e as eleições gerais de 2018.
Tudo isso depende da velocidade da operação Lava jato, principalmente as sob a responsabilidade do STF, que está muito devagar, diferente das investigações e condenações em Curitiba, sob a batuta do juiz Sérgio Moro que correm rápido, as que tem como investigados parlamentares e outras figuras importantes que gozam de “foro especial”, um privilégio só existente no Brasil, pode ajudar a enjaular mais gente importante ou engrossar o rol da impunidade, beneficiando, como sempre, os criminosos de colarinho branco.
Essas operações contra políticos acusados de corrupção são importantes e devem continuar, mas não pode escolher investigados que pertencem a um determinado partido, deixando outros de fora; deve ir mais a fundo e pegar todos os que ,comprovadamente , roubaram dinheiro público.
Da mesma forma, não pode embaralhar o foco principal que é a questão do impeachment. O povo quer tanto que os políticos e demais corruptos investigados na operação Lava Jato sejam punidos, quanto a Presidente Dilma encerre o seu mandato o mais breve possível. Todas as pesquisas de opinião pública indicam isso. Impeachment ou renúncia é a chave para desatar este nó em que o PT colocou o Brasil.
Em Brasília, tanto no Congresso, quanto nos Poderes Executivo e Judiciário, só existem cobras criadas, vorazes e a luta entre essas cobras é muito grande, cada uma querendo engolir as demais, incluindo gente importante que age como eminências pardas e desejam retornar ao poder, afinal do poder emana privilégios e muitas mutretas, o que menos conta são os interesses e as necessidades do povo brasileiro.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog http://www.professorjuacy.blogspot.com/ Twitter@profjuacy
O TEMPO PASSA MUITO RÁPIDO!
JUACY DA SILVA*
Hoje é o último domingo de novembro de 2015. De amanhã até dia 11 de Dezembro estará sendo realizada a COP 21 – Conferência do Clima em Paris, já estamos entrando no clima do Natal e da festividades de final de ano. Como o tempo está passando tão rápido.
No mundo inteiro e também no Brasil muitas coisas tem acontecido, a operação LAVA-JATO, a prisão de empresários importantes e de políticos poderosos marcaram o país, ao lado da corrupção, da crise econômica e financeira, do desemprego, da violência, do caos na saúde, da recessão e das crises setoriais.
Nos Estados também o combate à corrupção corre celeremente e tem muita gente importante com as “barbas” de molho, além de outr@s que estão pres@s. O Governo Dilma segue acuado e paralisado, nada funciona em Brasília, tudo gira em torno das operações policiais e do MP que vasculha gabinetes de parlamentares e de ministérios.
Os presidentes da Câmara Federal e do Senado, juntamente com vários deputados e senadores, estão na berlinda e na “Lista do Janot”, suspeitos e investigados por corrupção, alguns por suposto envolvimento na roubalheira da PETROBRÁS.
Os partidos estão em polvorosa, principalmente os três grandes que ao longo desses 26 anos estiveram no comando do país: PMDB, PSDB e PT. Parece que o fio que liga tudo isso é a corrupção, a demagogia, a mentira e a manipulação das massas pela propaganda e o “marketing” politico, custeado com o suado dinheiro do contribuinte.
O povo perplexo diante de tanta corrupção começa a se indagar, será que o Brasil merece esta democracia corrompida no lugar da tão odiada ditadura que levou milhões `as ruas? Esta sensação está refletida nas pesquisas de opinião quando as Forças Armadas e os militares no topo das avaliações e os partidos políticos, classe políticas e o Governo beirando a zero!
Oxalá, no NOVO ANO que se aproxima, Deus ouça as preces do povo brasileiro e se apiede do nosso sofrimento e que PAPAI NOEL nos traga de presente novos governantes que atuem com eficiência, eficácia, efetividade e,
acima de tudo, com honradez , lisura e ética no uso dos recursos públicos e que os corruptos sejam guardados na cadeia por vários anos.
O tempo passa rápido e o sofrimento do povo não pode esperar.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de Jornais, Sites e Blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
REVERÊNCIA A MILHÕES DE MORTOS
JUACY DA SILVA*
No ultimo dia 15 deste mês de novembro, no Brasil comemoramos a Proclamação da República, quando civis e militares positivistas colocaram fim ao Império, forma de governo já naquela época denunciada por muitos, inclusive por Rui Barbosa, como a quintessência da corrupção.
Passados exatamente 126 anos de vida republicana, a praga da corrupção parece estar muito maior do que quando do fim do Império. Mas esta é outra estória que pode estimular melhores reflexões de como a corrupção é o fio de Ariadne, tecendo o pano de fundo da vida nacional por vários séculos, desde o descobrimento até os escândalos do MENSALAO, DO PRETOLÃO/LAVA-JATO, e outros que ainda estão aguardando que sejam decifrados pelas investigações nos Estados e no país como um todo.
O dia 15 de novembro também é dedicado, pela ONU, através da Organização Mundial da Saúde, para reverenciar milhões de mortos cujas vidas preciosas são ceifadas todos os anos em acidentes de trânsito, nas estradas, rodovias, ruas e avenidas do mundo todo, inclusive em nosso pais, como bem atestam as estatísticas tanto de organismos internacionais quanto de entidades brasileiras.
De acordo com o relatório mais recente, de 2015, da OMS-Organização Mundial de Saúde, intitulado Rodovias seguras, os acidentes de trânsito foram responsáveis em 2014 por 1,25 milhões de mortes, ou seja, 3.425 pessoas perderam a vida nesses acidentes. Enquanto o mundo todo, principalmente a grande mídia ficaram consternados pelos atentados do último final de semana quando foram assassinados pelo terrorismo 129 pessoas, todos os dias, todos os anos, os acidentes de trânsito matam 26,6 vezes mais do que atentados terroristas. Isto é como se todos os dias, durante vários anos seguidos acontecessem 27 atentados como os últimos ocorridos em Paris, mas pouca ou praticamente nenhuma comoção é notada quando milhões de pessoas são mortas em acidentes de trânsito.
Só no Brasil, que está entre os cinco países com maiores taxas e número de mortes, verdadeiros assassinatos ao volante, em 2013 morreram 46.935 pessoas. Entre 1980 e 2013, o total de mortes no trânsito em nosso país chega a 1.070.773, uma verdadeira chacina que não comove nem nossas autoridades e nem a opinião pública, deixando apenas sofrimento e saudades para as famílias que tenham perdido seus entes queridos e a certeza de que a impunidade para este tipo de crime vai continuar seu caminho.
Cabe também destacar que as taxas de mortalidade em acidentes de trânsito são maiores nos países e nas regiões mais pobres e subdesenvolvidas do que em países e regiões do mundo mais rico e desenvolvidos, tomando-se como referências o PIB , população e número de veículos. A média mundial de mortes em acidentes de trânsito por 100 mil habitantes é de 17,4; sendo a maior na África com 26,6 e a menor na Europa com 9,3. Neste aspecto, o Brasil está muito mais próximo dos países africanos do que dos europeus, pois tem uma taxa de 23,4 para cada grupo de 100 mil habitantes.
Segundo o relatório da ONU/OMS as mortes por acidente em trânsito representam uma grande perda em termos de vidas humanas, principalmente se considerarmos que a maioria das vítimas estão em plena juventude ou idade produtiva, além de perdas econômicas, em torno de 3% do PIB mundial e , no caso do Brasil, essas perdas representam 5% do PIB.
Considerando o ano de 2015, quando o PIB mundial nominal deverá ser de US$78,28 trilhões de dólares as perdas ou custos por mortes em acidentes de trânsito deverão ser US$ 2,35trilhões de dólares. Tais custos para o Brasil neste ano (2015), tendo em vista a recessão nosso PIB, mesmo assim, será de US$1,8 trilhões de dólares, caindo para a nona posição no ranking mundial, os custos das mortes por acidente de trânsito serão de US$ 90 bilhões de dólares ou R$ 350 bilhões de reais, mais do que a soma dos orçamentos dos ministérios da saúde, da educação e do desenvolvimento social.
Uma última informação, os dados do relatório da OMS deste ano indicam que os acidentes de trânsito representam a principal causa de mortalidade para pessoas com idade entre 15 e 29 anos, seguindo-se pelos suicídios, a Terceira HIV/AIDS e a quarta assassinatos. Todas essas causas passíveis, principalmente de mortes no transito, de serem reduzidas e evitadas, desde que existam leis com penalidades mais pesadas, maior fiscalização, menos corrupção e maior responsabilidade, principalmente por parte de condutores, além, é claro de infra estrutura urbana e nas rodovias para garantirem um tráfego seguro.
Convenhamos. além de reverenciarmos mais de um milhão de pessoas que morreram em acidentes de trânsito no Brasil nas últimas três décadas, e mais de 12 milhões no mundo nos últimos dez anos, devemos fazer um grande esforço para que essas taxas absurdas de mortalidade em nosso país sejam reduzidas drasticamente como fizeram vários países como a China, os EUA, a Austrália, a Coréia do Sul, o Japão e praticamente todos os países europeus.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs.
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A VIRTUDE DA GRATIDÃO
JUACY DA SILVA*
Em um mundo marcado pelo egoísmo, pelo descaso em relação às outras pessoas, pela falsidade, pelo engodo, manipulação, pela mentira, pelas “amizades” superficiais e interesseiras, pela virtualidade enganosa, onde a “lei de Gerson” é a base de valores imediatistas, sempre é bom a gente refletir sobre o sentido e significado desta virtude, tão pouco praticada ou quase fora de moda, que é a gratidão.
Nesta reflexão me vem à mente uma passagem relatada na Bíblia Sagrada que registra uma estória/parábola interessante contada por Jesus sobre a questão da GRATIDÃO. É a estória dos dez leprosos.
Indo o Mestre de Samaria para a Galiléia, ao passar por uma aldeia dez leprosos, que era a pior doença física e social de todos os tempos, correram em sua direção mas não se aproximaram tanto devido os costumes e proibições em relação a quem sofria daquela doença, que deviam se manter longe das demais pessoas, e, aos gritos e lamentos, imploravam a Jesus que os curasse.
O Mestre compadecido e amoroso como eram duas de suas características, disse-lhes…”ide e apresentai-vos aos sacerdotes” e eles assim o fizeram. Ao caminharem perceberam que estavam curados. Um deles, então, decidiu retornar para agradecer a Jesus.
Ao ver este leproso que fora curado e vinha em sua direção, Jesus perguntou-lhe: “não eram dez? Onde estão os outros nove”. Isto demonstra que ainda hoje 90% das pessoas que recebem algum tipo de ajuda, de apoio, seja material, financeiro, moral ou até mesmo espiritual são tão egoístas que jamais tem sequer uma palavra de agradecimento. De seus dicionários não constam as expressões: MUITO OBRIGADO, valeu, você me tirou do sufoco quando eu mais precisava e por isso sou-lhe grato ou grata.
Por isso existe um provérbio que diz…”faça o bem e não olhe a quem”. Pessoas que cultivam virtudes como justiça, solidariedade, amor ao próximo, altruísmo, sinceridade, lealdade, jamais podem esquecer que existe também uma outra grande e importante virtude que é a GRATIDÃO.
Todavia, essa virtude precisa ser cultivada e cuidada como uma plantinha, desde nossa infância, para que quando chegamos a idade adulta possamos praticá-la como algo corriqueiro em nosso dia-a-dia. Gratidão ajuda a construir relações de amizade sincera e de amor verdadeiro, não meras palavras vazias para impressionarem com quem mantemos contato, virtual ou real.
Por ultimo, gostaria de fazer referência a uma outra estória que escutei de uma pessoa referindo-se como foi importante uma ajuda financeira que recebeu em meio a um problema difícil que estava passando de um amigo recente, quase desconhecido que veio em seu apoio, tirando-a do sufoco.
Essa pessoa disse a outra que havia lhe ajudado: “Eu não me canso e jamais deixarei de reconhecer e agradecer o que você fez por mim no momento em que eu mais precisava, quando eu estava no maior sufoco, quando eu desesperada pedia por socorro, e a maioria de meus amigos e amigas viraram as costas. Você me ajudou, por isso sou-lhe muito e eternamente grata”
Esta é uma atitude digna de registro, apesar de representar exatamente igual aquele único leprozo que voltou para agradecer a Jesus, enquanto os outros nove rapidamente esqueceram de agradecer. Existem muito mais casos de falta de Gratidão do que de pessoas que agradecem a quem lhes ajudam ou apoiam.
Talvez a vida, em novos momentos de dificuldades e sufoco, acabe sensibilizando essas pessoas que não costumam praticar ou cultivar a virtude da gratidão. E você, caro leitor ou leitora, como anda em termos da prática da gratidão? Faça um exame em sua consciência e responda a si próprio ou própria. Talvez você tenha recebido algo e tenha se esquecido ou esquecida de dizer muito obrigado, muito obrigada meu amigo, minha amiga.
Pense nisso. O mundo seria muito mais belo se todos nós praticássemos esta virtude que se chama Gratidão, vale a pena tentar, comece hoje mesmo. Se você recebeu apoio, compreensão, atenção, solidariedade e, por alguma razão, não tenha agradecido ou agradecida, ainda é tempo de corrigir esta falha e restabelecer pontes que possam ter sido danificadas. Gratidão está para uma amizade verdadeira como alimento está para uma pessoa faminta.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
NOVEMBRO AZUL 2015
JUACY DA SILVA*
Há poucos dias foi encerrada a CAMPANHA OUTUBRO ROSA, que representa um alerta para as mulheres e seus familiares quanto aos riscos do CÂNCER DE MAMA e a importância dos exames preventivos para diagnosticar precocemente este tipo de doença, que a cada ano mata quase 20 mil mulheres em nosso país
Agora, com o estímulo da OMS - Organização Mundial da Saúde, estamos no início do NOVEMBRO AZUL, mês dedicado ao alerta mundial quanto aos perigos e riscos que o CÂNCER DE PRÓSTATA oferece aos homens que, principalmente por machismo ou ignorância, se recusam a realizar os exames preventivos, incluindo o famoso, detestável e temido TOQUE RETAL, fundamental, além do exame de sangue PSA, para detectar com muita precocidade a existência de câncer de próstata. Outro exame nesta bactéria de prevenção contra o câncer de próstata e outros mais é a ultrassonografia do abdome.
Em 2015 estão previstas 245.641 mortes por câncer no Brasil, incluindo todos os tipos da doença, ambos os sexos e todas as faixas etárias. Desse total pouco mais da metade , 132.126 das vítimas serão homens, mais do que o dobro de todos os assassinatos que tanta notícia e medo infunde na população brasileira que vive a mercê da bandidagem.
Isto demonstra que além da violência percebida e denunciada pelos diversos meios de comunicação, também existe uma enorme violência oculta que está vitimando centenas de milhares de pessoas todos os anos . Muitas, talvez a grande maioria, dessas mortes poderiam ser evitadas, se a saúde pública funcionasse a contento e não fosse o caos que atualmente a caracteriza, principalmente pela incompetência e incúria de nossas autoridades. Em dez anos o Ministério de saúde deixou de aplicar mais de R$185 bilhões , apesar de que o OGU – Orçamento Geral da União contemplasse recursos para vários programas que não funcionam a contento, isto é um crime contra a população perpetrado pelos nossos governantes.
Voltando ao NOVEMBRO AZUL, neste ano - 2015 – o câncer de próstata deve ser a causa de morte para 18.850 homens, um aumento de 9,5% na mortalidade por este tipo de câncer em 3 anos, pois em 2012 morreram 17.218 homens por esta causa. As previsões do Globocan – organismo de pesquisa e monitoramento de câncer , ligado a OMS, indica que entre 2015 e 2035, o número de mortes por câncer de próstata no Brasil deve aumentar em 105,1%, passando de 18.850 mortes neste ano para 41.469 óbitos dentro de 20 anos. O mais alarmante é que a cada ano, devido ao envelhecimento da população brasileira, o percentual de mortes por câncer de próstata vai atingir muito mais homens com mais de 65 anos de idade, passando de 89,4% em 2015 para 92,8% em 2035.
Segundo dados e estimativas do Globocan, entre 2012 e 2035 só de câncer de próstata deverão morrer nada menos do que 658.303 homens no Brasil, número igual a 3,5 vezes mais do que todas as pessoas mortas em Hiroshima e Nagasaki devido ao bombardeio atômico feito pelos EUA em 1945 e fato que ainda hoje causa tanta consternação no mundo todo.
Todavia, diante de tantas mortes por todos os tipos de câncer e principalmente de câncer de próstata em nosso país, este sofrimento de milhares de pessoas , seus familiares e amig@s, parece nada representar, principalmente para nossas autoridades públicas que relegam a um plano secundário as necessidades e o sofrimento do povo, principalmente as camadas mais pobres, mais humildes e excluídas da sociedade e que precisam aguardar meses ou anos nas filas dos serviços especializados do SUS, um Sistema falido pelo descaso de nossos governantes. Este descaso é um verdadeiro crime contra o povo e um desrespeito incabível contra os direitos dos pacientes, principalmente os portadores de câncer, que merecem não apenas nossa solidariedade, mas fundamentalmente, terem seus direitos reconhecidos.
Nossa Constituição, a chamada Constituição Cidadã e a Lei de criação do SUS estabelecem que “saúde é um direito de todos e dever do Estado”. Todavia, como tantos dispositivos legais em nosso país, para milhares de pessoas que sofrem, mesmo recorrendo à justiça para garantirem o direito a vida, acabam sucumbindo, tudo isto é letra morta ou apenas belas frases de efeito, longe da realidade de quem enfrenta esta vergonha que é a nossa saúde pública.
A burocracia, o descaso de nossas autoridades, a incompetência dos organismos públicos, principalmente de saúde e a corrupção estão matando, assassinando milhares de pessoas inocentes no Brasil, diversas vezes mais do que todos os assassinatos e mortes no trânsito que tanto aterrorizam a população.
Que este NOVEMBRO AZUL sirva para uma reflexão mais profunda sobre esta questão do câncer de próstata e a saúde pública em nosso pais e que, fruto dessas reflexões, possamos dar novos rumos `a política e programas de saúde pública antes que a mortalidade aumente ainda mais.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy