Esta semana foi muito rica em acontecimentos que estão afetando todos os setores da vida nacional. No início da semana o país acordou com as notícias de que o juiz Sérgio Moro, o terror dos corruptos no Brasil, havia autorizado que a Polícia Federal, a pedido da Força tarefa do MPF, deflagrasse a 23a. Terceira fase da Operação Lava Jato, de quantas mais só Deus sabe, para prender figurões envolvidos em corrupção. O destaque foi nada menos do que o mais célebre e festejado guru petista e marqueteiro de Lula e Dilma, o publicitário João Santana e sua esposa e sócia.
O guru estava em plena campanha eleitoral na República Dominicana e teve que voltar as pressas ao Brasil, sem celular e sem computador, tanto ele quanto a esposa, para entregar-se docilmente `a Polícia Federal e ir diretamente para a prisão em Curitiba, onde estão alguns de seus antigos conhecidos, como petistas ilustres, executivos das maiores empreiteiras que dilapidaram a Petrobrás e repassavam dinheiro sujo para abastecer as campanhas milionárias da reeleição de Lula em 2006 , a eleição e reeleição de Dilma em 2010 e 2014, respectivamente.
Outro fato significativo foi a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público, anulando decisão monocrática de um de seus membros que decidira interromper as investigações do Ministério Público de São Paulo sobre a celeuma propriedade e reforma do Triplex do Guarujá e do Sítio de Atibaia que Lula teima em afirmar que não seja proprietário dos mesmos, mas o MP/SP quer ir mais a fundo e buscar a verdade.
Mais um fato importante e emblemático, foi a decisão do Ministro Teori Zavaslki que resolveu soltar o senador Delcídio, até recentemente líder do Governo Dilma no Senado, para que o mesmo possa continuar respondendo o processo em que está envolvido em liberdade, com algumas restrições, como não sair de casa a noite e nos finais de semana, e, assim, poder voltar ao Senado. Ninguém sabe se ele vai usar tornozeleira eletrônica ou como vai fazer para “visitar” suas bases em Mato Grosso do Sul e como vai poder participar de reuniões no Senado ou do Congresso, se as mesmas forem no período noturno.
Esta será a primeira vez que um senador estará atuando sob a espada da justiça, sujeito a muito constrangimento entre seus pares, inclusive alguns petistas que gostariam de vê-lo bem longe do cenário politico. Será como vai ser o diálogo do Senador Delcidio , agora em liberdade, com a Presidente Dilma, de quem era líder ou com o ex-Presidente Lula que o taxou , na prática, de um babaca, diante do que o teria levado a prisão.
Interessante é que durante os quase três meses em que o Senador Delcídio esteve preso não recebeu a visita de nenhum petista ilustre , dirigentes do partidos , da Presidente Dilma, de Lula ou seus companheiros. Parece que todos queriam mesmo era distância dele.
Finalmente, no meio da semana, estourou outra bomba, mais uma Agência de Classificação de Risco, a Terceira na verdade, rebaixou o Brasil, colocando-o na categoria de Mercado especulativo, onde não é recomendado investir, sob pena de levar calote ou ter perdas consideráveis. Isto decorre da falta de credibilidade que essas agências e também diversos organismos internacionais e empresas de consultoria têm em relação à capacidade do governo Dilma em colocar a economia nos trilhos. Todos percebem que a economia brasileira e o Brasil em geral estão como um trem que está descendo uma ladeira, prestes a descarrilar e acontecer um grande desastre, fazendo milhões de vítimas.
Ao lado do descontrole das contas públicas, a recessão continua acelerada, as taxas de juros estão subindo para patamares absurdos, como por exemplo nos cartões de crédito que, pelo andar da carruagem, devem atingir 500% anualmente, cheque especial e empréstimos pessoais seguem na mesma trilha. A inadimplência aterroriza mais de 60 milhões de pessoas, o desemprego está em crescimento e poderá em breve atingir mais de dez milhões de pessoas e, mesmo assim, o governo Dilma só pensa em cortar direitos e benefícios dos trabalhadores e aumentar impostos, no que vem sendo seguida pelos governos estaduais e municipais.
Cada brasileiro trabalhará em 2016 nada menos do que 162 dias, ou seja, até início de junho só para pagar imposto e o governo federal vai gastar mais de R$860 bilhões de reais, quase a metade do Orçamento Geral da União para pagar juros e encargos da dívida pública.
A continuar neste descalabro logo estaremos fazendo companhia para a Venezuela, Argentina , Grécia e outros países que estão praticamente no fundo do poço.
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.
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