Livros de autoestima nos doutrinam a valorizar pequenas coisas do nosso cotidiano para sermos felizes.
Histórias da humanidade são citadas em abundância para nos convencer que devemos ampliar as minúsculas preciosidades do nosso dia a dia e que elas terminam em conforto para acalmar as turbulências pela qual passamos.
Valorizar cada vez mais um gesto de carinho ou o riso de uma criança. A gratidão de um idoso ou a generosidade de um jovem.
A natureza com as suas inúmeras surpresas, cheias de beleza estética é uma dessas pequenas coisas que nos são proporcionadas e que, obnubilados pelos grandes projetos consumistas, nos passam quase despercebidas.
Os mangueirais arqueados pelo peso dos seus frutos, as roseiras com as mais variadas combinações de cores, a vegetação rasteira cheia de graça e vitalidade, são exemplos desses pequenos presentes que diariamente recebemos como brindes.
Os pássaros sempre alegres nos encantando com os seus trinados.
Os rios produzindo com o seu caminhar uma das maravilhas deste planeta - pela disciplina dos seus movimentos e ruídos das suas águas.
O céu azul com as estrelas a nos provocar durante a noite contrastando com o sol causticante do dia.
Essa coletânea de aparentes pequenas coisas poderá ser aumentada pelo milagre de acordamos com saúde, e deveriam ser comemorados como grandes conquistas e com muita emoção.
Mas, estão no grupo das coisas pequenas! Não nos lembramos da sua importância e grandiosidade, a não ser quando as perdemos.
Prova disso é a imensa tristeza que está acometendo, não só os nascidos no Estado do Espírito Santo, mas todos os brasileiros, com a possível morte do Rio Doce, atingido pelos rejeitos tóxicos resultantes do rompimento da barragem de Mariana.
Que crimes ambientais dessa grandeza não voltem a ocorrer, uma vez que, matando a natureza, tornamo-nos todos inviáveis.
Vamos ser felizes pelo que temos e somos, e não, pelo que poderíamos ser ou ter!
Gabriel Novis Neves
20-11-2015