Sexta, 16 Outubro 2015 18:10

Mentiras com pernas curtas IV

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Ouvi hoje fragmentos de fala da Presidente na Conferência da ONU : jogo de cena, teve que falar uma parte da verdade, que o pais está em crise, o modelo econômico superado, senão ficaria ridicularizada. Na Conferencia anterior, cometeu a “gafe” de convocar todos, naquela conjuntura, para um acordo com o Islã. Hoje aqui no Brasil, a grande mentira é das doações “legalizadas’ de campanha e a contínua tentativa da Presidente em driblar a crise.com a corrupção agindo sobre o processo político. Lula da Silva nega, e ao mesmo tempo justifica que todos fazem o mesmo, Dinheiro obtido criminosamente, esquentado como “doações registradas” para a campanha do PT e sua coalizão. O esforço é esconder a origem do dinheiro. Os dois últimos tesoureiros do PT foram presos e condenados por corrupção (Delúbio e João Vacari). Assim, existe uma conexão direta entre o mensalão e o petrolão, com os mesmos objetivos. Tentaram “esfolar” Joaquim Barbosa, agora, o mesmo com Sergio Moro. Neste cenário de desespero da Presidente, seu partido e a base aliada, corre factualmente um complô de potencial interesse político. Tentam de todas as formas desmoralizar o Juiz Sergio Moro e sua competente equipe de Promotores, Policiais Federais e toda a logística de pessoal e infraestrutura formada. Uma equipe complexa e de qualidade, que rastreia o intrincado da Operação Lava Jato e suas conexões. A maioria do STF, até que se prove em contrário, é de pouca confiança na seriedade com a justiça. Caso mais escabroso é de óbvias dúvidas, como o caso do Ministro Dias Toffoli, que encaminhou agora a proposta do fatiamento do processo a partir de acusações e prova contra a petista Gleisi Hoffmann. A proposta foi aprovada. Simplesmente retira esta Senadora e protege preventivamente outros políticos das garras implacáveis e provedoras da verdadeira justiça, sob o comando do Juiz Sergio Moro. Contra isto, o comentário de que “a dispersão das causas penais não serve aos interesses da justiça!” O que fizeram foi questionar a competência da 13ª Vara da Justiça Federal para comprovar a conexão da Empresa CONSIST com o caso Lava Jato. Gleisi, personagem de proa do PT, teria auferido propina na conexão com o Ministério do Planejamento, dirigido na época por seu marido, também figura de mando do partido. Imaginem se esta conexão chegar a Itaipu Binacional. A força tarefa dirigida por Sérgio Moro, continua insistindo em manter sob sua responsabilidade estes casos.  Ocorreram manifestações maciças de apoio a seu favor, no pátio da Justiça Federal em Curitiba. Como a proposta do STF foi de mandar o processo para São Paulo, onde ocorreu o fato, coerente, a equipe propôs dar assessoria e apoio aos trabalhos dos procuradores deste Estado, propondo inclusive um trabalho integrado. Querem estilhaçar o quebra cabeças que vem sendo elucidado gradualmente da maior corrupção já vista com dinheiro público. Isto sim, é um verdadeiro golpe contra a justiça política no Brasil. Na conjuntura de fisiologismo político do presidencialismo de coalizão. A equação é cooptação versus subserviência. Cresceram Ministérios para 39, com o geométrico aumento de cargos comissionados. O corte na diminuição do tamanho da administração pública significa somente 1,6% do total de cargos. Cumpre uma verdadeira cartilha antirrepublicana com a negociata para manter aliados. O outro lado da equação é que estão reféns de Eduardo Cunha, Renan Calheiros, do PMDB, que ensinaram a gravitar em torno do poder a qualquer preço. Da subserviência a reféns, que ocorre com a Presidente e seu partido, enfraquecidos ao “fundo do abismo” em que meteram o país, o povo brasileiro e a si próprios. Levaram junto movimentos sociais, outrora independentes. Os mesmos, que como o MST, arriscam agora quando não há mais saída, a criticar o governo petista, no “salve-se quem puder”. No mínimo, estes movimentos deveriam ter rompido bem antes as relações para tentar retomar autonomia e a dignidade política, no entanto, pela sua importância, ainda há tempo. O sindicalismo entrou nesta ciranda. É uma “faca de dois gumes” sob a prática do desmando, da incompetência, descompromisso público, eivada de trapalhadas, assediados hoje por chantagens de todos os matizes. Nada de escolher Ministros decorosos, é fisiologismo puro, contra transparência, a favor da enganação. O “negócio de poder” que colocou o pais em queda meteórica só tem um interesse agora: de manter os vetos presidenciais a um preço impagável pela população. E de evitar o impeachment com a lança apontada inexoravelmente pelas criaturas que ressuscitaram ao pódio do poder.  Esta é uma insólita cena macabra de descrédito e de indigência política. Não interessa que preço o povo pagará. Como e quando sairemos desta farsa política? - Mentiras e enganações “a dar com pau”! 

Waldir Bertúlio

Professor aposentado da UFMT

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