Prezadas e prezados docentes sindicalizados da Adufmat-Ssind,
O mês de maio marcou importante conquista da nossa categoria: o reajuste salarial fruto da mobilização e da greve de 2024. Ainda que o percentual esteja aquém do que reivindicamos, trata-se de uma vitória da luta coletiva organizada pelo movimento sindical.
Em razão desse reajuste, informamos que a contribuição sindical, conforme previsto no regimento da Adufmat-Ssind, será ajustada automaticamente. Ela corresponde a 1% sobre o Vencimento Básico e a Retribuição por Titulação (RT). Portanto, será possível observar um aumento proporcional no valor da contribuição sindical na prévia e no contracheque deste mês.
Em alguns casos, por equívoco, foram feitos descontos sobre outros itens da remuneração. Pedimos desculpas pelo inconveniente, faremos ajustes para os próximos meses e solicitamos que você entre em contato com nossa secretaria para tratarmos do reembolso, caso tenha tido descontos para além do Vencimento Básico e da Retribuição de Titulação.
Esse reajuste na contribuição reflete o fortalecimento da nossa atuação sindical — essencial para continuar avançando nas pautas da categoria.
Em caso de dúvidas, entre em contato pelo número: (65) 99686-8732.
Saudações sindicais,
Diretoria da Adufmat-Ssind
O ANDES-SN manifestou apoio às trabalhadoras e aos trabalhadores do sistema científico e tecnológico da Argentina, em especial às pesquisadoras e aos pesquisadores do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), diante dos graves ataques à ciência pública perpetrados pelo governo do presidente Javier Milei. O Conicet é uma autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da Argentina, destinada a promover o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no país.
De acordo com a nota divulgada nessa quarta-feira (14), por meio da Circular 213/2025, o recente Relatório nº 142 da Chefia de Gabinete do governo argentino, apresentado ao Congresso Nacional em abril, confirma o descumprimento deliberado da Lei 27.614, que estabelece o financiamento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O documento aponta uma drástica redução dos recursos destinados à área: de 0,302% do PIB em 2023 para apenas 0,157% em 2025.
O Sindicato Nacional denunciou ainda a paralisação da contratação de pesquisadoras e pesquisadores aprovados nas últimas chamadas do Conicet, o congelamento de bolsas de formação científica e os cortes em programas estratégicos, medidas que comprometem seriamente o presente e o futuro da produção de conhecimento no país.
Segundo o ANDES-SN, as universidades públicas também têm sido afetadas, o que ameaça a articulação entre pesquisa, ensino e sociedade. O sindicato alertou que o desmonte da ciência e da educação integra um projeto mais amplo de destruição do Estado, alinhado à política ultraliberal do governo Milei, com impactos profundos no ambiente acadêmico, científico e universitário.
“Reafirmamos que não há soberania científica sem investimento público, comprometido com as necessidades do povo. A destruição da pesquisa científica e da educação superior é parte de um projeto mais amplo de desmonte do Estado e do projeto ultraliberal de Milei, com consequências estruturais profundas no ambiente acadêmico, científico e universitário”, afirmou o Sindicato Nacional.
Leia aqui a nota na íntegra
Fonte: Andes-SN
Laboratório que reúne pesquisadoras da UFMT, Unemat e IFMT acionou Ministério Público
O ódio às mulheres não é apenas sintomático nos governos da chamada direita. Seus agentes não se limitam ao discurso. As práticas que trazem ainda mais dificuldades à vida das mulheres são transformadas em política e, em Cuiabá, estão sendo implementadas pelo prefeito Abílio Brunini (PL). Em menos de seis meses de gestão, milhares de vídeos foram publicados e, segundo o chefe do executivo municipal, o caixa da Prefeitura até voltou a ter fundos, mas o que ele não diz é que foi a custo do bem estar da população. Já em março, ele fechou o Espaço de Acolhimento à Mulher nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) dos bairros Verdão e Leblon, serviços que atendiam mulheres vítimas de violência na capital mato-grossense.
Em nota publicada no início de março, a Prefeitura de Cuiabá informou que, por recomendação do Ministério da Saúde, os espaços voltados ao atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica nas UPAs seriam centralizados “temporariamente” no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), visando “melhorar a qualidade dos serviços prestados e readequar os espaços destinados a esse atendimento”. Apesar de o mesmo texto observar que o Ministério faria uma nova vistoria “nos próximos dias”, já se passaram dois meses, e nada mudou.
Por esse motivo, servidoras efetivas do município, que preferiram não ser identificadas por medo de retaliação, procuraram entidades que defendem a pauta para denunciar a ação. O “Nenhuma a Menos: Laboratório de Teorias e Práticas Feministas e Antirracistas de Enfrentamento às Violências Contra Mulheres e Meninas” foi uma dessas entidades. Formado por trabalhadoras da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), o grupo atua já há alguns meses com o intuito de promover estudo, formação, troca de experiências e de construção de ações políticas e culturais de propagação da igualdade de gênero, de prevenção e combate às violências contra mulheres e meninas em Mato Grosso.
As denunciantes relatam que os espaços fechados atendiam dezenas de mulheres mensalmente. “Esses espaços acolhiam mulheres, inclusive do Judiciário. Do Espaço Caliandra [Ministério Público de MT], foram diversas assistidas encaminhadas para nós. Eu atendia a delegacia da mulher, além da demanda que chegava na UPA, por isso tínhamos plantão 24h. As que chegavam de demanda espontânea na UPA, a gente fazia o primeiro acolhimento, os procedimentos cabíveis, e encaminhava para atendimento psicológico. Fora as outras demandas que chegavam de outros órgãos, como o Centro de Acolhimento às vítimas do Fórum de Cuiabá. De junho, até agora no início de março, quando fecharam o espaço, foram quase 300 mulheres atendidas, sendo que 90 delas já estavam tendo atendimento psicológico. É complicado, essas mulheres agora ficam desassistidas. A maioria faz uso de medicamento. Fora as questões sociais, os pareceres de aluguel social, que a gente não sabe se essa mulher conseguiu adquirir os benefícios. Ficou uma coisa assim... quem deu continuidade nisso? Sendo que nós, como profissionais, não conseguimos nem fazer essa transição para outra equipe. E esse material está onde, com esses dados? A preocupação também é essa. Porque os prontuários são sigilosos, de responsabilidade da equipe técnica”, pontuou uma das servidoras.
Elas acrescentam que a legislação vigente [Lei nº 14.847/2024, que altera a Lei nº 8.080/1990], assegura às mulheres vítimas de violência o direito a salas de acolhimento exclusivas nos serviços de saúde do SUS. Nestes programas, a qualificação dos profissionais, inclusive com relação à capacidade de criar vínculo, são questões muito importantes.
“A gente se pergunta, se o problema era espaço físico, podiam ter remanejado o projeto para a Secretaria da Mulher. Já tinha uma equipe especializada fazendo os encaminhamentos e dando andamento ao projeto, por que desmantelar essa equipe, que já conhece, já criou vínculo com as assistidas? Por que desmantelar essa equipe e simplesmente jogar numa Unidade Básica de Saúde (UBS)? Para quê? E agora, como não tem mais quem faça esse serviço, vão jogar nas costas do emult [equipe multiprofissional que atende nas unidades de saúde], que não é responsável por isso”, questiona a servidora.
Além do ato de desassistir, as servidoras se preocupam com o destino dos documentos do programa, que devem ser tratados com o devido sigilo, mas agora estão sob a responsabilidade de uma pessoa, nas palavras do grupo, “alheia à causa”.
“Agora essa notícia de que vão encaminhar para a equipe técnica do emult realizar esse atendimento, sendo que que só da clínica da família da região da morada da serra/ CPA, por exemplo, eles já atendem 12 polos, abrangendo os bairros Jd. Florianópolis, CPA I e II, e todos os bairros adjacentes ali. Todos são atendidos pela clínica da família. A equipe do emult é composta por duas assistentes sociais, uma psicóloga, fisioterapeuta, nutricionista, mas eles já têm a demanda deles, e agora trabalhar com mais essa demanda? Porque, se já foi extinto o projeto, eles vão ter de encaminhar essas mulheres na regulação, e aí talvez, algum dia, ela consiga um psicólogo para ser atendida. Ela não vai ser atendida com prioridade se não está dentro de algum projeto”, concluiu uma servidora.
Diante da situação, o Nenhuma a Menos: Laboratório de Teorias e Práticas Feministas e Antirracistas de Enfrentamento às Violências Contra Mulheres e Meninas, que tem como objetivo elaborar dados a partir da realidade entorno da questão das violências contra as mulheres e meninas, está acompanhando a situação, buscando as instituições competentes para entender o que vem sendo feito e, agora, vem a público denunciar à comunidade mato-grossense, sobretudo cuiabana, que o desmonte desses serviços é um atentado à vida das mulheres. “Todos aqueles que são a favor da vida têm de ser contra essa medida, porque nós já temos um estado com o maior índice de feminicídio do Brasil, sendo o Brasil o quinto país que mais mata mulheres no mundo. Então, nós já somos uma máquina de matar mulheres, e sem esse tipo de serviços as mulheres não têm nem onde buscar ajuda, refúgio. Elas vão ser entregues à própria sorte em relação a situações de violência dentro de um contexto em que aquele que fecha o serviço vai estar propondo o armamento como solução. Essa é uma matemática, uma proposição que soma fatores, cujo resultado leva ao agravamento de uma situação que já é uma das piores do mundo. Mato Grosso está caminhando para se tornar o pior lugar do mundo para uma mulher viver”, afirma a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Lélica Lacerda.
Com a expectativa de obter respostas rápidas das instituições competentes, o grupo protocolou a denúncia formalmente no Ministério Público, além do CEMulher TJ-MT, Poder Judiciário, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público de Contas, Defensoria Pública, Câmara Municipal de Cuiabá, Secretaria Municipal da Mulher, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania, Conselho Estadual da Mulher, Conselho Municipal da Mulher de Cuiabá, Conselho Regional de Serviço Social, Conselho Regional de Psicologia, Comissão dos direitos da Mulher da OAB e Sindicato dos Servidores Públicos de Cuiabá.
A equipe de comunicação da Adufmat-Ssind fez contato com o Ministério da Saúde, mas até o momento não obteve resposta oficial.
Confira, abaixo, o teor integral da denúncia protocolada pelo Nenhuma a Menos: Laboratório de Teorias e Práticas Feministas e Antirracistas de Enfrentamento às Violências Contra Mulheres e Meninas:
Assunto: Denúncia sobre o Fechamento do Espaço de Acolhimento à Mulher nas UPAs Verdão e Leblon
É com profunda indignação que a equipe do Laboratório “Nenhuma a menos” recebeu a denúncia sigilosa sobre o fechamento do Espaço de Acolhimento à Mulher nas UPAs Verdão e Leblon.
O Laboratório “Nenhuma a Menos: Laboratório de Teorias e Práticas Feministas e Antirracistas de Enfrentamento às Violências Contra Mulheres e Meninas” é um espaço constituído em parceria entre UFMT, UNEMAT e IFMT com o intuito de promover estudo, formação, troca de experiências e de construção de ações políticas e culturais de propagação da igualdade de gênero, de prevenção e combate às violências contra mulheres e meninas em Mato Grosso.
O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo e Mato Grosso, em 2024, foi o estado que mais matou mulheres no Brasil, o que faz deste um dos territórios mais perigosos para se ser mulher. Essa realidade justifica a existência de nosso laboratório e a preocupação de nossa equipe, expressa nesta carta.
Salientamos que a Lei nº 14.847/2024, que altera a Lei nº 8.080/1990, assegura às mulheres vítimas de violência o direito a salas de acolhimento exclusivas nos serviços de saúde do SUS.
Essas salas têm como objetivo garantir privacidade e proteger a integridade da mulher, restringindo o acesso de terceiros não autorizados, especialmente o do agressor; e salientamos também que toda documentação referente aos atendimentos é de absoluto sigilo, sendo autorizada de ter acesso a ela apenas a equipe técnica que executa o serviço.
O funcionamento do Espaço de Acolhimento à Mulher nessas unidades funcionava em conformidade com as legislações federais, que preveem um atendimento humanizado, integrado e especializado para as mulheres em situação de violência.
O alarmante índice de feminicídio no estado deixa evidente que o fechamento do Espaço de Acolhimento a Mulher nas UPAs expõe mulheres a eminente risco de morte; a descontinuidade desse serviço e o deslocamento da documentação sigilosa sem a anuência da equipe técnica representa uma violação direta dos direitos garantidos pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), além de um imenso retrocesso nas políticas públicas de proteção às mulheres.
O referido espaço não era apenas um local de atendimento; era um porto seguro para inúmeras mulheres, oferecendo acolhimento psicológico, social e jurídico, além de proporcionar a possibilidade de um recomeço.
Com o fechamento deste serviço, milhares de mulheres que dependiam dele agora se encontram desamparadas, expostas à violência e à negligência do poder público.
Diante disso, compreendemos ser relevante resguardar:
- A imediata reabertura do Espaço de Acolhimento ou a criação de uma alternativa equivalente;
- Transparência sobre os motivos do fechamento e a construção coletiva das soluções para o acolhimento de mulheres vítimas de violência no âmbito do SUS, respeitando legislações e princípios éticos das profissões envolvidas;
- O compromisso do poder público de redução drástica dos índices de violência contra mulheres e meninas com a garantia de políticas públicas efetivas e contínuas para mulheres em situação de vulnerabilidade em Cuiabá e em todo o estado de Mato Grosso;
Por fim, reafirmamos que a luta pelos direitos das mulheres não pode ser silenciada por descaso político ou má gestão; nem ser tratada como política de governo que se desmantela com trocas de governo. Antes, as Políticas públicas para as mulheres devem ter o status de política de Estado, com ações contínuas e suficiente aporte de recursos humanos e financeiros.
Em defesa da vida das mulheres e meninas, exigimos respeito e cuidado na implementação de políticas públicas comprometidas com a dignidade, a segurança e a vida das mulheres. Não admitiremos retrocessos!
Diante do exposto, encaminhamos essa denúncia para as distintas instituições que têm atribuições sobre a temática e solicitamos a adoção de medidas cabíveis. Solicitamos ainda a acusação do recebimento deste ofício e a informação sobre eventuais procedimentos instaurados.
Cordialmente,
Equipe do Laboratório Nenhuma a Menos
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Imagem: Prefeitura de Cuiabá
A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária PRESENCIAL a se realizar:
Data: 22 de maio de 2025 (quinta-feira)
Horário: 13h30 (Cuiabá) com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes
Pontos de pauta:
1 - Informes;
2 - Convocação de eleições para Diretoria da Adufmat-Ssind e constituição de comissão eleitoral;
3 - Reforma da sede da Adufmat-Ssind: apresentação do orçamento e encaminhamentos;
4 - Plano de trabalho do GT encargos docentes (Reformulação da Resolução 158).
Cuiabá, 16 de maio de 2025
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais
O número de homicídios femininos no Brasil cresceu 2,5% entre 2022 e 2023, contrariando a tendência geral de queda nos homicídios observada desde 2018, revelou o Atlas da Violência 2025. No mesmo período, o país registrou 45.747 homicídios — a menor taxa em 11 anos — com 21,2 casos por 100 mil habitantes, o que representa uma redução de 2,3% em relação a 2022.
Apesar da queda geral, a média nacional de homicídios femininos chegou a 10 mulheres mortas por dia. Os dados foram divulgados nessa segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.
O estudo destacou a desigualdade na distribuição dos homicídios femininos pelo território nacional. Em 2023, foram assassinadas 3.903 mulheres, o que corresponde a uma taxa média de 3,5 por 100 mil habitantes. No entanto, alguns estados apresentam índices alarmantes — como Roraima, que registrou a maior taxa do país: 10,4 homicídios de mulheres por 100 mil habitantes.
As mulheres negras continuam sendo as principais vítimas da violência letal no Brasil. Em 2023, 2.662 mulheres negras foram assassinadas, o que representa 68,2% dos homicídios femininos registrados no ano. A taxa de homicídios entre mulheres negras foi de 4,3 por 100 mil habitantes, sendo mais elevada em estados como Pernambuco (7,2), Roraima (6,9), Amazonas e Bahia (ambos com 6,6). No Amapá, a desigualdade racial foi ainda mais expressiva: 100% das vítimas de homicídio feminino eram negras, embora representem 79,6% da população do estado.
“Os números evidenciam o trágico encontro entre a cultura patriarcal e o racismo estrutural, ambos fortemente enraizados no Brasil. De modo que os dados dessa edição são mais um retrato, entre tantos, de uma violência de gênero (seja ela letal ou não letal) que dá preferência para corpos negros, e que é histórica”, afirmou a publicação.
Casa: Lugar de risco para as mulheres
No Brasil, a violência letal contra as mulheres ainda acontece, majoritariamente, no contexto doméstico. De acordo com os registros do SIM, em 2023, dototal de homicídios registrados de mulheres, 35% aconteceram na residência da vítima. Esse dado evidencia como o ambiente doméstico, que deveria representar segurança, segue sendo um espaço de alto risco para muitas mulheres, segundo o estudo.
Já dados de registros policiais publicados no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública evidenciam que nos casos de feminicídio, 64,3% dos eventos aconteceram dentro de casa. Embora o ódio de gênero possa estar presente em diferentes contextos — tanto no ambiente privado quanto no espaço urbano —, na prática, uma morte costuma ser percebida e classificada como feminicídio quando acontece no ambiente doméstico.
“Vale lembrar que, nos termos da lei, o feminicídio é a morte de mulher por razões da condição do sexo feminino, e estaria configurado quando o crime acontece em contexto de violência doméstica ou quando envolve menosprezo ou ódio à condição de mulher. Este crime entrou para o Código Penal brasileiro primeiramente em 2015, como uma figura qualificada de homicídio, por meio da Lei nº 13.104”, explicou a publicação.
Estima-se que 1.370 dos 3.903 homicídios de mulheres registrados em 2023 tenham ocorrido no ambiente doméstico — um número que representa um leve aumento em relação a 2022, quando 34,5% dos casos ocorreram na residência da vítima.
Violência não letal
Pela segunda vez, o Atlas da Violência apresenta dados do Sinan, que reúne registros obrigatórios de casos suspeitos ou confirmados de qualquer forma de violência contra mulheres.
Em 2023, foram notificados 275.275 casos de violência contra pessoas do sexo feminino — um aumento de 24,4% em relação ao ano anterior (221.240). Desses registros, 177.086 foram classificados como violência doméstica, representando 64,3% do total.
A análise por faixa etária revela o alto índice de violência doméstica e intrafamiliar contra meninas e adolescentes. Uma em cada quatro vítimas tinha entre 0 e 14 anos. O grupo mais afetado foi o de 0 a 9 anos, com 15,2% dos registros. Em seguida, destacam-se mulheres de 25 a 29 anos (11,3%) e de 30 a 34 anos (10,4%).
A violência física — caracterizada pelo uso intencional da força para ferir ou causar dor, com ou sem marcas visíveis — é a mais comum a partir dos 20 anos, embora perca força com o envelhecimento. Já a violência psicológica/moral inclui ações como humilhações e rejeições, que afetam autoestima e identidade. A violência sexual abrange qualquer ato imposto por coerção, força ou abuso de poder, como estupro e assédio. A negligência, por sua vez, consiste na omissão de cuidados essenciais, sendo o abandono sua forma mais extrema.
Entre meninas de 0 a 9 anos predominam os casos de negligência, representando 49,5% dos casos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, a violência sexual é a mais comum, com 45,7% dos atendimentos. Já entre adolescentes de 15 a 19 anos, a violência mais comum é a física (39,3%), embora múltiplas formas de violência também sejam frequentes (29,8%).
A partir dos 20 anos até os 69 anos, as agressões físicas permanecem como a principal forma de violência enfrentada pelas mulheres, embora essa proporção demonstre queda ao longo do tempo. Enquanto no grupo de 20 a 24 anos as agressões físicas representam 53,2% de todos os atendimentos, esse percentual cai para 42,8% entre as mulheres de 50 a 54 anos e chega a 31% entre aquelas de 65 a 69 anos.
Com o envelhecimento, segundo o Atlas, há uma mudança no padrão da violência sofrida: os casos de negligência tornam-se cada vez mais frequentes. Entre mulheres com 80 anos ou mais, a negligência representa 57,2% dos atendimentos em contextos de violência doméstica — uma proporção superior à observada entre meninas de 0 a 9 anos (49,5%).
Subnotificação: violências invisíveis
O Atlas da Violência alerta que, embora os dados revelem um cenário alarmante de violência doméstica e intrafamiliar contra meninas e mulheres no Brasil, as ocorrências ainda são subnotificadas. As dificuldades de cobertura do sistema ou mesmo pela dificuldade de garantir o preenchimento da ficha de notificação pelo profissional de saúde, mesmo sendo um procedimento obrigatório.
Segundo o Sinan, 16.460 meninas e mulheres sofreram violência sexual em contexto de violência doméstica no ano de 2023 e foram atendidas pelo sistema de saúde. No entanto, os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que sistematizam os boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis de todo o país, apontam para 54.297 registros de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do sexo feminino no mesmo ano, dos quais 70,6% são de autoria de familiares e/ou parceiros/ex-parceiros íntimos.
ANDES-SN na luta contra a violência de gênero
O ANDES-SN tem lutado e reafirmado seu compromisso com a luta contra a violência de gênero e cobra dos governos federal e estaduais a implementação de medidas concretas para reverter esse cenário alarmante.
Em uma deliberação histórica aprovada no 43º Congresso da entidade, o Sindicato Nacional instituiu o Protocolo de Combate, Prevenção, Enfrentamento e Apuração do Assédio Moral e Sexual, do Racismo, da LGBTI+fobia e de quaisquer formas de discriminação, opressão e violência nas universidades, institutos federais, faculdades e centros federais de educação tecnológica. O documento define as situações que caracterizam essas formas de violência e será incorporado à pauta de reivindicações da categoria nos setores das instituições federais, estaduais, municipais e distrital.
Ainda no campo das condições de vida e trabalho da categoria, foi aprovada uma resolução inédita que trata da proteção às docentes vítimas de violência doméstica. A proposta prevê a cobrança, junto às administrações das instituições de ensino, do cumprimento da Lei Maria da Penha, com medidas como acolhimento imediato, concessão de licença para tratamento de saúde, aplicação de medidas protetivas urgentes — incluindo a remoção — e outras ações que garantam a segurança e a integridade das vítimas.
Acesse aqui o relatório completo
Fonte: Andes-SN
Resultado oficial foi promulgado pela Comissão Eleitoral Central na segunda-feira (12)
A Comissão Eleitoral Central (CEC) do Andes-Sindicato Nacional promulgou, na segunda-feira (12), o resultado oficial das eleições para a direção do ANDES-SN, biênio 2025/2027. Do total de 14.798 votantes, a Chapa 1 - “ANDES pela base: diversidade e lutas” venceu as eleições com 6.453 votos.
A Chapa 4 - “Oposição para renovar o ANDES-Sindicato Nacional” ficou em segundo lugar, com 3.575 votos; a Chapa 2 - “RENOVA ANDES”, obteve 2.390 votos e a Chapa 3 - “ANDES-SN Classista e de Luta”, 2.015 votos. Foram registrados ainda 145 votos em branco e 220 nulos.
A posse da nova diretoria ocorrerá na plenária de Abertura do 68º Conad, que será realizado em Manaus (AM), de 11 a 13 de julho. Confira abaixo a composição da diretoria nacional eleita e que estará à frente do ANDES-SN nos próximos dois anos:
Presidente: Cláudio Anselmo de Souza Mendonça (UFMA)
1ª Vice-Presidenta: Caroline de Araújo Lima (UNEB)
2ª Vice-Presidenta: Letícia Carolina Nascimento (UFPI)
3ª Vice-Presidenta: Annie Schmaltz Hsiou (USP)
Secretária-Geral: Fernanda Maria da Costa Vieira (UFRJ)
1ª Secretária: Jacqueline Rodrigues de Lima (UFG)
2º Secretário: Herrmann Vinicius de Oliveira Muller (UFPR)
3º Secretário: Francisco Jacob Paiva da Silva (UFAM)
1º Tesoureiro: Sérgio Luiz Carmelo Barroso (UESB)
2º Tesoureiro: Diego Ferreira Marques (UFBA)
3ª Tesoureira: Maria do Céu de Lima (UFC)
Regional Norte I
1º Vice-Presidente: Marcelo Mario Vallina (UFAM)
2ª Vice-Presidenta: Letícia Helena Mamed (UFAC)
1ª Secretária: Ceane Andrade Simões (UEA)
2º Secretário: Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior (UFRR)
1º Tesoureiro: Antônio José Vale da Costa (UFAM)
2º Tesoureiro: Kécio Gonçalves Leite (UNIR)
Regional Norte II
1º Vice-Presidente: Marcio Wagner Batista dos Santos (UFPA)
2ª Vice-Presidenta: Ruth Helena Cristo Almeida (UFRA)
1º Secretário: Erivelton Ferreira Sá (UEPA)
2º Secretário: Maike Joel Vieira da Silva (UFOPA)
1ª Tesoureira: Simone Negrão de Freitas (UFPA)
2ª Tesoureira: Diana Lemes Ferreira (UEPA)
Regional Nordeste I
1ª Vice-Presidenta: Lila Cristina Xavier Luz (UFPI)
2ª Vice-Presidenta: Virginia Márcia Assunção Viana (UECE)
1ª Secretária: Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC)
2° Secretário: Idelmar Gomes Cavalcante Júnior (UESPI)
1ª Tesoureira: Célia Soares Martins (UFMA)
2ª Tesoureira: Edna Selma David Silva (UFMA)
Regional Nordeste II
1º Vice-Presidente: Josevaldo Pessoa da Cunha (UFCG)
2ª Vice-Presidenta: Emanuela Rútila Monteiro Chaves (UERN)
1ª Secretária: Cristine Hirsch (UFPB)
2º Secretário: Haroldo Loguercio Carvalho (UFRN)
1ª Tesoureira: Maria Fabiana da Silva Costa (UFPE)
2º Tesoureiro: Claudio de Souza Rocha (UFERSA)
Regional Nordeste III
1º Vice-Presidente: Aroldo Félix de Azevedo Junior (UFRB)
2ª Vice-Presidenta: Gracinete Bastos de Souza (UEFS)
1ª Secretária: Carla Benitez Martins (UNILAB)
2ª Secretária: Emanuelle Gonçalves Brandão Rodrigues (UFAL)
1º Tesoureiro: Arturo Rodolfo Samana (UESC)
2ª Tesoureira: Bartira Telles Pereira Santos (UFS)
Regional Planalto
1ª Vice-Presidenta: Lívia Gomes dos Santos (UFG)
2ª Vice-Presidenta: Muna Muhammad Odeh (UNB)
1º Secretário: Marcio Bernardes de Carvalho (UFT)
2º Secretário: Marcelo Jose Moreira (UEG)
1ª Tesoureira: Camila Aparecida de Campos (UFCAT)
2º Tesoureiro: André Felipe Soares de Arruda (UFJ)
Regional Pantanal
1ª Vice-Presidenta: Luciana Henrique da Silva (UEMS)
2º Vice-Presidente: Eralci Moreira Terézio (UFMT)
1º Secretário: Alexandre Bergamin Vieira (UFGD)
2ª Secretária: Eglen Silvia Pipi Rodrigues (UFR)
1ª Tesoureira: Ana Paula Archanjo Batarce (UFMS)
2º Tesoureiro: André Soares Ferreira (UFGD)
Regional Leste
1ª Vice-Presidenta: Jacqueline Magalhães Alves (UFLA)
2º Vice-Presidente: Marcelo Martins Barreira (UFES)
1º Secretário: Cássio Hideo Diniz Hiro (UEMG)
2ª Secretária: Jacyara Silva de Paiva (UFES)
1º Tesoureiro: Adilson Mendes Ricardo (CEFET-MG)
2ª Tesoureira: Carolina Gonçalves Santos (UFV)
Regional Rio de Janeiro
1ª Vice-Presidenta: Maria Raquel Garcia Vega (UENF)
2º Vice-Presidente: João Claudino Tavares (UFF)
1ª Secretária: Amanda Moreira da Silva (UERJ)
2ª Secretária: Camila Azevedo Souza (UFRJ)
1º Tesoureiro: Dan Gabriel D´Onofre Andrade Silva Cordeiro (UFRRJ)
2ª Tesoureira: Joanir Pereira Passos (UNIRIO)
Regional São Paulo
1º Vice-Presidente: Marcos de Oliveira Soares (UNIFESP)
2ª Vice-Presidenta: Regina Célia da Silva (UNICAMP)
1º Secretário: André Kaysel Velasco e Cruz (UNICAMP)
2º Secretário: Wilson Alves Bezerra (UFSCAR)
1ª Tesoureira: Vanessa Vendramini Vilela (UNIFESP)
2º Tesoureiro: Osvaldo Luis Angel Coggiola (USP)
Regional Sul
1ª Vice-Presidenta: Fernanda de Freitas Mendonça (UEL)
2º Vice-Presidente: Edmilson Aparecido da Silva (UEM)
1º Secretário: Alessandro de Melo (UEPG)
2ª Secretária: Sabrina Grassiolli (UNIOESTE)
1º Tesoureiro: Régis Clemente da Costa (UFFS)
2º Tesoureiro: Arandi Ginane Bezerra Junior (UTFPR)
Regional Rio Grande do Sul
1ª Vice-Presidenta: Daniele Azambuja de Borba Cunha (UFRGS)
2º Vice-Presidente: André Rosa Martins (IFRS)
1º Secretário: Guilherme Dornelas Camara (UFRGS)
2ª Secretária: Fabiane Tejada da Silveira (UFPEL)
1ª Tesoureira: Jaqueline Russczyk (IFRS)
2º Tesoureiro: Billy Graeff Bastos (FURG)
Fonte: Andes-SN
As cinco Notícias Fato, convertidas em Inquéritos Civis, que questionavam as entidades da educação federal – ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra – pelas mobilizações grevistas em institutos federais por todo o país, foram arquivadas. De acordo com o Subprocurador-Geral da República, Eitel Santiago de Brito Ferreira, "não foram verificadas ilegalidades no fato noticiado, bem como em razão da perda superveniente do objeto do referido procedimento".
Em dezembro do ano passado, as entidades foram notificadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Procuradoria-Geral da República da instauração dos inquéritos, motivados por manifestações contrárias à greve apresentadas ao MPF. Todos os processos foram decorrentes de reclamações sobre a suspensão das aulas em institutos federais e no Colégio Pedro II.
Lutar não é crime!
“A decisão pelo arquivamento das notícias fato que denunciaram os professores e professoras da carreira EBTT durante a greve do Setor das Federais, em 2024, foi uma vitória política gigantesca, não só uma vitória jurídica, mas centralmente uma vitória política. Essas denúncias criminalizaram as ações de greve, inclusive questionando se professores e professoras da carreira EBTT poderiam fazer greve”, comentou Caroline Lima, 1ª secretária e encarregada de Assuntos Jurídicos do ANDES-SN.
A diretora lembra que a greve é um direito constitucional e o arquivamento desses processos se configuram, inclusive, no fortalecimento do direito, dos funcionalismos públicos federal, estadual e municipal a exercerem o direito de contestação e de luta por melhores condições de trabalho. “Podemos entender que o arquivamento desse processo é fruto da campanha e do movimento que a gente vem fazendo, no último período, da defesa da luta da categoria, da defesa de se fazer greve, de se fazer mobilização, de se fazer paralisação. Lutar não é crime!”, ressaltou.
Caroline acrescentou que “os arquivamentos dos processos comprovam que as professoras e os professores da base do ANDES-SN estão corretas e corretos no momento de fazer enfrentamento a todos os governos e reitorias que retiram direitos”. “Seguimos em luta!”, concluiu.
Fonte: Andes-SN
Movimento defende restaurante gratuito e recomposição orçamentária das universidades
Nos dias 13 e 14/05, estudantes do ensino superior e técnico de todo o Brasil realizaram mobilizações em defesa das políticas de Assistência Estudantil - que visam garantir a permanência dos alunos na instituição até a conclusão do curso. Um dos grandes motivos da crescente evasão nas universidades tem sido, justamente, o fato dessas políticas não estarem conseguindo atender seu objetivo, fazendo com que os estudantes abandonem as salas de aula para trabalhar. Na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) organizou um ato em frente ao Restaura Universitário (RU) para dar o ponta pé inicial à luta pela universalização da alimentação. Sim, os estudantes da UFMT querem um RU gratuito.
A atividade, realizada na quarta-feira (14), em Cuiabá, teve como objetivo apresentar a demanda aos estudantes, como explicou a coordenadora geral do DCE, Rayssa Piovani. “Nós fizemos uma concentração no RU, na hora do almoço, quando há uma movimentação maior. Fizemos oficina de cartazes e abrimos inscrições para intervenções de estudantes sobre a insatisfação com relação ao serviço prestado pela empresa que administra o RU hoje [Kadeas Restaurante]. Existem muitas queixas com relação à qualidade da comia que é ofertada pelo RU. E nós também estávamos com um abaixo assinado pelo RU gratuito. O ato de ontem, junto com o abaixo assinado, foi o primeiro passo que a gente deu para essa luta. O objetivo é começar mobilizando os estudantes, discutindo sobre a possibilidade de ter um RU gratuito, para que a partir daí a gente comece a fazer o convencimento político e futuramente, nas próximas mobilizações, tenha cada vez mais adesão dos estudantes em torno dessa causa”.
A representante do Movimento Correnteza, que assumiu recentemente a coordenação do DCE, afirmou que a construção desta luta é um compromisso assumido pelo grupo, e lembrou que também foi luta histórica da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Hoje em dia essa luta está meio abandonada, esquecida, mas até antes mesmo da universidade ser proletarizada, ou seja, ter uma inserção maior da classe trabalhadora, a UNE encampava essa luta. Então, hoje, entendendo a conjuntura que a gente vive, o cenário de fome, de insegurança alimentar que existe no Brasil, a gente entende que é importante avançar mais na política de alimentação dentro das universidades, e o que a gente quer para a UFMT é o RU gratuito”, acrescentou.
Para a estudante, é uma contradição que Mato Grosso, um dos estados que mais produz e exporta grãos e gado, o terceiro maior em tamanho e território disponível para produção de alimentos, registre, também, uma insegurança alimentar que chega a atingir cerca de 1/3 da sua população. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, mais de 1 milhão de pessoas não tiveram alimentação adequada ou suficiente dentro do chamado “celeiro do mundo”. Durante a pandemia de Covid-19, o estado ficou conhecido, inclusive, como o local onde de formou a “fila do ossinho”, onde centenas de pessoas se aglomeraram para receber doação de ossos que um açougue, normalmente, descartaria.
“A gente não vê uma perspectiva de melhora neste cenário, porque o preço dos alimentos aumenta todos os dias e o salário mínimo não acompanha. Dentro das universidades não há reajuste anual dos auxílios moradia, alimentação, ou seja, eles também não conseguem acompanhar o aumento do custo de vida. Os estudantes sobrevivem com o mínimo. Em 2023 a gente teve um reajuste do auxílio permanência, de R$ 400,00 para R$ 700,00, mas já se passaram dois anos e a gente não sabe quando, nem se haverá, de novo, algum reajuste”, afirmou a coordenadora.
Os estudantes aproveitaram a pauta para denunciar, também, a terceirização dentro da universidade, já que o Restaurante Universitário, já há alguns anos, não é mais gerido pela instituição. A reestatização do Restaurante seria um passo importante para uma possível gratuidade.
Além disso, a recomposição orçamentária das instituições de ensino superior e técnico também ocupou o centro do debate. “A LOA [Lei Orçamentária Anual] 2025 foi aprovada e, mais uma vez, as universidades vão trabalhar com um orçamento muito inferior ao necessário. Uma das lutas do Movimento Estudantil, nacionalmente, é pela recomposição orçamentária das universidades. Não tem como falar de melhores condições de permanência, ampliação das políticas de assistência estudantil, sem falar do orçamento. Mas algo que temos denunciado, nas universidades principalmente, é o pagamento dos juros da Dívida Pública, que toma um valor absurdo do orçamento federal. A gente tem um dado da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) que aponta que, só em 2024, o Brasil destinou quase R$ 2 trilhões do orçamento para o pagamento da dívida pública. Então, a gente tenta conscientizar os estudantes de que o problema não é dinheiro, mas sim o que é prioridade para o Governo. O Governo Federal está privilegiando suas relações com os bancos, com os grandes empresários, e deixado as universidades respirarem com ajuda de aparelhos mesmo, trabalhando no limite. Como um país que destina trilhões de seu orçamento para o pagamento de uma dívida externa oferece apenas esse valor para a Educação?”, questionou Piovani.
Em contraposição a esses 42,96% dos recursos públicos destinados ao pagamento de juros da Dívida Pública em 2024, o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) recebeu, no mesmo ano, apenas R$ 1,5 bilhão, para que todas as universidades e institutos federais do país dessem conta das políticas de assistência estudantil durante o ano inteiro. Isso representa 0,033% do orçamento. Ainda segundo a ACD, a Educação, como um todo, executou, naquele ano, 2,95% do orçamento, que corresponde a cerca de R$ 135,7 bilhões.
“O RU precisa cumprir a sua função de ser, de fato, uma política de assistência estudantil, não uma forma de dar lucro para empresas privadas, por meio da terceirização. A gente sabe que não é uma luta fácil, não é algo que vem do dia para a noite, e que muito provavelmente não é a nossa gestão que vai trazer essa conquista. Mas a gente precisa dar o primeiro passo. Então, o que a gente tá fazendo é gerar condições para que essa luta ganhe o máximo de estudantes possível, e que, futuramente, uma outra geração do Movimento Estudantil possa dar continuidade a ela, para que todos os estudantes da universidade possam ter acesso a alimentação de forma gratuita. Nosso maior objetivo, ontem, foi dar início a essa luta, fazer ela tomar corpo, até que um dia gere consequências, que é a gratuidade do RU”, concluiu a estudante.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Fotos: DCE/ UFMT Cuiabá
Faleceu na terça-feira (13), no Uruguai, aos 89 anos, o ex-presidente, ex-guerrilheiro e dirigente político José Alberto “Pepe” Mujica Cordano. Em nota divulgada nesta quarta-feira (14), por meio da Circular 214/2025, a diretoria do ANDES-SN manifestou profundo pesar pela morte do militante, cuja trajetória se tornou símbolo de resistência, coerência e compromisso com as lutas populares.
O sindicato ressaltou que o luto por Mujica transcende sua atuação como presidente do Uruguai (2010-2015) ou sua participação em governos progressistas da América Latina. “Nosso pesar não vem do fato de ter sido Mujica presidente da República Oriental do Uruguai, ou mesmo ter se inserido em um rol de governos de natureza 'progressista' que, em onda, tomou nossa ‘Pátria Grande’ nas últimas décadas. Mas, sim, pelo exemplo obstinado de militante, que não se vergou ante as atrocidades promovidas pelo terrorismo de Estado e seguiu com coerência e disposição os rumos de uma vida boa”, afirmou o texto.
A nota resgata o histórico de vida e de militância de Pepe Mujica, que é filho de agricultores e iniciou sua trajetória política ainda jovem, se engajando em diferentes frentes de luta até se tornar militante do Movimento de Libertação Nacional, conhecido como Tupamaros - grupo guerrilheiro urbano, que operou nos anos 1960 e 1970 e enfrentou a ditadura civil-militar no Uruguai (1973-1985). Preso antes mesmo da instauração da ditadura empresarial-militar uruguaia, Mujica passou 13 anos no cárcere, sendo 11 em prisão solitária, sob o regime de terrorismo de Estado.
Após a redemocratização, Mujica continuou sua trajetória de luta pelas liberdades democráticas e passou a atuar na política institucional do país. Ainda que tenha ocupado os cargos mais altos do poder Executivo, sua trajetória foi marcada pela vida simples, sensibilidade social e ambiental e pela firmeza de propósitos em defesa da justiça social e da soberania popular.
“Deixa no exemplo e imaginário boas disposições para construção de um mundo novo, que é tudo que desejamos no nosso depositar de energias militantes”, concluiu a nota do Sindicato Nacional.
“Pepe” Mujica, que completaria 90 anos no próximo dia 20, revelou em abril do ano passado o diagnóstico de câncer no esôfago. Desde então, passou a levar uma vida mais reclusa, com raras aparições públicas. Ele vivia em uma chácara nos arredores de Montevidéu, onde manteve até o fim o estilo de vida simples que sempre o caracterizou.
Acesse aqui a nota da diretoria do ANDES-SN
Fonte: Andes-SN
A Adufmat-Ssind lança, nesta quarta-feira, 14/05, a nova campanha contra os assédios sexual, moral e todos os tipos de violência.
O material faz parte do processo de debate entre o sindicato e as entidades representativas da comunidade acadêmica, com o objetivo de construir uma política institucional contra as práticas assediosas e outras violências. Adufmat-Ssind, Sintuf-MT e DCE seguem pleiteando, junto à Reitoria, que a proposta seja apresentada ao Consepe e a toda comunidade acadêmica formalmente.
A ideia é fazer circular, também, cartilhas informativas, cartazes e outros vídeos.
Assista, abaixo, o primeiro vídeo da campanha "Contra os assédios sexual, moral e todos os tipos de violência":