Em decorrência do feriado desta quinta-feira, 02/11, e do ponto facultativo da sexta-feira, 03/11, informamos que não haverá expediente na sede e subsedes da Adufmat-Ssind.
Retomaremos as atividades normalmente na segunda-feira, 06/11.
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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*Valfredo da Mota Menezes
Toda a América foi colônia. De sul ao norte, todos os nossos heróis (Simão Bolívar, Jose de San Martin, Manoel Belgrano, Jose Artigas, Thomas Jefferson, George Washigton) também foram considerados bandidos. Tiradentes foi torturado, assassinado e esquartejado para servir de exemplo de que ninguém deveria se levantar contra a metrópole.
Todo povo colonizado tem o direito de resistir ao colonizador. Todos os países colonizadores, ao submeterem a população colonizada a diferentes tipos de opressão, tiveram a resposta dos colonizados com ações bélicas e de guerrilha.
Em tempos mais recentes e de memória ainda presente: alguém,com bom senso, apoiou a colonização portuguesa em Angola e Moçambique? Alguém aqui apoiou a colonização francesa na Argélia? Apoiou o massacre estadunidense no Vietnam? Alguém deu apoio ao regime de apartheid na África do Sul? Os oprimidos desses países,ao se debelaremforam por nós considerados terroristas? A resposta a todas essas perguntas é NÃO. A grande maioria da população mundial aplaudiu quando esses povos colonizados decidiram pegar armas e expulsar o opressor.Na atualidade, a única diferença entre Israel e os antigos colonialistas é a crueldade sionista e o apoio incondicional dos países mais ricos e mais armados (a grande maioria ex-colonizador),todos cúmplices do genocídio. A proposta sionista é clara: expulsar a maioria e matar o restante. Quem éterrorista? O mesmo genocídio que os EUA fizeram com seus índios - invasão de terras e matança -, os sionistas estão fazendo em Gaza. Alegam que têm “direito de defesa contra o Hamas”...As crianças são do Hamas? A matança de crianças é uma maneira de impedir que elas cresçam e se tornem membros de alguma organização rebelde? É uma matança preventiva? Segundo a UNICEF, (“Gaza tornou-se um cemitério para milhares de crianças. É um inferno”)até o dia 31 de outubro, os bombardeios a Gaza já mataram mais de 3.400 crianças. Na Cisjordânia não há Hamas e, também lá, a matança avança.
A crueldade é tanta e crescente que até a mídia televisiva, que só focava na ação do Hamas, já começa a sentir vergonha de não aprofundar a análise sobre a crueldade dos ataques sionistas em Gaza. É até constrangedor ver que, quando um analista de TV começa a repercutir algum relato feito por servidores da ONU ou da OMS sobre os massacres em Gaza,alguém decide “chamar um intervalo.”
Todos nós, principalmente os mais velhos, já vimos e já discutimos essas mesmas situações em períodos diferentes. É cíclico. Há mais de 70 anos que o povo palestino vem sendo humilhado. São expulsos de suas terras e os que ficam, ou aceitam o apartheid ou são assassinados. Em todo esse período histórico vimos assistindo as mesmas discussões e diferentes Resoluções da ONU,que nunca foram cumpridas. Sempre, mas principalmente atualmente, os Estados Unidos e a União Europeia, deram apoio explicito para o Estado sionista continuar com o genocídio. Por isso, enquanto a maioria dos países do mundo não reagir, não só repudiando o genocídio, mas, principalmente, boicotando e cortando relações com o Estado sionista (como foi feito com a África do Suldo apartheid), a situação vai continuar na sua maneira cíclica até a tomada total do território por parte de Israel.
É por tudo isso que afirmo ser Israel um “estado antissemita”. O termo antissemitismo tem sido usado, na maioria das vezes, como preconceito e/ou hostilidade aos judeus. Entretanto, se admitirmos, como referido na Bíblia, que semitas são todos os povos descendentes de Sem (um dos filhos de Noé); que dentre esses povos estão incluídos os Árabes e os Hebreus; que esses dois povos compartilham línguas semíticas da mesma origem cultural; se, como sabemos, o Estado de Israel desde a sua criação, vêm tratando os Árabes como cidadãos de segunda classe, vêm incessantemente tentando expulsar ou eliminar todos os árabes da Palestina, a nossa conclusão só podeser a de que o Estado de Israel é antissemita na origem da história.
*Médico. Doutor em Medicina Interna e Terapêutica. Professor Associado-Medicina/UFMT (aposentado).
Inscrições podem ser feitas até 10 de novembro de 2023
De 23 a 26 de novembro, o município de São Cristovão (SE) receberá o III Seminário Nacional Integrado do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCGEDS) do ANDES-SN. O evento será composto pelo V Seminário Nacional de Mulheres, pelo IV Seminário de Diversidade Sexual e pelo V Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas do Sindicato Nacional. Além do evento integrado, o GTPCGEDS realizará também o I Seminário Nacional sobre Abolicionismos Penais, Poder Punitivo e Sistema de Justiça Criminal. Os seminários, que acontecerão na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs - Seção Sindical do ANDES-SN), cumpre uma deliberação do 41º Congresso do ANDES-SN.
A última edição do evento ocorreu no Rio de Janeiro, em 2019, antes da pandemia da Covid -19. “A terceira edição ocorre após uma pandemia, que matou mais de 700 mil pessoas no Brasil, depois de um governo genocida e desastroso. Nesse momento de reconstrução das nossas universidades, institutos e Cefet, é necessário fortalecer os debates e as bandeiras protagonizados pelos movimentos negro, indígena, cigano, LGBTQIAP+, feministas e das pessoas com deficiência. A participação da categoria será fundamental para o fortalecimento destes espaços de formação e formulação de uma política sindical antirracista, antimachista, antilgbtfóbica e anticapacitista no ANDES-SN”, afirma Caroline Lima, 1º secretária e da coordenação do GTPCGEDS do Sindicato Nacional.
Segundo a diretora do ANDES-SN, o Seminário Integrado é uma conquista importante do trabalho desenvolvido no GTPCEGDS, não só pela direção do Sindicato Nacional, mas pela base que se fez presente nas reuniões do GT e que culminaram nessa agenda, assim como o seminário que debaterá abolicionismo penal. “A violência policial e a chamada guerras à drogas vem exterminando a juventude em nossas periferias e favelas. São nossas e nossos estudantes as maiores vítimas dessa desastrosa política de segurança pública que encarcera e mata o nosso povo. A Universidade e as entidades de classe precisam contribuir nesse debate, é necessário a construção de uma outra política de segurança pública, e esse espaço será fundamental para apresentarmos proposições que resultem em um outro projeto político”, ressaltou.
De acordo com a Circular nº 353/2023, as seções sindicais têm até às 18h do dia 10 de novembro para confirmarem a participação das e dos representantes, por meio do preenchimento do formulário disponível no link: https://forms.gle/Xf8QVA6JMTozbtX79
Programação
No primeiro dia, quinta-feira (23), será realizado o I Seminário Nacional sobre Abolicionismos Penais, Poder Punitivo e Sistema de Justiça Criminal. Os temas dsa mesas incluirão formas diferentes de análise do Direito Penal e as suas contribuições para as lutas da classe trabalhadora, o abolicionismo penal e o desdobramento de uma política antipunitivista. No mesmo dia, ocorrerá a mesa de Abertura do III Seminário Integrado do GTPCEGDS do ANDES-SN, com o painel que abordará a luta das pessoas com deficiência e a luta anticapacitista no âmbito do Sindicato.
Na sexta (24), o V Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas do ANDES-SN iniciará com a mesa sobre os 20 anos das lutas pelas cotas raciais, seguida do debate sobre racismo institucional nas universidades, institutos e Cefet.
Já no sábado (25) ocorrerá o IV Seminário Nacional de Diversidade Sexual do ANDES-SN com debates sobre transfeminismos e possibilidades de ocupação travesti na educação, a violência de Estado e a marginalização da população LGBTQIAP+ na educação superior. No final da tarde, acontecerá o V Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN, que discutirá sobre a importância do feminismo para toda a classe trabalhadora.
O debate continuará no domingo (26) com painel sobre as políticas de proteção e de combate à violência de gênero nas instituições de ensino. Ao final do evento será realizada uma roda de conversa com as e os presentes que indicarão propostas para a formulação de políticas sindicais para o enfrentamento às opressões.
Veja aqui a programação completa dos seminários:
23/11 (quinta)
I Seminário Nacional sobre Abolicionismos Penais, Poder Punitivo e Sistema de Justiça Criminal
9h - Mesa 1: O abolicionismo penal e as suas contribuições para as lutas da classe trabalhadora
14h - Mesa 2: Abolicionismo penal e o desdobramento de uma política antipunitivista: um debate interseccional
17h30 - III Seminário Integrado do GTPCEGDS do ANDES
Mesa 1: A luta das pessoas com deficiência e a luta anticapacitista no âmbito do Sindicato
24/11 (sexta)
V Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas do ANDES-SN
9h - Mesa 1: Os 20 anos das lutas pelas Cotas: fortalecer as conquistas e ampliar as lutas
14h - Mesa 2: Racismo institucional nas Universidades, IF e Cefet: combater, debater e enfrentar
25/11 (sábado)
IV Seminário Nacional de Diversidade Sexual do ANDES-SN
9h - Mesa 1: Transfeminismos e possibilidades de ocupação travesti na educação
14h - Mesa 2: Violência de Estado e a marginalização da população LGBTQIAPN+ na educação superior
17h30 - V Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN
Mesa 1: Por um feminismo para toda a classe trabalhadora
26/11 (domingo)
V Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN
9h - Mesa 2: Políticas de proteção e de combate a violência de gênero nas Universidades, IF e Cefet
11h - Roda de conversa: indicações de políticas sindicais para enfrentamento às opressões.
Fonte: Andes-SN
A Assembleia geral realizada pela Adufmat-Ssind nesta segunda-feira, 31/10, encaminhou a disponibilização de formulário para reunir os docentes interessados em participar das atividades da campanha salarial 2024 nos dias 07 e 08/11, próximos, em Brasília.
A ideia é unir docentes e técnicos que queiram participar da mobilização, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Público Federais (Fonasefe), com a intenção de pressionar o Governo Federal a dialogar e garantir a recomposição reivindicada desde o início do ano – cerca de 15% + inflação acumulada em 2024, 2025 e 2026.
A convocação inclui a paralisação por 48h, mas os presentes na assembleia desta segunda-feira avaliaram que não faria sentido aprovar a suspensão das atividades, considerando que a UFMT está em período de recesso letivo.
Para os docentes federais, as perdas salariais acumuladas nos últimos 10 anos giram em torno de 40%.
A estimativa é de que os interessados saiam de Cuiabá no dia 06/11 e cheguem no dia 09/11, em horários ainda a definir. O tipo de transporte será providenciado a partir do número de interessados.
Clique aqui para se inscrever por meio do formulário.
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Juacy da Silva*
“O Papa Francisco, considerando a realidade latino-americana, as dificuldades enfrentadas no continente, orienta: “Fazer política inspirada no Evangelho a partir do povo em movimento pode se tornar uma maneira poderosa de sanar nossas frágeis democracias e de abrir o espaço para reinventar novas instâncias representativas de origem popular. É importantíssimo, pois, qualificar sempre mais a cidadania com a luz que vem de Cristo, efetivando uma genuína cidadania eclesial - a serviço da fraternidade social, do enfrentamento das exclusões e injustiças”. Dom Walmor Oliveira Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte, na ocasião ainda Presidente da CNBB, Cartilha Encantar a Política, 21 Abril de 2022.
A vida política brasileira para muitos analistas é considerada “Sui generis”, ou seja, é uma expressão que se origina do Latim e que significa única de seu próprio gênero, espécie única, sem igual, uma raridade ou que não tem nada semelhante, enfim, algo singular e que, neste sentido, foge `a qualquer lógica mais racional, portanto extremamente difícil de ser entendida.
Os nossos partidos políticos, apesar de ocuparem diferentes pontos, lugares no espectro doutrinário e ideológico, volta e meia agem como aliados, razão mais do que plausível também para que os agentes políticos, que não é uma classe, mas costumam ser chamados de integrantes da “classe política”, também troquem de partidos (como costuma-se trocar de camisas, como se diz) todas as vezes que percebem aumentar a concorrência em seus domínios (“currais”) eleitorais, por alguma “nova” liderança ou pelo desencanto dos eleitores com a falta de cumprimento das promessas feitas pelos candidatos durante o período eleitoral.
É comum políticos se filiarem a partidos de “esquerda” mesmo que suas posições ideológicas ou pensamento econômico, social e religioso seja de “direita”. Basta observar dois políticos de Mato Grosso, que ja ocuparam ou ocupam importantes cargos públicos, em certos momentos de suas trajetórias fizeram parte de partido, cuja matriz ideológica era o Partido Comunista Brasileiro e o Partido Socialista Brasileiro, que esposavam propostas, doutrina e programas voltados para a esquerda; ambos acabaram “retornando” para partidos de “centro” ou direita, sem que isto fosse ou tivesse sido questionado pelos eleitores ou seus antigos ou atuais correligionários.
De forma semelhante podemos observar alguns partidos que integram o chamado “Centrão” que em determinados momentos fizeram parte da base dos Governos petistas Lula e Dilma e, tão logo ocorreu o impeachment da ex-presidente acabaram se bandeando para apoiar o Governo Temer e a seguir se tornaram bolsonaristas “raízes" ou de carteirinha, como de diz.
No momento, esses partidos resolveram também fazer o “L” e ao barganharem cargos e outras benesses por apoio político no Congresso, sem qualquer cerimônia ou pejo estão fazendo parte da base do terceiro Governo Lula, felizes da vida, pois assim poderão usufruir dos privilégios, cargos e emendas parlamentares, do orçamento secreto, para alimentar seus “currais eleitorais”, mesmo que isso acabe criando confusão e disputas políticas e eleitorais nos Estados e municípios, entre aliados no plano federal e adversários ou até inimigos nos Estados e Municípios, como era praxe durante o regime militar.
No momento, a menos de um ano do primeiro turno das eleições e vários meses antes da realização das convenções partidárias, que, em tese e segundo os Estatutos dos Partidos é a instância máxima e única para escolher e homologar candidaturas, assistimos uma luta quase que fratricida entre lideranças dentro dos partidos ou das Federações (alianças) de partidos, para a escolha, de cima para baixo, de quem será o candidato ou candidatos a disputarem com os adversários de outros partidos e ou federações as Prefeituras e as Câmaras Municipais.
Em Cuiabá da mesma forma que na quase totalidade das capitais ou cidades grandes ou de porte médio, com mais 100 mil ; 200 mil ou 300 mil eleitores, enfim, os chamados municípios polos, a luta pela definição de quem ocupará o Palácio Alencastro no caso de Cuiabá, pelos quatro anos seguintes ao término do mandato do atual prefeito está em ritimo acelerado, uma guerra de foice no escuro, como dizem.
Segundo pesquisas de opinião, aos poucos o “panorama” político eleitoral vai se desenhando. O ex-vereador e atual deputado Federal Abílio Júnior, lídimo representante da extrema direita, do bolsonarismo que por pouco não conquistou a última eleição para prefeito da capital e sempre era considerado favorito para as próximas eleições, parece que está perdendo folego, já que a direita, incluindo a extrema direita está “rachada”, pois o Governador Mauro Mendes, um dos Caciques do União Brasil (que já foi do PPS e do PSB) e hoje navega também no reduto bolsonarista tem como preferido outro Deputado Federal do seu partido, Fábio Garcia, que atualmente ocupada o cargo de Chefe da Casa Civil, sempre bem votado, com “pedigree” político, por ser neto do ex-governador Garcia Neto e desta mulher incrível que é Dona Maria Lígia, que deixou marcas significativas na história política e de assistência social de nosso Estado.
Não bastasse este primeiro “racha” na direita, ainda existe outro “racha” dentro do União Brasil, entre o candidato preferido do Governador e o Deputado Eduardo Botelho, Presidente da Assembleia Legislativa, ambos muito bem votados nas últimas eleições em Cuiabá, da mesma forma que outros pretendentes como o deputado estadual Lúdio Cabral e a ex-deputada Federal Rosa Neide, que também travam uma luta ferrenha nos bastidores políticos.
Aí é que entra a questão das duas canoas. Ninguém, além do próprio Deputado Botelho, sabe ou conhece com exatidão a realidade. Se suas “Ameaças” de deixar o União Brasil, caso não seja o escolhido o candidato oficial do Partido, não pela convenção, mas pelos caciques do Partido, ai incluídos além do Governador, do próprio Botelho e dos irmãos Campos, senador e ex-governador Jaime Campos e do também ex-governador, ex-deputado federal, ex-senador e ex-conselheiro do TCE e atualmente Deputado Estadual Júlio Campos, repito, se Botelho não for o escolhido do seu partido realmente vai abandonar o barco ou canoa e pular com os dois pés para uma outra canoa ou partido político?
Só o tempo poderá nos responder. Mas de uma coisa podemos estar certos, de acordo com todas as pesquisas não apenas recentes, mas algumas já de meses ou até quase um ano, dão mostras ou indicam que o nome do Deputado Eduardo Botelho vem crescendo sem parar, deixando, tanto o Deputado Abílio, quando Fábio Garcia, seu adversário/oponente dentro do União Brasil, quanto os possíveis candidatos da Federação PT/PcdoB e PV, ou outros possíveis sejam de partidos como o PSB ou PMDB ou mesmo no hoje “nanico” PSDB bem distantes na preferência nas pesquisas eleitorais.
Ora, se Botelho constata que a preferência pelo seu nome vem crescendo perante o eleitorado, como se diz “em troca de que” ele abriria mão de sua candidatura, sabendo que está sendo cozinhado pelo governador e seu grupo dentro de seu atual partido?
Diante disso, o seu “passe” está sendo super valorizado, diversos partidos já lhe abriram as portas, mas parece que a sua preferência, por razões estratégicas atuais e futuras é migrar ou colocar os dois pés, definitivamente, na “canoa” do PSD, do atual Ministro da Agricultura e senador Carlos Fávaro, apoiador desde as primeiras horas da candidatura Lula em Mato Grosso, bem como outros deputados e próceres políticos, incluindo o Deputado Wilson Santos que já foi deputado estadual por vários mandatos, deputado federal e também prefeito eleito e reeleito de Cuiabá.
Dizem alguns analistas que se Botelho migrar para o PSD e conseguir convencer o PT e demais partidos da Federação Brasil Esperança de ter a ex-deputada Rosa Neide ou o Deputado Lúdio Cabral como vice, essa seria uma chapa invencível, podendo liquidar a fatura no primeiro turno, com apoio do Presidente Lula e de seu governo, é claro.
Todos nós sabemos que ser prefeito de uma Capital ou como no caso Cuiabá, que tem o maior número de eleitores entre todos os municípios é um trampolim para voos mais altos que todos os políticos almejam sempre, nossa capital é, como se diz “a joia da coroa” da política do Estado, garante visibilidade e oferece uma grande oportunidade para que o prefeito eleito demonstre que é um excelente gestor, que devolve o apoio político e eleitoral da população em obras e serviços de qualidade, transformando nossa capital, realmente, em uma cidade moderna, justa, solidária, segura e sustentável, enfim, uma capital que oferece ótima qualidade de vida.
Além de deixar de ficar com os pés em duas canoas, o União Brasil e outro partido, possivelmente o PSD, o Deputado Botelho também irá enfrentar oposição de possíveis candidatos de outros partidos, inclusive da referida federação já mencionada, para formar uma verdadeira aliança que lhe garanta vitória, quem sabe já no primeiro turno das eleições em 2024.
Outro cenário possível é que as “rusgas” internas no União Brasil sejam equacionadas, já que todos os seus caciques, a começar por Botelho, passando pelo Governador, seu preferido Deputado Fábio Garcia e os irmãos Campos (senador Jaime Campos e Deputado Estadual Júlio Campos) estão empenhados para que Botelho fique no União Brasil.
Todos falam em “critérios” para definir quem vai ser candidato e o governador insiste que quer esta “conversa” seja resolvida antes de sua viagem `a China. Independente de critérios, temos duas possibilidades: a) Botelho é ungido ou b) Fábio Garcia é ungido candidato do partido. Ai surge a pergunta, e se o Deputado Botelho não for o ungido, ele fica no União e abdica de seu sonho de ser prefeito e futuramente alçar voos mais altos? Ou “chuta o pau da barraca” e cai fora do União Brasil e busca um novo partido?
Creio que as próximas eleições municipais, principalmente nos maiores redutos eleitorais ocorrerá entre candidatos que representem a extrema direita, o bolsonarismo que continua mais vivo do que nunca e quem apoia ou participa do Governo Lula, independente dos problemas concretos pertinentes a vida das cidades e dos municípios.
Essas eleições serão, na verdade, um termômetro, do que poderá acontecer nas eleições gerais de 2026, para a Presidência da República, o Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados), as Asssembleias Legislativas e os governos estaduais e do Distrito Federal, ou seja, faz parte de um complexo xadrez político, campo de disputa estratégica que irá definir não apenas os destinos da vida municipal, mas também o futuro do Brasil.
Vamos aguardar, ansiosamente, que o Deputado Botelho não fique com os pés em duas canoas e que também os demais partidos coloquem em pauta, não apenas a escolha de seus candidatos, através da decisão de suas cúpulas partidária, aguardando as convenções apenas homologarem a vontade e a escolha de seus caciques.
Todavia, fica faltando algo mais importante que a escolha antecipada dos candidatos que é na verdade um plano de governo, com indicações básicas para a definição de políticas públicas municipais em todos os setores, além, é claro, de um alinhamento programático com as políticas públicas e não apenas político e ideológico, com os partidos e forças que ocupam os governos estaduais e federal.
De pouco adianta a gente ficar discutindo nomes se esses nomes não apresentarem as propostas de como irão governar e como irão utilizar o suado dinheiro do contribuinte, sem planejamento, programas, projetos que são as bases das políticas públicas, quem será ou deixará de ser candidato a prefeito ou vereadores perdem o sentido.
Oxalá este novelo tanto em Cuiabá quanto nos demais municípios de Mato Grosso, da mesma forma que em outros Estados e no Distrito Federal seja “desenrolado” o quanto antes!
Por enquanto o povão e a chamada “militância” partidária continuam meros espectadores deste grande teatro chamado política brasileira. Precisamos lutar para que o povo, os eleitores realmente sejam protagonistas de fato e não apenas contribuintes que pagam impostos e nada decidem!
Só assim podemos dizer que política, a democracia e a cidadania tem como fundamento básico a participação popular.
*Juacy da Silva, professor titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy
Assembleia Geral da Adufmat-Ssind realizada nesta terça-feira, 31/10, encaminhou participação na caravana que está sendo organizada pelas entidades que representam os servidores públicos em Brasília nos dias 07 e 08/11 para fortalecer a campanha salarial e aguardar os desdobramentos dos 28,86% sem indicativo de greve.
A convocação para debater e encaminhar essas questões foi publicada no dia 26/10, com os seguinte pontos de pauta: informes, análise de conjuntura, indicativo de greve dos 28,86%, e paralisação e caravana a Brasília pela campanha salarial (07 e 08/11).
Durante os informes, a diretora geral adjunta, Lélica Lacerda, falou sobre a ação judicial contra o parcelamento das férias na UFMT, que foi iniciada, mas até o momento não há manifestação. Esta questão deverá ser debatida juntos a outros pontos represados, que farão parte da pauta de uma nova assembleia, que será convocada na próxima semana. A diretora lembrou que já começou o prazo para inscrições de chapas candidatas à Reitoria da universidade.
Pelo Andes – Sindicato Nacional, o professor Breno dos Santos informou sobre o falecimento da professora Marinalva Oliveira, ex-presidente da entidade e grande referência de luta. Por conta disso, houve o adiamento de algumas atividades.
A professora Ana Paula Sacco, diretora de Comunicação da Adufmat-Ssind, revelou que em breve será iniciado o processo eleitoral para representação local do sindicato no Araguaia.
Análise de conjuntura
No debate sobre conjuntura, as intervenções foram no sentido de que a precarização da Educação, as guerras e o não pagamento dos 28,86% estão relacionados, pois têm a ver com a centralidade do sistema capitalista, que não é o atendimento das necessidades humanas, mas o lucro de alguns.
“Por que não se executa os 28,86%? Porque o Haddad precisa garantir superávit primário para os bancos internacionais, por meio do pagamento da Dívida Pública. Nossa pauta não é exclusivamente jurídica. Acima do desembargador está o Governo Federal [representado pela Procuradoria Geral da União], existe uma dimensão política sim dessa questão”, afirmou Lélica Lacerda.
A docente destacou, ainda, que o mesmo Governo que denunciou um golpe, porque a Justiça estaria descumprindo a lei, sustenta agora políticas fiscais que atrapalham o cumprimento da determinação judicial de pagamento dos 28,86%. Além disso, é outra contradição discursar em defesa da democracia sem respeitar instituições e os poderes.
O professor Breno Santos destacou que temas como carreira e recomposição salarial mobilizam a categoria desde o início do ano. “Há uma série de demandas apresentadas que não tiveram respostas satisfatórias por parte do governo”, afirmou.
A próxima reunião com o Governo Federal para debater a pauta salarial está agendada para 16/11, quando poderá ocorrer nova mobilização. Vale destacar que a defasagem salarial da categoria nos últimos 10 anos está em torno de 40%.
Indicativo de greve dos 28,86%:
Ao final das exposições sobre o processo dos 28,86%, que, de certa forma, costurou todos os pontos de pauta da assembleia, os presentes decidiram aguardar os desdobramentos jurídicos do caso sem indicativo de greve.
No entanto, aprovaram também a realização de ações para mobilizar os professores, especialmente os que são recém chegados ao serviço público, por meio de intervenções socioculturais e campanha de sindicalização, além da elaboração de uma nota explicativa sobre os 28,86%, com linguagem mais acessível a quem não pertence à área jurídica.
Paralisação e caravana a Brasília pela campanha salarial (07 e 08/11)
Após debate, a plenária encaminhou que a Adufmat-Ssind vai aderir à caravana que está sendo organizada pelo Sintuf-MT, combinando com o sindicato dos servidores técnicos-administrativos qual será o tipo de transporte contratado para atender à adesão de docentes e técnicos. Os presentes entenderam, ainda, que não é possível construir paralisação neste momento, considerando que a UFMT está em período de recesso.
O sindicato fará uma matéria sobre a caravana, disponibilizando formulário para inscrição dos interessados.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Circular nº 399/2023
Brasília (DF), 30 de outubro de 2023.
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretore(a)s do ANDES-SN
Assunto: Reagendamento da Reunião do Grupo de Trabalho Seguridade Social Assuntos de Aposentadoria (GTSSA)
Companheiro(a)s,
Considerando:
- o cancelamento das atividades do final de semana de 28 e 29 de outubro pelas razões informadas pela circular nº 396/2020;
- a circular nº 392/2023 que convoca o 42º Congresso do ANDES-SN e o calendário de sua preparação;
A coordenação convoca a Reunião do Grupo de Trabalho Seguridade Social / Assuntos de Aposentadoria (GTSSA), conforme o que se segue:
Data: 25 e 26 de novembro de 2023 (sábado e domingo)
Horário: Início: sábado às 9h. Término: domingo, 13h.
Local: Sede do ANDES-SN, em Brasília (sala de reuniões, 2º andar)
A programação da reunião com a pauta e convidados (as) segue anexa.
Ressaltamos a necessidade da confirmação da participação de até dois (duas) representantes, por meio do preenchimento do formulário disponível no link https://forms.gle/yUsD5QSvzLiRJd759 até o dia 17 de novembro de 2023 (sexta-feira).
As seções sindicais que quiserem socializar os seus informes devem enviar até às 18h do dia 24 de novembro (sexta-feira), exclusivamente por formulário disponível no link https://forms.gle/6nVg35YEqdAaWnNP6, para ser publicado junto ao relatório da reunião.
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Prof. Francielli Rebellato
Secretária-Geral
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Juacy da Silva*
“O Sínodo nos chama a nos tornarmos uma Igreja que caminha com alegria, humildade e criatividade neste nosso tempo, ciente de que somos todos vulneráveis e precisamos uns dos outros. E acrescento: caminhar buscando gerar vida, multiplicar a alegria, não apagar os fogos que o Espírito acende nos corações. Esta foi a veemente exortação de Francisco ao receber em audiência na manhã desta quinta-feira (25/05) na Sala Paulo VI, no Vaticano, os bispos e delegados do “Caminho sinodal das Igrejas na Itália”, um expressivo grupo de cerca de mil pessoas. Este encontro se insere em meio a um processo sinodal que diz respeito a toda a Igreja e, nela, as Igrejas locais, nas quais os Canteiros sinodais se constituíram como uma bela experiência de escuta do Espírito e de discussão entre as diferentes vozes das comunidades cristãs, observou o Papa”. Fonte: Site Vatican News, 25 Maio 2023.
Ao final da Primeira Sessão do Sínodo dos Bispos, mas que também contou com a presença de Leigos, Leigas, Sacerdotes, religiosas, religiosas e pessoas de outras crenças, religiões, produziu um relatório sobre as conclusões atingidas durante mais de um mês de trabalho, relatório este que deverá ser divulgado oportunamente detalhando cada aspecto debatido e as “conclusões preliminares” e as pistas para a continuidade dos trabalhos durante esses próximos meses até Outubro de 2024, quando, novamente o Sínodo deverá se reunir no Vaticano.
Graças `a coragem e a inspiração do Papa Francisco que com sua fé inabalável, sua pertinácia e, vale dizer, sua CORAGEM, está buscando estimular, sempre o diálogo franco e respeitoso, uma reflexão profunda sobre o CAMINHAR DA IGREJA, reduzindo os espaços de um clericalismo abstrato, alienado e que desvirtua a jornada da mesma, principalmente diante dos grandes desafios que o mundo e a humanidade tem diante de si, a começar pela degradação do Planeta, pela destruição da biodiversidade, pela gravíssima crise climática, que não apenas destrói a natureza, mas também a vida humana, tornando-a impossível de existir e também quanto `a forma que a Igreja é administrada em seu cotidiano.
Alèm da defesa da CASA COMUM, a defesa da ECOLOGIA INTEGRAL, outro desafio imenso que a igreja tem diante de si, neste início de um novo Milênio, é a questão da pobreza e suas consequências como a fome, a miséria, a exclusão, o racismo, a homofobia, a transfobia e todas as demais formas de discriminação e racismo, o que, de fato vai na contramão dos ensinamentos dos Evangelhos e da OPÇÃO PREFERENCIAL que a Igreja tem feito em favor dos POBRES, EXCLUÍDOS E EXCLUIDAS.
Esta opção deve estar concretizada não apenas em formas assistencialistas, paternalistas de enfrentar tal desafio, mas, fundamentalmente por uma CARIDADE Promocional e também por uma CARIDADE LIBERTADORA, que resulte em mudanças profundas das estruturas e práticas que geram tais problemas e desafios que exigem transformações estruturais tanto na economia, quanto na política e nas nossas relações humanas, sociais, culturais e religiosas.
Outro desafio que o Sínodo aponta é a QUESTÃO DA VIOLÊNCIA, não apenas a violência doméstica contra crianças, adolescentes, jovens, mas também a violência contra as mulheres, as pessoas idosas e as portadoras de tantas formas de deficiência, as quais, jamais, devem ser objeto de práticas discriminatórias ou do racismo conjuntural ou racismo estrutural.
As atenções do Sínodo nesta questão da VIOLÊNCIA também voltou-se para este flagelo, esta bestialidade humana que são os conflitos armados, as guerras civis ou guerras entre países e povos que só alimentam o sofrimento, as migrações forçadas e morte de vítimas civis inocentes, principalmente crianças e pessoas idosas. Esta violência só favorece e ajudam os lucros dos fabricantes de armas e outros artefatos de destruição e os mercadores da morte, contra isso a Igreja não pode ter posição dúbia.
Diante de tudo isso, a Igreja não pode continuar com suas estruturas obsoletas, fechada em si mesma, em seus ritos e práticas que acabam se distanciando de seu verdadeiro caminho que é a evangelização de forma solidária e comprometida com a conversão espiritual, mas sempre atenta aos desafios temporais, sob pena, de que se assim não o fizer, estar sendo conivente com práticas desumanas, representado pelo PECADO DA OMISSÃO, pecado da insensibilidade e PECADO ECOLÓGICO.
Para compreendermos melhor o sentido e o significado deste Sínodo, que teve início há mais de dois anos quando da escuta das Igrejas Locais em todos os países e em todos os continentes, quando foram ouvidos os “Clamores da terra e dos pobres”, até esta etapa que se encerra da Primeira Sessão, é fundamental que possamos ler e refletir sobre a CARTA AO POVO DE DEUS, firmada por todos os participantes do Sínodo, inclusive, pelo Papa Francisco, que, com certeza, em tempo oportuno também, como sempre acontece, produzirá mais uma de suas Exortações Apostólicas, sintetizando os ensinamentos, as pistas e os caminhos que a Igreja deve seguir nesta nova Etapa do Sínodo.
Para que a Igreja seja realmente SINODAL, ela precisa ser também uma Igreja ABERTA, SAMARITANA, Misericordiosa, estar sempre ao lado dos pobres, excluídos e oprimidos e, por isso, também uma IGREJA PROFÉTICA e corajosa, enfrentando todos os desafios que afligem o povo de Deus e a Humanidade inteira. Por isso, em nossa caminhada como povo de Deus precisamos de estar sempre de “olhos e ouvidos abertos, corações ardentes e pés a caminho”, que é o Lema da Igreja Sinodal e não apenas do conclave denominado de Sínodo dos Bispos!
Este é o contexto quando se fala em “COMUNHÃO, MISSÃO E PARTICIPAÇÃO”.
A seguir, transcrevo a Carta Publicada no “site” RevistaMissões, da Ordem dos Consolatas, no dia 25 de Outubro de 2023. Vale a pena ser lida e que possamos refletir profundamente sobre este importante passo na vida da Igreja.
"CARTA AO POVO DE DEUS": A SINODALIDADE É O CAMINHO DO TERCEIRO MILÊNIO,
A Carta da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos ao Povo de Deus foi publicada nesta quarta-feira. A leitura do esboço da Carta foi recebida com aplausos pela assembleia na manhã de terça-feira.
Publicada nesta quarta-feira a Carta da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos ao Povo de Deus. Eis a integrada da mesma:
Queridas irmãs e irmãos,
ao chegar ao fim dos trabalhos da primeira sessão da XVI a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, queremos, com todos vós, dar graças a Deus pela bela e rica experiência que tivemos. Vivemos este tempo abençoado em profunda comunhão com todos vós. Fomos sustentados pelas vossas orações, trazendo conosco as vossas expectativas, os vossos questionamentos, e também os vossos receios. Já passaram dois anos desde que, a pedido do Papa Francisco, iniciámos um longo processo de escuta e discernimento, aberto a todo o povo de Deus, sem excluir ninguém, para "caminhar juntos", sob a guia do Espírito Santo, discípulos missionários no seguimento de Jesus Cristo.
A sessão que nos reuniu em Roma desde 30 de setembro foi um passo importante neste processo. Em muitos aspectos, foi uma experiência sem precedentes. Pela primeira vez, a convite do Papa Francisco, homens e mulheres foram convidados, em virtude do seu batismo, a sentarem-se à mesma mesa para participarem não só nos debates mas também nas votações desta Assembleia do Sínodo dos Bispos. Juntos, na complementaridade das nossas vocações, carismas e ministérios, escutámos intensamente a Palavra de Deus e a experiência dos outros. Utilizando o método do diálogo no Espírito, partilhámos humildemente as riquezas e as pobrezas das nossas comunidades em todos os continentes, procurando discernir aquilo que o Espírito Santo quer dizer à Igreja hoje. Assim, experimentámos também a importância de promover intercâmbios mútuos entre a tradição latina e as tradições do Oriente cristão. A participação de delegados fraternos de outras Igrejas e Comunidades eclesiais enriqueceu profundamente os nossos debates.
A nossa assembleia decorreu no contexto de um mundo em crise, cujas feridas e escandalosas desigualdades ressoaram dolorosamente nos nossos corações e conferiram aos nossos trabalhos uma gravidade peculiar, tanto mais que alguns de nós provinham de países onde a guerra deflagra. Rezámos pelas vítimas da violência assassina, sem esquecer todos aqueles que a miséria e a corrupção atiraram para os perigosos caminhos da migração. Comprometemo-nos a ser solidários e empenhados ao lado das mulheres e dos homens que operam em todo lugar do mundo como artesãos da justiça e da paz.
A convite do Santo Padre, demos um importante espaço ao silêncio para favorecer entre nós a escuta respeitosa e o desejo de comunhão no Espírito. Durante a vigília ecuménica de abertura, experimentámos o quanto a sede de unidade cresce na contemplação silenciosa de Cristo crucificado. "A cruz é, de facto, a única cátedra d'Aquele que, dando a sua vida pela salvação do mundo, confiou os seus discípulos ao Pai, para que 'todos sejam um' (Jo 17,21)". Firmemente unidos na esperança que a Sua ressurreição nos dá, confiámos-lhe a nossa Casa comum, onde o clamor da terra e o clamor dos pobres ressoam cada vez com mais urgência: "Laudate Deum! ", recordou o Papa Francisco logo no início dos nossos trabalhos.
Dia após dia, sentimos um apelo premente à conversão pastoral e missionária. Com efeito, a vocação da Igreja é anunciar o Evangelho não se centrando em si mesma, mas pondo-se ao serviço do amor infinito com que Deus ama o mundo (cf. Jo 3,16). Quando lhes perguntaram o que esperam da Igreja por ocasião deste Sínodo, alguns sem-abrigo que vivem perto da Praça de S. Pedro responderam: "Amor! ". Este amor deve permanecer sempre o coração ardente da Igreja, o amor trinitário e eucarístico, como recordou o Papa evocando a mensagem de Santa Teresa do Menino Jesus a 15 de outubro, a meio da nossa assembleia. É a "confiança" que nos dá a audácia e a liberdade interior que experimentámos, não hesitando em exprimir livre e humildemente as nossas convergências e as nossas diferenças, os nossos desejos e as nossas interrogações, livre e humildemente.
E agora? Gostaríamos que os meses que nos separam da segunda sessão, em outubro de 2024, permitam a todos participar concretamente no dinamismo de comunhão missionária indicado pela palavra "sínodo". Não se trata de uma questão de ideologia, mas de uma experiência enraizada na Tradição Apostólica. Como o Papa reiterou no início deste processo, "Comunhão e missão correm o risco de permanecer termos algo abstractos se não cultivarmos uma práxis eclesial que exprima a concretude da sinodalidade (...), promovendo o envolvimento real de todos e de cada um" (9 de outubro de 2021). Os desafios são muitos, as questões numerosas: o relatório de síntese da primeira sessão esclarecerá os pontos de acordo alcançados, destacará as questões em aberto e indicará a forma de prosseguir os trabalhos.
Para progredir no seu discernimento, a Igreja precisa absolutamente de escutar todos, a começar pelos mais pobres. Isto exige, de sua parte, um caminho de conversão, que é também um caminho de louvor: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos" (Lc 10,21)! Trata-se de escutar aqueles que não têm direito à palavra na sociedade ou que se sentem excluídos, mesmo da Igreja. Escutar as pessoas que são vítimas do racismo em todas as suas formas, especialmente, nalgumas regiões, os povos indígenas cujas culturas foram desprezadas. Acima de tudo, a Igreja do nosso tempo tem o dever de escutar, em espírito de conversão, aqueles que foram vítimas de abusos cometidos por membros do corpo eclesial e de se empenhar concreta e estruturalmente para que isso não volte a acontecer. A Igreja precisa de escutar os leigos, mulheres e homens, todos chamados à santidade em virtude da sua vocação batismal: o testemunho dos catequistas, que em muitas situações são os primeiros anunciadores do Evangelho; a simplicidade e a vivacidade das crianças, o entusiasmo dos jovens, as suas interrogações e as suas chamadas; os sonhos dos idosos, a sua sabedoria e a sua memória.
A Igreja precisa de colocar-se à escuta das famílias, as suas preocupações educativas, o testemunho cristão que oferecem no mundo de hoje. Precisa de acolher as vozes daqueles que desejam se envolver em ministérios leigos ou em órgãos participativos de discernimento e de tomada de decisões. Para progredir no discernimento sinodal, a Igreja tem particular necessidade de recolher ainda mais a palavra e a experiência dos ministros ordenados: os sacerdotes, primeiros colaboradores dos bispos, cujo ministério sacramental é indispensável à vida de todo o corpo; os diáconos, que com o seu ministério significam a solicitude de toda a Igreja ao serviço dos mais vulneráveis. Deve também deixar-se interpelar pela voz profética da vida consagrada, sentinela vigilante dos apelos do Espírito. Precisa ainda de estar atenta a todos aqueles que não partilham a sua fé, mas que procuram a verdade e nos quais o Espírito, que "a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido" (Gaudium et spes 22), também está presente e atua.
"O mundo em que vivemos, e que somos chamados a amar e a servir mesmo nas suas contradições, exige da Igreja o reforço das sinergias em todos os âmbitos da sua missão. É precisamente o caminho da sinodalidade que Deus espera da Igreja do terceiro milénio" (Papa Francisco, 17 de outubro de 2015). Não tenhamos medo de responder a este apelo. A Virgem Maria, a primeira no caminho, nos acompanha em nossa peregrinação. Nas alegrias e nas fadigas, ela mostra-nos o seu Filho que nos convida à confiança. É Ele, Jesus, a nossa única esperança!
Cidade do Vaticano, 25 de outubro de 2023
*Juacy da Silva, professor titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy
Estudantes de diversas universidades do país estão mobilizados por melhores condições de ensino e permanência em suas instituições. Em muitos locais, também cobram a ampliação do corpo docente.
No Maranhão, desde o dia 28 de setembro, cerca de 40 estudantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) ocupam a Reitoria da instituição por mais investimento na assistência e infraestrutura estudantil, no Restaurante Universitário (RU), segurança e acessibilidade para pessoas com deficiência.
As e os estudantes denunciam que a entrega de alimentos fora da validade e a escassez de comida comprometem a permanência na universidade. Faltam ainda itens básicos como papel higiênico e álcool em gel. Na última semana, a assembleia geral da Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma-Seção Sindical do ANDES-SN) aprovou uma moção de apoio irrestrito às e aos estudantes que ocupam a Reitoria.
Na Bahia, estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) estão em greve, protestando por direitos, nomeação de professoras e professores, ampliação e permanência estudantil através de 1% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para a permanência das quatro universidades estaduais baianas e a recomposição ampliação do orçamento universitário de 7% da RLI para as quatro universidades estaduais baianas (Ueba).
Em nota, a Associação de Docentes da Uefs (Adufs SSind.) reconheceu a legitimidade da greve estudantil e enfatizou a sua importância, diante de um cenário de anos de extremo descaso dos governos estaduais. No dia 18 de outubro, as e os professores das Ueba paralisaram as atividades, e se somaram à luta estudantil. Na manhã da terça-feira (24), as e os estudantes bloquearam a BR-116 Norte, próximo à universidade, para chamar a atenção da sociedade sobre a greve iniciada no dia 6 de outubro.
Já em São Paulo, a Reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acatou as reivindicações das e dos estudantes, que encerraram a greve na última sexta-feira (20), após 17 dias de luta. Durante o movimento grevista, conforme o Diretório Central dos Estudantes (DCE), 91% dos institutos foram paralisados.
As e os estudantes se comprometeram a desocupar o prédio do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) ao longo desta semana. O estopim para a greve ocorreu no dia 3 de outubro quando Rafael Leão, docente do Imecc, que portava faca e spray de pimenta em sala de aula, ameaçou estudantes que protestavam contra a privatização de órgãos estaduais e a precarização das instituições públicas de ensino.
Além disso, as e os manifestantes reivindicavam a implementação das cotas para pessoas trans e com deficiência (PCD); melhorias na infraestrutura dos campi (Limeira e Barão Geraldo) na moradia estudantil; a abertura do restaurante universitário aos finais de semana; contratação de docente, funcionárias e funcionários; reforma no prédio do Instituto de Artes, melhorias nas Bolsas de Permanência; entre outras.
Ameaça a estudantes na USP
Na Universidade de São Paulo (USP), as e os estudantes iniciaram greve no dia 21 de setembro, reivindicando a contratação de docentes e a implantação de mudanças no Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE), como o fim do teto de concessão de bolsas e o aumento no valor dos benefícios.
Nessa quarta-feira (25), a Pró-Reitoria de Graduação enviou uma circular que abre a possibilidade de reprovação de estudantes grevistas, com a orientação para contabilizar faltas para todos estudantes referentes às aulas programadas durante os 37 dias de greve. Tal posicionamento vai de encontro com a garantia de não punição política a estudantes, garantida pela reitoria.
Fonte: Andes-SN (com informações dos diretórios centrais estudantis, seções sindicais do ANDES-SN e os jornais locais Acorda Cidade e A Verdade)
“Todo país que invade outro está roubando”, disse Assan Fouad Salim, representante da Sociedade Beneficente Muçulmana de Cuiabá, nessa quinta-feira, 26/10, em debate realizado pelo Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia (GTC&T) da Adufmat-Ssind. O evento, com o título” Israel-Palestina, o genocídio moderno: 75 anos de conflito”, teve como objetivo apresentar alguns elementos omitidos pela mídia convencional sobre mais um triste episódio de massacre do povo palestino.
A palestra, mediada pelo coordenador do GTC&T, José Domingues de Godoi, começou com uma exposição histórica do surgimento do território palestino, ocupado pelos filisteus mais de dez séculos antes de Cristo. O território sempre teve a presença de diferentes religiões, mas desde o advento do cristianismo, as três principais são: muçulmana, judaica e cristã. Segundo o palestrante, cerca de 20% da população que vivem em Gaza, hoje, é cristã, informação que a mídia não explora, porque é mais fácil criminalizar muçulmanos. “Todas essas religiões são monoteístas, acreditam no mesmo Deus. Não se trata de guerra religiosa, essa é uma guerra econômica”, destacou Salim.
O convidado continuou lembrando que o Estado de Israel foi criado em 1948, após o fim do Império Otomano e da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Isso ocorreu dentro da Organização das Nações Unidas (ONU), com o voto de minerva do Brasil. “O slogan utilizado na época era ‘uma terra sem povo, para um povo sem terra’. Mas a terra tinha povo, e foi aí que começaram as atrocidades”, afirmou. Logo de cara, a 1ª Guerra Árabe-Israelense resultou na tomada de 75% do território palestino pelo Estado de Israel.
Quase 20 anos depois, em 1967, a população árabe se revoltou contra a situação, especialmente contra as intervenções realizadas pelos Estados Unidos da América e Inglaterra. Houve confronto e, a partir daí, com a ajuda dos dois países citados, Israel aprofundou ainda mais a tomada do território palestino. Em 1993, por meio dos “acordos de Oslo”, o então presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, tentou um acordo de paz com o Governo de Israel, mediado pelo presidente dos Estados Unidos. O acordo, assinado, mas nunca cumprido, previa a criação do Estado Palestino e a devolução ou indenização pelos territórios roubados.
Em 2008, nova ofensiva contra Gaza. O território se tornou um verdadeiro campo de concentração, com a justificativa alimentada a partir de 11 de setembro 2001: guerra contra o terrorismo.
“É interessante observar que todas as vezes que há governos fracos em Israel ou nos Estados Unidos, alguma tragédia relacionada ao povo árabe ocorre. A demonstração de poderio de guerra contra a figura criada do ‘terrorista’ eleva o grau de aprovação desses políticos. Mas eu pergunto a vocês, o que ser terrorista? Ser terrorista é produzir terror. Nesse sentido, os Estados Unidos são terroristas? A Rússia é terrorista? Israel é terrorista?”, provocou o convidado.
Não havia nenhuma arma química no Iraque. Há um abismo entre o potencial militar de Israel e de Gaza. A questão, de forma resumida, leva à disputa por poder político, bélico e econômico. Os territórios palestinos têm gás e petróleo que podem gerar centenas de bilhões de dólares, como a própria ONU já divulgou. Além disso, Israel é uma das maiores potências armamentistas do mundo. As armas que matam palestinos são as mesmas que matam nas favelas brasileiras. Em 2022, Israel arrecadou mais de US$ 12,5 bilhões em exportações no setor de armamentos. Essa é a sua maior fonte de receitas, além da indústria de turismo religioso.
Parece contraditório, mas em nome do capitalismo, o território sagrado para fiéis de pelo menos três grandes religiões no mundo, onde teria nascido (Palestina), vivido e morrido Jesus Cristo (Israel), tem protagonizado grandes atrocidades, em vez do amor e respeito ao próximo.
Confira aqui a íntegra da Palestra realizada na Adufmat-Ssind nesta quinta-feira, 26/10.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind