Sexta, 27 Outubro 2017 20:50

 

 

Em 1905, a população russa, em profundas condições de miserabilidade, resolve pedir ajuda ao seu czar, Nicolau Romanov (ou Nicolau II). Pensavam que, por algum motivo, o monarca não conseguia enxergar as dificuldades do seu povo, e certamente um grande apelo o faria resolver imediatamente os problemas mais graves.

 

Num dia de janeiro, após a missa, as famílias seguiram o padre em marcha até o Palácio de Inverno para entregar uma carta de reivindicações. Caminharam pela neve crianças, idosos, homens e mulheres, sem imaginar que seriam massacrados sem piedade pelo exército do homem que acreditavam ser o escolhido por Deus para governar.    

 

O chamado Domingo Sangrento, lembrado pelos palestrantes dessa quinta-feira, 26/10, segundo dia do Seminário 100 anos da Revolução Russa, foi um dos principais fatores para o fortalecimento da situação revolucionária naquele país. A repressão se repetiria em outros momentos, espalhando o medo. Mas cada novo confronto fazia crescer também na população o sentimento de revolta.

 

“As derrotas são importantes no amadurecimento da luta. Por isso nós temos de lembrar de tantas outras que não se concretizaram, como a Revolução Alemã, de 1918. Nós avaliamos os erros e avançamos a partir disso. Depois do massacre no Domingo Sangrento, os russos voltaram para a frente do Palácio do czar levando uma faixa com uma frase muito significativa: nós lembramos!”, disse professora Camila Marques (Ciências Sociais), palestrante da primeira mesa do dia.  

 

 

Mas foi no período da Primeira Guerra Mundial que os trabalhadores perderam, de vez, a paciência. Além da fome, da miséria e do medo, os russos também enterravam centenas de soldados mortos nos campos de batalha todas as semanas. Ao contrário de todas as orientações dos movimentos populares, em 23 de fevereiro de 1917, que no calendário utilizado na época (juliano) corresponde ao 08 de março (gregoriano), as mulheres decidiram protestar, impedindo o trabalho nas fábricas e forçando os demais trabalhadores a tomar as ruas.

 

“Há registros de outras manifestações de mulheres pelo mundo nesse período, mas o Dia Internacional das Mulheres é, de fato, inspirado na greve provocada pelas trabalhadoras russas, o ponto de partida da revolução de outubro”, afirmou Marques.

 

A greve tomou força nos dias seguintes, obrigando Nicolau II a abdicar do poder. Um governo provisório se instala, com a promessa de retirar a Rússia da guerra, entre outras coisas. Sem cumprir os compromissos, também cai. Em 25 de outubro, a população toma o Palácio de Inverno, dirigida pelo partido bolchevique. O medo muda de lado.

 

 

A Revolução Russa e direitos

 

 

“Uma revolução é um processo, não é um evento. Não se resume à data da insurreição. Durante um processo revolucionário, a coisa mais importante para todas as pessoas é a participação nos debates e nas decisões políticas. As transformações da consciência acontecem numa velocidade inimaginável. O que antes parecia impossível, se torna possível. As pessoas estão se transformando a si próprias, crescendo”, afirmou o professor Valério Arcary (História) logo no início do debate da noite de quinta-feira.

 

Com riqueza de detalhes, o docente retratou todo o cenário russo, e destacou as principais contribuições desse momento histórico para a classe trabalhadora. “Nós celebramos a Revolução Russa, primeiro, porque ela mostrou que é possível”, disse o docente.

 

 

De acordo com Arcary, devemos à Revolução Russa direitos trabalhistas como a regulamentação, por lei, do salário mínimo - entre outros que os trabalhadores brasileiros conseguiram pautar a partir da década de 1930 -, e direitos sociais como educação e saúde públicas. Além disso, os avanços também contemplaram reivindicações históricas das mulheres, como o direito ao voto e a autonomia sobre o próprio corpo, com a descriminalização do aborto, entre outros.                             

 

Assim, a Revolução Russa fez o medo mudar de lado. “O capitalismo se vê obrigado a fazer reformas para evitar novos outubros. A classe dominante aprende a governar. Entende que para preservar os dedos, é preciso perder alguns anéis”, explicou o professor.     

 

O capitalismo desenvolve ferramentas para afastar da memória dos trabalhadores o quão importante foi a primeira experiência de uma sociedade pensada e governada pela classe operária. Reduzem as conquistas que repercutiram em todo o mundo aos equívocos do período liderado por Stálin, que na leitura dos militantes e pesquisadores marxistas foi responsável pela abertura da Rússia ao sistema capitalista, simbolizada pela queda do muro de Berlim, em 1989. Isolar o país, reduzir a participação dos trabalhadores nos espaços decisórios, e perseguir os militantes são ações que não correspondem às práticas políticas que começaram a ser construídas no processo revolucionário. Trata-se de um outro processo, contrarrevolucionário.

 

Dessa forma, o Capital esforça-se para solidificar a falsa ideia de que a expressão máxima da democracia deve ser o direito ao voto, e que as conquistas devem se dar dessa forma.    

 

“O que vocês acham mais democrático, colocar um voto numa urna, ou debater e decidir presencialmente todas as questões que importam para a sociedade? Nada é mais legítimo do que uma revolução”, provocou o professor.

 

Mais atividades

 

Durante a tarde de quinta-feira, a organização do evento exibiu o documentário “Pão, Paz e Terra”, palavras que simbolizam as demandas da experiência Russa, e a professora Camila Marques concluiu o mini-curso "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa”.  

 

Na sexta-feira, 27/10, último dia do evento, os participantes seguem falando sobre comunicação e arte no período revolucionário.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

 

 

Quarta, 11 Outubro 2017 17:49

 

 

Os 100 anos que abalaram o mundo também serão objeto de discussão na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind). Entre 25 e 27/10, a comunidade acadêmica, e toda a população interessada, poderá participar gratuitamente do Seminário 100 anos da Revolução Russa, no auditório do sindicato, com programações ao longo dos três dias.

 

Pesquisadores da UFMT e de outras universidades do país foram convidados para abordar temas que contemplam desde o cenário histórico anterior à Revolução, seus reflexos posteriores, o papel fundamental das mulheres nesse processo, e cultura e arte revolucionárias, até ciência e tecnologia na União Soviética.

 

Também haverá um mini-curso com tema “Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa”, ministrado pela professora do Instituto Federal de Goiás (IFG), Camila Marques. No dia 27, haverá, ainda a exibição de filme com a temática, seguido de debate.

 

Os participantes receberão certificado e não é necessário fazer inscrição prévia.

 

Confira a programação na íntegra:

 

25/10/17

 

8h - Abertura e Mesa de Debate: "A Revolução Russa e um resgate da perspectiva revolucionária"

(Professor Ivo Tonet/UFAL)

 

14h - Mini-curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 1

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia na URSS”

(Professor José Domingues Godoi/ UFMT)

 

_ _ _ _ _ _

 

26/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "As mulheres na Revolução Russa"

(Professora Camila Marques/IFG)

 

14h – Mini - curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 2

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "A Revolução Russa e seus reflexos"

(Professor Valério Arcary/IFSP)

 

_ _ _ _ _ _

 

27/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "Arte na Revolução Russa: Rússia e México"

(Professor Pablo Diener/UFMT)

 

14h - Exibição de filme sobre a Revolução Russa, seguida de debate.

 

19h30 - Mesa de Debate: "O cinema soviético e Sergei Eisenstein"

(Professor Flávio Trovão/ UFMT-Roo)

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 25 Julho 2017 18:11

 

 

No dia 14/08, mulheres de Sinop e região planejam dar um grande passo para fortalecer a luta contra a violência à mulher. A Adufmat-Seção Sindical do Andes, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso, o DCE 7 de Novembro da UFMT/Sinop, entre outras entidades locais, realizarão uma série de atividades, com o ponto de partida no Fórum de Debate de Políticas Públicas para Mulheres da Mesorregião Norte Mato-grossense.

 

O evento, que será realizado a partir das 18h, na UFMT de Sinop, tem ainda a parceria do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MT), Movimento de Mulheres Olga Benário, Mulheres da Amazônia, e Ordem dos Advogados do Brasil 6ª Subseção de Sinop. Entre os convidados estarão a prefeita do município, vereadores, além de docentes, estudantes, e representantes de movimentos sociais, sindicatos e sociedade civil da região.

 

A presidente da mesa-redonda será a delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher Parauapebas, no Pará. A organização do evento acordou, ainda, com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a realização de um curso de capacitação para os delegados do município de Sinop, para o acolhimento das mulheres vítimas de violência.

 

De acordo com a professora Clarianna Silva, representante sindical em Sinop e membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind (GTPCEGDS), o sindicato tem cumprido um papel fundamental na organização desse projeto. “A ideia surgiu a partir de denúncias de assédio dentro da universidade, e da percepção de que o sistema é ineficaz. Se não fosse o GT, as vítimas não teriam conseguido nem fazer o boletim de ocorrência, por diversos motivos, inclusive tentativas de desqualificação. A universidade não tem estrutura para acolher, acompanhar, e encaminhar casos de assédio. Então a gente precisa incentivar essa política aqui dentro, a função do sindicato é essa. Por isso nós estamos chamando a comunidade acadêmica e a sociedade para o debate político, em parceria com outras entidades organizadas”, explicou a docente.

 

Ainda no dia 14, pela manhã, a organização planeja uma intervenção na Avenida Júlio Campos, reivindicando uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). “Há cidades menores do que Sinop que já têm as delegacias especializadas. O que a gente observa é que faltam políticas públicas, e interesse dos governantes em desenvolver essas políticas. O Fórum será a primeira de outras atividades que virão até que nós tenhamos as nossas demandas atendidas”, concluiu Silva.

 

O Fórum de Debate de Políticas Públicas para Mulheres da Mesorregião Norte Mato-grossense será aberto a todos os interessados, e gratuito.   

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 04 Abril 2017 20:40

 

Nessa quarta-feira, 05/04, os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso decidem quem coordenará a diretoria do Sindicato da categoria pelos próximos dois anos. A Adufmat - Seção Sindical do ANDES é uma entidade classista que atua fortemente desde 1978.

 

Atualmente, a diretoria é formada por sete membros, que desempenham funções de presidente, vice-presidente, tesoureiro, secretário, diretor de Imprensa, diretor de Assuntos Socioculturais, e diretor de Assuntos de Aposentadoria. Além disso, os Grupos de Trabalhos orientam as políticas do sindicato a partir de estudos com temas como Comunicação e Artes, Carreira, Ciência e Tecnologia, Fundações, História do Movimento Docente, Política Agrária, Urbana e Ambiental, Política de Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e de Diversidade Sexual, Política Educacional, Política de Formação Sindical, Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria, e Verbas.

 

Em 2017, duas chapas disputam o pleito: a chapa 1, “Adufmat de Luta, Autônoma e Democrática”, com perfil de atuação mais político, e a chapa 2, “Inovação e Inclusão em Foco”, com discurso mais voltado para a moralização e eficiência sindical.  

 

Os últimos debates realizados entre as chapas em Cuiabá nessa segunda-feira, 03/04, diferentemente dos iniciais, mostraram um caráter mais apelativo, com acusações que acabaram por esvaziar o debate político, o que gerou críticas por parte dos sindicalizados.

 

No entanto, as divergências já destacadas desde o início pela escolha dos nomes, e aprofundadas pelas propostas e discursos, se mantiveram evidentes durante as falas.

 

A íntegra dos debates realizados em Cuiabá estão disponíveis no canal da Adufmat-Ssind no Youtube, assim como as entrevistas realizadas com os candidatos de ambas as chapas (clique aqui para acessar). O material de campanha e programas apresentados pelos grupos também foram publicizados no site da entidade. Veja essas e outras informações, como a lista de sindicalizados aptos a votar e locais onde as urnas estarão dispostas na página oficial do sindicato.

 

A eleição dessa quarta-feira, 05/04, ocorrerá das 8h às 21h.

 

Fotos na Galeria de Imagens abaixo.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

          

Terça, 04 Abril 2017 16:43

 

Não conseguiu ir aos debates entre os candidatos à diretoria da Adufmat-Ssind?

 

Acompanhe na página do sindicato no Youtube!

 

Os três debates realizados em Cuiabá nos dias 29/03 (Conjuntura e Contrarreformas) e 03/04 (manhã e noite) estão disponíveis na íntegra.

 

A eleição será nessa quarta-feira, 05/04/17, das 8h às 21h.

 

CLIQUE AQUI

Quinta, 30 Março 2017 15:29

 

A Comissão Eleitoral da Adufmat - Seção  Sindical do ANDES realizou, na noite dessa quarta-feira, 29/03, um debate temático entre as chapas que disputam a diretoria da Adufmat-Ssind para o biênio 2017-2019. Conforme deliberação de assembleia, os candidatos expuseram suas análises e ideias acerca da conjuntura política e dos ataques aos direitos sociais, como as Reformas da Previdência e Trabalhista.

 

O tom de tranquilidade e o público reduzido não intimidaram as discussões, que já demarcaram as diferenças de concepção e atuação sindical dos dois grupos.

 

A Chapa 1, Adufmat de Luta: autônoma e democrática, destacou a disposição para a organização e mobilização histórica dos trabalhadores, numa disputa clara entre classes com interesses distintos. Já a chapa 2, Inovação e Inclusão em Foco, defendeu um caminho para nova repactuação social, que concilie diversos segmentos em busca de um bem comum.   

 

Embora as avaliações de conjuntura de ambas admitam um cenário complicado, em que os direitos estão sendo amplamente atacados, o fundo político resultante desse processo também é divergente entre as duas chapas. Enquanto a chapa 2 avalia que as políticas orientadas pelo Fundo Monetário Internacional, junto à corrupção e a má gestão do Estado geraram uma dissolução social, os representantes da chapa 1 afirmam que esse é o resultado do projeto político Neoliberal que predominou nos governos brasileiros desde a reabertura política na década de 1980, e que a retirada de direitos é, portanto, uma demanda estratégica desse projeto.

 

As alternativas de resistência também se chocam, com a chapa 1 apontando as ferramentas históricas dos trabalhadores como essenciais na defesa das demandas trabalhistas, e a chapa 2 reivindicando novas formas, citando a judicialização como uma alternativa.

 

Nessa sexta-feira, 31/03, e também na próxima segunda-feira, 03/04, as chapas voltam a se encontrar para debater suas propostas, em Sinop e Cuiabá, respectivamente. No campus do interior, o encontro será às 9h, no auditório da Adufmat-Ssind. Em Cuiabá, os debates estão programados para dois horários diferentes, às 8h30 e às 18h30, também no auditório do sindicato. A eleição será na próxima quarta-feira, 05/04, das 8h às 22h.

 

Quem não pode participar do debate dessa quarta-feira, terá a oportunidade de assisti-lo na íntegra, por meio do canal da Adufmat-Ssind no Youtube. (Clique aqui).  

 

Conheça as propostas das chapas, seus materiais de campanha e programa protocolado no ato da inscrição.

 

Na galeria de imagens abaixo, estão disponíveis as fotos do debate.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Quarta, 22 Março 2017 10:32

 

 

Em reunião realizada nessa segunda-feira, 20/03, a Comissão Eleitoral responsável pelo processo de escolha da diretoria da Adufmat-Seção Sindical do ANDES para o biênio 2017-2019, definiu, junto às chapas inscritas, as regras dos debates que serão realizados nas próximas semanas.

 

O tempo total estimado para os debates é de pouco mais de duas horas, divididos entre apresentação das chapas e questões feitas pelo público presente, entre os candidatos, e as considerações finais.

 

Na reunião, a Comissão Eleitoral informou que a diretoria do sindicato indicou o nome de um diretor para fazer parte da Comissão, conforme deliberado na assembleia geral realizada no dia 09/03. O membro da diretoria na Comissão Eleitoral será o professor Eliel Ferreira da Silva, da UFMT Araguaia.  

 

Haverá também, em Cuiabá, um debate específico sobre Conjuntura e Contrarreformas, também conforme deliberação da última assembleia. A data escolhida pela Comissão Eleitoral e pelos representantes das chapas foi a próxima quarta-feira, 29/03, no auditório da Adufmat-Ssind, às 18h30.

 

Confira o Calendário de debates:

 

27/03/17 (segunda-feira), às 9h – UFMT Campus do Araguaia/ Barra do Garças.

29/03/17 (quarta-feira), às 18h30 – Debate sobre Conjuntura e Contrarreformas - UFMT Campus Cuiabá/ Auditório da Adufmat.

31/03/17 (sexta-feira), às 9h – UFMT Campus Sinop/ Auditório da Adufmat Sinop.

03/04/17 (segunda-feira), às 8h30 e às 18h30 – UFMT Campus Cuiabá/ Auditório da Adufmat.

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 20 Março 2017 16:11

CONVITE

 
Debate: "Cobrança de mensalidade nos cursos de especialização. Você concorda com isso?"
 
Data: próxima quarta-feira, 22/03/17
 
Horário: 14h
 
Local: auditório do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS/UFMT). 
 
O tema é oportuno, já que a PEC 395/14 está na pauta do Congresso Nacional.
 
O debate será provocado pela professora do Departamento de Sociologia e Ciência Política, Alair Silveira. 

 

Quinta, 23 Fevereiro 2017 19:34

 

A Seção Sindical do ANDES em Mato Grosso é parceira na atividade que será realizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) durante toda essa sexta-feira, 24/02, no auditório da Adufmat-Ssind em Sinop. Para debater o Setor Elétrico Nacional, um dos convidados será o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso, Dorival Gonçalves.

 

A programação, que terá início às 7h30, com encerramento previsto para às 17h30, inclui uma atividade de Análise Política e Econômica do setor Elétrico Brasileiro, além de debates com os temas “E os Atingidos por Barragens?” e “Economia Política da energia/ A tarifa da energia”, provocados, respectivamente, pelo representante do MAB, Océlio Muniz, e o professor Dorival Gonçalves.

 

Às 19h, no mesmo local, o Movimento e seus convidados realizam uma cerimônia de lançamento do 8º Encontro Nacional do MAB, marcado para os primeiros cinco dias de outubro, no Rio de Janeiro.

 

A representante da Seção Sindical do ANDES em Sinop, Gerdine Sanson, convocou a categoria e todos os interessados para o evento. “A Adufmat convida a todos para participar do evento e fortalecer esse movimento de resistência tão importante no cenário atual do nosso país”, disse a professora.  

 

Confira a programação na íntegra:

 

PROGRAMAÇÃO

24 de fevereiro de 2017, Auditório da Adufmat/Campus UFMT/Sinop

HORÁRIO

ATIVIDADE

Manhã

07h30

Café

08h

Mística de Abertura e apresentação

08h30

Análise Política e Econômica do setor Elétrico Brasileiro

10h às 10h15

Lanche

10h15

Mesa: E os Atingidos por Barragens?

11h

Debate

12h

Almoço

Tarde

14h

Mesa: Economia Política da energia / A tarifa da energia 

16h às 16h15

Lanche

16h

Continuação e debate

17h30

Enceramento

     

 

Noite

Lançamento 8º Encontro Nacional do MAB

1 a 5 de outubro de 2017 – Rio de Janeiro – RJ

 

19h30 – Chegada

20h – Mística de abertura

20h15 – Fala das organizações presentes

20h30 - Chamado ao 8º Encontro Nacional do MAB

21h30 – Enceramento

 

A LUTA VENCERÁ A EXPLORAÇÃO

Fiéis aos nossos objetivos e à nossa história, Rumo a uma sociedade justa, solidaria e feliz, Convidamos todos e todas para juntos construir o 8º Encontro Nacional do MAB.

 

 

   

Sexta, 09 Dezembro 2016 10:41

 

Sim, o governo brasileiro tem alternativas ao congelamento de recursos por vinte anos, à Reforma da Previdência e a outras medidas que prejudicam os trabalhadores sob a justificativa de livrar o país da crise. O problema é que a retirada de direitos da população faz parte de um projeto político que vigora no Brasil desde a década de 1990, com maior ou menor intensidade, por meio dos governos neoliberais. A partir da lógica “Estado mínimo, Mercado máximo”, esses governos vêm reduzindo cada vez mais as responsabilidades sociais do Estado, redirecionando as políticas e os recursos a determinados grupos econômicos.

 

Foi um pouco dessa reflexão que a presidente do ANDES Sindicato Nacional, Eblin Farage, trouxe aos trabalhadores e estudantes mato-grossenses na última semana. Aproveitando uma agenda com a base do ANDES em Mato Grosso nos dias 01 e 02/12, Farage ministrou um debate com o tema “Conjuntura, desafios das organizações dos trabalhadores e a universidade”, no auditório da Adufmat – Seção Sindical do Andes, em Cuiabá.

 

“A conjuntura que vivemos não se explica por ela mesma. Ela faz parte de um processo maior, que remonta no Brasil da década de 1990, quando o governo propõe uma série de medidas que iniciam o chamado processo de Contrarreforma, em contraposição às reformas que orientaram a Constituição de 1988. Essas ações fazem parte de um projeto de Estado que surge a partir da crise do Capital na década de 1970, com reflexo em todo o mundo”, explicou a docente, que é doutora em Serviço Social.

 

De acordo com Farage, a avalanche de ataques aos trabalhadores tem a intenção, agora, de fechar um ciclo que teve início no país há vinte anos. “Na década de 1990, a discussão era se o Estado era responsável pelas atividades meio. Hoje, a disputa é se o Estado é responsável pelas atividades fins. A docência é considerada uma atividade fim. Se o Estado não for mais responsável por essas atividades, não teremos mais concursos públicos”, afirmou.

 

O caso de Portugal, país no qual o ANDES esteve esse ano para debater a educação, foi um exemplo utilizado para demonstrar o quanto o Brasil ainda tem a perder. Por lá, não há mais professores universitários concursados, e todos os anos os docentes têm de vender seus cursos para continuar trabalhando. “Se for assim aqui no Brasil, além de professores nós teremos de ser empreendedores, porque teremos de ir atrás de bolsas e incentivos para oferecer à quem quiser pesquisar”, comentou a professora.

 

O Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, sancionado no início desse ano pela presidente Dilma Rousseff, veio nesse sentido. Seu objetivo é legalizar o financiamento de pesquisas pelo setor privado nas universidades públicas, delegando aos pesquisadores a responsabilidade de atrair investimentos para as suas áreas de pesquisa. Além de dificultar a vida do pesquisador e utilizar mão de obra e estrutura públicas para beneficiar somente aqueles que podem pagar pelo serviço, os trabalhadores questionam fortemente a autonomia dos pesquisadores nesse modelo, diante da condição de “conquista” do investidor.

 

Esse embate faz parte de uma discussão atual sobre os métodos de privatização clássicos ou não clássicos. As Organizações Sociais e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) são exemplos de imposição da lógica de mercado nos serviços públicos, e consequente privatização.  

 

“Hoje, além do retrocesso político, nós observamos o recrudescimento do conservadorismo. Com a desculpa de realizar um debate moral, impõe-se medidas políticas que dão suporte ao projeto conservador regressivo. Por exemplo: a definição do conceito de família. Há pesquisadores que apontam dezenas de formatos, mas o Congresso Nacional age em defesa de apenas um, e as políticas públicas têm sua matricialidade no conceito de família”, apontou Farage.

 

Como alternativa para os trabalhadores nesse difícil cenário, o ANDES Sindicato Nacional tem defendido a unidade na luta pela realização da auditoria cidadã da dívida, uma reforma tributária que garanta a taxação das grandes fortunas e revisão dos incentivos fiscais a grandes empresas, além da articulação com os movimentos sociais na construção da greve geral.

 

“Nós identificamos dois grandes desafios dos sindicatos nessa caminhada: um externo, que é a unidade dos trabalhadores diante de tantas divergências; e outro interno, que é o trabalho de base. É preciso considerar que nós passamos por um longo período de desorganização da classe, de dissenso dos movimentos sociais. Foram anos de despolitização, em que muitos não tiveram a oportunidade de vivenciar experiências coletivas. Nossa função agora é desmistificar algumas questões, até mesmo sobre o que é o sindicato. Acreditamos que a formação de comitês e frentes nos municípios e estados ajudem nesse sentido, pois o aumento da consciência dos trabalhadores se da nos espaços coletivos”, avaliou a presidente.

 

Essa foi a primeira vez que Farage esteve em Mato Grosso representando o Sindicato Nacional. Além do debate na Adufmat-Ssind, a presidente participou também de agendas com docentes da Unemat na capital mato-grossense e na Adufmat de Rondonópolis.

 

GALERIA DE IMAGENS

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind