Segunda, 22 Abril 2019 14:20

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Segunda, 22 Abril 2019 14:17

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Segunda, 22 Abril 2019 14:14

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Segunda, 22 Abril 2019 14:12

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Quinta, 18 Abril 2019 16:36

 

As privatizações dos sistemas previdenciários fracassaram. Essa é a conclusão do estudo “Reversão da Privatização de Previdência: Questões chaves”, publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em dezembro do ano passado. O documento traz um levantamento acerca da privatização dos sistemas de previdência no mundo e sobre a reversão das privatizações. De 30 países que privatizaram a previdência, 18 estão em processo de reversão.

O documento da OIT lista uma série de lições aprendidas ao longo de três décadas de privatização da previdência no mundo. Ao contrário do prometido pela propaganda oficial e pelas instituições financeiras, a previdência privada não aumentou a taxa de cobertura. Na Argentina, por exemplo, a taxa de cobertura caiu 20%, assim como no Chile, na Hungria, no Cazaquistão e no México.

Nos países que privatizaram os seus sistemas de previdência, o valor das aposentadorias diminuiu. Na Bolívia, por exemplo, as aposentadorias privadas representavam apenas 20% da média salarial dos trabalhadores. Segundo a OIT, a privatização da previdência resultou no aumento do empobrecimento na velhice.

Outro aspecto negativo da privatização da previdência apontado pela OIT é o aumento da desigualdade de gênero e de renda. Isso se deu porque os componentes redistributivos dos sistemas de previdência social foram suprimidos com a introdução de contas individuais.

“Como a aposentadoria privada é resultado de poupança pessoal, as pessoas de baixa renda ou que tiveram sua vida profissional interrompida - por exemplo, por causa da maternidade e das responsabilidades familiares – obtiveram poupanças muito reduzidas e consequentemente terminaram com aposentadorias baixas, aumentando assim as desigualdades”, afirma o estudo.

A OIT também pontua que os custos da transição da previdência pública para o sistema privado foram mal calculados pelos governos. Na Bolívia, o preço da privatização foi 2,5 vezes maior que a projeção inicial. Na Argentina, 18 vezes maior. Os altos custos administrativos do sistema privados também são citados como problemas. Na previdência pública não existe o pagamento de taxas administrativas, taxas de gestão de investimentos, taxas de custódia, taxas de garantia, taxas de auditoria, taxas de publicidade e taxas jurídicas, entre outras. De acordo com o levantamento, esses custos somados chegaram a 39% dos ativos na Letônia, a 31% na Estônia e a 20% na Bulgária. 

Quem ganhou com as privatizações?
Uma das conclusões do estudo é que o maior beneficiário da privatização da previdência no mundo foi o setor financeiro. A OIT lembra que em muitos países as reservas de previdência pública foram usadas para investir no desenvolvimento nacional. Com a privatização, no entanto, isso não ocorre mais. Os fundos privados “investiram as poupanças individuais em mercados de capitais buscando retornos elevados, sem colocar as metas nacionais de desenvolvimento como prioridade”, diz o levantamento. Nos países em desenvolvimento, muitas vezes são os grupos financeiros internacionais que detêm a maioria dos fundos investidos. 

Re-reformas e reestatização
A OIT encerra o estudo ressaltando que 18 países reverteram, ao menos em partes, a privatização de suas previdências. Foram 13 países na Europa Oriental e 5 na América Latina. São eles: Venezuela (2000), Equador (2002), Nicarágua (2005), Bulgária (2007), Argentina (2008), Eslováquia (2008), Estônia, Letônia e Lituânia (2009), Bolívia (2009), Hungria (2010), Croácia, Macedônia (2011), Polônia (2011), Rússia (2012), Cazaquistão (2013), República Tcheca (2016) e Romênia (2017). 

Segundo o estudo, a reestatização apresentou resultados positivos, com a melhoria do sistema previdenciário, a baixa de custos administrativos, o aumento da cobertura da previdência e o aumento do valor das aposentadorias, em especial para a população mais vulnerável.

 

 

Fonte: ANDES-SN

Quinta, 18 Abril 2019 10:25

 

Os trabalhadores terceirizados que fazem a limpeza da UFMT podem entrar em greve nos próximos dias. Com média salarial de R$ 1 mil, eles denunciam que ainda não receberam a remuneração do mês de março. Com medo de sofrer represálias, eles buscaram coletivamente o Sintuf-MT nesta quarta-feira (17) em busca de apoio e orientação.

 

“Os trabalhadores da limpeza recebem as menores remunerações da UFMT, é um salário mínimo. São companheiros que não possuem outra fonte de renda e dependem deste valor para sustentar a família. É mil reais para contas de energia elétrica, água, alimentação, remédios, e transporte. Um dia de atraso é aprofundar o caos financeiro destes trabalhadores. Vemos com muita tristeza e indignação este cenário de atraso. O Sintuf dará todo o apoio possível e cobrará resposta da administração da universidade”, destacou a coordenadora administrativa do Sintuf, Leia de Souza Oliveira.

 

Os trabalhadores denunciaram ter conhecimento que a Reitoria está escolhendo quais empresas pagar a cada mês e quais ficarão sem receber. Esta seria uma decisão administrativa. “A UFMT está sem recursos. O governo Bolsonaro cortou todo o recurso de custeio, e esse corte atinge justamente os mais pobres, as pessoas que trabalham na limpeza e segurança. O que assusta é o silêncio da Reitoria que concordo com os cortes”, comentou um trabalhador pedindo pra não ser identificado.

 

Uma reunião junto ao Seeac (Sindicato de todos os trabalhadores terceirizados de Mato Grosso) foi chamada ainda para esta quarta-feira (17). Eles devem avaliar a necessidade de greve cobrando o pagamento de salários. A administração da UFMT já foi oficiada pelo Sintuf sobre a situação.

 

Fonte: Daniel Dino, Sintuf/MT

Quinta, 18 Abril 2019 10:19

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Há poucos dias, vimos as cores de nossa Bandeira serem manchadas de vermelho; e não era o vermelho de comunistas perseguidos por Bolsonaro e seus iguais. Era o sangue de um artista; de um músico; de um brasileiro anônimo que, com sua família, dirigia-se a uma festa infantil.

Oitenta tiros!!! Doze soldados do Exército!! Um “corpo estendido no chão...”

Lá estava o país de frente para mais um crime de morte, mas não um assassinato como é exposto, p. ex., na impactante música “De frente pro crime” de João Bosco e Aldir Blanc.

Infelizmente, o tipo de morte cantada naquela música já foi desumanamente banalizado. Hoje, ao vermos mais um “corpo estendido no chão”, nada se altera em nossa vã caminhada. Vida que segue: o camelô continua a “vender anel e perfume barato”; a baiana, a “fazer pastel e um bom churrasco de gato”; até “um santo na porta-bandeira” continua baixando, seja a hora que for.

Mas, agora, foram oitenta tiros! E pelas costas! E por gente do Exército!

Por isso, dessa vez, o país estava de frente para um dos crimes mais covardes que esta terra, de infindáveis cruzes de anônimos, já ficou sabendo. Tudo desproporcional. Tudo inaceitável, principalmente as declarações de Jair Bolsonaro. Para ele, apesar dos oitenta tiros, a execução foi um “incidente”; afinal, ele compreende que “o Exército não matou ninguém; o Exército é do povo”.

Alto lá, senhor presidente!

Eu também sou do povo; nem por isso dou aval à ação tão absurda como a cometida por integrantes do Exército. Ademais, ninguém precisa ter muitas leituras teóricas, ninguém precisa ser marxista e/ou comunista para saber que um grupo de doze soldados do Exército agiu covardemente ao disparar oitenta tiros em um trabalhador. Para compreender isso, talvez bastasse ser cristão, mas de verdade!

Portanto, ver, como “incidente” aquela explícita desumanidade pode até ser aceito como um direito de liberdade de expressão; todavia, é fazer mau uso desse caro direito. Logo, não sou obrigado a concordar com isso. Aliás, minimizar aquela covardia é dar provas cabais da mesma desumanidade que habita nesse tipo de gente menor. É ser desumano na mesma proporção daquela covardia.

Mas se expressar mal, repito, dentro do legítimo uso do direito à liberdade de expressão, começa a ser parte do cotidiano do presidente Bolsonaro. Agora, me refiro ao episódio da condenação do comediante Danilo Gentili.

Bolsonaro lhe prestou solidariedade, pois viu nas ações de Gentili contra a deputada Maria do Rosário (PT) apenas o exercício do “direito de livre expressão em sua profissão”.

Mas o que fez o comediante para ser condenado e, por isso, receber a solidariedade presidencial?

Dentre outras ofensas, em vídeo, ele associou a deputada ao termo puta, tapando as sílabas inicial e final da palavra “de/puta/da”. Depois, rasgou a notificação judicial. Inseriu os pedaços do documento dentro de sua calça, próximo ao órgão genital. Após, ridicularizando a notificação, pegou os pedaços e os colocou em um envelope, remetendo-o ao gabinete da deputada, que fica na Câmara.

Mais: mandou-a pegar os pedaços, sentir o cheirinho de seu saco, abrir a bunda e enfiar em seu meio tudo o que estava sendo enviado ali.

Pergunto: isso faz parte da profissão? É engraçado? É liberdade de expressão? A própria Justiça não foi desconsiderada?

Essas perguntas vêm de um ser que condena a censura e não tem a menor simpatia por quase ninguém do PT. Mas eu não poderia deixar de fazê-las. Ao fazê-las, me solidarizo com a deputada.

 

 

 
 
 
 
Quarta, 17 Abril 2019 16:07

 

Terminou no início da tarde de domingo, 14/03, o III Encontro Nacional de Educação (III ENE), organizado por movimentos sociais e sindicais ligados à Educação para a construção de um Plano Nacional de Educação classista e democrático. Após dois dias e meio de intensos debates, os encaminhamentos dos grupos temáticos de trabalho, reunidos na tarde de sábado (13), foram apresentados na Plenária Final, como apontamentos para a viabilização de um projeto de educação genuinamente da classe trabalhadora.

 

As discussões, realizadas por mais de 1200 participantes, também resultaram na formação de um calendário de lutas com foco na defesa da Educação e da Previdência Social, contra os ataques da extrema-direita aos direitos e liberdades, pela construção de uma Greve Geral dos trabalhadores em 15 de maio, além de mobilizações contra a LGBTFobia e o capacitismo.   

 

Para o diretor geral da Adufmat - Seção Sindical do ANDES-SN, Aldi Nestor de Souza, o contexto em que o III ENE foi realizado já aponta sua importância. “Nós estamos diante de um governo ultraconservador, que tem a proposta clara de destruir os serviços públicos, a educação pública e, particularmente, a universidade pública. O ENE acontece num momento de extremo embate entre quem defende esses serviços públicos, que são os servidores, e o governo que quer destruí-los. Nesse sentido, o evento demonstrou também a força e a vitalidade da estrutura sindical brasileira, que reuniu mais de mil pessoas em Brasília, nas barbas do presidente, apesar de todos os esforços dele para destruir, além dos serviços públicos, também as estruturas sindicais”, avaliou o docente.

 

Assim, um dos pontos destacados pelo diretor foi a mesa que demonstrou todos os aspectos dos ataques do capitalismo em nível internacional e, especialmente, na América Latina. O interesse do mercado na educação, que se utiliza do Estado para destruir a estrutura pública, é o grande responsável pelos processos de precarização que se evidenciam nas escolas e universidades por meio da terceirização, das parcerias público-privado, entre outros (clique aqui para ler sobre a mesa).

 

“Todas as formas que o capital utiliza para se apropriar desses direitos tornam os espaços difusos. Você não identifica mais com clareza o que é universidade pública, não consegue distinguir o que é fundação, uma série de coisas, e isso vai tornando a luta cada vez mais necessária. Nesse sentido, um desafio para o próximo ENE será superar algumas concepções de caráter reformista, como se a realização da auditoria da dívida ou da reforma tributária progressiva fossem possibilidades dentro do capital. Claro que essas disputas são importantes para a nossa sobrevivência, mas é preciso expandir a compreensão sobre o próprio capital e pensar numa outra proposta de organização da sociedade e da produção. O que eu quero dizer é que, para cada vez que a gente faça uma luta pontual de sobrevivência como essas, é preciso também deixar claro quais são as reais intenções do capital, porque senão a gente não avança na discussão, na consciência, e não consegue agregar ninguém”, concluiu o professor. 

 

Encaminhamentos

 

O professor Armando Tafner, também diretor da Adufmat-Ssind, participou pela primeira vez do ENE e considerou os temas e a organização dos grupos de trabalho interessantes. “É importante que você possa escolher o grupo de trabalho com o qual poderá contribuir da melhor forma. É um espaço em que as pessoas do Brasil inteiro se encontram, debatem, e as ideias vão se arrolando, surgindo e se encaixando umas nas outras. O desafio, agora, será concretizar, fazer acontecer, organizar para além do pensamento esses encaminhamentos, para que avancemos mais ainda nos próximos ENE’s. Nessa conjuntura, inclusive, é preciso avaliar a possibilidade de fazer mais um por ano, porque a questão da educação pública é emergencial”, afirmou.

 

Para facilitar as elaborações das propostas a partir do que fora encaminhado nos estados durante as etapas regionais do Encontro Nacional de Educação, os grupos de trabalho foram divididos em nove temas, dispostos abaixo. Vale destacar que os representantes da CSP-Conlutas, Rejane Oliveira, do ANDES - Sindicato Nacional, Antonio Gonçalves, e da Federação Nacional de Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), José Júnior, apresentaram na Plenária Final os pontos consensuados nos grupos, mas o Relatório final do III ENE, ainda em processo de sistematização, retratará também os pontos que continuam abertos para debate. 

 

 

De acordo com a carta lida na Plenária Final, os responsáveis pelo debate sobre “Conhecimento, currículo e avaliação”, pensaram nas formas de assegurar a autonomia de auto-organização das comunidades escolares, seus projetos pedagógicos e suas metodologias de avaliação, respeitando as necessidades e objetivos educativos de cada contexto. Para isso, o grupo apontou o combate à adequação do conhecimento, do currículo e da avaliação às necessidades do capital como estratégia central. Ficou registrada a necessidade de revogação da BNCC e da Reforma do Ensino Médio, assim como a atualização do Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira, e a defesa do ensino, pesquisa e extensão na educação básica.

 

O debate sobre a “Formação de trabalhadores da educação” considerou os impactos da agenda do capital na formação dos professores, representados pela precarização do ensino, cursos cada vez mais curtos e essencialmente tecnológicos, além da proliferação do ensino a distância, a falta de formação continuada e o distanciamento das redes de ensino básico com a universidade. O grupo concluiu que é preciso defender o ensino presencial, público, gratuito e de qualidade, bem como a formação crítica e criativa de professores, atrelado às lutas da classe trabalhadora. A ideia é retomar a proposta de formação continuada, desde a formação inicial junto a diferentes instituições, sistemas de ensino, escolas e universidades com tradição na formação de trabalhadores da educação, considerando as necessidades dos professores e da prática educativa como ponto de partida da formação, abordando as dimensões políticas, teóricas e práticas, garantindo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para formação dos professores e a revogação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em todos os níveis e revisando as ementas dos cursos de licenciatura.

 

Com relação ao tema “Trabalho na Educação e Condições de Estudo”, foram discutidas estratégias para combater a privatização e a expansão desordenada, além da intensificação ou flexibilização da exploração. Denunciando realidades marcadas pela precarização dos contratos, extinção de concursos, atraso de salários, terceirização, militarização das redes de educação, ampliação irrestrita da EaD, ausência de garantias de acesso e permanência, adoecimento de professores e estudantes, situações de assédio e patrulhamento ideológico, o grupo definiu como estratégico apoiar cursinhos populares, defender a gestão e a eleição democrática de dirigentes, promover a busca de unidade entre professores, técnicos e estudantes por meio de relações solidárias, promover a identidade de classe de trabalhadores da educação, combater o privatismo e o liberalismo, e utilizar a extensão como espaço de formação política.

 

Já o grupo que debateu a “Universalização da Educação, Acesso e Permanência” avaliou a situação dos cortes na educação, que dificultam as condições de acesso e permanência, aumentando a evasão. A ampliação de recurso ao PNAES, a garantia de restaurantes universitários, alojamentos, creches, passes livres, e ampliação das bolsas de permanência foram os principais pontos destacados como essenciais, assim como a necessidade de acompanhamento social e psicológico aos estudantes para tentar evitar o agravamento de doenças mentais e tentativas de suicídio. Também, foi destacada a necessidade de se combater o capacitismo por meio da defesa de uma educação inclusiva com políticas de acessibilidade aos estudantes com deficiência. Para isso, o grupo apontou como alternativa o apoio à ampliação das políticas afirmativas, como cotas sociais, raciais e para pessoas com deficiência. O grupo contemplou ainda a discussão sobre o fechamento das escolas do campo, declarando apoio à manutenção dessas escolas.

 

No grupo “Gestão/Organização do Trabalho Escolar” foram discutidos os pontos: ausência de concursos, salários baixos e atrasados, escassez de material escolar, destruição e militarização das escolas, ingerências e incursões de empresas privadas sobre o trabalho escolar no cotidiano, problemas de financiamento, aprofundamento da terceirização e da privatização por meio das OS, implementação do ponto eletrônico, projeto Escola sem Partido em alguns municípios, ausência de autonomia dos trabalhadores na organização do trabalho pedagógico, parcerias público-privado, propostas de redução do ensino médio integrado e ausência de autonomia na gestão e organização. Nesse sentido, as repostas devem ser a construção de lutas contra o controle do trabalho (como o ponto eletrônico); a defesa pela autonomia da gestão e organização do trabalho escolar, assim como barrar as propostas de BNCC e Residência Pedagógica, formuladas a partir da lógica de mercado.

 

No grupo de discussão sobre “Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Questões Étnico-Raciais” definiu-se a defesa da educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada como instrumento de luta contra as opressões e conscientização. As propostas para combater opressões de gênero, LGBTfóbicas, racistas e capacitistas foram: o desenvolvimento de estratégias de articulação entre escola e comunidade; permanência de disciplinas que promovem conhecimento crítico (sociologia, filosofia, educação física, literatura, artes e história); criação de espaços de formação contra opressões com a participação de homens brancos e cisgêneros; definir estratégias de enfrentamento e denúncia ao assédio sexual nas instituições educacionais; garantir políticas de permanência para estudantes LGBTQ+ expulsos de casa; dar visibilidade às diversas minorias; construir instrumentos como comitês, frentes e comissões em defesa dos direitos das mulheres, população LGBTQ, negras e negros, indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, ciganos, pessoas com deficiência; dar centralidade à luta em defesa da criação de leis de cotas para os diversos segmentos já citados neste documento, assim como a manutenção das leis 11645/08 e 12990/14; defender a educação especial e inclusiva; readequar estruturas dos espaços educacionais promovendo acessibilidade; e estimular a produção de materiais que oportunizem o acesso ao conhecimento para pessoas com deficiência. Todas essas questões devem estar articuladas às lutas relacionadas à pauta econômica e na Greve Geral.

 

Sobre o “Financiamento da Educação”, a partir da problemática ‘privatização da educação e desvio de recursos públicos para os bolsos de banqueiros e patrões’, os grupos destacaram as seguintes reivindicações: realizar a auditoria cidadã da dívida pública e ruptura com o sistema da dívida pública; revogação da EC 95/2016 que estabelece o teto dos gastos sociais; defesa da aplicação imediata de 10% do PIB na educação pública, incluindo as três esferas governamentais; realizar uma reforma tributária progressiva; divulgar informações, dados que possam desconstruir a ideia do governo federal de que há déficit na Previdência Social e de que não há recursos públicos; defender o financiamento público da ciência e tecnologia desenvolvidas nas universidades públicas; combater a renúncia e a sonegação fiscal; lutar contra a cobrança de mensalidades ou taxas nos cursos de pós-graduação stricto sensu nas universidades públicas; desenvolver estudos sobre o financiamento da educação pública; reafirmar que recursos públicos devem ser aplicados integralmente no ensino público; defender que verbas públicas previstas para a educação (como é previsto no FUNDEB) sejam de fato destinadas à educação pública; consolidação do PNAES e expansão do programa; debater e combater o decreto 9725/19 em âmbito nacional.

 

Com relação ao debate sobre “Democracia e autonomia no espaço educacional e liberdade de cátedra”, a reflexão girou em torno dos processos históricos que culminaram na conquista da liberdade de cátedra, do direito de aprender e da democratização dos espaços da escola e da universidade. Na conjuntura atual, o avanço ultraliberal e conservador, a partir da militarização, influência na escolha de reitores, que têm agravado a perseguição a docentes e estudantes, ameaçando a democracia nas instituições de ensino. Nesse sentido, o grupo destacou como fundamental a construção de redes de solidariedade e apoio a pessoas perseguidas, que possam promover apoio político e jurídico, assim como, o fortalecimento da Frente pela Escola sem Mordaça.  

O grupo que debateu “Organização da classe trabalhadora” destacou a necessidade de enfrentar: os reiterados ataques da agenda neoliberal à educação; o processo de uberização da educação; a Reforma da Previdência, a Escola sem Partido, entre outros. Tudo isso demanda a construção de uma ampla Greve Geral para demonstrar a unidade e organização da população. Para isso, é preciso fortalecer as centrais e fóruns já existentes ou, aonde for necessário, construí-los. Essas iniciativas devem se dar em todos os níveis, desde os mais gerais aos mais locais e devem buscar o desenvolvimento de estratégias para informar a população sobre a Reforma da Previdência, o rombo da dívida pública e demais ataques do governo aos trabalhadores. É preciso integrar os diferentes setores da classe trabalhadora na educação, incluindo os informais, terceirizados e temporários. Também foi destacada a necessidade de estreitar a parceria com a Auditoria Cidadã da Dívida Pública e a criar mídias alternativas.

 

Por fim, a partir das discussões para construção de um projeto classista de educação o III ENE indicou, também, alternativas para reorganização da classe trabalhadora, reforçando a necessidade do trabalho de base dos movimentos sociais para que a luta se concretize, a partir dos pontos elencados no seguinte Plano de Lutas:

 

•          Intensificar esforços para a construção de um calendário nacional de lutas e ações nos locais de trabalho, estudo e moradia para barrar a Contrarreforma da Previdência.

•          Rumo à construção da Greve Geral para derrotar os ataques da extrema-direita.

•          Construção de semana nacional de paralisação da educação em defesa da educação pública, dos serviços públicos e contra a reforma da previdência.

•          Defender o direito irrestrito de organização de lutas e movimentos sociais, manifestações e greves e lutar contra a criminalização de lutadoras e lutadores sociais.

•          Manter a luta pela revogação da contrarreforma trabalhista, Emenda Constitucional 95/2016 e outros ataques que retiraram direitos da classe trabalhadora e resultaram na precarização dos serviços públicos.

•          Aprofundar os esforços de luta contra o Projeto Escola sem Partido e em defesa da liberdade de cátedra e ensino, assim como continuar construindo a Frente Nacional Escola Sem Mordaça como experiência unitária para defender um projeto classista e democrático de educação.

•          Combater e denunciar a educação domiciliar reafirmando o projeto de educação como direito social básico que deve ser de responsabilidade pública.

•          Combater o processo de militarização da educação.

•          Defender eleições democráticas para escolha de dirigentes e combater todas as tentativas de eliminar a gestão democrática e a autonomia das instituições públicas de educação.

•          Defender as escolas e a educação no campo, assim como o projeto de educação construído nos movimentos populares.

 

O Calendário estabelecido no encontro, que deverá ser viabilizado pelas entidades presentes é:

 

- Semana de paralisação da Educação de 22 a 29 de abril de 2019, com ênfase no dia 24/04 como dia de greve da educação contra a reforma da previdência.

- 01 de maio unitário das centrais contra os ataques da extrema-direita.

- Por uma greve geral em maio (indicativo para 15 de maio).

- Construir o dia 28/06 como dia nacional de lutas contra LGBTfobia.

- Construir o dia 21/09 como dia nacional de lutas em defesa dos direitos da pessoa com deficiência e de combate ao capacitismo.   

 

GALERIA DE IMAGENS

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 17 Abril 2019 08:57

 

A Comissão Nacional de Mobilização (CNM) do ANDES-SN protocolou a pauta de reivindicações dos docentes das Instituições Federais de Ensino junto ao governo federal. O documento foi entregue, nesta terça-feira (16), nos ministérios da Educação (MEC) e da Economia. Compõem a CNM, esta semana, os docentes Francieli Rebelatto, da Sesunila Seção Sindical, e Gilberto Correia da Silva, da Apug Seção Sindical.

A pauta de reivindicações do Setor das Ifes foi aprovada no 38º Congresso do Sindicato Nacional. O Congresso, instância máxima de deliberação da categoria docente, foi realizado entre os dias 28 de janeiro e 2 de fevereiro deste ano.

No documento, os docentes reafirmam a defesa do caráter público da educação e de melhores condições de trabalho nas instituições. Além da luta pela garantia da autonomia e democracia nas IFE e pela reestruturação da carreira e valorização salarial de ativos e aposentados. 

“A pauta do setor das Ifes é resultado dos debates e deliberações da base no Congresso de janeiro, realizado em Belém (PA). Diante do avanço dos cortes de orçamento da Educação e das ameaças crescentes à liberdade de cátedra e à autonomia das universidades, se trata de um documento com pautas que abarcam nossa preocupação na manutenção da educação pública, gratuita e pela valorização do trabalho docente”, explicou Francieli Rebelatto.

carta entregue aos ministérios (também disponível para download no arquivo anexo abaixo) destaca a indignação dos docentes diante da falta de disposição de negociação do governo federal, nos últimos dois anos. Ratifica, ainda, a necessidade de uma agenda de negociações sobre os temas propostos na pauta.

Segundo Gilberto Correia da Silva, que também é 1º secretário da Regional Planalto do ANDES-SN, a expectativa é que o governo agende a negociação. “Achamos difícil, dada às características desse governo, mas esperamos que ele se sensibilize e nos chame para negociar. Nós temos um histórico de muitas pautas de reivindicações entregues que levaram anos para serem debatidas. É importante mantermos a mobilização. E nós vamos cobrar junto aos ministérios que nos ouçam e que nos recebam”, ressaltou.

Confira aqui a pauta de reivindicações do Setor das Ifes.

 

 Fonte: ANDES-SN